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sábado, 3 de novembro de 2018

Para mim, aumenta a violência. Academias do mundo provaram que quanto mais armas, mais mortes. Só Bolsonaro não sabe

Desarmamento no alvo do novo governo

Mudança na lei que regula posse e porte de armas é apoiada pelo presidente eleito. Flexibilização pode ser votada ainda neste ano. Defensores argumentam autoproteção. Contrários alegam que liberação aumentaria violência

Com poucas linhas reservadas à flexibilização do Estatuto do Desarmamento, o plano de governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), destoa da dimensão dada ao tema na sua carreira política e na campanha, representada por dedos fazendo sinal de uma arma. O capitão reformado do Exército já propôs, por exemplo, que políticos e advogados pudessem andar armados como forma de garantir a própria segurança. No documento protocolado junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o liberal não detalhou o assunto e dedicou poucas linhas à questão do desarmamento.
A pretensão do futuro presidente ainda é nebulosa e algumas de suas convicções encontram resistência entre parlamentares da bancada da bala. Na prática, o objetivo de Bolsonaro só ganha contornos visíveis por conta de um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados há seis anos e que absorveu, inclusive, ideias formuladas pelo militar. O PL 3722/2012 é assinado pelo deputado Rogério Peninha Mendonça (MDB-SC), reeleito no último pleito.
Há pontos que precisamos ajustar ainda. Mas, fato é que Bolsonaro, seus filhos e eu viajamos o Brasil todo apresentando a matéria em audiências públicas e sempre foi bem aceita entre a comunidade - orgulha-se Peninha.
O projeto de lei modifica o Estatuto do Desarmamento, com menos exigências, burocracia e custo para aquisição de armas por quem Peninha chama de "cidadãos de bem". As mudanças passam pela redução da idade mínima, de 25 para 21 anos, registro sem data de expiração (atualmente é preciso renovar a cada cinco anos) e exclusão da comprovação da efetiva necessidade. A matéria, aprovada em comissão em 2015 e avalizada por Bolsonaro, pode ir a plenário ainda neste ano. Mas Peninha não tem pressa.
A próxima legislatura é mais conservadora. A possibilidade de aprovar sem modificações no ano que vem é maior - opina o deputado.
A discussão tem entre os pontos fundamentais do novo estatuto temas a serem retirados, ao menos para a posse, como a obrigatoriedade de comprovação da efetiva necessidade, declaração que o requerente deve apresentar ao delegado da Polícia Federal (PF) com fatos e circunstâncias que justifiquem o pedido. Não basta o enquadramento nos demais termos objetivos, como idoneidade e aptidões física e psicológica. É preciso convencer o delegado da PF. O que depender do deputado reeleito e futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni (DEM-RS), o novo governo pretende derrubar a efetiva necessidade:
O cidadão que cumpre a lei e não tem antecedentes irá entregar o requerimento. A partir daí, é obrigação do poder público conceder a posse.
No dia seguinte à eleição, Bolsonaro concedeu entrevistas a emissoras de televisão. Na Record, criticou o critério adotado desde 2003, quando passou a vigorar o estatuto - formatado durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e assinado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Um dos dispositivos diz que você precisa comprovar a efetiva necessidade para comprar arma de fogo e quem decide isso é a Polícia Federal. A efetiva necessidade está comprovada pelo estado de violência que vive o Brasil. Estamos em guerra. Queremos diminuir (a idade mínima). Em vez de 25 para 21 anos. E mais ainda: dar a posse definitiva para o cidadão - comentou Bolsonaro.
O capitão defendeu a flexibilização do porte, mas sem entrar em detalhes. Sabe-se que ele quer permitir, como mostra o PL 7282/2014, de sua autoria, que advogados, vereadores, prefeitos, deputados e profissionais de mídia que atuam na cobertura policial, mesmo estando todos fora de expediente, possam carregar suas armas. Ainda na entrevista para a Record, Bolsonaro exemplificou:
Por que um caminhoneiro não pode ter uma arma de fogo? Fico imaginando um caminhoneiro que dormiu em um posto e acorda no dia seguinte sem o estepe em seu caminhão. Um caminhoneiro armado, se alguém estiver furtando ou roubando, ele vai dar o exemplo para a bandidagem.
A posse permite, conforme a norma vigente, que o proprietário mantenha a arma "exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência destes", seja na zona urbana ou rural. Segundo um dos coordenadores do movimento Armas pela Vida, Diego Gomes Ferreira, essa definição é subjetiva e, no geral, os tribunais têm decidido que a arma deve permanecer dentro de casa ou em uma eventual garagem - nunca em áreas condominiais. Na zona rural, o entendimento é que o armamento deve ser mantido dentro da residência e, no máximo, nos arredores dela.
Para eliminar essa discussão, a bancada da bala quer criar o porte rural. Com ele, moradores do campo teriam direito de carregar a arma por toda a propriedade e de um local a outro, desde que terrenos de origem e destino sejam seus. Para o coordenador da bancada da bala e relator do projeto, deputado Alberto Fraga (DEM-DF), essa alteração é a que encontra maior resistência no plenário e, ao mesmo tempo, uma das mais importantes devido à violência no campo.
Nas próximas páginas, confira o que está em jogo com a possível mudança no estatuto e veja argumentos de quem é contra e a favor à flexibilização.
Se aprovado, o projeto que revoga o estatuto precisa passar pelo Senado e pela sanção do presidente da República. Projetos de lei precisam do aval de maioria simples do plenário - metade dos deputados e senadores e mais um, estando presente pelo menos metade dos integrantes de cada casa.
                                                                                              
MARCELO KERVALT

Segurança ou mais violência? Os argumentos contra e a favor

Coordenador da bancada da bala na Câmara, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), defenderá anistia para quem tem armas ilegais. Ficarão imunes de qualquer sanção os detentores de equipamentos que deixaram de renovar registros de posse ou porte. Ele também quer um novo recadastramento que aponte o número exato de armas no país.
Precisamos saber quantas e quais estão nas mãos das pessoas. Hoje, há uma completa escuridão sobre isso - afirma Fraga.
Conforme o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 119.484 armas de fogo foram apreendidas em 2017. O estudo aponta que 11,5% delas chegaram a ser legais, mas foram perdidas, extraviadas ou roubadas. Conforme o anuário, foram registradas 63.880 mortes violentas intencionais no país, crescimento de 2,9% em relação ao ano anterior - esse número não indica quantas são por arma de fogo. Para o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, as mudanças irão elevar esses dados:
O Brasil não consegue nem saber o que acontece com as armas em circulação e quer delegar à população a responsabilidade de se defender. Academias do mundo inteiro já provaram que quanto mais armas, mais mortes - sublinha Lima.
Ele sugere aumentar a eficiência dos mecanismos de rastreabilidade, reduzir as autorizações para armamento de grosso calibre, aprimorar investigações e aumentar punição:
O resultado dessa mudança será o aumento das mortes por conflitos interpessoais, no trânsito, por exemplo.
Morador de Porto Alegre, um homem de 40 anos e com porte há seis meses, discorda. Argumenta que esteve em situações estressantes, mas nunca pensou em usar a pistola .380 que carrega.
Já fiquei irritado no trânsito, no meu trabalho, mas nem passou pela cabeça sacar a arma. Quando a gente está armado, o comportamento muda, pois se um bandido perceber que você está com uma arma, vai querer te matar - comenta, pedindo para que sua identidade seja preservada.
Há pouco mais de um ano, recebeu ameaças relacionadas ao trabalho. A intimidação foi utilizada para embasar a comprovação da efetiva necessidade de portar arma. Foi mais um argumento, pois a sua profissão, como agente de fiscalização de um órgão federal, indicava que a solicitação provavelmente seria atendida.
Defendo o direito de todo cidadão ter arma em casa. O porte deve ter um rigor maior, mas se a pessoa preencher todos os requisitos, fizer exame psicológico e de tiro, não vejo problema em andar armado. O risco está no uso indevido e irresponsável, e não no equipamento em si - comenta.
Presidente da ONG Brasil Sem Grades, Luiz Fernando Oderich é a favor de amenizar as exigências para a compra de armas, mas não para o porte, que, na sua opinião, deve ser restrito às forças policiais:
Se o Estado não consegue defender a sociedade, o cidadão tem o direito de buscar autoproteção com arma em casa. O Estado fracassou, faliu.
Em parte, é o que defende o Movimento Armas pela Vida. Diego Gomes Ferreira, um dos coordenadores, defende que a revisão do estatuto é necessária para reduzir entraves e subjetividades:
Trará pontos positivos em relação à criminalidade contra o patrimônio, mas o ponto principal é a garantia da liberdade individual, de as pessoas terem direito à autoproteção.
Felippe Angeli, do grupo Sou da Paz, entende que a facilitação ao acesso às armas terá efeito catastrófico. Rebate pontos em discussão, como o de derrubar a exigência da efetiva necessidade:
Esse dispositivo foi criado para que a PF possa analisar caso a caso, conhecer a realidade de cada cidadão que quer comprar arma. Se há problemas na execução da lei, se as escolhas dos delegados não são homogêneas, é uma questão administrativa. Vamos aprimorar.
Quanto à redução da idade mínima, diz estar acontecendo lobby da indústria de armas para esquentar o mercado. Sobre o porte rural, alerta que é preciso cautela diante de os conflitos agrários ficarem mais violentos

sábado, 18 de agosto de 2018

Pesquisa Ibope na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul

O Ibope divulgou, na noite desta sexta-feira (17), os números da primeira pesquisa para o governo do Estado e para o Senado desde o registro das candidaturas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e o início oficial da campanha.

No cenário estimulado (no qual o eleitor recebe um cartão com os nomes dos concorrentes), José Ivo Sartori (MDB) lidera com 19% das intenções de voto. Em seguida, aparecem Eduardo Leite (PSDB), Miguel Rossetto (PT), ambos com 8%, e Jairo Jorge (PDT), com 6%. Como a margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, o trio está tecnicamente empatado.
Na pesquisa espontânea (não são apresentados os nomes dos candidatos), Sartori teve 7% das citações, seguido por Jairo (3%), Leite (2%) e Rossetto (2%). O Ibope também perguntou em quem o eleitor não votaria de jeito nenhum: Sartori aparece em primeiro lugar, com 44% das respostas. Em segundo lugar, está Rossetto, com 12%, seguido por Júlio Flores e Roberto Robaina, ambos com 10%. 
A pesquisa foi realizada com 1.008 pessoas em 60 municípios do Estado, entre os dias 14 e 16 de agosto. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. O levantamento foi registrado no TRE/RS sob o número 01969/2018.
Confira os números da pesquisa:

Estimulada

Se a eleição para governador no Rio Grande do Sul fosse hoje e os candidatos fossem estes, em quem o (a) senhor(a) votaria?
José Ivo Sartori (MDB)  - 19%
Eduardo Leite (PSDB)  - 8%
Miguel Rossetto (PT)  - 8%
Jairo Jorge (PDT) - 6%
Julio Flores (PSTU) - 4%
Mateus Bandeira (Novo) - 2%
Roberto Robaina (PSOL) - 2%
Branco/Nulo - 28%
Não sabe/Não respondeu - 22%

Espontânea

Se a eleição para governador fosse hoje, em quem o (a) senhor (a) votaria para governador do Rio Grande do Sul?
José Ivo Sartori (MDB) - 7%
Jairo Jorge (PDT) - 3%
Eduardo Leite (PSDB) - 2%
Miguel Rossetto (PT) - 2%
Julio Flores (PSTU) - 1%
Mateus Bandeira (Novo) - 0%
Roberto Robaina (PSOL) - 0%
Outros - 2%
Branco/Nulo - 20%
Não sabe/Não respondeu - 63%

Rejeição

Dentre estes candidatos a governador do Rio Grande do Sul, em qual o (a) senhor (a) não votaria de jeito nenhum?
José Ivo Sartori (MDB) - 44%
Miguel Rossetto (PT) - 12%
Julio Flores (PSTU) - 10%
Roberto Robaina (PSOL) -10%
Jairo Jorge (PDT) - 8%
Eduardo Leite (PSDB) - 7%
Mateus Bandeira (Novo) - 6%
Poderia votar em todos - 8%
Não sabe/Não opinou - 24%

Expectativa de vitória

Independentemente da sua intenção de voto, quem você acha que será o próximo governador?
José Ivo Sartori (MDB) - 23%
Miguel Rossetto (PT) - 7%
Eduardo Leite (PSDB) - 6%
Jairo Jorge (PDT)-  6%
Julio Flores (PSTU)  - 2%
Roberto Robaina (PSOL) - 2%
Mateus Bandeira (Novo) - 1%
Não sabe/Não respondeu - 52%

Avaliação do governo Sartori

De uma maneira geral, como o (a) senhor (a) classifica a administração do governo José Ivo Sartori?
Ótima - 1%
Boa - 13%
Regular - 30%
Ruim - 17%
Péssima - 36%
Não sabe/não respondeu - 4%

Avaliação do governador

O senhor (a) aprova ou desaprova a maneira como o governador José Ivo Sartori vem administrando o Rio Grande do Sul?
Aprova - 24%
Desaprova - 68%
Não sabe/não respondeu - 8

terça-feira, 1 de maio de 2018

As baratas


Elas estão tomando conta do prédio da SSP/RS

Não adianta comprar e aplicar veneno, a dedetização que fizeram não resolveu, e sequer a tradicional naftalina obteve sucesso.

Qualquer dia elas estarão até opinando sobre projetos que estão nas mesas e armários, pois adoram papéis. Logo não haverá mais espaço para os servidores penitenciários.

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Erros do Governo, SSP e Susepe!

A superintendência da Susepe, Marli Ane Stock, agente penitenciária, é casada com um oficial da Brigada Militar (BM), ela tem que trabalhar para os servidores penitenciários, administradores e seguranças nos presídios do Rio Grande do Sul.
A superintendência da Susepe está errada! Ela quer que o pessoal da BM assumam cargos de diretor e segurança dos presídios. Como desde 1995 isso já acontece no Presídio Central e Penitenciária do Jacuí, os quais são os piores presídios do Brasil, agora querem que isso aconteça também na Penitenciária de Canoas (Pecan).
Antes do governo do Sartori foi aprovado um projeto par tirar a BM dos presídios, e agora o governador quer colocar em outro presídio, é uma incoerência com o sistema prisional. O secretário da Segurança Pública (SSP) está errado, por que deveria fazer uma força-tarefa com servidores penitenciários e não com policiais militares. Primeiro tirou os mesmos do sistema prisional, e agora quer botar vários militares na penitenciária de Canoas.
O Sartori não tem como governar, por isso eu acho um governicho.

sábado, 16 de setembro de 2017

Sartori se licencia do cargo por recomendação médica

O vice-governador José Paulo Cairoli assumirá o governo do Estado até o dia 24 de setembro, quando Sartori deve voltar às atividades

O Sartori se licencia do cargo, depois de 3 anos sem governar o Estado do RS, um terrorista contra os servidores públicos e já disse que será pior nos 15 anos como governicho.

Frases contra os terroristas:

"Terroristas não saqueiam para possuir, nem matam para saquear. Matam para punir e purificar através do sangue."

Umberto Eco

"Os direitos humanos são violados não só pelo terrorismo, a repressão, os assassinatos, mas também pela existência de extrema pobreza e estruturas econômicas injustas, que originam as grandes desigualdades."

Papa Francisco

terça-feira, 27 de junho de 2017

O governo do RS, ou governicho, Sartori tentará votar nesta terça-feira projetos do pacote

Piratini não conseguiu fechar ajuda da União, extinguir fundações ou aprovar propostas no primeiro semestre

O governo de José Ivo Sartori chega ao fim dos primeiros seis meses de 2017 — a um ano e meio da conclusão do mandato — colecionando impasses. Por diferentes razões, não conseguiu assegurar o socorro financeiro da União nem concluir a extinção de seis fundações estaduais. Também não teve votos suficientes para aprovar os projetos remanescentes do pacote de ajuste fiscal, que devem voltar ao plenário nesta terça-feira, na derradeira tentativa de zerar a pauta até o recesso parlamentar.
Aliados de Sartori evitam falar em "semestre perdido" e destacam anúncios recentes nas áreas de segurança e educação — como a promessa de construir três novas prisões e liberar verbas para reformas em escolas —, mas o sentimento é de que a gestão patinou em temas considerados estruturais.
"Foi um primeiro semestre pouquíssimo produtivo. O governo não teve apoio na Assembleia e ficou muito tempo girando em torno de assuntos que não avançaram. Andou em círculos. Agora, precisa ter foco e acelerar o passo para ver se ainda dá para fazer alguma coisa em 2017, porque 2018 é ano eleitoral. Tudo fica mais difícil" — avalia Celso Bernardi, presidente estadual do PP.
Aposta do Piratini para voltar a pagar salários em dia, o acordo com a União é a principal fonte de preocupação para Bernardi e os demais apoiadores de Sartori. Em janeiro, a expectativa da Secretaria da Fazenda era aderir ao regime de recuperação fiscal até maio, mas o auxílio foi condicionado à venda de estatais, e a situação se complicou. Hoje, a adesão está indefinida.
Quanto ao fechamento de seis fundações e da Companhia Rio-Grandense de Artes Gráficas, decisões judiciais postergaram os planos do Piratini de concluir o semestre levando a cabo a redução do Estado. O processo deveria estar concluído em julho, com a demissão de cerca de 800 servidores, mas passou a ser mediado pela Justiça do Trabalho, e as audiências estão longe do fim.
Outro revés de Sartori nos últimos seis meses foi a fragmentação da base aliada. Desde dezembro, quando garantiu a aprovação de 14 dos 15 textos levados à votação, a articulação política falha. A principal perda foi a deserção do PDT, que se prepara para lançar candidato próprio ao Piratini em 2018.
Sem votos suficientes, o governo protelou, semana após semana, a votação do pacote. Até o início de junho, não conseguiu aprovar nenhum projeto de impacto. A emenda à Constituição que dispensaria plebiscito para privatizar CEEE, Sulgás e Companhia Riograndense de Mineração (CRM) acabou arquivada, e as pretensões do Piratini de ouvir a população sobre o assunto ainda neste ano naufragaram. Ainda assim, o líder do governo na Assembleia, Gabriel Souza (PMDB), diz ver na derrota uma vitória:
"A decisão pelo plebiscito foi um ato de coragem do governador e revelou à sociedade quais são os partidos contrários a esse instrumento. Mostrou quem é quem."
No que depender de Sartori, que já age como candidato à reeleição, a consulta popular será realizada em outubro de 2018. Outra decisão do governador, segundo o chefe da Casa Civil, Fábio Branco, é usar as três próximas sessões legislativas antes que os parlamentares entrem em recesso, em 17 de julho, para finalizar a votação do pacote — e, assim, quebrar a imagem de paralisia:
"As dificuldades do primeiro semestre não se deram por falta de empenho do governo, mas por uma impossibilidade de avançar. Se até agora tivemos poucos resultados na Assembleia, quero garantir que vamos limpar a pauta, até para podermos planejar o segundo semestre."
Na oposição, o ultimato é encarado com ceticismo.
"O governo disse tantas vezes que iria colocar em votação e não cumpriu, que já não acreditamos mais. Por que agora seria verdade?" — questiona o deputado Pedro Ruas (PSOL).
A situação do pacote de Sartori

Dos 11 textos remanescentes do pacote de ajuste fiscal, apenas uma proposta de emenda à Constituição (PEC) foi aprovada em primeiro turno neste semestre — precisa passar por nova votação para aprovação definitiva. Confira a situação de cada projeto.
Data de pagamento: a PEC 257/2016 revoga o artigo constitucional que estabelece o último dia do mês para pagamento dos servidores, bem como a data de 20 de dezembro para o 13º salário. Situação: sem votação.
Plebiscito para privatizações: a PEC 259/2016 retira da Constituição Estadual a necessidade de plebiscito para os casos de alienação, transferência do controle acionário ou extinção de CEEE, CRM e Sulgás. Situação: arquivada em junho deste ano.
Cedência para sindicatos: a PEC 256/2016 elimina a remuneração, por parte do Estado, de servidores que não desempenham funções nas quais foram nomeados após concurso por estarem cedidos a entidades de classe. Situação: sem votação.
Adicionais por tempo de serviço: a PEC 258/2016 extingue o direito aos adicionais por tempo de serviço dos servidores estaduais aos 15 anos (15%) e aos 25 anos (10%). Situação: sem votação.
Fim da licença-prêmio: a PEC 242/2015 extingue a licença-prêmio por assiduidade e cria a licença-capacitação. A intenção do Piratini é "conter a expansão de um dos principais itens das despesas do Tesouro". Situação: sem votação.
Créditos fiscais presumidos: o PL 214/2015 limita a apropriação de créditos fiscais presumidos pelas empresas, entre 2016 e 2018, ao valor correspondente a 70% do total. Significa reduzir em 30% os benefícios. Situação: pode ser votado nesta terça-feira.
Averbação de licenças: o PLC 243/2016 proíbe averbação da licença especial em dobro para PMs. Hoje, os PMs podem optar por não tirar licenças para se aposentar mais cedo. Com a proibição, o tempo de serviço aumentará em três anos. Situação: pode ser votado nesta terça-feira.
Plantões da Susepe: o PLC 245/2016 elimina o regime de plantão da Susepe de 24 horas de trabalho por 72 ou 96 horas de folga nos presídios. Estabelece jornada de 40 horas semanais igual à dos demais servidores. Situação: pode ser votado nesta terça-feira.
Sobras de recursos de poderes: o PL 254/2016 converte os saldos dos recursos financeiros de órgãos e poderes não usados até o fim de 2016 para o fundo de reforma do Estado. Projeto enfrentou resistência do Judiciário. Situação: arquivada em maio.
Regras de aposentadoria: a PEC 261/2016 altera o conceito de tempo de serviço pelo de contribuição na Constituição Estadual. A regra impossibilita formas de contagem de tempo fictícias para a aposentadoria. Situação: pode ser votada nesta terça-feira.
Brigada nos presídios: a PEC 255/2016 exclui a guarda externa dos presídios das atribuições da Brigada. Segundo o Piratini, outras categorias podem fazer a atividade, liberando PMs para o policiamento ostensivo. Situação: aprovada em primeiro turno em 13 de junho.

Sem privatização, socorro é incerto

Desde o início de 2017, as dúvidas em torno da adesão do Estado ao plano de recuperação fiscal proposto pela União se ampliaram. Na última semana, o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, voltou a ouvir de técnicos do Tesouro Nacional, em Brasília, que não haverá acordo se o Rio Grande do Sul não oferecer ativos como contrapartida. A oferta depende de privatizações.
"Estamos sem saída" — disse Feltes, ao final do encontro.
Para atender à exigência federal, o Palácio Piratini tentou colocar em votação, ao longo de todo o primeiro semestre, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que dispensaria a necessidade de plebiscito para vender CEEE, Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e Sulgás. Por falta de votos, após meses de tentativas infrutíferas, a PEC nem sequer foi a plenário.
Mesmo assim, o governo esperou até o fim de maio para mudar a estratégia e enviar uma proposta de decreto legislativo (PDL) à Assembleia, pedindo a convocação de consulta popular para novembro. Por exigência legal, teria de ser aprovado até 15 de junho. Não foi.
Com base em parecer da Procuradoria-Geral da Assembleia, o presidente da Casa, Edegar Pretto (PT), devolveu a proposta, argumentando que o Piratini deveria, primeiro, apresentar projeto de lei especificando o que faria com as empresas. Contrariado, o governo acabou cedendo à manobra e protocolando o novo texto, mas perdeu a chance de ouvir a opinião da população neste ano. O projeto segue tramitando.
"Infelizmente, faltou foco. O governo deveria ter convocado esse plebiscito em 2016, nas eleições municipais. Esperou demais e deu no que deu" — lamenta Celso Bernardi, presidente estadual do PP.
Agora, a consulta deverá ficar para 2018. Até lá, o socorro federal só se tornará possível se o Ministério da Fazenda recuar na exigência dos ativos.
"O Tesouro Nacional está se portando de maneira inflexível, mas, quando o assunto se esgotar entre os técnicos, vamos levar essa questão ao alto escalão, para tentar uma saída política. Não vejo por que o Estado não possa fechar um acordo envolvendo apenas a suspensão da dívida com a União. Para isso, não são necessários ativos" — sustenta o líder do governo na Assembleia, Gabriel Souza (PMDB).
Em caso de êxito, o pagamento das parcelas seria suspenso por três anos. A carência na dívida significaria fôlego momentâneo de R$ 9,5 bilhões ao caixa — valor a ser cobrado ao fim do período, com juros e correção. O secretário da Fazenda diz que, sem esse respiro, a situação financeira ficará pior, mas reconhece que o alívio seria insuficiente para sanar as contas.

Extinção de órgãos depende de acordos

Nenhum funcionário foi demitido até agora, embora a autorização para a extinção de seis fundações e da Companhia Rio-Grandense de Artes Gráficas (Corag) tenha sido aprovada em dezembro passado pela Assembleia. Os desligamentos foram suspensos por decisão judicial e dependem de acordos coletivos para avançar.
Depois de duas rodadas de negociação direta sem resultados, o processo passou a ser mediado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). As audiências começaram com a Fundação Piratini. Para o próximo dia 17, está marcada reunião para tratar do caso da Corag. Não há prazo para a conclusão das conversas. Enquanto isso, as entidades seguem funcionando.
O governo obteve aval do Legislativo para encerrar 12 estruturas estaduais. Cinco delas foram fechadas, como a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária e a Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, mas resultaram em apenas 26 servidores desligados e 62 cargos de chefia cortados.
A maioria das dispensas previstas envolve os sete órgãos cujo futuro está em discussão - entre os quais, Fundação de Economia e Estatística e Fundação Zoobotânica. Inicialmente, o governo trabalhava com a estimativa de 1,2 mil desligamentos, mas o número previsto caiu para cerca de 800, a partir do entendimento de que parte dos servidores tem estabilidade assegurada.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Até 2018 - último do ano no Estado/RS - ainda o Sartori não sabe como governar, é um governicho

Sartori anuncia acordo com poderes sobre gastos em 2018

Lei que guia elaboração do orçamento prevê congelamento do custeio e 3% para a folha

Vejam o vídeo:

Em uma ação contra a crise que abala as finanças estaduais, os chefes dos três poderes e de outras três instituições aceitaram congelar a previsão de gastos para o orçamento de 2018. O acordo pautará a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano.

O texto, cuja elaboração compete ao Executivo, será encaminhado pelo Palácio Piratini para a Assembleia Legislativa na segunda-feira. Os deputados estaduais terão dois meses para votar a norma que serve como guia para a elaboração do orçamento público estadual.

A LDO vai propor a manutenção do valor destinado ao custeio nos patamares deste ano e a correção de 3% para cobrir o crescimento vegetativo da folha de pessoal. As regras valerão para Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas e Defensoria Pública.

"Isso foi construído de forma dialogada. Acredito que esse seja um momento histórico" – declarou Sartori ontem, ao lado dos chefes dos outros poderes e instituições.
Na prática, assim como nos últimos dois anos, os salários dos servidores do Executivo ficarão congelados no ano que vem. A novidade é que a medida poderá atingir os vencimentos dos funcionários dos outros órgãos. Com a correção de 3% sobre a folha, no Executivo, por exemplo, é possível honrar apenas promoções, reposição de servidores e vantagens temporais.


Presidente do TJ fala em revisão dos números


A autonomia entre os poderes é mencionada quando os representantes das instituições são questionados sobre a possibilidade de reajustes, mesmo sem previsão orçamentária. Cada órgão tem independência para fazer o manejo no seu orçamento para complementar eventuais aumentos salariais.

Prevendo essa situação, o presidente da Assembleia, Edegar Pretto (PT), afirma que não fez acordo contra os trabalhadores para o congelamento de salários. Diz ainda que a situação será discutida posteriormente.

"O Legislativo vai olhar suas condições, outras possibilidades" – assinala o presidente do Legislativo gaúcho.
Presidente do Tribunal de Justiça, Luiz Felipe Silveira Difini destaca que negociações seguirão sendo realizadas com o Executivo e que há a possibilidade de pleitear, nos próximos meses, revisão dos números fechados pelo Piratini.
"Temos uma base orçamentária mais favorável, temos um quadro de inflação diminuindo e temos o andamento do plano de recuperação dos Estados em âmbito federal" – argumenta o chefe do Judiciário.

Procurador de Justiçã prega compreensão


Quando a LDO do ano passado foi protocolada na Assembleia, previa o limite de 3% no crescimento da folha salarial dos poderes e das instituições. Como a medida havia sido tomada pelo Executivo sem consulta às demais instituições, houve reclamação na Justiça. O Ministério Público protocolou ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a situação.

A medida não será repetida desta vez, de acordo com o procurador-geral de Justiça, Marcelo Dornelles. Ele também comenta a possibilidade de que não seja concedido reajuste salarial para os servidores do Ministério Público Estadual.

"Na atual situação de crise, todos terão de ter compreensão em relação a isso. Então, se os salários terminaram de ser pagos ontem (terça-feira), como vai se pensar em reajuste nesses termos?" – questiona Dornelles.
O procurador afirma que o diálogo com o Piratini vai continuar aberto e destaca que eventual situação econômica melhor poderá se refletir positivamente no orçamento e permitir proposta de reajuste.
"Se não melhorar, infelizmente, não tem o que fazer" – conclui Dornelles.
MATEUS FERRAZ/ZH