Policiais Civis iniciam operação padrão e anunciam lançamento de movimento
Sem salários, sem trabalhar.
E o Susepe? Operação padrão com parcelamento dos salários.
Mobilização envolverá outras entidades de classe da segurança pública estadual e federal.
O início da operação padrão na Polícia Civil,
coordenada pela Ugeirm Sindicato, foi marcado nesta quinta-feira pelo
anúncio do lançamento de um movimento na próxima quarta, dia 9,
envolvendo as entidades de classe da segurança pública estadual e
federal.
“Vamos divulgar uma nota contra o desmonte da área pelo governo
Sartori”, explicou o presidente da Ugeirm Sindicato, Isaac Ortiz.
De
acordo com ele, a mobilização envolve, por exemplo, os policiais
federais e policiais rodoviários federais.
O dirigente lembrou que “a
crise na segurança pública estadual tem se refletido também nas áreas de
atuação das instituições federais”.
Em
relação à operação padrão, Isaac Ortiz assegurou que os policiais civis
vão participar de operações somente no horário regulamentar, das
8h30min às 18h.
O presidente da Ugeirm Sindicato justificou que os
agentes têm trabalhado “sem promoções e diárias e horas extras não
pagas”, além de serem atingidos pelo parcelamento dos vencimentos e
ameaça de perda do direito à paridade e integralidade na aposentadoria
conforme proposta de emenda constitucional do governo. “Há muita revolta
e indignação”, avaliou o sindicalista. Uma grande marcha da segurança
pública também será organizada, mas a data ainda não está definida.
Dentro
da operação padrão, os policiais civis pretendem efetuar os flagrantes,
cumprimentos de mandados de busca e de prisão e comparecimento nos
locais de crimes somente com a presença dos delegados.
“A gente continua
os registros e plantões. O que vamos deixar de fazer são operações fora
do horário, nas quais já prendemos dezenas de suspeitos e criminosos.
Vamos deixar de fazer porque não temos condições psicológicas para
participar de uma operação que é complexa, perigosa, exige estar com
espírito muito tranquilo”, declarou.
Conforme a Ugeirm
Sindicato, a Operação Padrão na Polícia Civil será mantida enquanto
ocorrer o parcelamento de salários ou atraso de horas extras e diárias
de viagens.
Sobre o movimento deflagrado pela Ugeirm
Sindicato, o Chefe da Polícia Civil, delegado Emerson Wendt, afirmou que
haverá necessidade de “continuar do trabalho com a reorganização do
horário dentro de um planejamento estratégico, principalmente em Porto
Alegre e Região Metropolitana”. Ele esclareceu ainda que o orçamento
disponível principalmente para horas extras está contemplado.
O
chefe da Polícia Civil revelou que os agentes estão sendo contemplados
com mais de R$ 1 milhão relativo às horas extras, divididos em janeiro e
fevereiro.
“Agora em março esse valor ainda não bem definido, mas
supera R$ 600 mil e deve ter essa marca até junho pelo menos”, emendou.
“Quando
há necessidade as diárias estão sendo contempladas”, destacou,
referindo-se às operações desenvolvidas pela instituição. “Estou fazendo
uma readequação interna de gestão”, observou, referindo-se ao fato de
ter assumido o cargo em fevereiro. Um dos seus objetivos é regularizar a
questão do sobre-aviso até o final deste mês. O delegado Emerson Wendt
assegurou também que está sempre aberto ao diálogo com a categoria.
Em
nota oficial, a Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do
Sul (Asdep-RS) manifestou “preocupação pela instabilidade financeira
quem vem sendo infligida aos servidores em geral e, especialmente aos
policiais civis, com os constantes atrasos no pagamento de seus
subsídios”. Segundo a entidade, a culpa pela situação financeira
estadual “não pode ser atribuída aos servidores públicos”.
No
entanto, a Asdep-RS decidiu não adotar “medidas mais contundentes”
devido à “situação alarmante por que passa a segurança pública”. A nota,
assinada pela presidente da entidade, delegada Nadine Anflor, adverte
que “a categoria está trabalhando no limite de suas capacidades e não
sabe até quando será possível manter o esforço pessoal de cada policial
no combate à criminalidade”
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