Cláusula assinada em contrato de financiamento ainda não se efetivou
De JOCIMAR FARINA
Está no contrato de financiamento de construção da Arena do Grêmio,
assinado entre os bancos e a construtora OAS: o item 5.1 deixa
claro quando o Tricolor assumirá a posse do novo estádio. A
alienação fiduciária sobre o complexo só deve perdurar enquanto existem dívidas
ou até quando a permuta seja exigível.
Isso
significa que, se a dívida pela construção do
complexo for paga, o Grêmio pode exigir o cumprimento do acordo, que o coloca
como novo proprietário. Outra possibilidade seria ocorrer a
troca de chaves entre Karagounis e OAS 26. Quando isso se
efetivar, os bancos precisam permitir que o Tricolor assuma a Arena.
"5.1
Este contrato permanecerá em vigor: (i) até o pagamento integral das Obrigações
Garantidas; ou (ii) até que a Promessa de Transferência do Imóvel se torne
exigível, o que ocorrer primeiro. No caso de quitação integral das Obrigações
Garantidas, a liberação expressa da garantia ora constituída se dará por
escrito, pelos Credores observando o disposto no artigo 25 da Lei 9.514, de 20
de novembro de 1997. No caso de se tornar exigível a Promessa de Transferência
do Imóvel, o Contrato será resolvido de pleno direito, independente de qualquer
formalidade nos termos do art. 474 do Código Civil Brasileiro", diz o item
cinco, do Término e Liberação da Garantia.
Para o Grêmio ser proprietário do novo estádio, ele precisa
entregar o estádio Olímpico. O clube se protege mantendo a
posse do imóvel do bairro Azenha, enquanto as parcelas em aberto não forem
quitadas. E o Tricolor não aciona a Justiça pois entende que não é
parte dessa discussão do contrato de financiamento.
Dessa forma, para essa intrincada relação se descomplicar é
preciso aguardar a efetivação dos pagamentos. O
Tricolor negociava com os bancos para assumir esses gastos. Acordava com a
Arena Porto Alegrense assumir a gestão antecipada do novo estádio.
Porém, a empresa paulista Reag comprou parte da dívida que
os bancos eram credores. Por algo em torno de R$ 40
milhões, a SDG II Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Não
Padronizados decidiu assumir o recebimento de R$ 150,9 milhões, que Santander e
Banco do Brasil eram credores.
O Grêmio tem as garantias previstas em contrato. E exige
que elas sejam cumpridas. Mas, enquanto a Reag não demonstrar como pretende
receber estes valores, as negociações entraram em compasso de espera.
Se as definições seguirem distantes, o Tricolor avalia
voltar a usar o estádio Olímpico. Duas
hipóteses são as mais prováveis. A primeira seria buscar um
investidor, que recuperaria o Olímpico. A outra possibilidade é usar a área do
antigo estádio para viabilizar a construção de um novo estádio.
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