Servidores dos presídios estão em estado de greve por falta de promoções e por avanços na carreira
Humberto Trezzi / GH
Nem tudo é
céu azul na segurança pública do Rio Grande do Sul. Os ventos da insatisfação
agitam o sistema penitenciário. Os servidores penitenciários se declaram em
estado de greve e deflagraram uma “operação padrão”. Sob o
nome “Trabalhando dentro da legalidade”, prometem não fazer nada
além do que determinam a lei e as normas de segurança. O próprio Sindicato dos
Agentes, Monitores e Auxiliares de Serviços Penitenciários do Estado do Rio
Grande do Sul (Amapergs Sindicato) afirma que os serviços começarão a ser
prejudicados nas casas prisionais, em decorrência do deficit de funcionários e
falta de estrutura.
A
promessa é de deflagrar greve a partir do final de janeiro. São 5,5 mil
servidores que atuam em 153 prisões gaúchas. As facções criminais estão
quietas, mas não é difícil imaginar um possível tumulto.
Os servidores se dizem
injustiçados. Querem que saiam as promoções na carreira, como as que foram dadas
a PMs e policiais civis no final do ano. A Superintendência de Serviços
Penitenciários (Susepe) promete dar continuidade à última lista de promoções,
por ordem de classificação, mas ainda não há data, o que deixa os funcionários
aflitos.
Os servidores também
querem mais concursos.
Argumentam que o déficit funcional é de 50%. O governo acaba de lançar edital
para as três carreiras de servidores penitenciários, o que contempla parte da
reivindicação.
Outro ponto de
discórdia é que há muito os servidores penitenciários querem se transformar em
Polícia Penal. Algo que é apoiado pelo governo, mas
que está parado para análise no Legislativo. O sindicato acha que falta vontade
política para pressionar os deputados.
Virando policiais
penais, os servidores poderão realizar boletins de ocorrência, registrar termo
circunstanciado e efetuar operações de busca e recaptura de detentos foragidos.
Economizaria tempo, já que essas ações hoje são feitas apenas por policiais
militares e civis.
Uma reunião de mediação
entre a Amapergs e a Susepe será feita pelo Centro Judiciário de Solução de
Conflitos e Cidadania (Cejusc), dia 21.
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