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terça-feira, 7 de novembro de 2023

Mauro Cid detalha funcionamento de ‘gabinete do ódio’ de Bolsonaro em delação, diz jornal

Foto: Wilton Junior/Estadão
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, detalhou, em seu acordo de delação premiada, como funcionava o “gabinete do ódio” do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o jornal O Globo, a Polícia Federal (PF) teria exigido que Cid detalhasse o papel de cada ex-assessor do ex-chefe do Executivo no esquema montado no Palácio do Planalto para atacar adversários políticos via redes sociais.

A citação aos integrantes do gabinete do ódio teria sido uma das exigências para que o acordo fosse homologado em setembro. De acordo com o jornal, Cid relatou ainda a relação dos membros do grupo com os integrantes do clã Bolsonaro. A existência do “gabinete do ódio” foi revelada pelo Estadão em 2019.

A delação de Cid já revelou informações sobre a venda ilegal das joias sauditas, a fraude nos cartões de vacina no sistema do Ministério da Saúde e a tentativa de golpe de Estado após a divulgação dos resultados das eleições do ano passado.

Como ajudante de ordens, Mauro Cid teve acesso livre ao Palácio do Planalto, estando ao lado do Bolsonaro em entrevistas, lives, reuniões e até mesmo em salas de cirurgias, sendo o braço-direito e secretário particular de Bolsonaro nos quatro anos do governo passado. As memórias dele e os acessos que teve aos locais tornam a delação um problema para o ex-chefe do Executivo.

Mauro Cid foi preso no dia 3 de maio, em uma operação da PF que investiga a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19 no sistema de saúde. Após ter o pedido de delação premiada homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Cid foi liberado de um quartel onde estava detido no dia 9 de setembro.

terça-feira, 19 de maio de 2020

Caso Queiroz: suplente de Flávio Bolsonaro diz que senador foi alertado antecipadamente sobre operação da PF

Envolvido em uma série de escândalos de corrupção com investigações em curso, o nome de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, voltou às manchetes dos jornais neste domingo (17).
©/Instagram
Reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo aponta que, em dezembro de 2018, com o presidente Jair Bolsonaro recém-eleito, Flávio Bolsonaro teria contado ao empresário Paulo Marinho, um dos mais próximos apoiadores de seu pai e que foi candidato a suplente na chapa de Flávio para o Senado, que havia sido informado com antecedência sobre o fato de que Queiroz seria um dos alvos da Operação Furna da Onça. Na época, ninguém sabia onde estava Queiroz.
A operação, deflagrada em novembro daquele ano, investigava esquemas de propinas pagas pelo ex-governador Sérgio Cabral a deputados aliados, além do loteamento de cargos e de mão de obra terceirizada em órgãos como o Detran-RJ.
De acordo com a publicação, que entrevistou o empresário Paulo Marinho, Flávio Bolsonaro teria sido avisado da existência da operação, então sigilosa, entre o primeiro e o segundo turnos das eleições, por um delegado da Polícia Federal que era simpatizante da candidatura de Jair Bolsonaro.
Além disso, segundo Marinho, o filho de Bolsonaro contou que os policiais seguraram a operação para que ela não ocorresse durante o segundo turno das eleições, prejudicando a candidatura de Bolsonaro.
O delegado-informante teria aconselhado ainda Flávio a demitir Fabrício Queiroz e a filha dele, que trabalhava no gabinete de deputado federal de Jair Bolsonaro em Brasília. Os dois, de fato, foram exonerados naquele período —mais precisamente, no dia 15 de outubro de 2018.
O que pesa contra Queiroz e Flávio
Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e amigo de Jair Bolsonaro desde a década de 1980, passou a ser investigado em 2018 depois que o Coaf (atual Unidade de Inteligência Financeira) identificou diversas transações suspeitas.
Segundo o órgão, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, valor que seria incompatível com seu patrimônio e ocupação, e recebeu transferências em sua conta de sete servidores que passaram pelo gabinete de Flávio.
Essas movimentações atípicas, que vieram à tona num braço da Operação Lava Jato, levaram a uma investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro. Há a suspeita de que as transferências se devessem a um esquema de "rachadinha", no qual parte dos salários dos assessores seria devolvida a Flávio ou destinada a outro fins, o que Flávio nega.
Flávio recorreu ao Supremo Tribunal Federal para barrar a apuração, mas foi derrotado, e as investigações foram retomadas por decisão do ministro Gilmar Mendes.
No fim de abril, em outro revés para o senador, o ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou um pedido para que as investigações fossem suspensas.
Para os investigadores, Flávio Bolsonaro é chefe de uma organização criminosa que atuou em seu gabinete na Assembleia Legislativa entre 2007 e 2018, e parte dos recursos movimentados no esquema foi lavada em uma franquia de chocolate da qual ele é sócio.
Promotores investigam ainda se a "rachadinha" teria sido usada para financiar uma milícia que era comandada pelo ex-policial Adriano Nóbrega, morto em fevereiro.
Danielle Mendonça, ex-mulher de Nóbrega, trabalhou como assessora de Flávio. Em conversas de WhatsApp acessadas pelos investigadores, ela disse que o ex-marido ficava com parte do salário que ela recebia do gabinete.
Flávio é investigado sob suspeita de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Não há informações detalhadas sobre os próximos passos nem previsão de conclusão porque os processos correm sob sigilo.
O senador nega ter cometido qualquer ilegalidade no caso.
Muitas mudanças na PF
Em agosto de 2019, Bolsonaro anunciou a troca de superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro: Ricardo Saadi foi substituído por Carlos Henrique Oliveira. O presidente mencionou problemas de "gestão e produtividade", mas a instituição negou problemas de desempenho da chefia.
Embora o superintendente da PF no Rio não tivesse ingerência sobre casos envolvendo a família Bolsonaro, houve uma avaliação de que Bolsonaro trocou o superintendente porque a atuação de Saadi estava em sintonia com autoridades que lidavam com o Caso Queiroz — que investiga supostos elos entre milícias do Rio de Janeiro — no âmbito estadual, com o Ministério Público do Rio de Janeiro.
© Reuters
Após a tensa demissão de Sergio Moro do comando do Ministério da Justiça e de Maurício Valeixo da chefia da Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro nomeou um amigo de sua família, o delegado federal Alexandre Ramagem Rodrigues, que dirigia a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para comandar a principal instituição policial do país.
A nomeação, no entanto, foi suspensa por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que citou as alegações de Moro e afirmou que há indício de desvio de finalidade na escolha de Ramagem, "em inobservância aos princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e do interesse público".
© Carolina Antunes/PR
Cinco dias depois da suspensão, Bolsonaro nomeou no delegado Rolando Alexandre de Souza como novo diretor-geral da Polícia Federal. Ele era delegado da Polícia Federal e desde setembro de 2019 ocupava o cargo de secretário de Planejamento e Gestão da Abin, aonde chegou por indicação de Alexandre Ramagem.
Ao pedir demissão, Sergio Moro disse que Bolsonaro quer um diretor da PF que lhe passe informações sobre investigações. Ele disse que o presidente manifestou especial interesse em inquéritos que tramitam no STF. Um dessas investigações apura a disseminação de notícias falsas e ataques aos ministros do Supremo.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a PF teria identificado envolvimento do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, filho do presidente, nessas ações criminosas.
Outra investigação apura o envolvimento de parlamentares na convocação de protestos antidemocráticos e tem potencial para atingir outro dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, e outros aliados do presidente no Congresso.
Ao responder as acusações de Moro, Bolsonaro destacou que é prerrogativa presidencial escolher a direção da PF. Ele defendeu seu direito de pedir informações sobre investigações que envolviam a si mesmo e sua família, como o inquérito que apurou a facada que levou de Adélio Bispo durante a eleição e a apuração sobre o porteiro de seu condomínio no Rio, que lhe citou em depoimento sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco.
Questionado no Facebook sobre a possível nomeação de um amigo da família para diretor da PF, o Bolsonaro respondeu: "E daí? Antes de conhecer meus filhos, eu conheci o Ramagem. Por isso deve ser vetado? Devo escolher alguém amigo de quem?".

terça-feira, 5 de maio de 2020

A bandidagem começou veloz no primeiro dia do novo diretor da PF

Novo diretor da PF muda chefe no Rio, área que interessa a Bolsonaro e filhos
O novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza, trocou o comando da superintendência da corporação no Rio de Janeiro, área de interesse do presidenteJair Bolsonaro e seus filhos. A mudança foi uma das primeiras ações do novo chefe da PF após ser empossado nesta segunda, 4, cerca de 20 minutos depois de ser nomeado ao cargo.
© Fornecido por Estadão
O superintendente Carlos Henrique Oliveira, do Rio, foi convidado por Rolando Alexandre de Souza para assumir a direção-executiva da PF, o que o coloca como número dois do novo diretor. A promoção foi vista por delegados como uma forma "estratégica" de trocar o comando da Polícia Federal fluminense.
Oliveira poderá ser ouvido pela Polícia Federal no inquérito que apura desvio de finalidade e tentativa de "interferência política" de Bolsonaro na corporação. Nesta segunda, o procurador-geral da República Augusto Aras pediu ao Supremo que autorizasse o depoimento do novo diretor-executivo.
Em agosto do ano passado, Oliveira teve envolvimento com crise deflagrada entre o presidente e o ex-ministro Sérgio Moro pela troca de comando na PF. Além dele, deverão ser ouvidos no caso o ex-diretor-geral da PF, Maurício Valeixo e o superintendente no Amazonas, Alexandre Saraiva, nome que havia sido indicado por Bolsonaro para o comando da corporação no Rio.
Aras quer que os delegados prestem informações acerca de "eventual patrocínio, direto ou indireto, de interesses privados do Presidente da República perante o Departamento de Polícia Federal, visando ao provimento de cargos em comissão e a exoneração de seus ocupantes".
Ao anunciar demissão do governo Bolsonaro, o ex-ministro Sérgio Moro afirmou que Bolsonaro havia expressado não apenas o desejo de trocar a chefia da PF, como o de superintendentes, como o do Rio de Janeiro. Fontes confirmaram ao Estado que o ex-ministro citou essas declarações em depoimento à Polícia Federal no último sábado, 2.
"O problema é que nas conversas com o presidente e isso ele me disse expressamente, que o problema não é só a troca do diretor-geral. Haveria intenção de trocar superintendentes, novamente o do Rio, outros provavelmente viriam em seguida, como o de Pernambuco, sem que fosse me apresentado uma razão para realizar esses tipos de substituições que fossem aceitáveis", disse Moro, ao pedir demissão do governo.
A Polícia Federal do Rio foi responsável por atuar em um dos casos de maior repercussão no Estado: a operação Furna da Onça, que levou à prisão diversos deputados estaduais. A operação mirou, entre outros fatos, as "rachadinhas" de servidores e deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
A operação não mirou Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), senador e filho do presidente investigado pela prática, mas levou à produção de relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que detectou a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz. O caso foi revelado pelo Estado.
Bolsonaro tentou trocar o comando da PF no Rio em agosto do ano passado. À época, o presidente disse que "ficou sabendo" que o então superintendente Ricardo Saadi seria substituído pelo delegado Alexandre Silva Saraiva, chefe da PF em Manaus. Saraiva é próximo dos filhos do presidente.
O presidente também afirmou que a troca seria motivada por "questões de produtividade", surpreendendo a cúpula da PF, que contradisse o presidente ao afirmar que a substituição de Saadi "á estava planejada, não tinha qualquer relação com desempenho" e que o nome que assumiria o comando seria o delegado Carlos Henrique Oliveira.
Em resposta, Bolsonaro ameaçou manter a indicação de Saraiva,dizendo que "dá liberdade para os ministros todos, mas quem manda sou eu" e provocando crise com o então ministro Sérgio Moro e o diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo.

domingo, 26 de abril de 2020

PF identifica Carlos Bolsonaro como articulador em esquema criminoso de fake news

Investigação sigilosa é conduzida em inquérito no STF (Supremo Tribunal Federal)
Carlos Bolsonaro (Foto: Magalhães Jr/Photo Press/Folhapress)
Em inquérito sigiloso conduzido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a Polícia Federal identificou o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, como um dos articuladores de um esquema criminoso de fake News.
Dentro da Polícia Federal, não há dúvidas de que Bolsonaro quis exonerar o ex-diretor da PF, Maurício Valeixo, ‘homem de confiança’ do ex-Ministro da Justiça Sergio Moro, porque tinha ciência de que a corporação havia chegado ao seu filho, chamado por ele e vereador do Rio de Janeiro pelo partido Republicanos.
Para o presidente, tirar da direção do PF poderia abrir caminho para obter informações da investigação do STF ou inclusive trocar o grupo de delegados responsáveis pelo caso.
Um dos quatro delegados que atuam no inquérito é Igor Romário de Paula, que coordenou a Lava Jato em Curitiba quando Sergio Moro era o juiz da operação.
Valeixo, diretor da PF demitido por Bolsonaro, foi superintendente da polícia no Paraná no mesmo período e escalado por Moro para o comando da polícia. 
A exoneração de Valeixo do cargo de diretor-geral da corporação levou Moro a pedir demissão. Ele acusou Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente na polícia.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Polícia Federal faz operação na casa do ex-presidente Lula, na Grande SP

Há também agentes da PF na casa do filho do ex-presidente e no Instituto Lula

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira, a 24ª fase da Operação Lava-Jato no prédio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu filho Fábio Luíz da Silva, o Lulinha. O ex-presidente foi encaminhado à Polícia Federal. Ele é alvo de mandado de busca e apreensão e de condução coercitiva. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Na casa de Lula, em São Bernardo, quatro carros chegaram às 6h e ainda estão no local. No local onde Lulinha mora, em Moema, dois carros da PF e um da Receita Federal estão no local também desde às 6h.
Batizada Aletheia, esta fase da operação apura se empreiteiras favoreceram Lula por meio do sítio de Atibaia e do triplex no Guarujá. Cerca de 200 agentes da PF e 30 auditores da Receita Federal cumprem, ao todo, 44 mandados judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Bahia.
Há também agentes da PF no Instituto Lula, no bairro Ipiranga, e na Odebrecht, na Marginal Pinheiros.
A operação foi deflagrada um dia depois da revelação de um acordo de delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS), na qual ele teria afirmado que Dilma e Lula tentaram interferir na Lava-Jato.