Adiamento de reajustes da segurança pública
Por Juliano Rodrigues
Um dos principais focos das reuniões do governador José Ivo
Sartori com integrantes da cúpula do governo nas últimas semanas voltou a ser a
situação dos reajustes salariais da segurança pública, aprovados pela
Assembleia em 2014. No primeiro semestre, o governo estudou a possibilidade de
adiar o pagamento da parcela de maio do aumento, mas acabou desistindo por não
contar com apoio suficiente no Legislativo para uma medida tão impopular e por
prever que o desgaste seria ainda maior com o envio posterior de outras
propostas, como o tarifaço. Agora, com a parcela de novembro no horizonte,
embora o cenário continue desfavorável, o Piratini enxerga a necessidade de, ao
menos, tentar discutir o assunto com os partidos da base.
Existe uma possibilidade, ainda remota, de o governo enviar,
na próxima leva de projetos para a Assembleia, uma proposta revogando a lei que
concedeu aumentos que totalizam R$ 4 bilhões até 2019. Essa seria a atitude
mais extrema do leque de opções de Sartori, que inclui também um parcelamento
dos percentuais de reajuste por um tempo ainda maior. No núcleo do Piratini,
não há um consenso sobre o assunto. De um lado, integrantes do governo defendem
a revogação da lei como forma de combater o déficit de R$ 4,6 bilhões previsto
para 2016 (os reajustes têm impacto de R$ 1 bilhão nesta conta). Do outro, há
os que consideram quase impossível angariar apoio na Assembleia para uma medida
do tipo, já que muitos deputados acreditam que se sacrificaram pelo governo ao
votar a favor do aumento de ICMS e não estariam dispostos a repetir a dose.
Portanto, seria inútil enviar um projeto fadado a ser derrotado, podendo apenas
causar desgaste ao governo.
Nesta semana, novas reuniões serão realizadas para discutir o
assunto, mas o Piratini está convencido de que, mais cedo ou mais tarde, esse
assunto terá de ser enfrentado. As próximas parcelas dos reajustes de policiais
civis, brigadianos, agentes da Susepe e técnicos do Instituto-Geral de Perícias
(IGP) devem ser pagas em novembro, janeiro (delegados) e em maio.
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