Conselheiros irão decidir se ratificam, ou não, a decisão do corregedor Luis Felipe Salomão
Hardt e Moro |
O
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) colocou em pauta nesta terça-feira (16) quatro
processos que poderão influenciar os rumos da Operação Lava-Jato.
Estas análises acontecem um dia após o corregedor nacional de Justiça, Luis
Felipe Salomão, determinar o afastamento cautelar de dois juízes e dois desembargadores que estiveram
em casos ligados à operação.
Os casos estão no final da
lista para julgamento, o que levanta a possibilidade de não
serem chamados ou concluídos. De acordo com o portal O Globo,
há uma movimentação intensa nos bastidores para que pelo menos um dos processos
seja levado a julgamento.
Entre os casos em questão está a correição
ordinária aberta contra a Lava-Jato, que poderá acarretar consequências
penais para o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Moro nega ter
cometido irregularidades durante sua gestão na operação.
Os
membros do CNJ também irão revisar as decisões que
resultaram no afastamento dos magistrados, incluindo Gabriela Hardt,
que substituiu Moro na 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba.
A correição foi instaurada em maio
do ano anterior, por ordem do corregedor nacional de Justiça, para investigar a
atuação da vara de Curitiba e da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF-4),
responsáveis pelos casos da Lava-Jato.
Em setembro, um relatório parcial
da investigação revelou uma "gestão caótica no controle de valores
oriundos de acordos de colaboração e de leniência" homologados pela 13ª
Vara, sob o comando de Moro. O documento também apontou falhas no "dever
de cautela, transparência, imparcialidade e prudência dos magistrados".
Um dos pontos em análise trata do repasse
de recursos à Petrobras.
Ainda segundo o O Globo, fontes ligadas ao
Supremo Tribunal Federal (STF) que
acompanham de perto as investigações afirmam que a correição realizada pelo CNJ
traz à tona novas informações sobre o envio de R$ 2,1 bilhões pela 13ª Vara à
estatal entre 2015 e 2018, sem um controle efetivo sobre a
destinação dos valores.
Caberá aos conselheiros do CNJ
decidir se ratificam, ou não, a decisão de Salomão que afastou Gabriela Hardt,
o juiz Danilo Pereira Júnior, o atual titular 13ª Vara; e os desembargadores
Thompson Flores e Loraci Flores de Lima, do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF-4).