Governo do estado garante que está terminando um levantamento de imóveis que podem ser usados como moeda de troca para a construção de penitenciárias
Por Roberta Salinet, RBS TV
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Mais da metade dos condenados pela Justiça do Rio Grande do Sul não
está pagando pelos crimes que cometeu por falta de vagas no sistema
prisional gaúcho. A situação preocupa o governo do estado, que garante
estar terminando um levantamento de imóveis que podem servir como moeda
de troca para a construção de novos presídios.
No regime fechado, faltam 11 mil vagas nas cadeias gaúchas. No
semiaberto, no qual o preso pode sair para trabalhar, a situação também é
grave: dos 72 mil condenados no estado, apenas 35 mil estão cumprindo a
pena.
"O Rio Grande do Sul tem, hoje, em números redondos, 72 mil condenados. São pessoas que estão condenadas pela Justiça e que têm penas ativas pendentes de cumprimento. Outras 35 mil estão dentro dos estabelecimentos prisionais. Ou seja, mais ou menos a metade. A outra metade está solta ou estão foragidos ou em prisão domiciliar ou ainda estão aguardando o início do cumprimento da pena", explica o juiz da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre, Sidinei Brzuska.
Nos últimos três anos, volume de presos nas cadeias gaúchas dispararou.
De 2006 a 2014, entravam em média 600 novos presos por ano no sistema
carcerário do estado. De 2014 até 2017, são cerca de 3 mil novos presos
por ano. Sem vagas, a Justiça tem aliviado penas.
"Nós acabamos aplicando benefícios mais brandos ou antecipando o regime aberto, colocando em tornozeleira eletrônica ou concedendo até prisão domiciliar", afirma Brzuska.
O presídio de Canoas, apontado como uma das soluções para o déficit no sistema prisional gaúcho, está com cerca de 400 presos. Em julho, mais 200 devem entrar. Contudo, o governo admite que não é suficiente.
"Estamos, neste momento, concluindo o levantamento de 40 imóveis do estado e depois vamos levar ao governador pra ele bater o martelo, se assim for o seu desejo, no sentido de oferecer, através de um chamamento público, esses bens em troca de construção de presídios no Rio Grande do Sul. O que nós queremos fazer é construir dez novos presídios de 400, 450 vagas em diferentes municípios", diz o Secretário de Segurança Pública do estado, Cezar Schirmer.
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