Se o Brasil fosse sério, nunca aconteceria igual
O advogado Rogério Favreto filiou-se
ao PT em 1991. Ainda na década de 90, quando Tarso Genro se elegeu prefeito de
Porto Alegre, ele foi premiado com o emprego de procurador-geral da prefeitura
da capital gaúcha. Em 2005, Favreto ganhou um gabinete na Casa Civil do governo
Lula. Em 2007, de novo convocado por Tarso Genro, Favreto assumiu o comando da
Secretaria da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça. E ali ficou até
2010, quando deixou o cargo e o PT.
Deixou o partido para continuar a
serviço do PT no Judiciário. Em 2011, beneficiado por uma dessas espertezas
brasileiríssimas, o advogado foi promovido a magistrado por Dilma Rousseff. Foi
ela quem fez de Favreto um dos juízes do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região. Fantasiado de desembargador, há mais de três anos o doutor não perde
nenhuma chance de mostrar que é muito grato aos padrinhos e exemplarmente leal
ao partido.
O desembargador era filiado ao PT até
assumir o cargo. Ficou de plantão de sexta até amanhã, combinando com 3
deputados do PT para entrarem com habeas na sexta, deferindo hoje! Jogada
ensaiada, que vergonha!
Os frágeis argumentos usados pelo
"eminente" desembargador de plantão comprovam a estratégia!
De qualquer o objetivo do PT foi
atingido, ou seja, precisava reacender a chama sobre a prisão, que estava se
apagando! Servirá de combustível para a campanha política, que entra em fase
mais intensa a partir de agora!
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Carlos Eduardo Thompson Flores, João Pedro Gebran Neto e Rogério Favreto não se cumprimentaram durante cerimônia de posse de um novo colega, no TRF4
O primeiro encontro dos três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) que protagonizaram a batalha jurídica do domingo (8), que resultou no prende e solta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
com a manutenção da prisão ao final, foi marcado por desconforto. Os
membros da Corte participaram nesta segunda-feira (9) da cerimônia de
posse do desembargador catarinense Osni Cardoso Filho.
O presidente do TRF4,
Carlos Eduardo Thompson Flores, que conduziu o evento, foi o primeiro a
entrar no plenário. Logo depois, Rogério Favreto, que concedeu liminar
para soltar Lula, sentou-se em seu lugar e ficou durante quase toda a
cerimônia olhando para o celular.
O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava-Jato
e contrário à soltura do petista, foi o último a entrar entre os 27
desembargadores. Ele recém havia proferido decisão de manter a prisão do
ex-presidente. Chegou sorridente ao plenário e sentou-se em seu lugar.
Assistiu
a toda a cerimônia e pouco mexia no telefone. Os três não se
cumprimentaram durante todo o evento. Gebran saiu do plenário
conversando com alguns colegas. Logo depois, Thompson Flores deixou a
sala. Parecendo um pouco deslocado, Favreto foi um dos últimos a sair do
plenário.
Antes de deixar o local, ainda apertou a mão direta do desembargador Victor Laus, um dos integrantes da 8ª Turma do TRF4,
responsável pelos processos da Lava-Jato. Também ficou alguns minutos
conversando com o advogado catarinense Márcio Vicari. Perguntado se
haviam falado sobre o embate jurídico de ontem e eventuais ameaças a
Favreto, Vicari disse que não, mas observou:
"Ele chegou a comentar algo sobre o celular dele, que teria que trocar, mas não disse nada sobre ameaças."
Em
cada roda dos convidados para a cerimônia o assunto era o vaivém sobre a
liberdade de Lula. Já na fila para cumprimentar Cardoso Filho, Gebran
ficou conversando com Leandro Paulsen e Cláudia Cristina Cristofani,
ambos com atuação nos processos da Lava-Jato. A liminar de domingo não
era pauta. Mais atrás, Favreto estava junto de Jorge Antônio Maurique.
Chegou a mostrar o celular ao colega e disse:
"Estou recebendo até ameaças no meu celular. Acho que vou ter que ir na polícia. O cara aquele, o Alexandre Frota, divulgou o meu número."
Gebran
e Thompson Flores cumprimentaram primeiro o novo colega e deixaram o
saguão do tribunal. Favreto saiu por último e entrou direto nos
elevadores dos juízes e desembargadores, passando pelos jornalistas
presentes, mas, orientado pela assessoria de imprensa da Corte, não
parou para dar entrevista.
Discursos
O
primeiro a discursar foi o desembargador Rómulo Pizzolatti, escolhido
para dar boas-vindas ao novo desembargado. O mal-estar entre os colegas
de toga não foi citado nem mesmo de forma indireta.
Depois, foi a vez de Thompson Flores
falar. Estava se encaminhando o término de sua manifestação e para dar a
palavra ao novo colega, quando, de forma velada, abordou o longo
domingo na Corte.
"A cordialidade é uma de suas características principais (sobre Cardoso Filho). A cordialidade é fundamental para o nosso trabalho e deve permanecer neste tribunal."
Osni
Cardoso Filho, que assumiu como desembargador em uma turma
previdenciária, não tratou em seu discurso, nem indiretamente, sobre os
fatos de domingo envolvendo os colegas. No entanto, foi enfático em
entrevista após a cerimônia.
"Não é possível convivermos em ambiente de discórdia, de conflito. Temos de acabar com isso e dentro do Poder Judiciário mais ainda é essencial que haja um bom convívio entre os pares e entre os servidores."
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