Susepe garante que não há mais
presos em viaturas e delegacias da região
Camila Diesel / Rádio
Guaíba
A Justiça determinou que detidos sujeitos a aguardar vagas no sistema prisional em viaturas e delegacias
de polícia da Capital e região Metropolitana sejam transferidos para a Cadeia
Pública de Porto Alegre, o antigo Presídio Central. A decisão, da juíza da Vara
de Execuções Criminais (VEC) de Porto Alegre, Sonáli da Cruz Zluhan, atende a
pedido da Superintendência de Serviços Penitenciários do Rio Grande do Sul
(Susepe). Os presos ficarão no local por no máximo 60 dias, até serem
encaminhados a uma penitenciária.
Conforme a juíza, no entanto, segue vedada a entrada de presos do regime
semiaberto ou de presos de outra jurisdição. “Ainda, os presos que ingressarem
no Central devem, necessariamente, ter compatibilidade com a 'massa
carcerária'. Aquele preso que solicitar isolamento, seja qual o motivo, deve
imediatamente ser retirado e realocado em outro estabelecimento”, explicou
Sonáli na decisão.
Na opinião da juíza, o recolhimento de apenados em viaturas ou em
delegacias causa “tumulto e tratamento desumano, beirando a tortura”. A
magistrada expõe ainda que não considera o abrigo na Cadeia Pública a situação
ideal, mas ponderou ser “menos danoso” do que deixar o apenado em condições
ainda mais precárias.
Sonáli
definiu também que a Susepe deve prestar suporte à casa prisional e que a
direção da Cadeia Pública, que manifestou concordância com a determinação, deve
controlar o prazo de ingresso e saída dos presos. A Susepe informou que a
retirada dos detentos de delegacias e viaturas começou na sexta-feira e já se
encerrou. O órgão garantiu que não há presos em viaturas e que, nas delegacias,
o preso só fica até a conclusão dos trâmites de encaminhamento.