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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Em reunião do GT da Polícia Penal, Amapergs oferece contribuições para regulamentação e reivindica participação permanente do sindicato

O Grupo de Trabalho do Governo do Estado que discute a regulamentação da Polícia Penal abriu espaço para uma manifestação da Amapergs Sindicato. 

Durante reunião virtual, nesta quinta-feira (29/10) a tarde, o presidente da entidade, Saulo Felipe Basso dos Santos, defendeu a participação de um representante do Sindicato de forma permanente no GT e que Agentes Penitenciários Administrativos (APAs) e Técnicos Superiores Penitenciários (TSPs) e Monitores Penitenciários sejam incluídos na regulamentação, transformando-os também em Policiais Penais.

O Grupo de Trabalho, que tem o objetivo de elaborar a proposta legislativa de regulamentação da Polícia Penal no RS, é integrado pela Secretaria da Casa Civil, Procuradoria-geral do Estado (PGE), Secretaria Estadual de Governança e Gestão Estratégica, Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Gestão, Secretaria Estadual da Segurança Pública, Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), Secretaria Estadual da Administração Penitenciária (Seapen), Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e o Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (IPERS) e não possui representante dos servidores penitenciários.

Queremos muito contribuir, clarear alguns pontos, ajudar no entendimento do trabalho da Polícia Penal. E fizemos questão de reforçar essa reivindicação durante nossa participação. Como um GT que discute Polícia Penal não ouve os servidores penitenciários que estão na ponta do sistema?”, questiona Saulo.

Em Dezembro de 2019, o Congresso Nacional promulgou a Emenda Constitucional (EC) 104, que cria a Polícia Penal, órgão responsável pela segurança do sistema prisional federal, estadual e do Distrito Federal. Com a transformação em carreira policial, os servidores penitenciários serão equiparados aos membros das demais polícias brasileiras, o que não envolve acréscimo de salário, mas com novas atribuições específicas, que serão reguladas em lei.

Os Policiais Penais, por exemplo, poderão fazer registro de termo circunstanciado, boletim de ocorrência e serão responsáveis por operações de recaptura. Para tanto, bem como policiais civis e militares, receberão armamento, algemas e colete balístico.

Dez estados já regulamentaram a Polícia Penal. Apenas seis, entre os quais o Rio Grande do Sul, estão em fase incipiente nas discussões sobre o tema. Recentemente, em outubro, a Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou em segundo turno, nesta terça-feira (20/10), a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 47/20, que cria a Polícia Penal no RJ. 

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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

O dia 28 de 0utubro para os Funcionários Públicos poderia uma festa, mas com esses governichos e um pesadelo

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, deu início em outra "nova crise" na economia do Estado. Todos os dias os governadores falam de crise, mas isso só com os vencimentos dos funcionários públicos, claro do Executivo não recebem nada.

Agora está em crise - fora do MP, TJ, TC, AL, já que eles ganham muito dinheiro e querem mais -, mas os funcionários do executivo do Estado, como sempre, não “ganharão” nem a inflação e estão com os salários congelados por dois anos.

Todos os governos – desde que eu era funcionário público até 1980 – com o Jair Soares, Pedro Simon, Alceu Collares, Antônio Brito, Olívio Dutra, Germano Rigotto, Yeda Crusius, Tarso Genro, José Sartori e esse é pior Eduardo Leite. Ele aumentou o desconto no IPE Previdência e, claro, tirou dos nossos salários, menos para os pequenos. Todos foram ruins e outros muito mal como governadores, os governichos.

Agora tem o presidente do Brasil, Jair Bosonaro e seu Ministro da Economia, Paulo Guedes, um governicho e querem uma Reforma Administrativa (RA) é uma proposta desastrosa esse projeto contra os servidores públicos. Menos para os servidores militares.

Se for assim, o Leite será mais um governicho, sairá após os quatro anos e será substituído por outro, quem sabe, outro político e não o atual governo. Ou talvez será um bom governo, o primeiro do Rio Grande do Sul.


O Grêmio foi roubado no futebol contra o São Paulo

O Grêmio foi roubado por dois árbitros em dois jogos no Estado de São Paulo. Nas últimas partidas do Grêmio 1 x 2 Santos no domingo e depois foi Grêmio 0 x 0 São Paulo no outro sábado. Nas duas partidas os árbitros foram muito mal contra o Tricolor, principalmente na partida do sábado contra o São Paulo.

Neste ano em todos os torneios e campeonatos no Brasil, têm o VAR (Video Assistant Referee), que tem vídeo de todas as partidas, com outros árbitros para ver a decisão que poderá ser tomada nos lances, nos pênaltis, faltas graves e impedimentos, as filmagens poderão ser vistas no vídeo e não no campo.

Mas o VAR não teria os vídeos para a decisão a favor o time Tricolor. Na partida contra o Santos o árbitro deixou de apitar dois pênaltis contra o Grêmio. O árbitro viu no vídeo e deu um pênalti a favor dos Santos. Mas depois uma falta na área, o árbitro não viu no VAR, mas todos que viram a jogada onde a bola foi na mão do jogador dos Santos, a decisão de pênalti seria certíssima, porém ele não deu.

A partida contra o time do São Paulo foi pior, com erros gravíssimos de arbitragem. O árbitro Rafael Traci foi desastroso as atuações. Foram duas claras faltas na área para o Grêmio e ele, mesmo com os jogadores falando, não foi ver o vídeo. O time paulista fez várias faltas com violência fora da área, mas ele não deu um amarelo no primeiro tempo. No segundo o árbitro deu amarelo, mas já seriam duas faltas, cartão vermelho e expulsão. Duas faltas graves lesionaram dois jogadores do Grêmio que tiveram que sair da partida.

O presidente do Grêmio entrou com um processo no STJD, contra o árbitro por suspeição de fraude e não incapacidade. Queria anulação na partida. Rafael Traci já teria outras situações de “incapacidade” sempre a favor do time paulista. Logicamente, a decisão do STJD na sexta-feira foi “contra a decisão tomada pela entidade de indeferir o pedido a anulação da partida contra o São Paulo”.

Para mim, o árbitro foi ladrão, a favor do São Paulo, na partida!!!

Alguns anos atrás foram expulsos os árbitros corruptos, depois de fazerem apostas em favor de determinados times nas partidas. Agora também têm corrupção na arbitragem no Brasil. Queremos ver o futebol com arbitragens honestas e resultados legais.

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Felipe Neto sobre Bolsonaro e vacina: ‘Não é ignorante, é burro’

Felipe Neto criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por dizer que o foco de combate a covd-19 deve ser investir na cura do novo coronavírus, e não na vacina. O youtuber se manifestou em uma publicação no Twitter, nesta segunda-feira, 26.

Jair Bolsonaro é, sem nenhuma sombra de dúvidas, o Presidente mais burro que qualquer país já teve no século XXI”, opinou Felipe. E continuou: “Burro. Burro, mesmo. Não é ignorante não. É burro”.

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A declaração de Felipe Neto gerou polêmica e nos comentários parte concordou com ele e parte discordou. “Eu me achava burro pelas vezes que errei questões por falta de atenção, mas o atual presidente me faz sentir inteligente”, respondeu um internauta.


Nesta segunda-feira, Bolsonaro afirmou "não entender por que há uma corrida pela vacina contra a covid-19. Nós queremos é buscar uma solução para o caso. Todo mundo diz que a vacina que menos demorou até hoje foram quatro anos. Eu não sei por que correr em cima dessa”, disse o presidente.

Segundo a Universidade Johns Hopkins, o coronavírus já infectou mais de 43 milhões de pessoas no mundo e matou mais de 1,1 milhão. No Brasil, são mais de 157 mil óbitos.

Na semana passada, a polêmica sobre a vacina chegou ao STF (Supremo Tribunal Federal) por meio de ação movida pelos partidos de oposição ao governo para tentar obrigar Bolsonaro a colaborar com o desenvolvimento de toda e qualquer vacina contra a covid-19. No mesmo dia, o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, afirmou que a judicialização sobre o tema será “importante”.

A polêmica se intensificou com a disputa política entre Bolsonaro e  o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que viabilizou o acordo para o desenvolvimento da vacina chinesa Coronavac, do laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Na semana passada, o presidente também desautorizou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e mandou cancelar um acordo de intenções assinado pela pasta para a compra de 46 milhões de doses do imunizante pelo Ministério da Saúde.

domingo, 25 de outubro de 2020

Evolução de Informações sobre o Coronavírus (COVID-19), no RS, Brasil e no Mundo (25/10)

13/09 - Brasil: 4.315.687 (131.210 m.) no RS: 153.475 (3.997 m.)

20/09 - Brasil: 4.528.240 (136.532 m.) no RS; 171.573 (4.216 m.)

27/09 - Brasil: 4.717.991 (141.406 m.) no RS: 181.216 (4.544 m.)

11/10 - Brasil: 5.082.637 (150.198 m.) no RS: 211.773 (5.100 m.)

25/10 - Brasil: 5.380.635 (156.903 m.) no RS: 230.944 (5.554 m.)

Casos confirmados no mundo: 42.738.662; óbitos: 1.151.056

Óbitos no Mundo (os 5 primeiros)
224.906 EUA
156.903 Brasil
118.934 Índia
88.743 
México
44.835 Reino Unido

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Irracional e genocídio esse presidente do Brasil: "Não será comprada", diz Bolsonaro sobre vacina chinesa

Declaração ocorre um dia após o Ministério da Saúde anunciar a intenção de adquirir 46 milhões de doses do imunizante que está sendo desenvolvido pela Sinovac, em parceria com o Butantan

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (21), que a vacina contra a covid-19 que está sendo desenvolvida pela chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, "não será comprada" pelo governo federal. A declaração, feita em rede social, ocorre um dia após o Ministério da Saúde anunciar a intenção de adquirir 46 milhões de doses do imunizante.

"Presidente, a China é uma ditadura, não compre essa vacina, por favor. Eu só tenho 17 anos e quero ter um futuro, mas sem interferência da Ditadura chinesa", escreveu um usuário do Facebook, ao que o perfil do presidente respondeu: "NÃO SERÁ COMPRADA", em caixa alta.

Outra usuária disse para o presidente exonerar o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, porque ele estaria sendo cabo eleitoral do governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Bolsonaro então responde que "tudo será esclarecido hoje" e que "NÃO COMPRAREMOS A VACINA DA CHINA".

Segundo o portal Poder 360, o presidente também enviou uma mensagem a ministros em que afirma:

"Alerto que não compraremos vacina da China. Bem como meu governo não mantém diálogo com João Doria sobre covid-19".

Por volta das 10h, o presidente postou, em seu perfil no Facebook, uma mensagem sobre o que chamou de "a vacina chinesa de João Doria". No texto, Bolsonaro reafirma a decisão de não adquirir o imunizante da Sinovac.

"Para o meu governo, qualquer vacina, antes de ser disponibilizada à população, deverá ser comprovada cientificamente pelo Ministério da Saúde e certificada pela Anvisa. O povo brasileiro não será cobaia de ninguém. Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem. Diante do exposto, minha decisão é a de não adquirir a referida vacina", escreveu.

Anúncio de Pazuello

Na terça-feira (20), o Ministério da Saúde assinou um protocolo de intenções para compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, a vacina chinesa contra a covid-19. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em reunião com os 27 governadores.

Assim, somando as três vacinas que o governo federal pretende adquirir (AstraZeneca, Covax e Butantan-Sinovac), haveria 186 milhões de doses para vacinação da população ainda no primeiro semestre de 2021. Segundo Pazuello, as doses serão distribuídas a todo o Brasil por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

"Temos a expertise de todos os processos que envolvem esta logística, conquistada ao longo de 47 anos de PNI. As vacinas vão chegar aos brasileiros de todos os Estados. Nossa estratégia prioriza a transferência de tecnologia, o que nos permitirá produzir as vacinas no Brasil" — garantiu.

sábado, 17 de outubro de 2020

STF declara constitucional aposentadoria especial de agentes penitenciários e peritos criminais do RS

Para a maioria do Plenário, a Constituição Federal admite a diferenciação de certas categorias de segurados.

Supremo Tribunal Federal-16/10/2020

Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em deliberação virtual, julgou improcedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5403, em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) questionava leis complementares do Estado do Rio Grande do Sul que disciplinam a aposentadoria especial de servidores ligados ao Sistema Penitenciário e ao Instituto-Geral de Perícias, órgão autônomo vinculado à Secretaria de Segurança Pública do estado. Prevaleceu o voto do ministro Alexandre de Moraes, no sentido da possibilidade de estabelecimento de regras específicas de cálculo e reajuste dos proventos. Segundo ele, trata-se de regulamentação de situação excepcional expressamente admitida pelo texto constitucional (artigo 40, parágrafo 4º), que determina a diferenciação de certas categorias de segurados.

No caso dos autos, com base na legislação federal (Lei Complementar 51/1985), o legislador estadual concedeu base de cálculo mais benéfica (integralidade) aos proventos de aposentadoria especial dos servidores do sistema penitenciário e do Instituto-Geral de Perícias, garantindo reajustes pelos mesmos índices dos servidores da ativa (paridade). Na ação, a PGR sustentava que as leis estaduais possibilitavam a aposentadoria especial desses servidores sem exigência de comprovação de tempo mínimo de contribuição, sem imposição de tempo mínimo de exercício em cargos ligados às atividades de risco e sem previsão da fonte de custeio.

No entender do ministro Alexandre de Moraes, o tratamento está de acordo com os termos da Emenda Constitucional (EC) 47/2005, que incluiu os trabalhadores expostos a situações de risco pessoal ou a condições insalubres entre os que podem ser beneficiados por requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria (artigo 40, parágrafo 4º, incisos II e III, atuais parágrafos 4º-B e 4º-C).

Ficaram vencidos os ministros Luiz Fux (relator), que votou pela declaração da inconstitucionalidade dos dispositivos que garantem proventos integrais e paridade remuneratória entre ativos e inativos, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso.

domingo, 11 de outubro de 2020

"Cadeia ruim só alimenta os vícios do sistema", diz ex-juiz da Vara de Execuções Criminais

Face mais visível da discussão sobre como se dá a execução penal no Estado, Sidinei Brzuska deixou a VEC em junho. Agora, faz um balanço da atuação e do sistema como um todo

GZH - Daniel Scola

"Política de desencarceramento é dar um primeiro emprego para o jovem adulto"
Félix Zucco / Agencia RBS

Durante 23 anos, o juiz Sidinei Brzuska manteve um rotina que combinou o trabalho em gabinete com visitas aos presídios gaúchos. Primeiro em Santo Ângelo e Santa Rosa (de 1997 a 2002), depois em Santa Maria (2002 a 2008) e, desde 2008, em Porto Alegre. Foi na capital gaúcha, ao assumir a Vara de Execuções Criminais (VEC), que ele se tornou um símbolo da exposição pública das mazelas do sistema penal. Nenhum outro juiz tomou a dianteira como Brzuska para tentar mudar a realidade de cadeias superlotadas, loteadas entre facções que controlam, de dentro das celas, o tráfico de drogas. Em entrevistas, debates, reuniões com governadores, ministros e até com o presidente do Supremo Tribunal Federal, apontou para a necessidade de mudança. Chegou a ser responsável por 27 cadeias com 14 mil presos. Em junho, decidiu abandonar a fiscalização dos presídios e se dedicar à 3ª Vara Criminal de Porto Alegre. Nesta entrevista, explica os motivos da mudança, faz um balanço e conta os bastidores dessas mais de duas décadas de atuação.

Por que o senhor deixou a vara que cuida dos presídios?
Cansaço. Um resumo das razões é isso: cansaço. Não é algo que eu não goste, mas é cansativo. 

Pela frustração?
Esgotou. Tenho que dar espaço para outras pessoas. Esse esgotamento decorre de várias coisas. Você fica muito tempo dentro do sistema, que está sempre em transformação, e você vai ficando sozinho a ponto de não ter mais com quem conversar. E olhar o sistema como um todo cansa muito. Você pode ficar nessa vara e não se expor, ficar na sua.

O senhor se expôs. De certa forma, é atualmente a face mais visível da discussão sobre uma sistema de execução penal que não funciona.
Eu quis me expor porque entendia que precisava de ajuda de outros para resolver o problema. É necessária essa exposição de apontar publicamente os problemas porque você precisa de ajuda, se não os problemas não são resolvidos. E não era uma exposição visando à satisfação pessoal. 

É papel do juiz ajudar a resolver os problemas?
Sim, à medida que a Vara de Excuções Criminais também fiscaliza os presídios. Um exemplo: entro no Madre Pelletier (presídio feminino de Porto Alegre), existe um local chamado Galeria Creche, com 32 crianças, sendo que 24 delas nasceram e viveram ali dentro e sequer tinham certidão de nascimento. Crianças com três anos que nunca haviam colocado o pé fora da cadeia. Bem, eu tinha um problema, e não era da minha sala que ia resolver isso. Tinha de mostram a mais pessoas para encontrar uma solução. E isso foi resolvido. 

Em 2009, por conta da situação de emergência do sistema prisional, o senhor declarou que o Estado apenas controlava as cadeias até o portão. Dali pra dentro, o comando era dos presos. Passados 11 anos, isso mudou?
Não. O que mudou nesse tempo, especialmente nos últimos anos, é que houve um aumento expressivo da quantidade de dinheiro controlado pelas prisões, sobretudo com relação ao tráfico de drogas. Além disso, passamos a acompanhar a ida das facções criminosas para o Interior. Aquilo que se via mais restrito à Região Metropolitana em 2009 começou a se reproduzir com mais intensidade por outras regiões. E, quando se coloca mais dinheiro nos presídios, as facções passam a cuidar mais deles. 

Tratam o tráfico nas cadeias como um negócio?
Sim. É como se tivessem se profissionalizado. Passaram a empresariar melhor o sistema. Isso, para mim, é fato. Até há pouco vínhamos tendo o problema da violência muito aguda, talvez não vista no Estado em um século. Passamos a ter as degolas. Acho que desde a Revolução Federalista (1893) nós não tínhamos tantas degolas no Rio Grande do sul. Isso tem origem lá atrás, ainda, na queda do traficante Paulão, da Vila Maria da Conceição, que acabou desorganizando, digamos assim, o tráfico naquela região, gerando um efeito dominó. Certa vez, uma mulher veio ao meio gabinete e me pediu para acabar com as mortes, porque já tinham morrido 50 pessoas na Conceição. Perguntei como eu poderia fazer isso. Ela respondeu: o senhor precisa colocar fulano, fulano e fulano na mesma cela. Se fizer, acaba com a desorganização do tráfico e com as mortes.  Respondi que não me sentia autorizado, de jeito nenhum. Tinha certa lógica, que era colocar nas mesmas celas traficantes que já estavam presos para que eles pudessem dali tentar pacificar o lado de fora. Mas, moral e eticamente, eu não podia interferir dessa maneira. Depois disso, em 2016, essas mortes recrudesceram. Um dia eu fui até a Pasc (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas), onde estavam os principais mandantes daquela carnificina toda. Cheguei para o diretor da penitenciária e disse: coloca esses presos  numa sala. Um funcionário da administração ainda me perguntou se eu tinha certeza do que estava pedindo. Fiz isso, pedi que os guardas saíssem e ouvi todos os líderes das facções. E disse que a violência que eles estavam promovendo tinha passado de todos os limites. E aí ouvi algo que talvez não estivesse preparado para ouvir. Acontece que, quando morre alguém próximo a eles de forma muito cruel, o desejo de vingança é muito grande. Só a morte de um inimigo não é mais suficiente para aplacá-la, tem de ter requintes de crueldade. E um deles havia perdido o filho, o outro, o pai, o outro, o irmão. Todos tiveram perdas cruéis e muito próximas. Percebi que a coisa estava de tal modo quebrada que não tinha como resolver com uma conversa.  a violência seguiu. 

E um ano depois, em 2017, ocorre a operação Pulso Firme (transferência de líderes de facção para presídios federais fora do Rio Grande do Sul.
Autorizei a transferência para presídios federais de todos os que estiveram naquela reunião. Acredito que uma das razões pelas quais ninguém deu um pio foi porque eles associaram a transferência àquela conversa. Se tivessem reduzido a violência, talvez não fosse necessário. 

Qual foi a consequência daquela operação? As autoridades de segurança consideram a transferência exitosa.
Aquilo acelerou muito a profissionalização da facção e a redução da violência externa para não se perder dinheiro. Presos que não foram transferidos – o Ministério Público pediu, mas não autorizamos – ficaram sabendo disso. Um deles me procurou para dizer que perderam muito tempo na guerra. “Nós vamos parar de guerrear e passar a ganhar dinheiro no crime”, falou. Um preso me disse isso, depois da operação Pulso Firme. 

A violência desmedida atrapalhava os negócios?
Exatamente. Agora descobriram ramificações do PCC aqui no Estado. Na verdade, é só mais um passo da amplificação do poder desses grupos. 

A presença do PCC não é novidade nos presídios gaúchos. como foi possível eles se infiltrarem, à medida que o crime é loteado entre grupos locais?
Não existe uma razão. É fato que essas facções do centro do país têm maior controle sobre rotas internacionais. Tendo esse controle, eles precisam do contato com as facções locais para distribuição. Certa vez, conversando com um desses presos transferidos para o sistema federal, perguntei como estava a relação com as facções nacionais. Ele respondeu: “Olha, tem um fornecedor de Leite Ninho no Brasil, então sou obrigado a ter uma relação com esse fornecedor”. Agora, não é simples estabelecer relação de confiança com quem nunca viu. O contato se dá com a transferência de presos para o sistema federal. 

É assim que o PCC se expande pelo Sul?
É assim que ele se fortalece. Porque o preso daqui fica no mesmo pátio que o cara do PCC. Pode conversar olho no olho. Não é a causa única, mas isso é um fator. Certa vez em que eu estava na minha sala atendendo a uma advogada de um desses presos, tocou o telefone. Era o advogado do Fernandinho Beira-mar. Ela sai da minha sala, atende e depois volta dizendo: “Vou ter de ir na Pasc dar um recado para o meu cliente”.

A transferência para o sistema federal não isola o preso como deveria?
Não. A saída daqui pode até quebrar individualmente o negócio de uma pessoa. Mas a estrutura do crime, não. Agora, a transferência como aconteceu na Pulso Firme era necessária, porque nós tínhamos perdido o controle da violência. Só não se pode dizer que isso seria a solução do problema. Acaba criando um problema lateral, que pode ser mais grave lá na frente.

O senhor passou 12 anos na Vara de execuções criminais e sai dizendo que o sistema piorou. Fica alguma frustração?
Um pouco, sim. Mas há muita satisfação, também, porque essa situação é impossível de ser modificada com poucas mãos e em pouco tempo. É preciso o Judiciário, o Ministério Público, as autoridades de segurança e sobretudo a sociedade como um todo agirem. 

O ícone da falência do sistema carcerário local é o Presídio Central. Todos os ex-governadores recentes prometeram e não conseguiram resolver o problema. Agora não se fala mais, mas ele continua ali. É um problema sem fim?
Não posso dizer que é um problema sem solução. Mas não é um problema que se vai resolver só pela secretaria do sistema penitenciário. Há questões bem mais complexas ali. Lutei tempo demais pela construção de presídios e pela abertura de vagas. Hoje, do jeito que está, sou contra. No modelo que temos aqui, isso só vai aumentar o problema e dar dinheiro para as facções. Com novos presídios, só vai lotear o Estado no controle do tráfico de drogas. O Central precisa ser enfrentado no longo prazo, com medidas de desencarceramento. E não estou dizendo que isso é para soltar pessoas que cometeram crimes e precisam pagar suas penas no fechado. Falo em reduzir a entrada.

Mas deixar de prender?
Não. Cometeu crime, tem de prender. Crime grave, pena alta. Mas veja só: faz 30 anos que a maioria dos crimes é cometida por pessoas que abandonaram os estudos na adolescência. Então, é lógico que uma medida para diminuir os presos é reduzir a evasão escolar. Na minha visão, investir nisso é o desencarceramento. Mais de 95% dos presos em flagrante são jovens desempregados sem instrução. Então, uma política de desencarceramento é dar um primeiro emprego para o jovem adulto.Estamos aqui, você me entrevistando e eu como juiz em decorrência de decisões que tomamos entre os 12 e 18 anos. A adolescência é fundamental. O adolescente precisa da sensação de pertencimento. Você pertence ao quê? Pode ser ao quartel, aos escoteiros, ao time de futebol, ao coral. Esse pessoal que está nas vilas à mercê das facções pertence ao quê? Antes de desativar o Central, todos os órgãos precisam responder: o que será feito para que o adolescente não abandone o colégio, para que se envolva com algo no seu bairro que não seja o tráfico. Se você faz isso por 10, 15 anos, resolve o problema do Central. Foi assim nos países que fecharam as suas cadeias. 

Houve momentos em que suas decisões descontentaram governadores. Algum deles exerceu pressão política sobre o senhor?
Sim. Houve um pedido do Ministério Público no seguinte sentido: se não tivesse vaga para todo mundo, que se privilegiasse quem já está dentro do sistema, vagas do semiaberto. Ao invés de pôr um condenado vindo da rua no semiaberto, bota um que já está no sistema porque ele já tem preferência. Esse foi o pedido do Ministério Público. Acabei acolhendo esse pedido. Depois isso até foi aceito, mas na época nós estávamos há muitos anos sem presos em delegacias porque essa decisão faria com o preso ficasse em delegacia. Na época, nem se imaginava isso. E essa decisão foi no final do mandato de Yeda Crusius, que buscava a reeleição para governadora. Ali houve uma pressão por parte do Executivo estadual.

Qual foi a mensagem que chegou ao senhor?
A mensagem que chegou para mim é que, se aquilo não fosse contornado, a Yeda teria dado uma decisão diferente na liberação dos recursos dos depósitos judiciais, parando a obra da construção do foro cível. Tenho conhecimento de que secretários foram falar com o presidente do tribunal na época.

Ele cedeu?
Não. Essa foi uma pressão política, uma tentativa de mudar uma decisão pela via do recurso.

Uma das mensagens que o senhor mais transmitiu, seja nas decisões ou manifestações públicas, foi a de que o problema dos presídios se reflete no crime do lado de fora.  O que mantém as cadeias de pé são duas leis que não estão escritas, mas que existem, estão na cabeça das pessoas. A primeira é que “bandido bom é bandido morto”. A outra é: “presidio, quanto pior, melhor”. É a aplicação disso que nos deixa na situacao atual. O Brasa (Valmir Benini Pires, condenado por roubo e morto em 2017) foi o primeiro chefe de facção a perceber isso. Ele soube ganhar dinheiro e poder dentro das cadeias. A lógica dele era simples: não precisa dar colchão, eu consigo. Cobertor, comida, essas coisas, tudo comigo. E ele passou a comercializar dentro da prisão. Depois veio a questão das drogas, que potencializa isso. Entra a questão da integridade física. Quando qualquer pessoa é presa, a primeira preocupação é com a vida. Entrou na cadeia, quer proteção. E quem pode dar isso dentro da cadeia? A facção. Aí o cara se vende, se alia, fica defendo favores. A cadeia ruim alimenta o sistema. Esses dois estigmas alimentam os vícios do sistema.  

Como as milhares de fotos que o senhor fez das cadeias contribuíram para expor o sistema?
Ainda em Santa Rosa, na década de 1990, eu era convidado para inaugurações, solenidades, Dia dos Pais, Dia das Mães. Sempre levava minha câmera. Percebi que os presos faziam questão de posar. Eu revelava e dava as fotos para os presos. Eles se impressionavam. Passei a perceber que vários presos não tinham fotos com a família. Isso antes das câmeras digitais. Eles colavam as fotos na parede da cela. As celas com fotos de família eram mais limpas e organizadas; era uma espécie de símbolo de respeito à família. Em Santa Maria, eu ia ao presídio, tirava foto e colava no processo. Eu quis tornar cada processo uma pessoa. Nunca soltei nem deixei preso ninguém sem olhar nos olhos. Em 2008, quando vim a Porto Alegre, passei a me empenhar mais na produção de fotos para poder mostrar o sistema. Essas imagens foram mostrada até na Organização das Nações Unidas (ONU), quando se discutiu o sistema carcerário. A foto é um documento para a transformação. Um dos efeitos importantes da foto foi que, quando cheguei aqui (na Vara de Execuções Criminais), percebi que havia um descontrole sobre as mortes. Os presos morriam, e a informação não circulava, demorava para chegar. Passei a ir aos locais e fotografar o cadáver. Quando morre alguém dentro do sistema, sempre tem um tentativa de abafar a responsabilidade. Eu chegava no local e fazia a foto. Essas fotos ajudaram a esclarecer muita coisa, mais do que decisões judiciais. 

As fotos que o senhor fez também serviram de base para o debate sobre as mortes dentro das cadeias. Sim, a cada morte confirmada dentro de cadeia, eu ia até o local e fazia fotos. Notei que, ao longo dos meses, as mortes diminuíram. Ter o registro em imagem do corpo constrange os presos a promoverem violência na cadeia. Tenho certeza de que isso foi fundamental para a redução, tanto que os números mostraram isso ao longo do tempo. 

A descriminalização da maconha é um debate que avançou em outros países. Qual é a sua opinião sobre o tema?
O problema do uso da droga com fim recreativo é que ela tem um efeito muito danoso no jovem, no guri de 12, 14, 15 anos. É nessa fase da vida que você toma as decisões importantes. Depois, passa a vida inteira colhendo os frutos do que decidiu nessa idade. E o sujeito viciado nessa fase vai ter a tomada de decisões muito dificultada. Estando normal já é difícil tomar decisões nessa idade. E ainda drogado... Prejudica bastante. Minha única reserva à liberação da maconha é a forma como nós controlaríamos o acesso dessa camada da população. Meu medo em relação à maconha é com esse jovem. Pode potencializar a criminalidade a partir dele.

Muitos atribuem a força do tráfico ao fato de a maconha não ser legalizada.

Acho que essa tese tem razão também. Mas não tenho pronto esse desenho. O que posso afirmar é que a forma como nós fazemos está errada, porque a gente entrega só à política o enfrentamento às drogas. Hoje, como é que você enfrenta o tráfico? Com polícia. Como? Apreendendo droga. Quando você apreende droga e você não mexe nos pontos de venda nem na questão do consumo, é enxugar gelo. Porque tendo o ponto e tendo consumo, você descapitalizou o traficante. E ele vai fazer o quê? Capitalizar a si próprio com roubo. Apreensão de droga como a gente faz potencializa o roubo porque o cara tem de se capitalizar para abastecer as bocas. Você prende o traficante, vai criando vácuos de poder onde ainda não tem facção, disputa e isso gera homicídios. Se você vai pelo caminho da proibição, que é o que temos hoje, teria de ser um ciclo completo. Você vai ter que tratar o ponto, “aqui não pode mais vender”. E isso não depende só de polícia. Depende de emprego, de cultura, de lazer, de um monte de coisa. Você vai ter de tratar o viciado. E isso é na clínica. O sistema atual é ruim porque potencializa o crime. 

Lembre-se dos deputados que aprovaram contra os servidores públicos

 


Evolução de Informações sobre o Coronavírus (COVID-19), no RS, Brasil e no Mundo (11/10)

13/09 - Brasil: 4.315.687 (131.210 m.) no RS: 153.475 (3.997 m.)

20/09 - Brasil: 4.528.240 (136.532 m.) no RS; 171.573 (4.216 m.)

27/09 - Brasil: 4.717.991 (141.406 m.) no RS: 181.216 (4.544 m.)

11/10 - Brasil: 5.082.637 (150.198 m.) no RS: 211.773 (5.100 m.)

Casos confirmados no mundo: 37.267.921; óbitos: 1.073.780

Óbitos no Mundo (os 5 primeiros)
214.379 EUA
150.198 Brasil
108.334 Índia
83.642 
México
42.850 Reino Unido

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Dois fatos que mostram que Bolsonaro pode sim frear a Lava-Jato

Procurador da República e ex-integrante da força-tarefa da Lava-Jato, Douglas Fischer aponta mecanismos que podem estancar a operação

A afirmação do presidente Jair Bolsonaro sobre o fim da Operação Lava-Jato pode ser a confirmação de um diagnóstico cujo sintomas tem sido observados nos últimos meses e que ressuscita a famosa frase do ex-senador Romero Jucá sobre "um grande acordo nacional" para "estancar" a operação

O procurador da República e ex-integrante da força-tarefa da Lava-Jato Douglas Fischer aponta a utilização de dois mecanismos que possibilitam que o governo desmonte a operação. Ele cita os ataques do sistema politico às estruturas da Lava-Jato, especialmente ao orçamento e à autonomia das forças-tarefas.  

"Eu não consigo visualizar como ele (Bolsonaro) acabaria, mas existem vários mecanismos que foram postos no caminho para tentar estancar, para tentar secar, para tirar as estruturas. A parte orçamentária, a parte de autonomia dos órgãos de investigação. Isso sim. Sob essa ótica se conseguiu retardar muita coisa. Dias atrás, teve uma entrevista de um senador por Alagoas em que ele disse que estava parabenizando o presidente da República e outras autoridades por finalmente acabarem ou tentarem acabar com a operação Lava-Jato" — analisa. 

O senador citado por Fischer é Renan Calheiros (MDB-AL), que em entrevista elogiou Bolsonaro por combater um "estado policialesco" no Brasil. O movimento de Calheiros é interpretado pelo procurador como um movimento de políticos contra um inimigo em comum: a Operação Lava-Jato

"O sistema é muito mais forte e chega num momento em que ele se alia. As forças politicamente contrarias se aliam para estabelecer um discurso. Um discurso mais ou menos que foi estabelecido no reich na Alemanha por Joseph Goebbels que nós precisamos repetir uma mentira várias vezes para ela se tornar uma verdade. E o discurso de agora é o seguinte: a Lava Jato cometeu excessos e as pessoas se convencerem disso para depois acharem natural que se destrua todo trabalho que está sendo construído" — afirma.

sábado, 3 de outubro de 2020

"Vitória da nossa categoria!" - do Cláudio Fernandes

Com o voto do Ministro Celso de Mello acompanhando o voto do Ministro Alexandre de Moraes à favor da Constitucionalidade do Art. 26-A, §§ 2º e 3º da Lei 13.259/09, "

O SENHOR MINISTRO CELSO DE MELLO: Peço vênia para, dissentindo do eminente Relator, acompanhar o douto voto proferido pelo eminente Ministro ALEXANDRE DE MORAES. É o meu voto."

Esse voto refere-se à Integralidade e Paridade devemos aguardar que deverá ser adequada ao julgamento, haja vista que ganhamos com escore de 6x5. Portanto, colegas da SUSEPE, agora o Governo Estadual deverá reavaliar a legislação no que diz respeito ao Agente Penitenciário, ao Agente Penitenciário Administrativo, ao Técnico Superior Penitenciário e ao Monitor Penitenciário em Extinção, eis que, estamos no mesmo patamar de direito à Aposentadoria Especial, aliás, SEMPRE ESTIVEMOS!

Um brinde ao Direito para quem tem Direito!

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

"Trump e Bolsonaro são as faces da extinção porque têm agendas radicais que estão destruindo a natureza, levando ao colapso da biodiversidade e agravando a emergência climática"

Em protesto convocado pelo Greenpeace, líderes são denunciados por "destruir ativamente a natureza"

Escultura dos presidentes do Brasil e dos EUA derretidas em NY

Esculturas de gelo dos presidentes dos Estados Unidos e do Brasil derreteram nesta quarta-feira(30) em Nova York durante a cúpula da biodiversidade da Organização das Nações Unidas, em um protesto convocado pelo Greenpeace para denunciar suas políticas contra a defesa do meio ambiente.

A ONG garante que tanto o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, quanto o americano, Donald Trump, têm "planos deliberados para destruir ativamente a natureza".

"Líderes da extinção: destruindo um planeta em crise", dizia a grande faixa da ativista Kate Flynn, enquanto ao lado dela a estátua de Bolsonaro derreteu rapidamente ao sol em um píer em frente ao prédio das Nações Unidas e o de Trump estava no chão, já quebrado.

"O Brasil e os Estados Unidos são dois dos países com maior biodiversidade do mundo, mas em tempos em que o gelo ártico está desaparecendo, estes dois países estão em chamas e há uma perda de biodiversidade sem precedentes que seus presidentes ignoram", disse à AFP Arlo Hemphill, ativista para os oceanos do Greenpeace US.

A ONG lamentou que os Estados Unidos não tenham um palestrante na cúpula da biodiversidade da ONU, que está sendo realizada virtualmente após a pandemia.

"Trump e Bolsonaro são as faces da extinção porque têm agendas radicais que estão destruindo a natureza, levando ao colapso da biodiversidade e agravando a emergência climática", disse Hemphill.

O Greenpeace observou que Trump, que abandonou o Acordo Climático de Paris, removeu as proteções da lei de espécies em preservação e minou a lei de proteção ambiental.