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domingo, 26 de setembro de 2021

MP abre inquérito para apurar suposta improbidade e marca audiência de vereador do PSL

Recém chegou como vereador de Porto Alegre e agora já tem denúncias da Susepe, da Câmara e do MP... Já está mal o agente penitenciário Alexandre Bobadra

O Ministério Público (MP) instalou inquérito para apurar suposta prática de atos de improbidade administrativa pelo vereador de Porto Alegre Alexandre Bobadra (PSL), apontou a existência de “robusta prova indiciária” e, ao concluir que a fase probatória está finalizada, agendou depoimento do investigado para o dia 7 de outubro.

As informações constam nos despachos da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, cuja consulta é pública. Bobadra é investigado por ter acumulado os salários de vereador e de agente penitenciário estadual, a partir de 1º de janeiro de 2021, mesmo sem trabalhar na segunda função. Somente entre janeiro e março, em valores brutos, ele recebeu R$ 40,3 mil. O caso foi revelado em reportagem do Grupo de Investigação da RBS (GDI). Em manifestação de defesa, Bobadra nega qualquer ilicitude e afirma ter “vasta documentação” para comprovar a legalidade dos seus atos perante o MP (veja contraponto na íntegra ao final)

Desde janeiro, o parlamentar emendou licenças paternidade, saúde e prêmio, além de um período de férias, para manter-se vinculado à função, recebendo o soldo sem a necessidade de cumprir escala na Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).

Os artigos 38 da Constituição e o 156 da lei complementar 10.098 dizem que o vereador somente poderá acumular funções do setor público caso haja compatibilidade de horários. Ou seja, se não há como exercer o mandato de vereador e cumprir carga horária da outra função pública, o parlamentar deve se licenciar do cargo efetivo. 

A análise dos fatos e documentos aqui reunidos permite concluir pela presença de indícios probatórios de conduta ímproba praticada por Alexandre Bobadra, consistente na vulneração de princípios regentes da administração pública, notadamente o da legalidade, o da moralidade e da lealdade com as instituições, bem como prejuízo ao erário”, despachou o promotor Cláudio Ari Mello, no ato de instauração do inquérito civil, em 7 de julho.

No trâmite processual, consta comunicado da Susepe informando que Bobadra “não solicitou afastamento de suas funções após ter sido eleito e empossado vereador”. É registrado que ele requereu, em 1º de março de 2021, a troca da sua lotação na Susepe para que pudesse fazer uma escala de trabalho diferenciada e “sem previsão legal”. Ele tentou deixar a Escola dos Serviços Penitenciários, de horário comercial diário, para concorrer a plantões apenas às sextas, sábados e domingos na Divisão de Segurança e Escolta, o que foi considerado ilegal, diz o MP. 

Está inequivocamente demonstrado que Alexandre tinha conhecimento e compreensão da impossibilidade de conciliar os horários para se manter em atividade nos dois cargos públicos”, anotou o promotor.

Enquanto recebia os salários sem trabalhar, Bobadra acumulava licenças na Susepe. Uma delas foi a licença-prêmio entre 1ª de março e 29 de maio, na qual foram detectadas possíveis irregularidades pela própria Susepe após a publicação da reportagem do GDI. 

O formulário de requerimento continha falha ou rasura no número de dias de licença solicitados, não estava corretamente datado (o que impossibilitava saber a data do protocolo do requerimento), bem como não foi assinado pela chefia imediata do servidor”, registra o MP. 

A própria Susepe, após o caso tornar-se público, declarou em processo administrativo “a total incompatibilidade de horários” entre as atribuições de vereador e de agente penitenciário. A licença-prêmio concedida ao parlamentar acabou anulada. A Susepe modificou a situação funcional de Bobadra para “em licença para exercer mandato público efetivo” a partir de 1º de janeiro de 2021. Em ato administrativo, o órgão penitenciário ainda requisitou a restituição aos cofres públicos dos salários recebidos sem trabalhar. O MP, nos autos, busca junto ao governo estadual alguma comprovação sobre a realização ou não do ressarcimento ao erário. 

Em agosto, o inquérito foi redistribuído para a promotora Roberta Brenner de Morares. Em setembro, ela considerou que “as provas necessárias aos encaminhamentos finais já foram produzidas” e designou audiência para ouvir Bobadra no dia 7 de outubro. 

CONTRAPONTO 

Por telefone, o vereador Alexandre Bobadra se manifestou em três tópicos, assegurando a legitimidade e a legalidade dos seus atos. Diz o parlamentar:

1 - Foi juntada perícia comprovando que não houve rasura nenhuma no pedido e concessão de licença-prêmio.

2 - O pedido de remoção interna na Susepe foi feito em dezembro de 2020. Temos vasta documentação a respeito.

3 - Não pretendo me manifestar mais para não prejudicar a minha audiência do dia 7 de outubro.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Os 100 anos do Mestre

 Por https://mariomarcos.wordpress.com 

O brasileiro mais citado em livros e trabalhos científicos, autor de alguns dos livros mais consultados em algumas das melhores bibliotecas do mundo, fez 100 anos no domingo. Paulo Freire, o educador que desenvolveu métodos revolucionários de alfabetização, recebeu homenagens até do Gooble, que ilustrou sua página de abertura (foto) com a caricatura do educador.

No Brasil oficial dos bolsominions, nada, Paulo Freire segue como um incômodo para mentes desprovidas de inteligência.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

O que foi a Revolução da Farroupilha? Os gaúchos estão enganados.

Por Juremir Machado da Silva, escritor, jornalista, tradutor e professor universitário  

"Eu acho que os gaúchos estão enganados. Nós deveríamos comemorar menos a revolução de 20 de setembro de 1835 e mais a revolução de 3 de outubro de 1930. Muita gente sabe o que foi a primeira e poucos sabem o que foi a segunda. A Revolução de 30 foi comandada pelos gaúchos, foi vitoriosa, mudou o Brasil e suas consequências se fazem sentir até hoje. A Guerra dos Farrapos foi regional, de proprietários e fazendeiros, não mudou nada em nossas vidas e não teve maiores consequências para os dias de hoje, a não ser no imaginário das pessoas em certos festejos e folclore. Ela não foi o que se apregoa nos CTGs, na Semana Farroupilha e tudo o mais. Não foi abolicionista, libertadora, nem emancipacionista. Fazendeiros se sentiam prejudicados em alguns aspectos, como impostos altos e com o desprezo do Império pela província. Eles, no início, não eram republicanos, não pensavam em libertar os escravos, não tinham grandes ideais. Tinham, sim, alguns interesses econômicos e não mais. O processo da revolução os arrastou e eles foram precisando tomar outras posições, como proclamar uma república, que inicialmente nem mesmo Neto e Bento Gonçalves queriam. Eles foram se transformando com o passar dos anos, mas essa transformação nunca fez deles heróis emancipadores. Tentar dizer hoje que eles eram progressistas é falso e isso dá para provar, a começar pelo fato de que o movimento foi financiado, em determinado momento, pela venda de escravos no Uruguai, e isso é uma novidade do meu livro e sobre a qual não adianta eles (os tradicionalistas) espernearem e dizerem que não."

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

No dia 07 de setembro, o Bolsonaro foi patético quando queria um golpe no Brasil

No dia da Independência do Brasil Bolsonaro queria um golpe, contra o STF (Superior Tribunal Federal) e queria só ele tomar as decisões, sem a Justiça e a oposição. Ele foi patético e também trágico para todo o povo, sem mencionar “o gado” que apoia o Bolsonaro.

Em um relatório de 226 páginas, um grupo de juristas, coordenado pelo ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior, aponta uma série de crimes cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia.

O documento foi entregue na terça-feira 14 à CP, O estudo aponta que Bolsonaro cometeu crimes de responsabilidade, de saúde, contra a administração pública, contra a paz pública e contra a humanidade. Dentre eles, a infração de medidas sanitárias preventivas, charlatanismo, incitação ao crime e prevaricação.

Enquanto isso, a ruína econômica deve-se as decisões mal tomadas, como as da saúde, estamos numa pandemia já há um e meio, com inflação principalmente na alimentação, nos combustíveis, no gás e aumento do número de pobres e miseráveis.

O Bolsonaro é um fascista, quer voltar a ditadura, apoiam torturas, interferem na Polícia Federal e quer lutar contra o STF. Esse péssimo presidente regrediu o Brasil, não gosta dos direitos humanos, é contra a eleição com urna eletrônica, estimula o uso de arma para todas pessoas, que, logicamente, vai aumentar os homicídios.

A valentia do Bolsonaro, nos discursos e violência no 7 de setembro, não durou três dias. O capitão no Exército teme avanços das investigações que envolvem e disseminação suas mentiras de fake News e as rachadinhas.

Com a imagem derretendo até entre os bolsonaristas mais radicais, resta-nos saber até quando o presidente usará a máscara do 'Jairzinho Paz e Amor'.

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Polícia indicia nove agentes penitenciários por fuga de presos em Passo Fundo

Fuga ocorreu em janeiro de 2019 e teria sido facilitada por servidores. Secretaria de Justiça e Sistema Penal do RS pediu acesso às investigações para apurar participação de agentes. Cinco dos nove seguem trabalhando na unidade, diz delegado.

Nove agentes penitenciários foram indiciados pela Polícia Civil por corrupção ao supostamente facilitarem a fuga de presos na Penitenciária Regional de Passo Fundo, no Norte do Rio Grande do Sul. O caso ocorreu em janeiro de 2019, quando 17 apenados deixaram a unidade após uma caminhonete derrubar o portão da cadeia.

O secretário de Justiça e Sistema Penal do RS, Mauro Hauschild, afirmou que soube do resultado dos fatos pela reportagem da RBS TV. O titular da pasta disse que vai solicitar cópia do inquérito à polícia para a possível tomada de providências.

Ao todo, 55 presos foram indiciados por participação no esquema. A Polícia Civil pediu autorização judicial para cumprir 12 mandados de busca 21 de prisão. O Ministério Público deu parecer favorável, mas o Poder Judiciário negou a solicitação.

Por meio da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do RS, a juíza Mônica Marques Giordani afirmou que a decisão foi fundamentada e que não pode se manifestar devido ao sigilo do processo.

Segundo a Polícia Civil, cinco dos nove agentes indiciados seguem trabalhando no presídio.

Nove agentes penitenciários foram indiciados pela Polícia Civil por corrupção ao supostamente facilitarem a fuga de presos na Penitenciária Regional de Passo Fundo, no Norte do Rio Grande do Sul. O caso ocorreu em janeiro de 2019, quando 17 apenados deixaram a unidade após uma caminhonete derrubar o portão da cadeia.

O secretário de Justiça e Sistema Penal do RS, Mauro Hauschild, afirmou que soube do resultado dos fatos pela reportagem da RBS TV. O titular da pasta disse que vai solicitar cópia do inquérito à polícia para a possível tomada de providências.

Ao todo, 55 presos foram indiciados por participação no esquema. A Polícia Civil pediu autorização judicial para cumprir 12 mandados de busca 21 de prisão. O Ministério Público deu parecer favorável, mas o Poder Judiciário negou a solicitação.

Por meio da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do RS, a juíza Mônica Marques Giordani afirmou que a decisão foi fundamentada e que não pode se manifestar devido ao sigilo do processo.

Segundo a Polícia Civil, cinco dos nove agentes indiciados seguem trabalhando no presídio.

Investigação

RBS Notícias, da RBS TV, obteve acesso exclusivo aos detalhes da investigação policial. Segundo o inquérito, até senhas para acessar a internet no presídio eram negociadas com os apenados.

Foram dois anos e meio de apuração. A Polícia Civil concluiu que houve facilitação na fuga dos 17 presos.

"Nós verificamos através das câmeras de segurança da Susepe que não havia ninguém no local olhando as câmeras. Porque os presos colocaram um pano em uma das câmeras que tinha no telhado e aquele pano ficou mais de 30 minutos", diz o delegado Diogo Ferreira, titular da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas.

O delegado afirma que houve facilitação também em outra fuga, ocorrida em 2018. De acordo com a polícia, havia venda de privilégios dentro da cadeia, como a RBS TV mostrou na época.

Áudios gravados por presos relatavam o pagamento de até R$ 10 mil para transferências da triagem para o alojamento, considerado mais confortável.

"Uma vaga para chegar até o alojamento lá custava em torno de R$ 2 mil, R$ 5 mil", diz um dos presos em gravação.

Para a investigação, os presos detinham o controle sobre as decisões internas da rotina do presídio. A cantina da cadeia era a porta de entrada de drogas e armas.

O local ainda vendia produtos com valo bem acima do mercado, como um litro de refrigerante custando R$ 40. Segundo a delegacia, o espaço movimentava milhares de reais por mês. A venda de privilégios incluía também a comercialização de camas e até senhas para acessar a rede de internet da penitenciária.

"Era uma organização criminosa ali dentro. Tanto composta de agentes prisionais como de presos e visando lucro", afirma o delegado Diogo Ferreira.