Com isso, Rio Grande do Sul ainda tem cerca de 815 presos cumprindo pena na rua
A abertura e o fechamento é de forma automática e será controladaSusepe / Divulgação |
A Superintendência dos Serviços Penitenciários
(Susepe) ainda não conseguiu colocar em funcionamento as
novas tornozeleiras eletrônicas adquiridas pelo Estado para o monitoramento de
apenados. Em fevereiro deste ano, o governo gaúcho fechou um contrato de até R$
40 milhões para a compra de até 10 mil equipamentos, mediante demanda. À época,
o vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior,
informou que no início de março as tornozeleiras seriam instaladas nos presos,
o que não ocorreu.
Segundo o diretor do Departamento de
Segurança e Execução Penal da Susepe, Cristiano Fortes, foi identificada pelos
agentes uma falha no novo sistema.
Os chips que vieram nas tornozeleiras eletrônicas funcionariam apenas em outros
países e não no Brasil, o que atrapalhou os planos do órgão. Por isso, os
equipamentos foram novamente enviados para a empresa e devem voltar, adaptadas,
na próxima semana.
De acordo com a Susepe, as novas tornozeleiras serão testadas assim que
chegarem, mas só devem ser instaladas nos presos no final de maio. A
superintendência deve escolher uma região específica do Estado para começar a
transição. Enquanto as tornozeleiras novas não estiveram prontas, as antigas seguem sendo usadas. Esse sistema é alvo de críticas por ser facilmente rompido ou burlado com papel alumínio.
Enquanto os novos equipamentos não estão prontos para uso, a fila de presos cumprindo pena sem monitoramento no Estado, na chamada "nuvem", cresce dia após dia. Já são 815, de acordo com o Judiciário. Em março, esse número era de 666. Para amenizar momentaneamente, 350 tornozeleiras do sistema antigo devem chegar nos próximos dias.
"Estamos mantendo a antiga, e trabalhando na nova tecnologia para ter um novo serviço com muita qualidade. A tendência é diminuir número de presos aguardando tornozeleiras" – declarou o diretor.
Nova tornozeleira
A avaliação da Susepe é que a nova tornozeleira possui uma tecnologia
melhor. Um dos motivos seria a menor probabilidade de ser rompida. Havia casos
de presos bloqueando o sinal com papel alumínio ou gesso. Já houve até um caso
em que um equipamento foi colocado pelo preso em um galo.
A empresa contratada é a Georastreamento Inteligência e Logística, de
Domingos de Martins, do Espírito Santo. Segundo a empresa, a tecnologia é
semelhante à usada na Suíça, sendo uma peça única de material rígido, com
formato que se assemelha a um anel. A abertura e o fechamento é de forma
automática e será controlada pela Susepe.
O Rio Grande do Sul será o primeiro Estado com contrato fechado junto à
empresa do Espírito Santo para o monitoramento de tornozeleiras eletrônicas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário