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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Não tem dinheiro para a Segurança Pública em 11 meses, assim é um governicho do RS

Assassinatos e roubos de veículos aumentam no RS

Enquanto crimes contra a vida tiveram crescimento, furtos de carro e extorsões diminuíram

A criminalidade ganhou impulso na virada para a segunda metade de 2015 no Rio Grande do Sul. Crimes contra a vida e com violência estão no topo do ranking da estatística divulgada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Os números mais emblemáticos se referem ao roubo de veículos, com 30,4% de aumento nos primeiros nove meses do ano em relação ao mesmo período de 2014. Os roubos em geral subiram 26,3%. Também em curva ascendente, os homicídios cresceram 3,5% e os latrocínios (roubo com morte), 3,9%.

Setembro foi o mês de maior fúria dos ladrões de carros desde que o atual modelo de estatística é divulgado, a partir de 2002. Nos 30 dias foram roubados 2,1 mil automóveis, o que representa 71 veículos por dia. Os assaltos em geral também bateram recorde naquele mês, com 7,5 mil registros, 250 por dia. Porto Alegre segue como responsável por mais da metade dos roubos de veículos no Estado (52%), com setembro registrando 35 casos diários.

Tiveram redução os crimes como furto de veículo (15,1%), estelionato (13,6%), extorsão mediante sequestro (57,7%), entre outros (veja ao lado)

Cumprimento de penas é pífio, afirma promotor

A comparação dos índices dos nove meses também revela outros dados preocupantes. A julgar pelo número de registros de apreensões, o combate ao tráfico de drogas recuou. As ocorrências de apreensões diminuíram em 10,2% e de posse de entorpecentes caíram 16,4%.

Para o promotor de Justiça Luiz Antônio Portela, o avanço da violência está diretamente ligado à legislação penal.

"A lei é leniente. A criminalidade existe em razão de problemas legislativos. O cumprimento de penas no Brasil é pífio, servindo apenas para aumentar a sensação de impunidade" – critica.
Portela diz que uma pessoa condenada pela primeira vez por roubo à mão armada é recolhida ao regime semiaberto:
"O semiaberto já é uma excrescência, deveria ser extinto. E como não tem vagas nos albergues, o preso é mandado para a casa e segue roubando. É um círculo vicioso, deixando a sociedade à mercê da criminalidade".
Secretaria reconhece números preocupantes

A crise de vagas no semiaberto empurrou 2,3 mil apenados para as ruas da Região Metropolitana. São homicidas, assaltantes e traficantes de drogas que “estão em casa” com tornozeleiras eletrônicas. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) reconhece que os números, em especial do terceiro trimestre do ano, são preocupantes.

Para o tenente-coronel Luiz Dulisnki Porto, diretor do Departamento de Gestão da Estratégia Operacional da SSP, o aumento dos homicídios e dos roubos se deve ao movimento grevista por causa do parcelamento dos vencimentos dos servidores em julho e em agosto.
"Neste trimestre o desempenho dos números não foi bom por causa da conjuntura social, econômica e policial. Tivemos uma série de problemas por conta da dificuldade para pagar salários. Ocorreram paralisações, manifestações de movimentos sociais e foi preciso remanejar efetivos. Isso imobilizou o policiamento ostensivo. Além disso, teve a paralisação de atividades na Polícia Civil" – argumenta Porto.
Segundo o diretor, outubro já apresenta índices melhores. A expectativa de Porto é de que a nova lei dos desmanches, prevista para entrar em prática a partir de 2016, possa reduzir o roubo de carros e crimes conexos.

José Luís Costa/ZH

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