Powered By Blogger

sábado, 31 de outubro de 2015

Reajuste da segurança pode ser pedalado

Piratini avalia que não terá como pagar as últimas nove parcelas de aumento dado por Tarso

O núcleo político do governo José Ivo Sartori decidirá nos próximos dias se inclui na sexta fase do ajuste fiscal – que será enviada à Assembleia Legislativa até meados de novembro – um projeto de lei para pedalar as próximas parcelas do reajuste salarial concedido aos servidores da Segurança Pública.

O aumento foi concedido durante o governo Tarso Genro em 12 parcelas, distribuídas entre 2015 e 2018, com impacto financeiro total de R$ 4 bilhões. Ao final de novembro de 2015, o Palácio Piratini pagará a terceira etapa do calendário, mas a Fazenda já avisou que, a partir de maio de 2016, faltará dinheiro para pagar a parcela prevista para incidir no mês.

A proposta em discussão seria a de jogar para o futuro a validade dos aumentos previstos para vigorar entre 2016 e 2018. Seria uma forma de diminuir os custos da folha em curto prazo e minorar os riscos de atraso de salários do funcionalismo. No centro do governo, há duas teses: uma defende o envio de um projeto para prorrogar os benefícios, enquanto outra entende que, para evitar o desgaste político, o melhor é manter o calendário atual e fazer os pagamentos dos salários de acordo com o fluxo de caixa, o que provocará mais atrasos.
"A valorização da segurança é uma pauta legítima, mas não haverá dinheiro para honrar os pagamentos" – diz um integrante do núcleo do Piratini.
Líder do governo na Assembleia, Alexandre Postal (PMDB) manifestou em reuniões de cúpula que a postergação dos reajustes somente passaria no Legislativo se houvesse acordo com as categorias da Segurança Pública. Caso contrário, a mudança se tornaria inviável devido à pressão das corporações.

Acesso à informação será ampliada no RS

O governo também deverá incluir na sexta fase do ajuste fiscal um projeto de lei que proporá a ampliação de métodos de transparência no Estado. Será um espraiamento da Lei de Acesso à Informação, com a criação de critérios locais para facilitar as buscas.

Uma das possibilidades é de que seja liberada a consulta a dados como os incentivos fiscais, historicamente protegidos por sigilo, indisponíveis até mesmo a órgãos como o Tribunal de Contas do Estado (TCE).

CARLOS ROLLSING/Zero Hora

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Reajuste da segurança em risco

Parcelas do aumento escalonado que devem ser pagas entre 2016 e 2018 não ser honradas pela ameaça de superarem limite de comprometimento da receita, segundo secretário da Fazenda

Salário do mês de outubro será pago hoje

No mesmo dia em que confirmou que o Estado pagará sem atraso os salários de outubro do funcionalismo, com os depósitos ingressando hoje nas contas dos servidores, o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, admitiu que o reajuste escalonado para a área da segurança pública, concedido ainda no governo Tarso Genro, poderá estar ameaçado entre 2016 e 2018.

A afirmação foi feita ontem, logo após reunião com sindicatos de representantes do funcionalismo, no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, onde apresentou dados sobre a crise financeira. As dúvidas que rondam a efetividade das futuras parcelas do aumento salarial da segurança advêm da possibilidade de o Estado ultrapassar o limite máximo de comprometimento da receita corrente líquida com folha de pagamento.

Feltes negou, que a eventual suspensão das majorações seja objetivo da Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual, que tramita na Assembleia e é uma das prioridades do governo José Ivo Sartori por endurecer os limites de gastos com o funcionalismo.

"A receita está em queda brutal, e a despesa aumentando. Os percentuais com gastos vão se alterando. Corremos risco de ir para o limite máximo? Sim, corremos o risco de ir para o limite máximo" – reconheceu Feltes.
Até o final do ano, o Rio Grande do Sul terá comprometido cerca de 48,57% da receita corrente líquida com pessoal. O patamar já está acima do limite prudencial, de 46,55%, e bem próximo do máximo, de 49%. Se romper a última barreira, as consequências serão graves. Feltes evitou comentar o que poderá acontecer, mas, do ponto de vista legal, o governo é obrigado a se ajustar nos oito meses seguintes ao fato – sendo que um terço do excesso deve ser eliminado no primeiro quadrimestre. Entre outras medidas, o Executivo fica autorizado a extinguir cargos e funções e reduzir valores pagos.

No total, os aumentos para a segurança terão impacto financeiro de cerca de R$ 4 bilhões até 2019, quando ainda irá repercutir a última parcela do calendário. Em novembro de 2015, incidirá a terceira das 12 parcelas do reajuste escalonado. O Piratini vai pagá-la, mas as últimas nove, entre 2016, 2017 e 2018, estão em risco.
"A equipe de governo está tentando achar pretexto para não cumprir o nosso calendário, tanto que tem na Assembleia essa Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual, que tenta impedir o pagamento do reajuste. Como sabem que vai ser difícil aprovar essa lei, dizem que ultrapassará o limite de gasto com pessoal. É mentira. Mesmo se atingir, antes de cortar o reajuste, têm de demitir todos os CCs e até os estatutários de áreas não vitais" – reclama Isaac Ortiz, presidente da União dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia.
Feltes ainda disse que, para honrar os contracheques de novembro, faltarão R$ 500 milhões.
"Como vamos fazer? Não sei" – disse o secretário.
Apesar da elevação do ICMS, Feltes apresentou um cenário de aprofundamento da crise em 2016. O próximo ano começará com previsão de déficit de R$ 4,6 bilhões, cifra superior aos R$ 3,6 bilhões que faltarão em 2015.

CARLOS ROLLSING/Zero Hora

Vistoria do Presídio de Canoas - o "Marcos Rolim como especialista e segurança pública"



Têm vários agentes penitenciários que são especialistas nos presídios. Não o Marcos Rolim

Coluna da Rosane de Oliveira

"Uma alternativa para permitir que o primeiro módulo do Presídio de Canoas possa ser ocupado em dezembro foi apresentada ontem pelo prefeito Jairo Jorge, que visitou o prédio em companhia do ex-deputado Marcos Rolim, especialista em segurança pública. Jairo Jorge propôs a construção de um acesso provisório, para não atrasar ainda mais a transferência dos primeiros 400 presos. Com o atraso no repasse de recursos pelo Estado, o acesso definitivo não ficaria pronto antes de três meses.
O secretário da Segurança, Wantuir Jacini, diz que faltam apenas detalhes para a transferência. Até os uniformes já foram encomendados. A SSP encaminhou também a locação de bloqueador de celulares. O entendimento dos técnicos é de que, como a tecnologia fica defasada em pouco tempo, é melhor alugar do que comprar os bloqueadores.
Convidado a analisar a estrutura e sugerir aperfeiçoamentos, Rolim percorreu celas, áreas de convivência e cozinha do módulo 1 da penitenciária. Assim que receber as avaliações de Rolim, Jairo Jorge vai compartilhar as observações com o governador Sartori para, juntos, tomarem as providências necessárias".

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Contra os funcionários públicos - os governichos Sartori e Feltes

Piratini não garante repasse integral aos demais poderes

Secretário da Fazenda admitiu que pode não ter dinheiro suficiente para que Judiciário, MP, Legislativo, TCE e Defensoria Pública paguem o 13º.

Presídio Canoas I será entregue até dezembro


Com atraso de mais de um ano

Caroline Paiva/JC
Unidade no bairro Guajuviras receberá 393 detentos
Com atraso de mais de um ano, a inauguração do Complexo Prisional de Canoas, no bairro Guajuviras, parece finalmente estar próxima de acontecer. Em uma reunião entre a Secretaria da Segurança Pública (SSP) e a prefeitura de Canoas, na sexta-feira, foram acertados os últimos detalhes para a abertura da primeira de quatro unidades do complexo, o Presídio Canoas I. A estimativa é abrir as portas para receber presos em dezembro.
Segundo o prefeito Jairo Jorge, as obras do Presídio Canoas I estão 80% concluídas, mas, até a semana passada, somente 20% dos recursos estaduais tinham sido liberados, um montante de R$ 400 mil, o que causou o atraso. A prefeitura manteve o trabalho em andamento, através de recursos próprios. "Agora, o governo do Estado nos repassou R$ 1 milhão. Portanto, acreditamos que, em 40 dias, tudo esteja pronto", afirma.
A construtora ainda precisa finalizar os acessos asfálticos internos da unidade. Enquanto isso, a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) conclui trâmites burocráticos para a colocação de bloqueadores de sinal de telefonia celular na cadeia. Os dispositivos serão instalados através de um contrato de prestação de serviços e terão assistência 24 horas.
Durante a reunião, o secretário estadual de Segurança Pública, Wantuir Jacini, assegurou que o governo do Rio Grande do Sul está preocupado em manter o foco da unidade na ressocialização dos presos, através do trabalho e do estudo.
"Queremos evitar que, em alguns anos, o presídio se torne um Presídio Central de Porto Alegre ou um Carandiru. Sempre nos preocupamos que o local não fosse dominado por facções, então, estamos fazendo esse trabalho de buscar presos que pretendam, mesmo, se recuperar e contribuir dentro da prisão", explica Jairo Jorge.
A gestão do Presídio Canoas I será compartilhada entre a prefeitura e o governo do Estado. A SSP garantiu que nenhum policial militar será retirado das ruas de Canoas para fazer a segurança do presídio. Pelo contrário a Brigada Militar deve aumentar o efetivo da região. Dentro da unidade, serão em torno de 100 trabalhadores da segurança pública, entre agentes penitenciários e policiais militares.
Jairo Jorge visitará o Presídio Canoas I amanhã e, na quinta-feira, terá uma reunião técnica junto à Susepe para fazer uma "check list" do necessário para entregar a cadeia, preferencialmente, no início de dezembro. O local abrigará 393 detentos, muitos deles transferidos do Central. As outras três unidades do Complexo Prisional de Canoas (uma delas administrativa) estão 99% prontas, mas ainda precisam da conclusão dos acessos internos. "São 400 ou 500 metros de ligação. A prefeitura está ajudando nesse projeto, devemos fazê-lo no prazo mais curto possível. O governo do Estado levaria um ano para fazer, e nós estamos prevendo um tempo de quatro ou cinco meses. No final do primeiro semestre do ano que vem, devemos ter os acessos terminados", estima.
Quando finalizado, o complexo terá 2.808 vagas, sendo 2.352 em celas coletivas, 15 para portadores de necessidades especiais e 48 vagas em celas individuais nas alas disciplinares.
Conforme nota da SSP, que não quis dar entrevista, o fornecimento de energia elétrica no local já foi estabelecido e o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI), homologado.
A unidade se encontra equipada e mobiliada. As obras do presídio têm custo de R$ 18 milhões, dos R$ 100,5 milhões contratados para o complexo. As celas são construídas em módulos pré-fabricados com concreto especial e à prova de fogo.

Armamento para traficantes era encomendado direto do Central


Criminoso uruguaio mantinha de dentro da cadeia rota de contrabando da Fronteira Oeste à Região Metropolitana para abastecer facções em troca de drogas. Ao mês, movimentaria R$ 370 mil
A partir de Santana do Livramento, a Polícia Civil desarticulou esquema de tráfico internacional de armas vindas de Rivera, no Uruguai, para a Região Metropolitana. Até R$ 82 mil por mês em armamento seriam movimentados pela quadrilha alvo da Operação Cerberus, deflagrada ontem. A rota seria comandada pelo uruguaio Ernesto Andres Vargas Villanueva, o Cachorrinho, de dentro do Presídio Central na Capital.

O detento já foi investigado por relação com assaltantes e é considerado parceiro de facções no RS, sobretudo Os Manos.
"Costumava negociar com a Vila Maria da Conceição, mas, com o enfraquecimento do líder, criou novas parcerias" – explica Eduardo Finn, delegado da Divisão de Assessoramento Especial do Departamento de Polícia do Interior.
A estimativa é de que a quadrilha movimentava mais de R$ 370 mil mensais com o envio de pistolas, fuzis, dinamites e munições para traficantes do Estado, e com as drogas que seguiam o caminho contrário como parte do pagamento.
"Armas, que no Uruguai tinham um preço, chegavam a ser vendidas por 300% a mais na Região Metropolitana" – conta o delegado.
 Canal para entrada de fuzis tchecos e canadense
Interceptação telefônica revelada ontem pela polícia mostra um fornecedor uruguaio negociando fuzil fabricado no Canadá com suposto líder de facção em Porto Alegre. Segundo Finn, a quadrilha teria importante canal para repasse de fuzis canadenses e tchecos à Região Metropolitana. Desde 2013, pelo menos nove fuzis 5.56, tchecos e canadenses, foram apreendidos na Capital.
"Ainda não temos a relação concreta de clientes e de onde foram parar as armas trazidas, mas negociações por fuzis canadenses e tchecos existiram. Provavelmente, era o Cachorrinho quem os repassava em Porto Alegre" – afirma Finn.
A origem dos fuzis seria desvio das Forças Armadas uruguaias e contrabando a partir do país vizinho. Ao menos um fornecedor foi identificado: o ex-policial uruguaio Juan Jose Arocena teve pedido de prisão encaminhado à Interpol. Em seu nome, haveria mais de uma centena de armas que seriam enviadas ao Brasil.
Eduardo Torres/ZH

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Autoridades e sociedade civil debatem propostas de melhoria do sistema prisional

Em um seminário promovido pela Subcomissão do Sistema Prisional do Rio Grande do Sul, na manhã desta quarta-feira (21), parlamentares, autoridades da área judiciária e representantes da sociedade civil discutiram propostas de melhoria do sistema, como a de autonomia da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), a construção de casas prisionais menores e adoção de uma política de incentivo fiscal a quem empregar apenados.

O relator da subcomissão, deputado Jeferson Fernandes (PT), apresentou um resumo do relatório final elaborado pelo órgão técnico nos últimos 120 dias e já aprovado pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (clique aqui para ler o documento completo). Ele explicou, logo no início da apresentação, que sua preocupação na condução dos trabalhos foi a de evitar o corporativismo, a partidarização, o preconceito e o sensacionalismo, tratando o tema com profundidade em vez de ressaltar os fatos pitorescos.
Disse que o Brasil é o quarto país que mais prende no mundo, com 607 mil presos, segundo dados de 2014, ficando atrás de Estados Unidos (2,2 milhões presos), China (1,6 milhão presos) e Rússia (673 mil). A taxa da população prisional para cada 100 mil habitantes, por sua vez, é de 300 no Brasil, 698 nos Estados Unidos, 119 na China e 468 na Rússia. O país é “recordista mundial” em superlotação nos presídios, com taxa de ocupação de 161%, contra 102% nos Estados Unidos e 94% na Rússia (não foram fornecidos dados sobre a China). Também possui mais presos ainda não condenados (41%, contra 20,4% nos Estados Unidos e 17,9% na Rússia).
Em relação à variação da população prisional nestes países, nos últimos cinco anos, Jeferson informou que, enquanto os índices caíram nos Estados Unidos (-8%), na China (-9%) e na Rússia (-24%), no Brasil o número aumentou (33%). Para o parlamentar, isso se deve à legislação sobre drogas, que permite a prisão de usuários. Quase 50% dos apenados no Rio Grande do Sul respondem por tráfico de drogas. Os demais foram presos por homicídio (4,6%), furto (7%), roubo (6,9%), latrocínio (6%), porte ilegal de armas (9%) e outros crimes (19,6%). Entre as mulheres o número de presas por tráfico é de 76%.
Ainda conforme os dados apresentados pelo parlamentar, o Rio Grande do Sul possui 31 mil pessoas presas atualmente (contra 28 mil no ano passado). Em 2014, a Susepe contava com 4.069 servidores, dos quais 2.298 eram agentes penitenciários, o que representa uma média de 12,2 presos por agente, quando o número recomendado, segundo órgãos internacionais, é de cinco presos por agente.
Propostas
A subcomissão apresentou ainda 21 propostas, descritas no documento final para a melhoria do sistema prisional. São elas:
1 - Organizar conferências regionais nos territórios que sediam as unidades prisionais no RS; e no prazo de 1 ano, uma conferência estadual, como forma de envolver as comunidades locais no processo de cumprimento das penas, nos seus diferentes regimes, visando a ressocialização.
2 – Efetivar convênio entre o Estado e a APAC -  Canoas para dar início a essa experiência, que vem se mostrando exitosa principalmente no estado de MG.
3 – Criar convênio entre o Estado e universidade(s) com o objetivo de aprofundar estudos e assessorar as políticas públicas de ressocialização.
4 - Priorizar a execução das obras patrocinadas pelos Conselhos da Comunidade.
5 - Avaliar e definir as unidades prisionais que têm condições estruturais e de pessoal para colocar em funcionamento oficinas de trabalho e convênios com empresas privadas e órgãos públicos.
6 - Dotar de infraestrutura externa o Complexo Prisional de Canoas, para que se inicie a ocupação das mais de 2.800 vagas nele construídas
7 - Dar continuidade ao programa “Fornecer”, para compras governamentais, como forma de diminuir os custos e melhorar a qualidade nas áreas de alimentação.
8 – Realizar levantamento dos projetos desenvolvidos por voluntários e incentivar sua expansão para mais unidades prisionais.
9 - Criar uma política de tratamento penal, com a participação dos profissionais de psicologia, assistência social e do jurídico da Susepe.
10 - Fortalecer a política educacional implantada nos NEEJAS.
11 – Fortalecer a política de saúde executadas nas UBS e atender a saúde mental.
12 - Estruturar um programa estadual de prevenção e tratamento ao uso de drogas no âmbito prisional.
13 - Nomear técnicos superiores que já realizaram concurso. 
14 – Realizar concurso público para agentes penitenciários e agentes administrativos e resolver a falta de médicos no IPF.
15 - Autorizar realização de horas extras naquelas funções consideradas essenciais, como é o caso do Núcleo de Segurança e Disciplina da Susepe.
16 – Desenvolver programa de formação continuada dos servidores da Susepe, atendimento psicológico dos mesmos e promoção de avaliações participativas com toda a categoria.
17 -  Apoiar a realização das “Audiências de Custódia” e que sejam implementadas em todas as Comarcas do RS.
18 – Realizar mutirão jurídico para examinar as prisões provisórias e a falta de defesa técnica.
19 -  Fortalecer a estrutura funcional e de pessoal nas VECs e viabilizar maior contato com seus respectivos colegas das Varas Criminais responsáveis pelas prisões provisórias.
20 - Aprovar Projeto de Lei, a ser protocolado na AL, que visa reajustar 1% das custas judiciais e destinar o valor correspondente a um fundo de uso exclusivo para o sistema prisional.
21 – Estabelecer em lei uma Política Estadual para o Sistema Prisional, a exemplo do que já fez Minas Gerais.
Participaram do seminário, os deputados Pedro Ruas (PSOL) e Bombeiro Bianchini (PPL), que também integraram a subcomissão, representantes da OAB, Ajuris, Susepe, Defensoria Pública, Instituto Psiquiátrico Forense, Polícia Civil, Judiciário e outros.
Manifestações
Durante as manifestações, foram descritas as dificuldades que os órgãos de justiça e segurança pública do Estado enfrentam e formas de se avançar no tema. Representante do Conselho Regional de Psicologia avaliou que seria bom para o Estado se as casas prisionais fossem menores e apontou a necessidade de políticas públicas para os egressos do sistema. Alexandre Bobadra, do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul (Amapergs), falou da responsabilidade dos agentes em atender a mais de 30 mil seres humanos e pediu mais investimentos na área.
O vereador Alberto Kopittke, de Porto Alegre, disse que o trabalho da subcomissão derruba duas ideias do senso comum: a primeira é a separação entre direitos humanos e segurança pública; e, a segunda, a de que mais presos é igual a menos crimes.
A defensora pública Ana Paula Pozzan falou sobre os atendimentos realizados pela Defensoria, seja no contato com os familiares, seja indo até o cárcere ou por mutirões.
Para o professor Celso Rodrigues, do IPA, as universidades poderiam assumir o compromisso de capacitar mão-de-obra para atender aos apenados, uma vez que muitos estudantes são dotados de grande espírito de abnegação, mas ainda não têm a formação técnica necessária. Ele também sugeriu o fortalecimento do papel dos conselhos das comunidades, a expansão de práticas restaurativas e a elaboração de política pública efetiva, abrangente e constante para os egressos do sistema prisional.
Silvana Machado de Oliveira, da Ouvidoria Setorial de Direitos Humanos da Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos, questionou o porquê de não se adotar o uso de tornozeleiras de forma mais ampla e defendeu o trabalho e a ocupação dos apenados.
A diretora do Instituto Psiquiátrico Forense, Patricia Goldfeld, descreveu a situação do órgão, que conta com apenas 11 psiquiatras para atendimento de emergência e perícias, o que deve determinar sua extinção, caso nada seja feito.
Fabio Castro, do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do Rio Grande do Sul (Ugeirm), relatou os problemas enfrentados pela categoria e chamou a atenção para o fato de as delegacias estarem abrigando presos em razão da falta de vagas nos presídios. Disse temer que algo esporádico venha a se tornar rotineiro e apontou o perigo desta situação, tanto para os profissionais que trabalham nas delegacias como para as pessoas que acorrem a elas para serem atendidas.
O juiz Paulo Irion defendeu que a Susepe fosse transformada em uma secretaria autônoma de administração penitenciária. Também o juiz Sidinei Brzuska defendeu a ideia, bem como a de uma política tributária que estimulasse o emprego de apenados. O magistrado ainda chamou a atenção para o baixo percentual de presos por homicídio, próximos ao de um país escandinavo, mas que, na verdade, não corresponde à realidade do que se vê.


Reunião ordinária
Em reunião ordinária da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, antes do seminário, os parlamentares combinaram a realização de uma visita à Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas em atenção a pedido de reeducandos do Módulo I-B do estabelecimento, que relatam problemas sérios no local e pedem auxílio ao Legislativo. A visita deverá se dar na segunda-feira (26), às 9h.