Amapergs estima que servidores
penitenciários de 80 das 153 casas prisionais do Estado irão aderir à
paralisação
Sul 21
O
Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul
(Amapergs) irá iniciar na manhã desta quarta-feira (26) uma paralisação de 72
horas dos trabalhos nas penitenciárias do Rio Grande do Sul. A mobilização será
deflagrada com ato, marcado para as 8h, na estrada de acesso ao complexo da
Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC).
A paralisação foi convocada em razão das
negociações da categoria com o Estado não terem avançado conforme o sindicato
esperava desde que foi anunciado
o “estado de greve”, em 11 de janeiro.
“Vamos iniciar a segunda fase da nossa
mobilização em todo o Estado nesta quarta-feira (26), conforme estabelecido em
Assembleia Geral Extraordinária ocorrida no dia 11 de janeiro. A SUSEPE e a
SJSPS precisam sinalizar com mais medidas para a categoria, pois a revolta é
muito grande com a falta de efetivo, estrutura e total falta de valorização dos
servidores penitenciários que estão há oito anos sem reposição da inflação. O
déficit de efetivo é de 50%. Não dá mais para trabalhar assim. Falei para o
secretário e reitero: o governo está esticando demais a corda e a situação está
ficando muito ruim”, destacou o Saulo Felipe Basso dos Santos, presidente da
Amapergs Sindicato, que representa cerca de 7,5 mil servidores penitenciários
que atuam em 153 casas prisionais do Estado.
Entre as reivindicações da categoria estão a substituição
do atual superintendente da Superintendência dos Serviços Penitenciários
(Susepe), José Giovani Rodrigues; a publicação das promoções dos servidores
penitenciários até o fim do mês; a responsabilização da Susepe e SJSPS por
descumprimento do decreto que obriga a publicação das promoções; a manutenção
da carga horário de trabalho sem qualquer alteração; a reposição inflacionária
igual ao que for concedido às demais forças da segurança pública do Estado como
Brigada Militar e Polícia Civil; e a agilização na regulamentação da Polícia
Penal, que transforma servidores penitenciários em policiais penais,
equiparando-os às demais polícias.
Até o momento, o governo atendeu apenas a
reivindicação relacionada às promoções.
Uma nova rodada de negociações será realizada
nesta quarta, reunindo a Amapergs, a Susepe, a Secretaria de Justiça e Sistemas
Penal e Socioeducativo (SJSPS) e a Casa Civil, sob mediação do Centro
Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) do Tribunal de Justiça
do RS. Na sexta-feira (21), o governo pediu que o sindicato não deflagrasse
paralisações em meio às negociações, mas a Amapergs defende que acatar o pedido
sem o governo oferecer concessões seria esvaziar a força da categoria.
A paralisação de 72 horas envolve suspensão de audiências presenciais, virtuais e movimentação de apenados, entrada de sacolas e de visitas. De acordo com o sindicato, servidores penitenciários de 80 casas prisionais aderiram a paralisação e farão apenas o resguardo dos presos e atenderão questões emergenciais.
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