Módulo da Penitenciária de Canoas foi inaugurado nesta terça-feira (1).
Ao custo de quase R$ 18 milhões, obra foi iniciada em julho de 2013.
Do G1 RSImagem das celas do novo presídio em Canoas (Foto: Karine Viana/Palácio Piratini) |
Autoridades discursaram na solenidade de inauguração (Foto: Divulgação/SSP-RS) |
Na
solenidade de inauguração do primeiro módulo da Penitenciária de Canoas, na
Região Metropolitana de Porto
Alegre, o secretário de Segurança do Rio Grande do Sul salientou que,
no local, não serão admitidas facções criminosas, situação recorrente em outras
casas prisionais do estado.
No fim da
manhã desta terça-feira (1º), foi inaugurado o setor que vai abrigar 393
presos. O projeto prevê um total de 2,8 mil vagas no complexo. A obra foi
inciada em julho de 2013 ao custo de quase R$ 18 milhões.
Em sua
manifestação, o secretário de Segurança Pública disse que o perfil dos detentos
no novo presídio são aqueles que não representam alta periculosidade.
"Não serão admitidos criminosos vinculados à facções criminosas”, afirmou Wantuir Jacini. Ele ressaltou o trabalho compartilhado entre os poderes Executivo, Judiciário e o Ministério Público.
Ao
inaugurar a obra, o governador José Ivo Sartori afirmou que trata-se de apenas
um passo e que muito ainda precisa ser feito na área de segurança pública.
“O ideal seria que não precisássemos inaugurar penitenciárias, mas a realidade que se impõe está acima dos nossos desejos. E precisamos dar respostas concretas como esta”, disse.
Para
Sartori, estados e municípios não dão conta do problema carcerário do país, e
que a solução depende de uma política penitenciária nacional. Em sua fala, o
governador reiterou que a sociedade não suporta mais tanta criminalidade e
impunidade.
Disse ainda que “nunca se fez tantas operações policiais como nos últimos meses”.
A
estrutura conta com um parlatório, quatro guaritas-torre de controle, espaço
para revista, recepção e espera de visitas, administração, alojamento e
refeitório, reservatório, gerador, estacionamento, cozinha, lavanderia, dois
solários, uma biblioteca, alojamentos para a vigilância externa, quatro
guaritas elevadas para posto de guarda e alojamento na parte interna para
agentes masculino e feminino.
As
refeições serão produzidas no próprio presídio, que tem espaços destinados para
despensa e manipulação de alimentos, além de refeitório para os servidores.
Administrado
pela Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), o novo presídio já
tem 73 servidores designados para trabalhar no estabelecimento.
De acordo
com o governo, a nova penitenciária contará com projetos intensivos de inclusão
social, oferecendo um ambiente mais humanizado aos presos.
"O presídio que hoje inauguramos traz segurança para os servidores e promove uma nova concepção no tratamento penal aos detentos", discursou Jacini.
Outro
objetivo também é desafogar o sistema carcerário. O estado tem 26.338 vagas e,
atualmente, abriga 32.721 presos. Ou seja, são 6.333 mil apenados acima da
capacidade. Apenas no Presídio Central, na capital, são 2.605 detentos a mais
do que o permitido.
A Penitenciária de Canoas foi inaugurada após ter a previsão para o início das atividades postergado em diversas ocasiões. O local é visto como alternativa para desafogar o sistema carcerário gaúcho. No entanto, recebeu críticas antes mesmo de receber o primeiro detento.
Antes da inauguração, a Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) já se posicionava contra o perfil dos presos que serão levados para a Penitenciária de Canoas, dizendo que deveriam ser priorizadas as vagas para criminosos sem passagens anteriores pela Justiça.
“(...) deve seguir um modelo que não permita a instalação de agentes do crime organizado nessas unidades, a partir da priorização do ingresso de presos sem passagens anteriores pelo sistema penitenciário, diminuindo as chances de entrada de presos já comprometidos com facções criminosas”, diz trecho de um comunicado divulgado pela entidade.
Um estudo feito a pedido pela Prefeitura de Canoas apontou que o local não tinha espaços adequados para a realização de atividades como aulas e trabalho.
A Superintendência de Serviços Penitenciário (Susepe) justifica os atrasos por conta de “entraves burocráticos” e ressalta a realização de projetos intensivos de inclusão social e um ambiente mais humanizado aos detentos.
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