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domingo, 13 de setembro de 2015

Análise de discurso de Sartori mostra que expressões podem aumentar ansiedade e criar clima de pânico

Conhecido pelo bom humor, o político tem se mostrado irritado nas últimas aparições públicas

Por: Cleidi Pereira/ZH
UTI, câncer, calamidade, fundo do poço. Essas têm sido, nos últimos dois meses, algumas das expressões utilizadas pelo governador José Ivo Sartori para se referir à crise do Rio Grande do Sul. Há oito meses no cargo, o chefe do Executivo, como um médico que opta por uma conduta inusitada, insiste em enfatizar o diagnóstico do paciente. Ao ficar repetindo que o Estado é um enfermo terminal, quem há de se animar para buscar opções de tratamento? Após 10 dias, bloqueio às contas do Estado chega ao fim

Para especialistas, o discurso adotado pelo governador, especialmente após o primeiro parcelamento de salários do funcionalismo, no fim de julho, não é nada adequado para o momento em que o Estado atravessa uma de suas mais graves crises. Entre consultores, professores, cientistas políticos e especialistas em comunicação e gestão de crise, o consenso é de que o tom das declarações aumenta a ansiedade e gera um clima de pânico na população. Piratini paga nova parcela de salários. Veja como servidores passaram 11 dias com R$ 600 na conta

Você pode dizer que a situação é grave sem alarmismo e sem mentira. Ficar falando todo o dia que o Estado está na pior e pedir sacrifício para uma turma só, sem cortar na carne, como também acontece no governo federal, aí a população não acredita” — diz o consultor de comunicação João José Forni, especialista em gestão de crise.
Em Brasília, técnicos do Tesouro Nacional discutem saídas para crise do RS

Gaúcho radicado em Brasília, o também professor de comunicação pública acompanha com preocupação o agravamento do quadro financeiro do Estado. Segundo Forni, os protestos contra o governador — eleito com 61,2% dos votos, a maior votação desde a redemocratização — são reflexos de como o Piratini não está sabendo lidar com as adversidades, pois "a má gestão de uma crise faz o capital político se esvair". Forni avalia que, como o peemedebista era uma figura desconhecida pela maioria dos gaúchos até a campanha, pode estar tendo dificuldades por não representar uma liderança forte.

Conforme o cientista político da Universidade de Brasília (UnB) Antônio Flávio Testa, as declarações de Sartori não são propositivas e demonstram uma "inabilidade incompreensível" para um político com 38 anos de vida pública. O professor de história da comunicação política entende que o governador precisa mudar o discurso — que tem de ser de mobilização e participação — e mostrar que é líder. Entenda por que o Palácio Piratini garante que bloqueio não afetará pagamento das parcelas salariais

O cientista político Bruno Lima Rocha, professor da Unisinos e da ESPM-Sul, tem uma interpretação diferente. Para ele, Sartori estaria "apostando no caos, numa inflexão muito dura" para fazer valer as suas teses. Rocha entende que as falas do governador lembram a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, que repetia, ao falar sobre seu programa econômico, "não há alternativa", o que lhe valeu o apelido "Tina", acrônimo da frase em inglês "there is no alternative".

Se a intenção é criar um novo desenho de Estado, enxugando a máquina, e ele aposta no caos, está em um bom caminho. Se acredita que não pode governar sem prestígio e quer gerar uma ideia de pacto social pelo Rio Grande, está num péssimo caminho. Ou ele é muito estratégico ou está mal-assessorado. Aposto na primeira hipótese. Sartori é um político preparado, foi líder de bancada no governo Britto, que foi um governo duríssimo” — avalia Rocha, lembrando que o peemedebista, como prefeito de Caxias do Sul, enfrentou uma greve de médicos que durou 11 meses, e não cedeu.
Clima festivo no dia do anúncio do parcelamento

Na análise do professor, a estratégia do Piratini é arriscada. Ao apostar no caos, o chefe do Executivo estaria caminhando no "fio da navalha", pois a tática transmite a impressão de desgoverno e há risco de perda de legitimidade.

"A violência cresceu por causa do parcelamento dos salários", diz Fortunati.

A aparente incoerência entre o discurso e a prática é outra falha apontada pelos entrevistados. Alguns dias após anunciar o primeiro parcelamento de salários do funcionalismo, no fim de julho, o Piratini nomeou 52 cargos em comissão, revoltando servidores públicos. Um mês depois, outro gesto de Sartori motivaria protestos. No fim de semana em que os servidores tiveram a confirmação de que receberiam parcela de apenas R$ 600, o governador foi flagrado em clima festivo na Expointer, dançando com a primeira-dama, Maria Helena.

Quando você mexe na questão financeira da população, é bastante complicado. Se não for um líder com uma grande aprovação, se também não fizer sacrifício, se for contraditório, isso mostra uma falta de sintonia e até falta de solidariedade com a população” — pondera Gil Castilho, presidente da Associação Latino-americana de Consultores Políticos, que detecta "erros de comunicação no momento em que o governador tem sua imagem não condizente com o período de austeridade".
Entenda por que o Piratini depositou R$ 600 para os servidores estaduais

Qual deveria ser o papel de um líder em um momento de crise? O psicanalista Mário Corso explica:

O líder é aquele que mantém a cabeça no lugar durante a tempestade. É o primeiro mandamento do líder. Ele não tem o comportamento da massa”.
Conhecido pelo bom humor, o governador tem se mostrado irritado nas últimas aparições públicas. Na abertura da Expointer, discursou aos gritos, com a face avermelhada, enquanto era vaiado por servidores. Há quem acredite que é um sinal de que não está conseguindo lidar com a pressão. Outros entendem como um momento de confronto, reflexo da declaração de guerra ao serviço público.

Como nunca havia deparado com uma oposição dessa envergadura, o governador talvez esteja se confrontando com desafios que não estavam na sua contabilidade. Se estavam, é um homem frio, como Vargas era. Ao que tudo indica, é isso mesmo. Sartori tem aparência de um homem simples, mas tem uma lida política muita dura, que não abre mão de suas teses” — diz o cientista político Bruno Rocha.
Piratini diz que estratégia é realista 

Na avaliação do secretário de Comunicação do Estado, Cléber Benvegnú, as expressões que vêm sendo utilizadas pelo governador José Ivo Sartori desde que a crise se agravou, com o parcelamento de salários, não são "alarmistas, mas sim realistas". Escancarar a crise é, de acordo com ele, uma opção política do governo, fruto da "convicção política do governador" e de um "apreço à verdade".

Nós abrimos as contas públicas como nunca se fez na história do Rio Grande do Sul. A estratégia de futuro é construir um Estado diferente, propor gradativamente mudanças estruturais. Para que isso aconteça, é preciso ter consciência da crise” — explica.

De acordo com Benvegnú, teria sido mais fácil para o Palácio Piratini optar pelo falso otimismo. O secretário defende a tese de que a estratégia de comunicação não pode ser descolada da realidade:

Estamos diante de um problema de liquidez, e isso significa falta de dinheiro. Dizer isso não é botar o Estado para baixo. É convocar a sociedade para mudança. O Estado vai precisar fazer diversas mudanças estruturais, que o governo está gestando e que virão ao longo dos próximos anos”.
Sem citar exemplos, o secretário admite que existem erros de comunicação e que ainda há "muito a melhorar". Ele ressalta que a equipe responsável pela área é composta hoje por cerca de 60 pessoas, e que o número equivaleria à metade da quantidade de profissionais na gestão de Tarso Genro.  
Sindicatos de servidores do RS recomendam suspensão da greve a partir desta sexta-feira  

Nas redes, as declarações de Sartori costumam virar memes — frases, desenhos ou vídeos que se espalham rapidamente na internet. Duas páginas no Facebook satirizam as falas do governador. Com mais de 10 mil curtidas, a principal delas é a Sartorices, criada durante a campanha, após o peemedebista recomendar a professores que buscassem o piso em loja de material de construção. Os administradores, que preferem não se identificar, afirmam não ter vinculação partidária. Leia as últimas notícias

O secretário de Comunicação ressalta que o governador "tem um jeito simples, intuitivo, de homem do Interior" e que "muitas pessoas esperam dele o que ele não é":

Não é um formulador, um criador de falsas esperanças, um vendedor de ilusões, e foi isso que o fez ganhar a eleição. Isso, às vezes, choca, porque não é comum no meio político. Quem convive com ele, sabe que ele é assim”.
Líderes que viraram o jogo

Assim como a habilidade de um piloto de avião pode garantir a sobrevivência dos passageiros em um pouso forçado, a postura e o discurso de um líder são fundamentais para atravessar turbulências, avaliam especialistas.

O líder tem de tranquilizar. Ele pode até passar por momentos difíceis e extremos, nos quais, na verdade, o que se espera é uma orientação. Por isso, ele é o líder e até um alento — afirma Gil Castilho, presidente da Associação Latino-Americana de Consultores Políticos.
Entre consultores e cientistas políticos entrevistados por ZH, três figuras foram apontadas — quase que por unanimidade” — como exemplos de homens públicos que, com atitude e uma boa oratória, conseguiram superar crises. Entenda por que são citados como referências.

Winston Churchill

- Tornou-se um dos mitos políticos e militares do século 20 devido à atuação como primeiro-ministro da Grã-Bretanha durante a II Guerra Mundial. Churchill, que assumiu o posto meses após a invasão da Polônia por Adolf Hitler, uniu adversários em um governo de coalizão. Seus memoráveis discursos conclamando a população à resistência e sua aproximação com o então presidente americano, Franklin Roosevelt, para que os EUA entrassem na guerra, foram considerados fundamentais para o êxito dos aliados durante o conflito.

Rudolph Giuliani

- Era prefeito de Nova York em 2001, quando houve os atentados de 11 de Setembro. Depois de saber que um avião havia atingido o World Trade Center, ir até o local e ver pessoas se jogando de uma das torres, Giuliani lembrou de um conselho do seu pai: em uma crise, seja a pessoa mais calma da sala. A estabilidade e a compaixão do prefeito, que foi a inúmeros funerais depois da tragédia, ajudaram a apaziguar a cidade após os ataques terroristas. Giuliani foi condecorado pela rainha Elizabeth II e escolhido pela revista Time como Personalidade do Ano.

Barack Obama

- Devido às dificuldades enfrentadas pela economia americana, o presidente dos EUA viu sua popularidade despencar em 2011 e a taxa de rejeição ao seu governo ultrapassar a casa dos 50% em setembro daquele ano, colocando em risco sua reeleição. Dois meses depois, anunciou a retirada das tropas do Iraque e começou a recuperar a credibilidade. Um dos trunfos de Obama é a capacidade de comunicação. O presidente americano é considerado um dos maiores oradores na atualidade. Em novembro de 2012, após uma eleição disputada, conquistou o segundo mandato.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Agente da Susepe revela problemas no monitoramento eletrônico de apenados no RS

O vídeo:

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/jornal-do-almoco/videos/t/edicoes/v/agente-da-susepe-revela-problemas-no-monitoramento-eletronico-de-apenados-no-rs/4454236/

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Onda de violência: Propostas em xeque na segurança

Enquanto prefeito da capital exige que Força Nacional ou Exército atuem na cidade, governo do Estado garante que não é necessário e pede auxílio da Guarda Municipal

A onda de criminalidade que assusta os gaúchos fez florescer ontem um embate que gerou mal-estar entre o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, e o secretário da Segurança Pública, Wantuir Jacini. Enquanto o chefe do Executivo da Capital se declarou a favor de o governo do Estado pedir auxílio do Exército ou da Força Nacional de Segurança Pública para melhor proteger a a cidade, Jacini propôs que a Guarda Municipal ajude a Brigada Militar.

Em entrevista à Rádio Gaúcha, falando sobre a precariedade do policiamento, Fortunati disse que o “grande problema da tropa é a desmotivação por causa do parcelamento dos salários” e que, no final de semana, pediu que fosse marcada uma reunião com o governador para discutir o assunto:
Vou pedir aumento do efetivo da BM. Como está, não pode continuar” – disse.
Fortunati lembrou que, em maio, teve uma reunião com a cúpula da segurança pública porque já considerava o momento delicado. Disse que recebeu respostas positivas, mas, agora, diante da crise financeira do Estado, a situação se agravou muito.
Servidores em operação-padrão ou paralisados e a população mal-intencionada achando que o território está livre para o crime. Este é o pior cenário” – disse o prefeito.
Para Fortunati, a presença do Exército ou da Força Nacional seria “extremamente importante, pois aumentaria a sensação de segurança”. Na semana passada, um eventual apoio federal chegou a ser mencionado em uma reunião em Brasília, no Ministério da Justiça, com a participação de Sartori. Mas o governador descartou ajuda da Força Nacional, afirmando que confia na polícia gaúcha.

Secretário propõe integrar forças policiais

Na Secretaria da Segurança Pública (SSP), a proposta de Fortunati não foi bem recebida. O assunto foi discutido em uma reunião com representantes das corporações da área de segurança estadual e da Guarda Municipal. O encontro se encerrou com uma proposta do secretário Jacini de aprimoramento do trabalho integrado entre a BM e a Guarda Municipal, “visando promover ações conjuntas e com efetividade”.

Na prefeitura, Fortunati enfatizou as atribuições legais da Guarda de proteger o patrimônio municipal:
Não posso simplesmente começar a retirar os guardas de uma hora para outra de seus postos. Com isso, estaria desprotegendo os prédios municipais, ou seja, vestindo um santo, mas desvestindo outro”.
Em Brasília, Sartori sinalizou que intervenção federal, no momento, não é cogitada:
Temos uma Brigada Militar que tem 177 anos. Até o momento em que ela tiver condições de dar conta do recado e fazer o trabalho que vem fazendo, apesar de todas as dificuldades, está cuidando da sociedade”.

ADRIANA IRION
JOSÉ LUÍS COSTA
ZH

O QUE SÃO
A FORÇA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA
-Coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), em Brasília, foi criada em 2004 para auxiliar Estados em situações emergenciais, atendendo pedidos de governadores, mas também atua para dissolver distúrbios em áreas federais como invasão de usinas e de rodovias.
-É formada por cerca de 1,2 mil PMs e bombeiros de esquadrões de elite das polícias militares estaduais, contando com agentes civis (para investigações) e peritos criminais (para necropsias) escolhidos para missões por até dois anos. Os PMs atuam com capacetes e escudos, armados com carabinas calibre .556 e pistola calibre .40. Desde que foi criada, 11 mil policiais já atuaram em ações em 14 Estados como Rio de Janeiro e Santa Catarina.
A GUARDA MUNICIPAL DA CAPITAL
-Existe em Porto Alegre desde 1892 com a função de proteger o patrimônio do município, como escolas, postos de saúde, repartições, parques e praças.
-Está subordinada à Secretaria Municipal de Segurança, contando com cerca de 500 agentes divididos em equipes que atuam 24 horas, com efetivos fixos, e em carros e motos, habilitados a portar arma (usam revólver calibre 38).
-Por meio de central de operações, monitora 230 prédios municipais dotados de alarmes e também recebe queixas referentes a pichação e danos ao patrimônio público. A Guarda também atua em eventos na segurança de autoridades do Executivo municipal.

Esse governicho e polenteiro

O governo do Rio Grande do Sul:
Acorda Sartori,


terça-feira, 8 de setembro de 2015

Fortunati defende que Sartori peça auxílio à Força Nacional e ao Exército

Para o prefeito, presença de auxílio externo ajudaria a diminuir a sensação de insegurança das ruas da Capital

Esse governicho, acorda Sartori. 

Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, confirmou ser a favor de um pedido, por parte do governo estadual, de auxílio externo na segurança do Estado. Para Fortunati, a presença de homens da Força Nacional de Segurança Pública e do Exército nas ruas gaúchas poderia fazer com que a população se sentisse mais protegida.
"Mesmo que o exército esteja preparado para outro tipo de ação, e a Força Nacional atue com um contingente pequeno, a presença deles nas ruas ajuda. Não resolve, mas ajuda" — avaliou o prefeito.
Além disso, Fortunati disse aguardar um contato do governador José Ivo Sartori para marcar uma reunião e discutir a questão da segurança em Porto Alegre. Apesar das dificuldades financeiras do Estado, o prefeito disse que pedirá o aumento do efetivo da Brigada Militar. Na avaliação de Fortunati, a população está "amedrontada".
"Estamos diante de um impasse que diz respeito a todos nós" — observou.

Parcelamento no STF

  • O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, que havia pedido vista do processo do governo do Estado sobre o parcelamento de salários, devolveu a ação e o julgamento pode ter sequência nesta semana.

    Quando foi interrompida, a análise do recurso da Procuradoria-Geral do Estado sobre a constitucionalidade da atitude do governo de parcelar os salários dos servidores já tinha três votos contrários.
    Na ocasião, o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, cogitou a possibilidade de intervenção federal se o Piratini descumprisse as decisões judiciais que determinam pagamento em dia da folha do funcionalismo.
    Já a ação cautelar que pede a suspensão do bloqueio judicial das contas do Estado por não pagar a dívida com a União ainda não foi analisada.
Por Juliano Rodrigues/ZH

sábado, 5 de setembro de 2015

Vaiado na Expointer, Sartori prega união: "Pedras funcionam melhor para construir do que para destruir"

Governador foi chamado de "caloteiro" por manifestantes, que criticaram o parcelamento de salários

Vaiado na Expointer, Sartori prega união: "Pedras funcionam melhor para construir do que para destruir" Caco Konzen/Especial
Durante todo o discurso do governador, manifestantes permaneceram vaiando e apitando efusivamente Foto: Caco Konzen / Especial
Ao discursar na cerimônia de inauguração da 38ª Expointer, em Esteio, o governador José Ivo Sartori foi vaiado por longos minutos pelos servidores públicos estaduais, que protestaram contra o parcelamento de salários no parque Assis Brasil, em Esteio.
Os trabalhadores ficaram de costas enquanto o governador se manifestou. Durante todo o discurso, eles permaneceram vaiando e apitando efusivamente. Sartori começou destacando a importância da união de todos para superar a crise:
"Mesmo sendo de partidos diferentes, podemos trabalhar juntos para o bem do nosso Rio Grande. Comece fazendo o necessário, depois faça o possível e, de repente, estará se fazendo o impossível" — declarou o governador.
Em seguida, o governador frisou que o Estado atravessa uma situação de "emergência financeira" e falou em tom de desabafo:
"Há quem duvide que sairemos dela. Mas em vez de jogar pedras no passado, optamos por fazer o que precisa ser feito. Pedras funcionam melhor para construir do que para destruir".
Sartori ainda ressaltou que o governo está fazendo a sua parte e defendendo os interesses do Rio Grande do Sul. E pediu compreensão:
"Chegou a hora de pensar no bem comum, de pensar nas pessoas mais simples, nos gaúchos e nas gaúchas que tocam a vida para frente apesar das dificuldades. Estes são os que precisam do poder público. É com a união e a solidariedade de todos que vamos recuperar o setor público".

Servidores estaduais reavaliam greve na próxima terça

Professores seguirão paralisados até o dia 11, data da segunda parcela de salário

Após divergências entre as 46 entidades envolvidas, uma assembleia unificada definiu, na tarde desta sexta-feira, que cada categoria vai decidir, ao longo do fim de semana, a permanência da greve até a próxima sexta-feira.
Os escrivães da Polícia Civil seguem paralisados até a meia-noite de hoje e se reúnem, na próxima terça, para definir nova mobilização.
Vamos suspender a greve, mas continuamos com operação-padrão. Essa é a orientação aos nossos plantonistas. E na terça, vamos reavaliar o movimento”.
Destacou a diretora do Ugeirm Sindicato, Neiva Carla. Na prática, operações policiais, oitivas e registro de flagrantes delegados serão registrados somente na presença de delegado.
Já os servidores penitenciários mantêm o estado de greve, mas decidem até domingo se vão retomar a greve. A tendência é de nova paralisação. Já os brigadianos devem manter aquartelamento em alguns batalhões, segundo o presidente do sindicato que representa os cabos e soldados, Leonel Lucas.
Somente os professores já decidiram manutenção da paralisação até o dia 11, coincidindo com o pagamento da segunda parcela dos salários.
Entidades com menor número de servidores suspenderam a paralisação, como é o caso dos técnicos científicos. Conforme o presidente do Sintergs, Nelcir André Varnier, os servidores vão dar apoio à vigília a ser feita, a partir da próxima terça, em frente à Assembleia Legislativa. Na próxima semana, o Parlamento passa a votar os projetos encaminhados pelo governo.
A greve teve início na terça-feira, um dia após o anúncio oficial do governador do parcelamento dos salários em quatro parcelas. Durante a semana houve protestos em frente ao Piratini, manifestações na Assembleia e piquetes em frente aos batalhões da Brigada Militar em todo o Estado, impedindo a saída de viaturas e policiais.


sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Por que alguns donos do poder mafiosos estão indo para a cadeia?

Luiz Flávio Gomes


Professor

Jurista e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). [ assessoria de comunicação e imprensa +55 11 991697674 [agenda de palestras e entrevistas]


Bem-vindos ao Diário Independente do nosso amável abismo chamado Brasil!

“Oposição acusa Maduro de manobrar distritos eleitorais para evitar derrota” (Estadão30/8/15: A13). Ainda bem que isso só ocorre na Venezuela. Ufa!

Por que alguns donos do poder mafiosos esto indo para a cadeia

1. Crise política (corrupção e antirrepublicanismo):

A mafiocracia brasileira sempre existiu. Mafiocracia é o governo criminoso do Estado pelos senhores neofeudalistas que são os donos dos poderes econômico, financeiro e político. De várias maneiras a mafiocracia acumula riqueza e poder. Uma delas é pela via ilegal (por meio de monopólios, oligopólios, cartelização, corrupção, fraude em licitações, licitações combinadas etc.). “A História do Brasil sempre foi um negócio” (Caio Prado Jr.).

O que sempre caracterizou a mafiocracia foi a impunidade, que era regra quase absoluta até pouco tempo. Para não ir longe, recordemos a clássica (tópica) irresignação de Rui Barbosa (no princípio do século XX): “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.

Mas, de repente (desde 2012), alguns banqueiros, marqueteiros, políticos, altos funcionários, empreiteiros, executivos e tantos outros comparsas começam a ir para a cadeia. Como se explica isso?

Seis razões:

(a) Seletividade do sistema penal: o poder punitivo estatal sempre foi seletivo (calcula-se que nem 2% dos crimes são devidamente apurados – v. http://são-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,em-sp-95-dos-crimes-ficam-impunes,581914). Ele, em regra, escolhe quem vai investigar. Suas estruturas tradicionalmente foram voltadas para a delinquência “dos de baixo”. O que mudou? A polícia federal, desde 2003 (paradoxalmente a partir do governo Lula), já fez mais de três mil operações investigativas contra os criminosos de colarinho branco (ou seja: contra a mafiocracia). Nesses casos, não apenas se rompeu o velho sistema da imunidade investigativa como também o Ministério Público Federal passou a agir com mais eficiência.

(b) Invisibilidade: o crime do colarinho branco não tem “crime appeal”, ou seja, sempre foi invisível. Essa invisibilidade foi rompida diante da aliança das bandas podres dos senhores neofeudistas com o PT e partidos da coalização. O que mudou? A mídia rompeu sua conivência com os crimes dos poderosos envolvidos com a corrupção do PT e partidos aliados. Os criminosos poderosos (das bandas podres dos senhores neofeudalistas) passaram a ser popularmente conhecidos pelos seus nomes (Zé Dirceu, Marcos Valério, a dona do banco Rural, o dono da empreiteira x etc.). Na mídia, a mafiocracia começou a dividir o espaço policial com os tradicionais criminosos.

(c) Indiferença: enquanto não havia crise econômica no governo petista, a população e a mídia suportaram em silêncio a roubalheira da mafiocracia. Nem o mensalão foi suficiente para tirar o PT do poder. A visibilidade da mafiocracia rompeu a indiferença da população brasileira (que sempre aceitou, em maior ou menor grau, a reeleição do político corrupto: Sarney, Collor, Renan, Jader, Maluf etc.). O que mudou? A partir da Dilma, crise econômica foi se agravando e, ao mesmo tempo, houve um forte acirramento da polarização política (em 2014). As classes médias manifestaram sua indignação (junho/13) contra a perda da qualidade de vida; os descontentes com a desgovernança econômica já foram para as ruas várias vezes gritando “Fora PT”, “Fora Dilma” etc. O que mudou? A indignação de todos os grupos se transformou em ódio (o ódio é contra o PT e todos que estão ao lado dele);

(d) Aliança mortal: a aliança criminosamente corrupta das bandas podres dos senhores neofeudais (donos do poder, por natureza adeptos do conservadorismo mais radical) com o governo petista (de esquerda) foi, do ponto de vista da impunidade, desastrada para os primeiros. O conservadorismo oficial (desde as bases do poder) sempre ficou distante das esquerdas, particularmente as radicais. Getúlio Vargas com o autogolpe de 1937 e seu Estado Novo liquidou a intentona comunista de 1935. O regime ditatorial (civil-militar) de 1964 aniquilou as pretendidas reformas de João Goulart. Com o governo petista foi diferente. O historiador Marco Antonio Villa foi ao ponto: “O petismo, no auge, contou com apoio entusiástico da elite brasileira. Mesmo após as denúncias do mensalão, publicizadas na CPMI dos Correios. Para as classes dirigentes, o projeto criminoso de poder foi visto, apenas, como uma forma de governança, nada mais que isso (http://oglobo.globo.com/opiniao/o-velhoonovo-17364065#ixzz3kUZrlx00). O povo, diante de tantas denúncias de corrupção, transformou sua indignação em ódio contra o governo corrupto e contra todos os que estão junto com ele nas falcatruas. As bandas podres dos senhores neofeudaisligadas ao PTpassaram a ser também odiadas pela população.

(e) Omertà”: a mafiocracia, ou seja, o crime organizado das bandas podres dos senhores neofeudalistas (donos do poder) sempre foi regida pela “omertà” (silêncio mafioso). O que mudou? A delação rompe o sistema do silêncio e começa o desmoronamento da estrutura organizada com a facilitação das provas.

(f) Eficácia momentânea e seletiva do sistema punitivo: morosidade, dificuldade de produção de provas, nulidades e prescrição são a regra na Justiça. O que mudou? As investigações da Lava Jato desaguaram nas delações premiadas que facilitam as provas. O juiz Moro passa a decretar prisões preventivas em situações inusitadas. Delações + prisões rompem o velho sistema da impunidade dos criminosos poderosos. Mas os processos são de duas velocidades: (a) há rapidez (e estridência midiática) nos processos que envolvem o PT e as coalizações; nos processos contra o PSDB, por exemplo, tudo continua como dantes no quartel de Abrantes.

2. Nossas crises ao longo da História:

“No Brasil, a construção da democracia e de suas instituições é um longo processo. Isto porque o passado patrimonialista ainda nos aprisiona. Qualquer avanço é fruto de muita luta e de pequenas vitórias. Como não temos tradição de rupturas, a tendência é sempre incorporar o derrotado na nova ordem (Marco Antonio Villa,http://oglobo.globo.com/opiniao/o-velhoonovo-17364065#ixzz3kUXBC8OQ).

O problema é que sem ruptura com o velho pensamento dos senhores neofeudais, cujas bandas podres protagonizam soberbamente a mafiocracia brasileira, não chegaremos a nenhum lugar honroso e sustentável.

3. Crise econômica e capitalismo selvagem:

Qual o papel do Estado na economia? “O melhor programa econômico de governo é não atrapalhar aqueles que produzem, investem, poupam, empregam, trabalham e consomem” (Barão de Mauá, empreendedor do começo do século XIX).

“Não atrapalhar” não significa não cumprir nenhum papel. “Não é verdade que a única versão do capitalismo não contemple um papel importante para o Estado. Em qualquer manual de finanças públicas, por mais liberal que seja, está escrito que são funções do Estado, dentre outras: (a) ser responsável pela provisão à sociedade de serviços como a educação e a saúde; (b) fornecer justiça e segurança; (c) garantir a estabilidade econômico-financeira e (d) combater as falhas de mercado, dentre as quais pode ser considerada uma situação de peso excessivo de determinada empresa (combate aos monopólios e oligopólios) (…) tudo isso são práticas de uma economia capitalista” (F. Giambiagi, Capitalismo: modo de usar, p. 99).

4. Crise social (desigualdades e suas consequências):

“A brusca interrupção do crescimento tende a agravar as desigualdades, pois os mais pobres são os mais afetados por recessão e desemprego. Mas o mero crescimento não garante a superação das desigualdades” (André Lara Resende,http://oglobo.globo.com/economia/mais-pobres-são-os-mais-afetados-por-recessao-17354752#ixzz3kUiPirsT). O mundo capitalista globalizado globalizou a concentração de renda (Picketty) e ampliou a precarização dos trabalhadores. Na década de 90 tudo isso já era denunciado em razão do desequilíbrio do capitalismo (que precisa encontrar seu ponto distributivo ideal, como fizeram os países escandinavos).

5. Crise jurídica (ineficiência da Justiça – ausência do império da lei):

Grupos de extermínio e impunidade: “De acordo com o canadense Graham Denyer Willis [autor de um livro sobre o assunto no Brasil], é possível afirmar que a polícia faz vista grossa para colegas que integram grupos de matadores (…) não se trata de um punhado de maças podres em um cesto; ao contrário, a existência de esquadrões da morte é algo intrincado na estrutura das polícias que é como se fosse a sua sombra” (Folha 1/9/15: A2). Tudo isso um dia vai se transformar numa grande acusação de genocídio estatal perante a Justiça internacional (que, desgraçadamente, ainda conta com pouca eficácia social dissuasória).

Ausência da certeza do castigo: Toda essa tragédia nacional decorre da falta de “certeza do castigo” no Brasil (apenas 8% dos homicídios são apurados), o que revela a ineficiência da Justiça. Aqui a certeza (ou quase certeza) é da impunidade, não do império da lei. Em todas as sociedades (e em todos os tempos) temos dois extremos: um grupo que não tem predisposição para o cometimento de crimes graves e outro que, independentemente das condições, vai se dedicar à delinquência (incluindo a violenta). No meio há uma multidão de gente que pode ou não se transformar em criminoso, conforme haja ou não a “certeza do castigo”. Aqui é que falha, na nossa mafiocracia, o efeito dissuasório.

6. Crise ética (sociedade pouco comprometida):

Ética “é a arte de viver bem humanamente” (Savater), ou seja, junto com os outros humanos (que nos humanizam). “Pensamos o mundo [no entanto] como um outro, além de nós, descolado. Mas não pensamos o outro como parte do mundo que fazemos; [Deveríamos todos] estar na vida, inventando o mundo, a partir do outro. E não apenas com ele do lado. Sem esse esforço que deve ser traduzido em ações públicas ficaremos presos à timeline dos dias” (Marcus Faustini, O Globo 1/9/15: Segundo Caderno, 2).

Como funciona nosso cérebro (sobretudo diante das crises individuais ou coletivas – v. Pedro Bermejo, Quiero tu voto, p. 31 e ss.):

1ª etapa: Negação do problema (defesa psicológica):

“A crise que só Dilma não viu” (Clóvis Rossi, Folha 31/8/15: A15). Numa entrevista em agosto/15 (para Folha, Estado e Globo) ela disse: “A crise começa em agosto, mas só vai ficar grave, grave mesmo, entre novembro e dezembro [de 2014; recorde-se: a eleição foi em outubro/14]; já nos dois primeiros trimestres a economia já tinha retraído; em julho/14 a arrecadação foi 0,23% menor que julho/13; a Carta de Conjuntura do Ipea (de 12/13) já mostrava a retração; o PIB de vários países latino-americanos já começaram a cair em 2012; o Brasil nesse ano cresceu apenas 1%; nenhum governante, salvo Churchill, tem mesmo coragem de pedir “sangue, suor e lágrimas”; Dilma ganhou o governo mas arruinou a governabilidade”.

2ª etapa: Busca de culpados (negação da culpa):

“É a crise internacional” (Dilma em discurso dia 8/3/15).

3ª etapa: Medidas desesperadas (emoção e agravamento da crise):

Sobre a recriação desesperada da CPMF, Ruth de Aquino (Época) recordou: “[Ela] é um roubo. Uma usurpação dos direitos do trabalhador. Quem disse isso foi Lula, no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. Lula foi a Brasília denunciar o imposto extorsivo sobre o cheque. Mas Lula ainda era oposição” (http://epoca.globo.com/colunaseblogs/ruth-de-aquino/noticia/2015/08/cpmfeuma-extorsao-oficial.html).

“Em 2007, presidente do Brasil, [Lula] mudou radicalmente. Comparou a CPMF à salvação da pátria. Citou Raul Seixas para explicar que ele, Lula, era uma metamorfose ambulante” (http://epoca.globo.com/colunaseblogs/ruth-de-aquino/noticia/2015/08/cpmfeuma-extorsao-oficial.html) [Novos impostos somente quando e se houver um pacto nacional com os donos do capital e trabalhadores; os governos fracos não conseguem essa proeza porque são moinhos de vento].

4ª etapa: Aceitação do problema (razão):

No dia 24/8/15 a presidenta (ou presidente) ensaiou um raro mea-culpa: “Fico pensando o que é que podia ser que eu errei. Em ter demorado tanto para perceber que a situação podia ser mais grave do que imaginávamos. E, portanto, talvez, nós tivéssemos de ter começado a fazer uma inflexão antes” (http://brasil.elpais.com/brasil/2015/08/25/política/1440507290_206583.html) [O sujeito caiu do octogésimo andar e quando passava pelo vigésimo disse: “Até aqui tudo bem”].

7. Busca de soluções racionais, se possíveis (lucidez):

“A atual paralisia política é resultado da dificuldade de construir uma saída mantendo os velhos interesses no aparelho do Estado (…) Por que a crise política se estende? Por que a crise econômica parece não ter fim? Porque não foi encontrada uma saída segura para a classe dirigente” (Marco Antonio Villa,http://oglobo.globo.com/opiniao/o-velhoonovo-17364065#ixzz3kUZG4Dyw).


Audiência Pública aprova documento pela retirada do PLC 206/2015

Esse Sartori é um contra os servidores públicos

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Com o Teatro Dante Barone lotado, a Comissão de Constituição e Justiça da ALRS, realizou, na manhã desta quinta-feira (03), audiência pública para debater o Projeto de Lei Complementar 206/2015, de autoria do governo Sartori, que estabelece a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual.
A proponente da audiência foi a deputada Stela Farias, em nome da bancada do PT. A audiência contou com a presença de dirigentes sindicais de diversas categorias e de um conjunto de parlamentares. Ao final do encontro, em votação simbólica, foi aprovado um documento solicitando a retirada imediata do PLC 206/2015.
O requerimento foi entregue no início da tarde ao Chefe da Casa Civil, Marcio Biolchi, por uma comissão formada por deputados e dirigentes sindicais.
Confira o que defendeu a Bancada do PT:
Stela Farias – proponente do debate
“O PLC 206/2015 é a senha para encolher o Estado e abrir mão de suas funções públicas. Estado com menos investimentos e menos custeio é um Estado precarizado, afetando quem mais precisa das políticas públicas, os mais pobres, os mais desvalidos e os mais necessitados. A arrecadação fiscal não pode ser bússola para compromissos e investimentos futuros das políticas públicas”.
Luiz Fernando Mainardi
“O governo Sartori deve retirar de tramitação o PL 206 porque ele representa um futuro sombrio para o nosso Estado. Vem para arrochar salários, precarizar os serviços públicos, diminuir drasticamente os investimentos públicos, aumenta a dívida social e aponta para o crescimento zero. É tão ruim que nenhum deputado da base de sustentação do governador está aqui para defender o projeto.”
Adão Villaverde
“Com este projeto o governo Sartori elimina qualquer possibilidade de se planejar a longo prazo, especialmente quanto à política de valorização e capacitação do servidor público. É cruel e vil a forma de tratamento do governo para com os trabalhadores públicos.”
Nelsinho Metalúrgico
Nós não queremos emendas ao PL 206.Queremos que este projeto seja retirado. A grande novidade de tudo que está acontecendo é a união dos 43 sindicatos em torno desta luta que é derrubar estes projetos. O objetivo de tudo que estamos presenciando é a destruição do projeto público, a redução da obrigação do estado com o desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul.
Zé Nunes
A situação de nosso Estado chegou a este ponto por total irresponsabilidade do atual governador. O PLC 206/15 é uma tentativa clara de engessamento de investimentos e reajustes salariais. Estamos diante de um plano articulado para gerar o caos e justificar duas iniciativas: aumentar impostos e privatizar. Com esta proposta, o atual governo demonstra seu desrespeito com os gaúchos.
Tarcísio Zimmermann
O governo Sartori produz o caos para justificar o arrocho salarial, o aumento de impostos e as privatizações. O povo gaúcho é contra o Estado Mínimo. O povo gaúcho quer saúde e educação com qualidade, servidores valorizados e segurança para andar nas ruas. O caos serve para encobrir a inoperância e a incapacidade de governar.
Miriam Marroni
Sartori é o mensageiro da agenda neoliberal 2020. Ele está cumprindo a proposta de diminuição do Estado. Para ele, a iniciativa privada faz melhor. E isto aponta para a privatização, extinção de fundações. Nós temos um princípio ideológico de valorização dos servidores e das funções públicas.
© Agência de Notícias ALRS

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

“Salário parcelado, além de ser uma indecente quebra de contrato, provoca um enorme constrangimento financeiro”


"A dignidade ultrajada, por Claudir Nespolo

Receber salário parcelado, além de ser uma indecente quebra de contrato, provoca um enorme constrangimento financeiro. Desorganiza a dinâmica familiar, acarreta endividamento, insegurança, afeta em cheio a autoestima da pessoa etc. Como os servidores irão honrar os compromissos domésticos recebendo salário a conta-gotas? Como encarar a família, os vizinhos, os amigos mais próximos, sendo manchetes de jornais como descartáveis e até vadios? De onde tirar ânimo para iniciar uma jornada de trabalho depois de meses de ameaças e agora sabendo que os seus salários virão parcelados?

Não é possível que a solução para a crise das finanças do RS seja o achincalhamento dos servidores. É obrigação de Sartori e dos poderes Legislativo e Judiciário encontrar outras saídas. O governo está usando a forma mais cruel e vil para convencer a sociedade da inviabilidade do Estado e justificar os projetos de aumento linear de impostos, extinção de fundações e as iminentes privatizações. Para isso, não há qualquer escrúpulo em sacrificar os servidores públicos e prejudicar áreas como educação, saúde e segurança, tão essenciais à população.

A histórica crise das finanças não será resolvida com Estado mínimo nem com gestão privada da coisa pública. Só será efetivamente enfrentada se houver um combate sistemático da sonegação fiscal, com ações eficazes de fiscalização, assim como a revisão das isenções e renúncias fiscais. É urgente abrir novos canais de renegociação da dívida do Estado com a União. É possível, sim, discutir mecanismos tributários que não incidam sobre o consumo, mas sobre a renda, o patrimônio e as grandes fortunas. É fundamental reorientar o Estado em torno de um modelo de desenvolvimento baseado na promoção da indústria, agricultura, comércio e serviços. Tudo isso com democracia, diálogo social e transparência. Para isso, o governador precisa se convencer, mesmo que com muita pressão popular, de que os serviços públicos são vitais para os mais pobres, que o patrimônio do povo gaúcho é necessário para o Estado e os servidores são indispensáveis."

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Luiz Fernando Mainardi sobre os parcelamentos dos salários

Ataque macabro aos servidores

O governo Sartori dá um duro golpe contra o funcionalismo público e, ao mesmo tempo, coloca a sociedade contra os servidores como ...se fossem os responsáveis pela situação do Estado.
A inoperância do governo é que fez com que este cenário se agravasse. A falta de iniciativa, a falta de tomada de decisões, de busca de alternativas, resultaram no que presenciamos nos últimos dias.
O líder da bancada do PT, deputado Luiz Fernando Mainardi fala sobre a triste situação em que se encontram os servidores gaúchos.

Salários atrasados

Servidores penitenciários podem deixar as cadeias

Uma situação vivenciada nos presídios do Estado em 2002 pode voltar a se repetir. Indignado com o que considera um “deboche” do governador José Ivo Sartori – as atividades na Expointer no fim de semana, com direito à dança –, o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado (Amapergs), Flávio Berneira, diz que os funcionários da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) podem “abandonar” os presídios gaúchos. As primeiras cidades afetadas seriam Charqueadas, Bagé, Pelotas e Santana do Livramento. Berneira afirma que pelo menos uma penitenciária será esvaziada hoje como forma de alerta:

Temos uma adesão total da categoria. É uma situação de indignação. Estamos provocando os agentes a um abandono total dos presídios e na iminência de que isso ocorra.

Em 2002, centenas de PMs tiveram de sair das ruas e assumir 27 presídios e albergues devido a uma greve dos agentes penitenciá-rios que durou 36 dias. Na época, os servidores queriam pagamento de horas extras e melhorias nas condições de trabalho.

Em encontro na sede da Federação Sindical dos Servidores Públicos (Fessergs) ontem pela manhã, Berneira ressaltou que a imagem de Sartori dançando na Expointer, aliada à esquiva do governador para comentar o parcelamento no domingo, foi o estopim para mobilizar ainda mais o funcionalismo estadual.

A indignação se ampliou muito com a postura de deboche do governador na aparição que fez na Expointer. Uma demonstração pública de total descaso com os servidores. Isso revoltou por demais a categoria
– diz Berneira.

Agora é outro o Blog Cavalcanti

O endereço:

http://deholandacavalcanti.blogspot.com.br/


As estratégias do Piratini para pagar próximas parcelas dos salários

O calendário de pagamento dos vencimentos de agosto

 
Valor líquido das parcelas
31 de agosto R$ 600
Até 11 de setembro R$ 800
Até 15 de setembro R$ 1,4 mil
Até 22 de setembro Restante do salário