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quarta-feira, 2 de março de 2016

Nelcir André Varnier Diretor, 1.º Vice-Presidente de SINTERGS


"Campanha “Sou Servidor Público”


Colega, você está recebendo um kit de material promocional (adesivos e crachás tipo credencial), referente a uma das campanhas do SINTERGS, “Sou Servidor Público”.


Somos alvos de ataques do atual governo e deputados que compõem a base aliada quanto aos problemas financeiros do Estado do Rio Grande do Sul. No entanto, discordamos de forma veemente. Já apontamos alternativas para enfrentar esses problemas, porém ignoram nossas sugestões e denúncias sobre possíveis soluções, como por exemplo, excesso de sonegação (+ R$ 7 bilhões ao ano), renúncias fiscais (+ R$ 13 bilhões ao ano), auditoria cidadã profunda na dívida pública do Estado frente à União, diminuição de CCs (cargo de confiança), entre outras. Preferem jogar as culpas nos servidores concursados e aposentados.


A campanha tem como objetivo dar visibilidade aos servidores e serviços públicos prestados, resgatando o respeito e o reconhecimento da sociedade. Nossa estratégia é sensibilizar os cidadãos ao fazermos um contraponto à imagem negativa construída em nossa sociedade pelos interesses contrários ao bem comum. Temos que desmistificar este estigma e nos fortalecer frente aos representantes político-partidários.


Essa ação deverá ser permanente e de longo prazo. Somada a outras iniciativas e campanhas do Sintergs e de outras entidades, acreditamos que surtirá efeitos positivos no sentido de reconstruir a imagem do servidor público através de um novo posicionamento, onde vamos mostrar nossa cara e o nosso trabalho.


Observamos um certo grau de invisibilidade do servidor público. Mesmo trabalhando como qualquer outro trabalhador, mesmo prestando um serviço direto ao contribuinte,  este sequer sabe que foi atendido por um servidor público. Ao receber um bom atendimento, o cidadão atendido não reconhece naquele profissional um servidor público. Já eventuais experiências negativas, aquelas que merecem grandes espaços editoriais nos veículos de comunicação e capa de jornal, essas sim são associadas ao servidor público. Então, neste caso, há uma grande injustiça com o servidor público que, sim, desempenha sua função pública com comprometimento e responsabilidade e que, sim, escolheu o serviço público para dedicar a sua vida profissional.


É uma campanha simples e de baixo custo. Nós, servidores públicos, é que a executaremos em  nosso dia a dia.


Somos em torno de 372 mil servidores públicos ativos e inativos. Se 60% do funcionalismo aderir a esta campanha, poderemos ter um exército de eleitores simpáticos à nossa causa, que é deles também. E, com isso, faremos a diferença nas próximas eleições e noutras que virão. Porque somos, antes de servidores públicos, trabalhadores e cidadãos.


Queremos serviços públicos de qualidade para a população e estes dependem dos servidores. Como qualquer empregado, trabalhador, ser humano, o servidor público também deve ser respeitado e valorizado. É com motivação  que se obtém o melhor das pessoas, em todos os âmbitos. Mas o atual governo simplesmente ignora esse princípio básico de gestão de pessoas.


Sim, eu existo. Estou aqui. Sou servidor público!


O adesivo ou crachá nos dará visibilidade. Deixe a pessoa que está sendo atendida perceber, sem falar nada. Ao sermos questionados, teremos a oportunidade de falar sobre nosso pleito: visibilidade. É preciso que a sociedade reconheça a importância do nosso trabalho e perceba nossa dedicação e competência, apesar de todas as dificuldades enfrentadas na nossa atuação cotidiana.  Ao ser atendido por um servidor público, o cidadão tem que sair com o seguinte pensamento: “conheci um servidor público, ele me atendeu, logo ele existe, é uma pessoa real”. Parece piada, mas somos invisíveis. Quando aparecemos, somos  rotulados como vilões. A mudança dessa imagem depende de nós mesmos.


Também, daremos prosseguimento à campanha “Vote Consciente”, iniciada no final do ano passado (2015). Ampliaremos essa ação em rádios, outdoors, jornais de bairros, face, sítio, newsletter, whatsapp, boletins, entre outros canais.


O conjunto de ações estratégicas promovidas pelo Sintergs visam proteger o servidor e o serviços públicos de qualidade. Também é uma forma de lutar pela melhora na condição de vida dos nossos associados, trabalhadores e servidores, além de responder aos constantes ataques sofridos, como atrasos de pagamentos, perdas de direitos e falta de perspectivas quanto à reposição das perdas inflacionárias sobre os salários.


Além da falta de respeito, o atual governo e seus deputados aliados nos atacam e induzem a população a acreditar que somos o problema. Não somos o problema, somos a solução para as demandas da sociedade. Porque serviços públicos, principalmente aqueles prometidos nas campanhas eleitorais, são executados por nós, seja de forma direta ou indireta.


Concomitantemente, continuaremos com as ações em prol de  nossas reivindicações, seja por vias da negociação ou por vias judiciais, entre outras atividades pertinentes às funções e atividades sindicais.


Mãos a obra colegas. Vamos reconstruir a imagem do servidor público e mostrar nosso valor. Juntos somos mais fortes."

Porto Alegre, 01 de março de 2016

Nelcir André Varnier
Diretor 1.º Vice-Presidente
SINTERGS

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Secretário diz que facções não serão admitidas em novo presídio no RS. Quanto? Um ano, seis meses, ou um mês.

Módulo da Penitenciária de Canoas foi inaugurado nesta terça-feira (1).

Ao custo de quase R$ 18 milhões, obra foi iniciada em julho de 2013.

Do G1 RS 
Imagem das celas do novo presídio em Canoas (Foto: Karine Viana/Palácio Piratini)

Autoridades discursaram na solenidade de
inauguração (Foto: Divulgação/SSP-RS)


Na solenidade de inauguração do primeiro módulo da Penitenciária de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre,  o secretário de Segurança do Rio Grande do Sul salientou que, no local, não serão admitidas facções criminosas, situação recorrente em outras casas prisionais do estado.

No fim da manhã desta terça-feira (1º), foi inaugurado o setor que vai abrigar 393 presos. O projeto prevê um total de 2,8 mil vagas no complexo. A obra foi inciada em julho de 2013 ao custo de quase R$ 18 milhões.

Em sua manifestação, o secretário de Segurança Pública disse que o perfil dos detentos no novo presídio são aqueles que não representam alta periculosidade.

"Não serão admitidos criminosos vinculados à facções criminosas”, afirmou Wantuir Jacini. Ele ressaltou o trabalho compartilhado entre os poderes Executivo, Judiciário e o Ministério Público.

Ao inaugurar a obra, o governador José Ivo Sartori afirmou que trata-se de apenas um passo e que muito ainda precisa ser feito na área de segurança pública. 

O ideal seria que não precisássemos inaugurar penitenciárias, mas a realidade que se impõe está acima dos nossos desejos. E precisamos dar respostas concretas como esta”, disse.

Para Sartori, estados e municípios não dão conta do problema carcerário do país, e que a solução depende de uma política penitenciária nacional. Em sua fala, o governador reiterou que a sociedade não suporta mais tanta criminalidade e impunidade. 

Disse ainda que “nunca se fez tantas operações policiais como nos últimos meses”.

A estrutura conta com um parlatório, quatro guaritas-torre de controle, espaço para revista, recepção e espera de visitas, administração, alojamento e refeitório, reservatório, gerador, estacionamento, cozinha, lavanderia, dois solários, uma biblioteca, alojamentos  para a vigilância externa, quatro guaritas elevadas para posto de guarda e alojamento na parte interna para agentes masculino e feminino.

As refeições serão produzidas no próprio presídio, que tem espaços destinados para despensa e manipulação de alimentos, além de refeitório para os servidores.

Administrado pela Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), o novo presídio já tem 73 servidores designados para trabalhar no estabelecimento.

De acordo com o governo, a nova penitenciária contará com projetos intensivos de inclusão social, oferecendo um ambiente mais humanizado aos presos.

"O presídio que hoje inauguramos traz segurança para os servidores e promove uma nova concepção no tratamento penal aos detentos", discursou Jacini.

Outro objetivo também é desafogar o sistema carcerário. O estado tem 26.338 vagas e, atualmente, abriga 32.721 presos. Ou seja, são 6.333 mil apenados acima da capacidade. Apenas no Presídio Central, na capital, são 2.605 detentos a mais do que o permitido.

Primeiro módulo é inaugurado sob críticas
A Penitenciária de Canoas foi inaugurada após ter a previsão para o início das atividades postergado em diversas ocasiões. O local é visto como alternativa para desafogar o sistema carcerário gaúcho. No entanto, recebeu críticas antes mesmo de receber o primeiro detento.

Antes da inauguração, a Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) já se posicionava contra o perfil dos presos que serão levados para a Penitenciária de Canoas, dizendo que deveriam ser priorizadas as vagas para criminosos sem passagens anteriores pela Justiça.

(...) deve seguir um modelo que não permita a instalação de agentes do crime organizado nessas unidades, a partir da priorização do ingresso de presos sem passagens anteriores pelo sistema penitenciário, diminuindo as chances de entrada de presos já comprometidos com facções criminosas”, diz trecho de um comunicado divulgado pela entidade.

Um estudo feito a pedido pela Prefeitura de Canoas apontou que o local não tinha espaços adequados para a realização de atividades como aulas e trabalho.

A Superintendência de Serviços Penitenciário (Susepe) justifica os atrasos por conta de “entraves burocráticos” e ressalta a realização de projetos intensivos de inclusão social e um ambiente mais humanizado aos detentos.

JA ideias: OAB e Ajuris discutem eficácia do presídio inaugurado em Canoas, RS

Os advogados, juízes, promotores falam muito sobre os serviços penitenciários, mas não fazem. 

Os servidores penitenciários têm que reunir e trabalhar, depois o Estado custear as obras.

O vídeo:


http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/jornal-do-almoco/videos/t/porto-alegre/v/ja-ideias-oab-e-ajuris-discutem-eficacia-do-presidio-inaugurado-em-canoas-rs/4851033/

Esse governicho do RS

Passo ou mais de um ano e ainda não tem um governo no Rio Grande do Sul. O Sartori e os secretários do Estado são piores que os do PT. Não tem a Segurança Pública, a Educação, a Saúde, sem estradas, e ainda parcelam os salários dos servidores públicos, só o do Estado.

Pagaram de R$ 1.750,00 para 60% dos funcionários públicos, o piores do país.

Não dá para trabalhar sem salários, sem condições financeiros para custear o trabalho.

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Susepe define para março entrega de módulo de penitenciária em Canoas

Casa prisional é considerada alternativa para desafogar presídios no RS.
Construção de estrutura começou em 2013 e custou R$ 17,9 milhões.

Local possui 393 vagas e o custo estimado foi de R$ 18 milhões | Foto: Divulgação / SSP / CP
A Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) anunciou nesta quinta-feira (25) que será inaugurada no dia 1º de março a Penitenciária de Canoas I, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A nova casa prisional é considerada uma alternativa para desafogar o sistema carcerário.
Em outubro do ano passado, o titular da Secretaria de Segurança Pública (SSP), Wantuir Jacini, tinha anunciado a entrega da obra para dezembro, o que não ocorreu. Em novembro, uma nova previsão foi apresentada pelo governo do estado, de entrega do prédio para fevereiro, o que também não se confirmou.
A penitenciária é o primeiro módulo do Complexo de Canoas que, quando tudo estiver pronto, deve gerar 2,8 mil vagas. Em nota à imprensa, a Susepe diz que a nova casa prisional terá "projetos intensivos de inclusão social e oferecerá um ambiente mais humanizado."
Ao todo, serão gerados 393 vagas, com oito apenados por cela. Cada galeria possui 16 celas. A penitenciária foi construída em uma área de 5.302,28 m² e custou R$ 17,9 milhões com recursos do governo estadual. A obra iniciou em 29 de julho de 2013 e passou por entraves burocráticos.
As refeições serão produzidas no próprio presídio, que tem espaços destinados para despensa e manipulação de alimentos, além de refeitório para os servidores. Administrado totalmente pela Susepe, já estão designados 73 servidores penitenciários para trabalhar no estabelecimento.

RS tem projeto para tratar apenados com dependência de drogas e álcool

Coordenadoria de Saúde Mental e Susepe trabalham em conjunto.
Para especialista, essa é uma das formas de se reduzir a violência.

Do G1 RS
Presídio Central  deve receber atendimento
especializado (Foto: Reprodução/RBS TV)
O Rio Grande do Sul deve dar início, em breve, a um programa para capacitação de profissionais para tratar apenados com algum tipo de sofrimento mental. A informação é do coordenador de Saúde Mental do estado, psiquiatra Luiz Carlos Illafont Coronel.
Segundo a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), é alto o índice de presos que apresentam dependência de drogas e álcool no estado. Serão quatro região contemplandas. Incialmente, o projeto será executado em Santa Maria, na Região Central.
As equipes de atendimento serão compostas de médicos, psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais e advogados. Ainda de acordo com Coronel, o projeto é pioneiro no país e envolve um atendimento específico e individualizado na rede prisional. Os presos poderão deixar as cadeias para receber o tratamento especializado.
"Fechamos com a Susepe um programa de capacitação em saúde mental, com ênfase nas partes mais necessitadas, como Charqueadas, Santa Maria, Canoas e o Presídio Central", disse ele em entrevista à Rádio Gaúcha nesta quarta-feira (24).
"Uma das formas que tem mais a mão para reduzir a violência, a criminalidade, é tratar os dependentes químicos que estão nos presídios", salientou.
"O dependente químico grave, que usa crack, cocaína, etc, a vida inteira fica em função da droga. Temos que interromper esse circuito", Luiz Carlos Illafont Coronel.
De acordo com a Susepe, o alto número de apenados que apresentam problemas de saúde mental - sem especificar quantos são no total - acabam sobrecarregando o Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), em Porto Alegre, para atendimento.
"Estamos empenhados para viabilizar a formação destas equipes que vão diminuir as remoções ao IPF, de forma que haverá redução de custos e prestação de um serviço mais ágil, rápido e humanizado", explicou recentemente a superintendente da Susepe, Ane Sotck, após reunião com Coronel em 19 de fevereiro para tratar do assunto.
Somente no Presídio Central, em Porto Alegre, o coordenador de Saúde Mental diz que metade dos cerca de 4 mil detentos são dependentes químicos.
"E de crack, sem nenhum tipo de assistência. Eles terão essa atenção. E isso vai diminuir a criminalidade e o agravamento das doenças", destacou à rádio.
O projeto é piloto, e envolve a Coordenadoria de Saúde Mental do RS, com parceria da Susepe e dos municípios. A expectativa é que o trabalho seja encaminhado a partir de março.
"Um que tu melhore, ele não vai reincidir com tanta facilidade. Tratando, se diminui esse 'exército'", disse o coordenador. Segundo ele, os presos que recebem liberdade já saem dos presídios com tarefas a cumprir fora dele, ou seja, se mantêm na criminalidade. O especialista, que é psiquiatra, entende que tratando os dependentes químicos, eles não seguirão mais esse caminho.
"O dependente químico grave, que usa crack, cocaína, etc, a vida inteira fica em função da droga. Temos que interromper esse circuito", completou.
Para o atendimento de pessoas que sofrem de problemas de saúde mental, fora dos presídios, existem no Rio Grande do Sul 200 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), 1,5 mil leitos destinados pincipalmente a usuários de drogas em hospitais, e outros 800 en hospitais psiquiátricos.

Crise na segurança. Mais um governicho do RS

A arqueologia da criminalidade

A violência que não escolhe vítimas se transforma ao longo das décadas no Rio Grande do Sul. Com o passar dos anos, delitos que eram raros tornaram-se comuns a quase todos os cidadãos


Há 30 anos, quando se falava em vilência, o que vinha à mente das pessoas era a figura do dragão da inflação que asfixiava a economia e engolia os salários. Grade nas portas e janelas era coisa de presídio. Tiroteio à luz do dia só se via no cinema. Nas ruas, o perigo eram os batedores de carteira e golpistas de boa lábia que aplicavam o conto do bilhete.

A criminalidade mais aguda se concentrava em assaltos a bancos, obrigando as agências a colocar segurança na porta. Mortes ocorriam na ponta da faca, provocadas por desavenças entre marido e mulher, amantes, irmãos, vizinhos e amigos de bar. O comércio de entorpecentes se alicerçava na maconha, e apreensão de qualquer quantia era notícia.
Se pegasse cem gramas ia para a capa dos jornais” – lembra o delegado Cléber Ferreira, 65 anos, diretor da Delegacia Regional da Polícia Civil em Porto Alegre.
O Tribunal condenava quem portava maconha se a pessoa não conseguisse provar que a droga era para consumo próprio” – recorda o advogado Décio Antônio Erpen, 79 anos, desembargador aposentado no Rio Grande do Sul.
No final de 1986, a descoberta de duas redes de traficantes no Estado com conexões em São Paulo e Mato Grosso do Sul para vender a universitários demonstrava a popularização da cocaína, até então consumida apenas pela classe A.

Uma década depois, nos anos 1990, criminosos fortaleceram o poder, articulados em facções. Rebeliões em presídios sacudiram o Estado, levando a Brigada Militar para dentro das cadeias na tentativa de aplacar motins e mortes, diminuindo seu efetivo nas ruas. Com táticas semelhantes a de bandidos cariocas, quadrilhas armadas com fuzis começaram a atacar carros-fortes nas estradas.

Nas cidades, ladrões invadiam bancos, ignorando a presença de vigilantes e câmeras. As agências foram obrigadas a instalar portas giratórias com detector de metais, e, como resposta, quadrilhas “importaram” outra modalidade do Rio de Janeiro, o sequestro relâmpago. Motoristas eram abordados e levados para retirar dinheiro em caixas eletrônicos.

A solução encontrada foi limitar valores de saques e horários das salas de autoatendimento. Quatro anos depois, assaltantes passaram a invadir casas de gerentes de banco e familiares transformados em reféns, até que facilitassem o ingresso e o roubo nas agências.

Em meio à escalada da violência, uma nova droga surgiu para dizimar famílias, provocar uma endemia social e dar fôlego à criminalidade: o crack. A pedra desembarcou na Serra, em 2004, impulsionou o comércio de entorpecentes em larga escala e o consolidou como carro-chefe da criminalidade. Traficantes disputavam a bala com rivais o domínio de bocas de fumo, mudando o perfil dos homicídios – à época, 47% dos assassinatos estavam relacionados a essas desavenças.

A Polícia Civil tentava, em vão, inibir a proliferação dos entorpecentes, até com blitze em parques e praças. A Secretaria da Segurança Pública se obrigou a criar um setor específico para combater as drogas, o Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico, enquanto traficantes gaúchos radicados no Paraguai intensificavam remessa de fuzis e cocaína para o Estado. Em troca, carros roubados no Brasil chegavam a Assunção para serem legalizados. Da frota paraguaia de 400 mil veículos, 180 mil eram de procedência duvidosa.

O final de semana de Ano-Novo de 2006 dava uma mostra da escalada da brutalidade. Foram 20 assassinatos, incluindo o de um estudante de 20 anos, em Santo Ângelo, nas Missões, morto por assaltantes que levaram o automóvel dele para cometer furtos. O caso apontava para dois novos vértices da insegurança.

O primeiro: o avanço da criminalidade em áreas rurais e pequenas comunidades do Interior, influenciado pela fragilidade de estrutura e de pessoal da Brigada Militar – há mais de uma década, o número de PMs despencava em queda livre, motivada, em parte, por plano de demissão voluntária.

O segundo: o crescimento desenfreado dos roubos de carros para desmanches e clonagem, fazendo vítimas até policiais, e com resultados trágicos, elevando os números dos latrocínios (roubo com morte).

O momento se mostrava especialmente delicado. O Supremo Tribunal Federal tornava menos rigorosa a punição para autores de crimes hediondos. Três anos antes, alteração na Lei de Execução Penal criou facilidades para condenados progrediram para o regime semiaberto. Enquanto criminosos dentro das cadeias extorquiam famílias com o golpe do falso sequestro, apenados fugiam em massa de albergues para cometer estupros em série e ataques a blindados na Serra.

A situação deixava autoridades gaúchas atônitas. Nos gabinetes da SSP, se admitia que não havia plano para conter os roubos de veículos. Nas ruas, a polícia corria atrás de ladrões de automóveis e tentava conter assaltos a carros-fortes, lideradas por José Carlos dos Santos, o Seco. Na tentativa de prendê-lo, considerado foragido número um, policiais civis mataram a tiros uma criança de três anos, em um camping no Litoral Norte. Seco foi capturado sete meses depois. Em novembro passado, a polícia deflagrou uma operação para tentar reduzir o poder do assaltante de dentro da cadeia (na foto, levado para depor na Capital).

Nos últimos 10 anos, a criminalidade ganhou fôlego por conta do colapso carcerário. A inércia do Estado em erguer unidades prisionais e investimentos equivocados no regime semiaberto geraram superlotação com consequências nefastas à segurança pública, e até motivo de vergonha mundial, por causa do Presídio Central de Porto Alegre. Com presos amontoados em pavilhões em ruínas, a cadeia é apontada como a pior do Brasil e, em 2013, se torna pivô de denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, organismo ligado à Organização dos Estados Americanos, em 2013.

Sem servidores suficientes e precários mecanismos de controle, as cadeias ganharam status de escritórios do crime organizado com centenas de apenados comandando de trás das grades, via celular, venda de drogas, roubos e assassinatos nas ruas. Oito em cada 10 homicídios em Porto Alegre eram provocados por guerras entre narcotraficantes.

O telefone virou o objeto de maior cobiça da bandidagem, tanto para trocar por drogas quanto para mandar para dentro das cadeias. Mesmo pedestres que evitam portar pertences valiosos como precaução contra assaltos, passaram a ser roubados por causa do celular, cujo valor em dinheiro as vítimas jamais levariam na carteira.

A falta de espaços e a insegurança em albergues levaram juízes a interditar esses estabelecimentos e a liberar milhares de homicidas, ladrões e traficantes para cumprir pena em casa.
Sem espaços nas cadeias, o juiz tem de fazer uma seleção dos mais perigosos que devem ficar na cadeia. Antigamente não tinha essa crise prisional. Por isso, não tinha o prende e solta” – analisa Erpen.
Em âmbito nacional, uma tentativa de reduzir a lotação nas cadeias veio com a Lei 12.403 em 2011 que criou nove medidas alternativa à prisão preventiva. Em paralelo a isso, quadrilhas intensificaram novas modalidades de ataques a bancos. Transformaram moradores de pequenas cidades em escudo humano para roubos em agências e, a partir de 2010, incrementaram furtos com maçarico e explosões com dinamite.

JOSÉ LUÍS COSTA/ZH

A escalada do crime ao longo de três décadas

1986

Homicídios passionais e brigas


– A violência se reproduz em homicídios passionais, motivada por desavença entre irmãos e amigos, em sua maioria com uso de facas.

– O crime mais chocante daquele ano ocorreu em fevereiro, em Xangri-lá, no Litoral Norte, quando o estudante Alex Thomas, 16 anos, foi assassinado a socos e pontapés por uma gangue de delinquentes juvenis de Porto Alegre.

– O risco de ser roubado é por batedores de carteira. A maconha é a droga mais consumida, mas surgem as primeiras apreensões de cocaína.

1996

Assaltos a banco e proliferação das drogas


– A partir de Caxias do Sul, o crack se espalha pelo Estado como a droga mais acessível e devastadora, empurrando usuários para o crime para sustentar o vício. Crescem as apreensões de cocaína, e a Polícia Civil cria um departamento especial para enfrentar o avanço da droga.

– Traficantes gaúchos fogem para o Paraguai, remetendo drogas para o Estado em troca de carros. A internet ajuda a Interpol a procurar foragidos, com nomes e fotos divulgados em site.

– Se intensificam assaltos a bancos. Agências contratam empresas de segurança para abrir e fechar instituições, adotam cofre com abertura em horário programado e instalam portas giratórias com detector de metais. Os bandidos reagem com sequestros relâmpagos de clientes e, depois, de gerentes e familiares

2006

Ataque a carros-fortes e roubos com morte


– Justiça flexibiliza regras, beneficiando condenados por crimes hediondos e a progressão de presos para o regime semiaberto.

– A violência se alastra pelo Interior, disseminando o terror em pequenas cidades. O Rio Grande do Sul é assolado por uma onda ataques a carros-fortes protagonizada pelo assaltante José Carlos dos Santos, o Seco. Na tentativa de prendê-lo, a polícia mata o menino Francisco Daniel Talasca Ferreira, de três anos, em um camping no Litoral Norte.

Roubos ao comércio resultam em mortes –

Ladrões matam motoristas para levar carros até de policiais. Das cadeias, criminosos usam celular para aplicar golpe do falso sequestro. Detentos fogem do semiaberto para cometer roubos e estupros.


Começo de ano sangrento

O ano de 2016 se inicia com o estigma da violência desenfreada disseminada pelo poder do tráfico de drogas e pela crueldade das quadrilhas que disputam bocas de fumo e acertam contas a tiros em qualquer hora ou lugar. Em 2015, o Rio Grande do Sul bateu recorde de homicídios, com 70% de crescimento na última década. Na comparação com 1986, as mortes violentas aumentaram sete vezes mais do que a população.

E a tendência é seguir aumentando o banho de sangue. Números indicam que fevereiro poderá ser o mês mais violento nos últimos quatro anos em Porto Alegre. São pelo menos 63 homicídios (até quinta-feira). Desde 2013, não havia período com tantos assassinatos na Capital.

A cada final de semana são, em média, 10 execuções no Estado, com características semelhantes. Sejam em becos e vielas das periferias
ou nas ruas movimentadas e também em regiões nobres, onde homens armados surgem em carros e motocicletas abrindo fogo diante de dezenas de pessoas, sem piedade.

São rajadas de 50 tiros, como em 11 de janeiro em uma lancheria a menos de cem metros do Quartel General da Brigada Militar, na Capital, resultando em dois carros, e até uma centena de disparos, em dois confrontos ocorridos na noite de sábado passado, na Vila Cruzeiro do Sul e no bairro Bom Jesus, na Capital, também com dois mortos.

Na madrugada de sexta-feira, mais de 30 tiros atingiram a frente de uma casa noturna da Cidade Baixa, bairro boêmio em área central da Capital, e deixaram sete pessoas feridas. Criminosos em um carro miravam acabar com a vida de um desafeto, mas além de acertar o rapaz, atingiram mais seis pessoas.

Estimativas apontam que oito em cada 10 homicídios em Porto Alegre são motivados pelo tráfico de drogas. Mas essa guerra não faz distinção entre facções. Cerca de 40% dos mortos neste ano na Capital nada tinham a ver com a criminalidade. São inocentes como Lucas Longo Motta, 12 anos, vítima de bala perdida no bairro Rubem Berta, em janeiro, e o comerciante Carlos Jesus Ávila, 69 anos, na Bom Jesus.

Além dos homicídios, os assaltos estão em curva ascendente – 28,3% a mais em 2015 do que no ano anterior. São arrastões em restaurantes, em ônibus e em lotações, e comboios de gangues em carros roubados para roubar mais carros. No centro da Capital, sobem os assaltos com violência a pedestres – um caso a cada 47 minutos, sobretudo para levar celular – enquanto diminuem os furtos, leia-se os batedores de carteira.

O mais grave na escalada dos assaltos são os latrocínios (roubo com morte). Os casos quase dobraram (86,6%) em cinco anos. Em 23 de janeiro, o sargento da Brigada Arilson Silveira dos Santos, 42 anos, foi morto por ladrões que invadiram um bar e roubaram um carro em Dois Irmãos, no Vale do Sinos. Em 14 de fevereiro, o físico Alexandre Bueno, 51 anos, perdeu a vida ao ter a casa de veraneio invadida por ladrões em Tramandaí, no Litoral Norte.

O clima de insegurança no Estado se traduz em pesquisa do Instituto Index realizada no começo do mês com 2 mil pessoas em 30 cidades. Sete em cada 10 entrevistados afirmaram já terem sido vítima de ladrões.

O aumento da criminalidade tem uma razão. A segurança virou artigo de segunda linha por conta da crise financeira do RS. Com cada vez menos policiais, menos vagas nas cadeias e menos condenados atrás das grades – 5 mil apenados estão em casa – o resultado é mais violência.

"Enfrentamos uma guerra como se fosse contra o Estado Islâmico, mas sem recursos" – lamenta um experiente policial.
"A polícia gaúcha já foi a melhor aparelhada no Brasil. Mas foi abandonada pelos governos e pelos tempos. Não temos mais vigilância noturna. E tem juízes que se negam a colocar na cadeia pessoas com 18, 19 anos por falta de vagas e porque sabem que elas sairão de lá formados no crime, e não na boa conduta" – analisa o advogado. Décio Antônio Erpen, desembargador aposentado.
O governo reconhece falhas na segurança, mas segue sem alternativas para contratar mais policiais e construir presídios.
A secretaria da Segurança pública aposta em uma estratégia: combater o comércio clandestinos de autopeças para tentar frear o roubo de carros recorde histórico em 2015 e e crimes conexos (latrocínios, tráfico).

Há duas semanas, a SSP deu início à ofensiva, fechando dois desmanches na zona norte da Capital, mas se viu diante de um constrangedor detalhe: dois ferros-velhos irregulares funcionavam em terrenos alugados pela prefeitura de Capital, a mesma que clama por ajuda da Força Nacional de Segurança para conter a criminalidade na cidade.

Percepções

-Em três décadas, o crescimento demográfico no Rio Grande do Sul atingiu 31%, enquanto o efetivo da Brigada Militar reduziu 3,3%.

-Em 1986, a BM tinha mais PMs do que atualmente. Além disso, o déficit em relação ao efetivo previsto era de 5,8%. Em 2016, soma 44,5%.

-No mesmo período, a massa carcerária subiu 129,3%.

- Em 1986, a taxa de homicídios no Estado era de 8,94 por 100 mil habitantes, atualmente chega a 21,3 homicídios para cada 100 mil gaúchos.

-Estudo da Fundação de Economia e Estatística mostra que o volume de ocorrências policiais cresceu 27% entre 2002 e 2014. No mesmo período, a taxa de registros relativos ao tráfico de drogas subiu de 15 ocorrências por grupo de 100 mil habitantes para 90,7.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Esse Sartori e Feltes são um governicho do RS

Piratini levará até 15 dias para pagar total do salário do funcionalismo

Na segunda-feira, receberão em dia os servidores com vencimentos de até R$ 1.750. Ao todo, 60% das matrículas serão fatiadas

A Cuba e o Brasil estão mais pobres, mas os governadores são milionários

O sempre ditador é dono de uma fortuna superior a 900 milhões de dólares, superando as rainhas Elizabeth, da Inglaterra, e Beatriz, da Holanda.


Categoria: Política/CN


Fidel Castro é listado entre os 10 governantes mais ricos do mundo pela revista Forbes. Posicionado em sétimo lugar, o sempre ditador cubano é dono de uma fortuna superior a 900 milhões de dólares. Ele tem mais dinheiro do que as rainhas Elizabeth, da Inglaterra, e Beatriz, da Holanda, donas de 800 milhões de dólares. É possível que supere o príncipe de Mônaco, Albert II, que possui 1 bilhão de dólares, mas falta confirmação.

Quem está à frente do comunista? O rei da Arábia Saudita, Abdullah Abdelaziz, com 21 bilhões de dólares, seguido pelo sultão de Brunei, Hassanal Bolkiah, com 20 bilhões; o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Khalifa bin Zayed Al Nahyan, com 19 bilhões; o emir de Dubai, Rashid bin Mohamad, com 14 bilhões, o príncipe de Liechtenstein, Hans-Adam, com 4 bilhões; e o príncipe de Mônaco, Albert II, com 1 bilhão.

A dinheirama de Fidel cresceu extraordinariamente desde 2003, coincidindo com o avanço do socialismo/comunismo na América Latina. Em 2003, o ditador tinha 110 milhões de dólares. Em 2005, a fortuna pulou para 550 milhões de dólares, de acordo com matéria da agência EFE, publicada pelo jornal El Observador, do Uruguai. Em 2012, o valor alcançou 900 milhões de dólares. Um valor extraordinário para quem não trabalhou um dia sequer na vida.

Em artigo publicado no site Al Final, o analista político equatoriano, Héctor Cespede, dá uma ideia de como Fidel fatura alto:


"Grande parte dos frutos gerados pela economia cubana vai para os bolsos de Fidel, que, com uma porcentagem, paga a fidelidade dos generais que mantêm sob mão de ferro o povo cubano. Além disso, a venda do petróleo da Venezuela, 40% do turismo de negócios e a negociação de moeda estrangeira na ilha tornaram-se monopólio absoluto dos irmãos Castro há décadas. Mensalmente, os Castro se apropriam de cerca de 30 milhões de dólares, de acordo com fontes de inteligência.
Alguns exemplos do patrimônio de Fidel: 30 mansões, sendo que aquela onde mora tem uma réplica subterrânea, antinuclear, com todos os recursos para abrigar os Castro por 12 meses, sem necessidade de sair à rua; uma frota de Mercedes Benz blindados; um avião Iliuchin adquirido por 100 milhões de dólares e outro VIP, que estão preparados 24 horas por dia para fuga imediata da família em caso da queda do regime; 20 helicópteros; e a ilha Cayo Piedra, particular, além de outros bens".

Os irmãos Castro saqueiam os cofres de Cuba desde 1959, quando tomaram o poder pela força. A corrupção, tanto quanto o autoritarismo, é inerente ao socialismo/comunismo.
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Lava Jato suspeita que verba da Odebrecht era para memorial de Lula

Planilha apreendida pela PF na operação Acarajé mostra um possível repasse de R$ 12,4 milhões da empreiteira ao "Prédio IL", que, conforme as apurações, pode ser uma referência ao Instituto Lula

A força-tarefa da Operação Lava Jato suspeita que o montante de 12,4 milhões de reais citado em uma planilha apreendida pela Polícia Federal na 23ª fase da operação, a Acarajé, pode estar relacionado ao projeto do Instituto Lula de construir o Memorial da Democracia, em São Paulo. A informação foi publicada em reportagem do jornal O Globo nesta quinta-feira.
A tabela encontrada foi encontrada em um e-mail secreto atribuído ao executivo da Odebrecht Fernando Migliaccio, que foi preso na Suíça enquanto tentava fechar contas bancárias em Genebra. Em uma das anotações no documento, está escrito "Prédio (IL)" ao lado da quantia de 12,4 milhões de reais. A PF relacionou as letras com o Instituto Lula e levantou a possibilidade de os recursos terem sido usados para pagar despesas da entidade pela Odebrecht.
"Assim, caso a rubrica 'Prédio (IL)' refira-se ao Instituto Lula, a conclusão de maior plausibilidade seria a de que o Grupo Odebrecht arcou com os custos de construção da sede da referida entidade e/ou de outras propriedades pertencentes a Luiz Inácio Lula da Silva", diz o texto assinado pelo delegado da PF Filipe Pace.
O prédio do Memorial da Democracia seria construído em um terreno de 4,3 mil metros quadrados, que foi cedido pela prefeitura de São Paulo sem licitação, no bairro da Luz, centro de São Paulo. A obra foi paralisada, no entanto, após o Ministério Público de São Paulo entrar com uma ação contra o Instituto Lula e a administração municipal.
Na época do lançamento do memorial, em 2012, Paulo Vanucchi, encarregado do projeto, afirmou que ele seria construído integralmente com doações da iniciativa privada. Ao atender ao pedido do MP, o juiz Adriano Laroca, da 12ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, proibiu que a obra fosse iniciada, argumentando que o terreno deveria ser para uso público e que havia o risco de que o memorial se tornasse em um lugar de "promoção pessoal do ex-presidente Lula e de seu partido".
Com base nos indícios aventados na tabela, a delegado escreveu no inquérito que o "possível envolvimento" de Lula com "práticas criminosas" deve ser investigado com "parcimônia", "o que não significa que as autoridades policiais devam deixar de exercer seu míster constitucional".