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sexta-feira, 24 de julho de 2020

Obra de prisão abandonada - Penitenciária de Guaíba

No momento em que o Presídio Central de Porto Alegre está impedido de receber novos presos e que o governo do RS tenta abrir penitenciária nova em Sapucaia do Sul - que está pronta desde outubro do ano passado -, um investimento de R$ 10 milhões em uma prisão, na cidade de Guaíba, sofre com a ação do tempo.
Autorizada pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), a equipe de ZH esteve na Penitenciária Masculina de Guaíba, localizada às margens da BR-116, na quarta- feira. Uma empresa de vigilância toma conta do local. Tenta evitar que ladrões levem restos de obra, grades e portas de ferro que já acusam a ação do tempo.
Atualmente, atrás das grades que deverão confinar 672 presos, há apenas mato alto e água empoçada. Estruturas de ferro já demonstram sinais de corrosão. Paredes internas acumulam limo, e as de concreto armado não escondem o desgaste. Há também material de obra abandonado no pátio e dentro do imóvel.
A construção está parada há três anos depois de longa discussão com a empresa que realizava os serviços. Os trabalhos começaram em 2010. O contrato com a PortoNovo Empreendimentos e Construções foi rescindido. O motivo, segundo o governo, é que a empresa abandonou a obra.
Segundo o Piratini, 52% da construção foi executada. Dos R$ 19,4 milhões de investimento, a empresa recebeu aproximadamente R$ 10 milhões. O recurso usado veio do governo federal. Para retomar a obra e não ter de devolver o dinheiro investido, a Secretaria da Administração Penitenciária abriu negociação com o Departamento Penitenciário Nacional no ano passado.
Edital
Conforme o secretário Cesar Faccioli, o governo se comprometeu a concluir a obra com recursos próprios. A Seapen obteve laudo técnico que garante que, apesar da ação do tempo, a estrutura está apta e poderá ser concluída. Os projetos foram refeitos. Um edital foi montado, no qual o governo prevê investir até R$ 18,58 milhões. Não há previsão de reajuste, e a empresa vencedora da disputa precisará realizar o serviço no prazo de um ano.
Como forma de pagamento, o governo ofereceu 12 imóveis. Na lista há lojas, box de estacionamento, apartamentos e terrenos em Alegrete, Caxias do Sul, Montenegro e Porto Alegre. Somados, os bens em nome do governo chegam a R$ 25,48 milhões. Pelas regras do edital, a empresa ou consórcio vencedor poderá indicar em sua proposta os imóveis e terrenos de seu interesse.
As propostas eram aguardadas para junho, mas não houve interessados. O governo republicou o edital sem alterações. E acredita que agora terá maior aceitação.
"Investimos basicamente em informação para ter êxito agora" - destaca Faccioli, que aguarda que as empresas manifestem interesse até 29 de julho.
JOCIMAR FARINA/ZH

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