"Crise das finanças estaduais estoura de novo no lado mais fraco
Novo parcelamento de salário e 13º fatiado em 12 vezes são medidas que atingem exclusivamente os servidores do Executivo
Sem dinheiro para pagar as duas folhas de dezembro, o governo de José Ivo Sartori parcelou mais uma vez o salário do mês e sacramentou o atraso do 13º, que será pago em 12 suaves prestações. O 13º, que deveria ter sido quitado em 20 de dezembro, vai pingar nas contas dos servidores do Executivo (e somente deles) no último dia de cada mês, corrigido pela variação da poupança. Nos demais poderes, o 13º salário já foi quitado.
Com a base do governo
dividida e os votos contrários da oposição (PT, PC do B e PSOL), a emenda foi
rejeitada. Isso significa que, em casos de frustração da arrecadação, os
servidores do Executivo seguirão pagando o pato.
Derrotado no Legislativo,
Sartori vai tentar garantir a divisão do sacrifício no Judiciário, por meio de
uma ação direta de inconstitucionalidade a ser impetrada no Supremo Tribunal
Federal. O governo recolheu entre os ministros indícios de que são reais as
chances de uma decisão favorável no Supremo.
O pagamento de míseros R$
2.260 líquidos por matrícula e da primeira parcela do 13º de 2016 só será
possível porque o governo recebeu recursos da repatriação e porque parte dos
proprietários de automóveis antecipou o pagamento do IPVA. Até segunda-feira, o
Estado arrecadou R$ 199,8 milhões com o pagamento antecipado do IPVA. Metade da
receita vai para os municípios.
Sem dinheiro, as decisões
judiciais que mandam pagar em dia o salário e o 13º de diferentes categorias
viram letra morta.Os técnicos-científicos, por exemplo, comemoraram a vitória
na Justiça, mas a decisão não será cumprida, por falta de dinheiro."
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