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sábado, 9 de dezembro de 2017

Cadeia abandonado expõe déficit recorde no RS

Nunca se prendeu tanto no Estado. Enquanto isso, a construção de prisões é mínima e o sistema carcerário enfrenta escassez de 12,5 mil vagas

Quando assumiu o governo, em janeiro de 2015, José Ivo Sartori encontrou o menor déficit prisional da década. Havia 29.284 detentos para 24.913 vagas - faltavam 4,3 mil para cobrir a necessidade nas prisões gaúchas. Passados três anos, a falta de espaços em prisões triplicou e o Estado encara a maior carência da história, com a escassez de 12,5 mil espaços em cadeias, segundo dados da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). O quadro é resultado de uma equação que não fecha: aumento expressivo de prisões nos últimos anos contra promessas de vagas não cumpridas ao longo da década.
Em 2007, a então governadora Yeda Crusius anunciou seis penitenciárias que resultariam na criação de 2,6 mil vagas. Dez anos depois, os projetos não saíram do papel. Uma das promessas era a Penitenciária Estadual de Guaíba. Orçada em R$ 19 milhões, a obra já consumiu R$ 25 milhões e permanece inacabada, sem previsão de conclusão. Há um impasse jurídico entre a Secretaria da Segurança Pública (SSP) e a construtora. Além de não criar 2.645 vagas prometidas, o Estado perdeu R$ 101,3 milhões em investimentos que caducaram.
A massa carcerária gaúcha chega a 37.912 recolhidos em cadeias. A pretensão do titular da SSP, Cezar Schirmer, é entregar, em um pacote de seis projetos de novos presídios, 2.432 vagas até o fim de 2018.
"Desde que assumi, estou correndo atrás do tempo e atacando a principal causa do atraso na criação de vagas no sistema, que é a burocracia. Não gosto de estabelecer prazos, mas com medidas que tomamos, acredito que iremos concretizar o nosso compromisso" - garante Schirmer, que assumiu a pasta há 15 meses.
Uma das prioridades é entregar as 672 vagas prometidas há 10 anos na Penitenciária Estadual de Guaíba. A área de quase 7 mil metros quadrados, às margens da BR-116, virou um canteiro de obras abandonado. A estrutura está inacabada, tomada pelo mato e já deteriorada. Moradores próximos, na Estrada Municipal Elzo Macedo, garantem que há seis meses não há qualquer movimento de máquinas ou operários naquele espaço.
Entre as causas para que os mais de R$ 100 milhões anunciados há 10 anos fossem retidos ou recolhidos estão desde a desistência até falhas e irregularidades em projetos ou nos processos licitatórios.

Nova proposta prevê, de novo, seis prisões

Na atual lista de possíveis novos presídios (leia na página ao lado), estão incluídas três obras de 10 anos atrás repaginadas - Bento Gonçalves, Guaíba e a penitenciária federal. Ainda está previsto o projeto de Alegrete, licitado desde 2012. No total, são projetadas 213 vagas a menos e um investimento de R$ 164,7 milhões - 62,5% a mais do que em 2007. Schirmer assegura que o principal gargalo que impediu a execução dos projetos na época não se repetirá.
"A engenharia era o grande estrangulamento. Eram financiamentos que partiam do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), tendo a Caixa como órgão financiador. E, no Estado, tudo ainda tinha de passar pela Susepe e pela Secretaria de Obras. É inadmissível que se percam recursos, que são tão raros, por trâmites burocráticos. Cada detalhe no projeto, ou na obra, que era um pouco diferente em algum ponto, precisava passar pelas análises de engenharia diferentes das quatro instâncias envolvidas" - explica o secretário.
Os projetos de presídios agora são analisados de forma centralizada na SSP, sem a necessidade de passar por outro órgão estatal. Além disso, nenhuma das atuais promessas seria financiada pela Caixa, o que, acredita Schirmer, corta entraves burocráticos históricos.
Mesmo sem conseguir tirar do papel o plano de 2007, Yeda entregou o governo, no final de 2010, com saldo de 4,2 mil vagas a mais em relação ao que havia recebido em janeiro de 2007. Seu sucessor, Tarso Genro, criou, comparativamente, ainda mais. Foram 4,6 mil a mais no final de 2014 em relação a janeiro de 2011. O governo Sartori criou até a primeira semana de dezembro 440 vagas.

EDUARDO TORRES / ZH

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Relator do Orçamento do Estado fala que “não há déficit” para 2017

Deputado Marlon Santos sustenta que, mesmo com saldo negativo de R$ 3 bilhões, isenções que podem ser revistas atingem R$ 9 bi


O deputado Marlon Santos (PDT), relator do Orçamento de 2017 do Estado na Assembleia Legislativa gaúcha defende que, na prática, não há déficit nas contas públicas gaúchas. Segundo o deputado, ainda que haja um déficit estimado em R$ 3 bilhões para 2017, os incentivos fiscais devem chegar a R$ 9 bilhões no próximo ano. Sobre os incentivos, o pedetista disse que não há transparência sobre os números e tampouco sobre as contrapartidas realizadas pelas empresas beneficiadas.

Num cálculo aproximando, temos R$ 9 bilhões de incentivos (fiscais) em caixa-preta, e R$ 3 bilhões de déficit. Quer dizer, não temos déficit na verdade. São R$ 9 bilhões de incentivos que não sabemos para onde está indo e nem a contrapartida das empresas. E por outro lado R$ 3 bilhões de déficit no Orçamento. São aproximadamente R$ 9 bilhões de incentivos para empresas que não prestam contas sequer. Não tem déficit”, argumentou Santos.

A Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa gaúcha aprovou, no início da tarde dessa quinta, o parecer favorável de Marlon Santos ao projeto de Orçamento enviado pelo Piratini. Segundo Santos, trata-se de um Orçamento realista, endossando o discurso do governador Sartori sobre o tema. Na próxima terça, o Orçamento vai ser apreciado em Plenário.

Já tramita na Assembleia um projeto de lei, de autoria do deputado Augusto Lara (PTB), que prevê execução anual de auditórias sobre os benefícios fiscais. O texto está em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

O pacote de reestruturação do Estado enviado à Assembleia por Sartori contempla a solicitação de urgência na apreciação de um projeto de lei que estabelece redução de até 30% nos Créditos Fiscais Presumidos até 2018. Os créditos presumidos equivalem a cerca de 31% do total das desonerações geridas pelo Estado.

Fonte:Gabriel Jacobsen/Rádio Guaíba