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quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Pesquisa do Ibope nas eleições para presidente 2018

Ibope indica cenário eleitoral em aberto

Primeira sondagem realizada após o início do horário eleitoral e o indeferimento da candidatura do ex-presidente Lula, a pesquisa do Ibope divulgada ontem à noite indica que o quadro está indefinido a um mês da eleição. A liderança de Jair Bolsonaro, com 22%, não é garantia de que ele estará no segundo turno, embora essa pareça a hipótese mais provável hoje. A grande novidade da pesquisa é o crescimento de Ciro Gomes, que já havia sido detectado na pesquisa do banco BTG Pactual e que deixou o mercado financeiro em polvorosa.
Ciro subiu de 9% em 20 de agosto para 12% agora, empatando com Marina Silva no segundo lugar. Geraldo Alckmin vem em quarto lugar, com 9%, tecnicamente empatado com Marina e Ciro. Fernando Haddad, que ainda não foi oficializado como substituto de Lula na aliança PT-PC do B passou de 4% para 6%, e João Amoêdo teve o maior crescimento proporcional, de 1% para 3%. Amoêdo virou pesadelo para os bolsonaristas, porque é o candidato dos sonhos dos liberais convictos.
Considerando-se a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, conclui-se que há vários cenários possíveis de segundo turno. A comparação com pesquisas anteriores, de outros institutos, sugere que Bolsonaro pode estar perto do seu teto. Em tese, Ciro, Marina, Alckmin e Haddad têm potencial para chegar à final. O conceito de "voto útil" pode mudar com as próximas pesquisas.
Apesar da liderança, Bolsonaro tem bons motivos para se preocupar com a pesquisa do Ibope. Embalado pela torcida que o recebe nos aeroportos do país e pela atuação de seus seguidores nas redes sociais, o capitão vaticinou, após carreata no Distrito Federal, que o apoio das ruas indica vitória no primeiro turno. Seus seguidores mais fanáticos e adeptos das teorias conspiratórias passaram o dia especulando que o Ibope teria segurado a divulgação da pesquisa, prevista para terça-feira, para não mostrar a suposta vantagem avassaladora no primeiro turno.
A pesquisa mostra o contrário. Primeiro, que mesmo com o avanço da campanha, Bolsonaro está há várias semanas estagnado na faixa de 20% a 22%. Campeão de rejeição, com 44% dos entrevistados dizendo que não votariam nele de jeito nenhum, o candidato do PSL tem problemas nas simulações de segundo turno. Pelo Ibope, se a eleição fosse hoje, ele perderia para Ciro (44% a 33%), Marina (43% a 33%) e Alckmin (41% a 32%. Nem em uma possível final com Haddad, que no primeiro turno só tem 6%, a situação seria confortável: a pesquisa indica empate técnico, com 37% para ele e 36% para o petista.
Bolsonaro tem um problema adicional: a alta rejeição entre as mulheres, que tende a crescer com a exploração, pelos adversários, de declarações e embates pretéritos.
A boa performance de Ciro na pesquisa (rejeitado por apenas 20%) deve ser creditada mais à sua capacidade de comunicação nas entrevistas do que ao desempenho no horário eleitoral, em que seu tempo é insignificante. A pesquisa foi feita após as entrevistas ao Jornal Nacional. Como os programas dos candidatos a presidente são vistos de dois em dois dias, as inserções distribuídas ao longo da programação acabam se tornando mais importantes.
Emperrado nas pesquisas e ameaçado de ficar fora do segundo turno, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, partiu para o ataque ao adversário com quem disputa o voto do eleitorado conservador. As críticas, que marcam suas inserções no horário eleitoral, em vídeos e na voz de terceiros, foram incorporadas ao discurso do candidato, ontem, em Goiânia.
- Não vou nem perder tempo com Bolsonaro. É o pior candidato, não há ninguém tão despreparado e iríamos para o caos se ele fosse eleito. Farei o possível para que ele não seja eleito.
Em entrevista na capital goiana, Alckmin reforçou as críticas:
- Um despreparado, que, em 28 anos como deputado, não fez absolutamente nada, a não ser defender o corporativismo, que é o grande mal do Brasil. E votando sempre contra o país, com o PT, de maneira corporativa.
A estratégia do PSDB de partir para o ataque ficou clara já no primeiro dia de propaganda, especialmente nas inserções exibidas ao longo do dia.
A campanha do capitão pediu direito de resposta ao vídeo no qual aparece hostilizando a deputada Maria do Rosário e uma jornalista. Além de chamar a deputada de "vagabunda", ele ameaça agredir fisicamente a colega de Câmara. O vídeo termina com a pergunta: "Você gostaria de ter um presidente que trata as mulheres como o Bolsonaro trata?". O ministro Sergio Banhos, do TSE, negou o pedido.