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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

10 ideias contra a violência no Rio Grande do Sul. A matéria as propostas não vai baixar a violência e a criminalidade.

Leitores, ouvintes e telespectadores enviaram propostas para melhorar a segurança pública do Estado, que foram avaliadas por especialistas

Por: Marcelo Kervalt
Agonizando diante dos elevados índices de criminalidade, a segurança pública do Estado depara com uma incógnita: estancar o aumento da violência sem a disponibilidade de recursos financeiros. Ao passo em que se parcela pela sétima vez seguida a folha de pagamento do funcionalismo público, o governador José Ivo Sartori está diante do maior déficit de efetivo da Brigada Militar em 34 anos: são 17.673 homens, ou 48% a menos do que os 37.050 previstos em lei. 
Principal medida no horizonte do Piratini para enfrentar a criminalidade, a convocação de todos os 2,5 mil aprovados em concurso para a BM elevaria em quase R$ 10 milhões mensais os gastos com salários de soldados – a convocação de 770 foi anunciada no dia 2.
Nos presídios, a situação é igualmente alarmante. A superlotação é de 47%, com 34,7 mil detentos, quando a capacidade é de 23.584. Diante de tantos problemas, o Grupo RBS pediu que leitores, ouvintes e telespectadores enviassem por WhatsApp e email da campanha Segurança Já (seguranca@gruporbs.com.br) propostas para melhorar a segurança pública.


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Dez ideias foram escolhidas e tiveram sua viabilidade discutida por especialistas de diversas áreas.


1 Colocar o Exército nas ruas

PROPOSTA
"
O Exército poderia entrar em ação temporariamente em épocas de crise, como agora. Gostaria de ver o Exército na rua, nas esquinas, fazendo a segurança. Acredito que falta boa vontade das autoridades, deixar o orgulho e questões políticas de lado e priorizara vida. Há o recurso, que são os homens do Exército, mas eles não são chamados."
EXPLICAÇÕES
Conforme o leitor, a medida teria impacto imediato na segurança, pois os próprios criminosos "
pensariam no mínimo duas vezes antes de agir".
O Exército é composto por cerca de 235 mil soldados, sendo 50 mil homens no Comando Militar do Sul. A BM conta atualmente com 19 mil homens, 17,6 mil a menos do que o necessário.
VIABILIDADE
O coordenador do Núcleo de Segurança Cidadã da Faculdade de Direito de Santa Maria (Fadisma), Eduardo Pazinato, considera a proposta viável, mas não eficaz, pois não cabe ao Exército encarregar-se por resolver problemas de segurança pública. Já o ex-secretário nacional de segurança pública José Vicente da Silva Filho é mais enfático: a sugestão é inviável e ineficaz. Ele e o cientista social Charles Kieling, que também é professor da Feevale, avaliam que o emprego das Forças Armadas na segurança pública impactaria em um maior período de formação dos soldados, o que requer investimento.
OBSTÁCULOS
Entre os principais entraves dessa ação, Pazinato, Kieling e Silva Filho citam o fato de as Forças Armadas não terem o preparo necessário para as atividades inerentes à segurança urbana, como atuar em situação de perigo do dia a dia nem armamento adequado. Para Silva Filho, o único benefício "
seria a sensação ilusória de segurança". Já a professora do departamento de Sociologia da UFRGS Letícia Schabbach aposta na efetividade da ação,mas lembra que não há homens suficientes para cobrir todo o território estadual.
CONTRAPONTO: o que diz o Estado
O vice-governador José Paulo Cairoli se reuniu no dia 30 com o Comando Militar do Sul pedindo apoio na crise de segurança gaúcha, mas o Exército afirmou que as tropas não vão atuar no policiamento ostensivo do Estado.

2 Aumentar rigor das leis

PROPOSTA
"
Para melhorar a segurança pública é preciso, em primeiro lugar, leis mais severas para todos os crimes. Temos, hoje, polícia que prende e Justiça que solta. Vemos delegados e policiais em estado desgostoso, pois relatam esse prende e solta constantemente e, mesmo assim, lá estão, cumprindo seus deveres."
EXPLICAÇÕES
Para o morador de Arroio dos Ratos, a certeza da impunidade ajuda a elevar os índices de criminalidade. No Brasil, a pena para assalto varia de quatro a 10 anos. No entanto, se a sentença estipulada for de quatro a oito anos, o condenado começa a cumprir no regime semiaberto. E, por falta de vagas nas cadeias, muitos ficam em prisão domiciliar. Conforme dados da Susepe, 69,19% dos detidos atualmente já estiveram presos antes.
VIABILIDADE
O cientista social e professor da Feevale Charles Kieling acredita que não são as leis, severas ou brandas, que inibem as ações criminosas, em "países onde penas severas atingem a amputação de mãos ou outros membros, em conformidade com o ato criminoso praticado, os delitos não se reduziram", esclarece.
O ex-procurador de Justiça e professor titular de Direito Constitucional da Unisinos Lenio Luiz Streck tem o mesmo entendimento sobre o assunto: "tem de fazer penas condizente se fazer serem cumpridas. No Brasil, se apena é de seis anos, se cumpre um".
OBSTÁCULOS
Kieling diz que os obstáculos se encontram na necessidade de recursos financeiros, no envolvimento do Legislativo, o que demandaria tempo. Pazinato avalia que reformas legais pontuais são importantes e "
isso demanda uma gestão integrada de todos os poderes e participação da sociedade civil".

3 Construir novas penitenciárias

PROPOSTA
"
Para melhorar a segurança pública no Estado devemos construir novos presídios, para desafogar os que existem."
EXPLICAÇÕES
Para o técnico em enfermagem, essa seria a solução, já que muitos detentos acabam soltos por não ter mais espaço nas penitenciárias. O Estado tem 148 prédios para recolhimento provisório e cumprimento de penas nos regimes fechado e semiaberto para 23.584 presos. No entanto, são abrigados atualmente 34,7 mil detentos, 47% de superlotação. Para que a infraestrutura atinja o patamar ideal, precisariam ser construídas mais de 30 casas prisionais iguais a Penitenciária Estadual de Canoas 1, que conta com 393 vagas, e custou R$ 18 milhões.
VIABILIDADE
A dificuldade para a proposta sair do papel, no entendimento de Kieling, está na necessidade de recursos, que são escassos. O professor da Feevale reforça a urgência na construção de casas prisionais e reforma das já em uso. A médio prazo, Pazinato diz que a proposta se tornaria viável:
— Além da captação de recursos, exige celeridade na definição dos procedimentos burocráticos para a efetivação — esclarece.
OBSTÁCULOS
Além da falta de recursos, outro entrave está na aceitação dos municípios em ceder área para a construção, diz Kieling. Pazinato reforça essa posição, mas não julga inviável a ideia:
— Há empecilhos legais, administrativos e financeiros, mas são todos transponíveis.
CONTRAPONTO: o que diz o Estado
O Piratini anunciou, em 31 de agosto, decreto de situação de emergência no sistema prisional. A medida pretende agilizar iniciativas administrativas para reforma e construção e facilitar contratações de bens e serviços. Ainda permite não realizar licitação e prazos reduzidos. A meta é criar 6 mil novas vagas. Não há prazo.

4 Intensificar trabalho dos presos

PROPOSTA
"
Retirar dos presídios os apenados com menor periculosidade. Trabalhariam construindo estradas de ferro, por exemplo. Em troca, os detentos que aceitas sem teriam a pena reduzida e ganhariam salário mínimo pela execução do serviço".
EXPLICAÇÕES
O contador aposentado acredita que essa medida desafogaria presídios e daria mais dignidade aos detentos, pois, poderiam inclusive ser contratados ao fim da pena.
VIABILIDADE
A professora do Departamento de Sociologiada UFRGS Letícia Schabbach concorda com a necessidade de junção de esforços e interesses entre Estado, empresas e presos para intensificação desses serviços. Para Silva Filho, a eficácia depende de políticas "sérias para o setor prisional no conjunto de política de segurança".
OBSTÁCULOS
Pazinato avalia que há uma "
cultura punitiva que advoga da lógica da punição desmesurada, da criminalização e do encarceramento em massa". Letícia cita como empecilhos o possível desinteresse das empresas e o preconceito com relação aos presos. O cientista social Charles Kieling lembra que há necessidade de criação de novas estruturas públicas.
CONTRAPONTO: o que diz o Estado
Atualmente, 51,6% dos condenados no RS trabalham em serviços como jardinagem, reformas, pintura e construção. A lei prevê que, a cada três dias trabalhados, diminui-se um da pena. Há a possibilidade, por meio de convênio com empresas, de o empregador pagar dois terços do mínimo.

5 Privatizar sistema prisional

A PROPOSTA
"
Diante da crise financeira aguda, a solução não passa pelo poder público. O ponto principal é ter onde manter os presos detidos, e sabemos que hoje não há estrutura suficiente. Então, que se passe os presídios à iniciativa privada. Os condenados trabalhariam para gerar renda para os proprietários dos presídios e ainda seriam remunerados."
EXPLICAÇÕES
Segundo o leitor, haveria ressocialização e o fim das penitenciárias sucateadas. Há no Brasil cadeias administradas por empresas privadas, onde o governo é responsável pelo custo dos presos, como prega a Constituição. No país, é proibido forçar alguém a trabalhar.
VIABILIDADE
Para Kieling, a longo prazo, voltaria a se verificar a superlotação e esgotamento do sistema. Acredita, ainda, que aumentaria a fragilidade do controle a ser aplicado pelos agentes privados que executaríamos serviços penitenciários.
— A privatização seria viável a médio prazo, pois teria de se abrir edital público, construção de edificações e contratação dos profissionais — diz.
Pazinato discorda da viabilidade:
— É inviável, mas não se afasta a necessidade e a prioridade da construção de novas casas prisionais tanto pela União quanto pelo Estado.
OBSTÁCULOS
— Como controlar o serviço privado na área de segurança pública? A iniciativa privada prestaria uma atividade pública e teria de verificar, no município que desejar edificar a penitenciária, se consegue a aprovação da proposta. Isso envolve a sociedade — esclarece Kieling.
O especialista cita o trabalho forçado:
— Nossa legislação impede que qualquer pessoa seja forçada ou constrangida, e esse trabalho pode configurar escravidão.
CONTRAPONTO: o que diz o Estado
A atividade de segurança pública, dentre as quais se inclui a administração do sistema prisional, constitui função típica de Estado. Essa questão já foi examinada pela Procuradoria Geral do Estado, que se pronunciou devido à impossibilidade de privatização dos presídios.
O que é possível é a construção e uma parte da administração dos presídios ser realizada por meio de parcerias público-privadas (PPPs).O Estado não descarta possibilidades.

6 Extinguir o semiaberto

PROPOSTA
"
Para melhorar a segurança no Rio Grande do Sul, proponho o fim do regime semiaberto nas penitenciárias gaúchas e da progressão de pena."
EXPLICAÇÕES
O representante comercial usa como argumento os delitos cometidos por detentos do semiaberto, que deixam o sistema prisional para cometer crimes. Um exemplo é o trio de assaltantes que aterrorizou estudantes, pedestres e motoristas durante a tarde de crimes que se encerrou com o latrocínio da vendedora Cristine Fonseca Fagundes. Todos tinham antecedentes.
VIABILIDADE
A decisão de extinção do regime passa por mudança na legislação federal. Para Pazinato, a mera extinção do semiaberto não é uma solução:
— Há de se pensar no sistema prisional como um todo, da construção de novos estabelecimentos prisionais, passando por reformas legais.
Já Kieling considera a proposta viável, mas superlotaria ainda mais o sistema penitenciário e condicionaria o apenado a um maior processo de exclusão social. Streck diz ser viável a extinção ao passo em que todo o sistema prisional for reformulado, com penas menores, efetivas, e que sejam cumpridas integralmente.
OBSTÁCULOS
Os especialistas lembram que a Constituição estabelece legislação para a socialização, e o Brasil também é signatário de leis internacionais que salvaguardam direitos. Para Kieling, a primeira medida a ser tomada seria mudar a legislação.
— No semiaberto, deveria ocorrer o controle do apenado pelos agentes penitenciários. Mas a falta de recursos humanos inviabiliza tal acompanhamento.
Professor de Direito da Feevale, André Rafael Weyermüller ressalta que a reformulação do sistema prisional necessita de discussão:
— O sistema faliu, mas se for extinto, onde os presos serão colocados?

7 Pena de morte

PROPOSTA
"
Essas pessoas que tiram avida das outras merecem pena de morte. Sei que há uma série de obstáculos, como ser condenado injustamente, mas penso que, nos casos em que não há dúvida sobre a autoria do crime, deveria ser aplicada".
EXPLICAÇÕES
A pena de morte, conforme a comerciária, aliviaria a situação dos presídios superlotados. Além disso, os gastos com a manutenção dos condenados poderiam ser revertidos em educação, saúde e segurança, por exemplo. Se os presos acusados de homicídio e latrocínios tivessem a pena de morte decretada, 4.520 detentos – de um universo de 34,7 mil – seriam executados no Estado. A proibição da pena de morte, porém, é cláusula pétrea da Constituição, e não pode ser alterada.
VIABILIDADE
Entre especialistas, é unânime a opinião de que não há como colocarem prática a proposta no Brasil.
— Enquanto houver democracia, não terá pena de morte no Brasil. É proibido — destaca Streck.
OBSTÁCULOS
Pazinato ressalta que os entraves vão desde questões constitucionais até a ineficácia da medida. Para ele, "os problemas de insegurança pública, sobretudo no que se refere à violência letal, demandam menos mudanças legislativas e mais políticas públicas de segurança e justiça". Letícia acrescenta que, "
além dos casos de injustiça, de mortes de inocentes e de julgamentos apressados", deve-se "levar em conta que violência não se combate com a mesma violência."

8 Arrecadação nas cidades

PROPOSTA
"
A solução poderia se iniciar na distribuição do imposto que pagamos. Por que tem de ir para Brasília e voltar depois? Por que os impostos que pagamos não ficam na cidade? Em vez de o município enviar o dinheiro arrecadado para o governo federal e esperar o retorno, sugiro que a verba seja aplicada instantaneamente na cidade de origem. Moro em cidade pequena que nunca tem verba para nada."
EXPLICAÇÕES
O principal resultado dessa mudança, na opinião do eletricista, seria o maior controle das verbas públicas, diminuindo, assim, os desvios. Com menos corrupção, mais recursos estariam à disposição para qualificar e equipar os órgãos de segurança. Em 2014, o Brasil arrecadou em impostos R$ 1,85 trilhão e apenas 6,19% disso veio de impostos municipais, ou seja, R$ 114 bilhões.
VIABILIDADE
O economista Darcy Carvalho dos Santos ressalta que os pequenos municípios têm base reduzida de arrecadação dos tributos. Por isso, considera ineficiente e inviável "a afirmativa de que os próprios municípios deveriam arrecadar seus tributos, em vez de receberem por meio de transferências".
Professora de Economia da Feevale, Lisiane Fonseca da Silva explica que, para essa proposta ser viável, seria preciso reforma tributária drástica, pois os impostos com maior arrecadação são estaduais e federais. Kátia Fernanda Isse, economista e professorada Feevale, comenta que, se toda a verba arrecadada com impostos ficasse nos municípios de origem, alguns teriam muita arrecadação e outros, nenhuma.
OBSTÁCULOS
O economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE) Alfredo Meneghetti Neto ressalta que teria de ser aprovado um projeto específico para esse fim,o que considera "
muito difícil de ser operacionalizado (politicamente), pois teria de passar pelo Congresso e depois ter a aceitação dos governos estaduais, ser aprovado pelo Executivo e pelas Assembleias". Lisiane acrescenta que seria necessário observar as características de cada município, para que todos gerassem receita o ano inteiro .
— O maior problema ocorreria nos municípios predominantemente agrícolas, no caso de uma quebra de safra, por exemplo.

9 Controlar celulares

PROPOSTA
"
Há uma oferta muito grande de celulares que, acredito, sejam furtados ou roubados. Existe mercado por trás disso tudo, há um ciclo. O bandido rouba e, às vezes, mata para ter o aparelho, entrega para alguém vender no Centro e o celular passa a ser comercializado ao ar livre. Ninguém faz nada."
EXPLICAÇÕES
Na opinião da empresária, fiscalização mais rigorosa acabaria com esse mercado ilegal. Conforme a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic), há trabalho diário no centro de Porto Alegre e em outras áreas da cidade para combater "
todo o tipo comércio ambulante irregular". Os celulares apreendidos, segundo a Smic, são encaminhados à autoridade policial para investigação. "É importante que cada cidadão, na hora de comprar celular, exija nota fiscal e produto de procedência comprovada", recomenda a secretaria.
VIABILIDADE

Para o professor de Direito da Feevale André Rafael Weyermüller intensificar a fiscalização é ação viável e necessária: "Boa parte da criminalidade é fomentada por pessoas que compram objetos ilícitos. Então, não tem como dissociar o crime às pessoas que adquirem esses produtos". Juan Mario Fandino Marino, sociólogo, pesquisador e professor aposentado da UFRGS, aprova a proposta:
— Em princípio, a ideia é boa. Estamos em guerra, e o celular é um objeto muito procurado pela criminalidade.
OBSTÁCULOS
No entendimento de Weyermüller, o maior entrave se dá no fato de que o governo crie política pública de segurança que seja clara e tenha foco, mesmo com a declarada falta de recursos, para combater o roubo, furto e a venda ilegal de celulares. Fandino sustenta a ideia de que nem todos os problemas necessitam apenas do poder público para serem solucionados.
— O governo tem de liderar, mas a sociedade precisa saber que o problema não vai sumir. Todos precisam se engajar.

10 Nomear PMs

PROPOSTA
"
Sugiro a nomeação dos aprovados no concurso da Brigada Militar e a abertura de novos concursos."
EXPLICAÇÕES
Para Monise, a diminuição da violência no Rio Grande do Sul passa pelo aumento dos policiais da rua. Porém, a convocação de todos os 2,5 mil aprovados em concurso para a Brigada Militar (BM) e levaria em quase R$ 10 milhões mensais os gastos com salários de soldados. Até agora, foram chamados pouco mais de 500 policiais militares.
A convocação de outros 770 foi anunciada no dia 2. Mesmo que todos os 2,5 mil fossem nomeados, o Estado ainda teria déficit de cerca de 17,6 mil homens.
VIABILIDADE
Para Weyermüller, nomear todos os aprovados no concurso se tornará viável à medida que o governo priorizar a segurança pública em detrimento de outras áreas.
— Aumentar o efetivo faz parte do mundo ideal, mas teria de ver qual é a prioridade do Estado hoje.
Fandino considera a proposta viável, mas o custo o preocupa:
— É a medida necessária para estancara sangria imediata. Somente isso.
OBSTÁCULOS
Ambos os especialistas reconhecem que o projeto esbarra na falta de recursos, principalmente pela ausência de projeto eficaz.
— Dizem que a necessidade é emergencial, de um projeto imediato. Mas estamos há 10 anos com projetos de curto prazo. Precisamos pensar a médio e longo prazo também —  sugere Fandino.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Helio Bicudo

O que já foi feito das cinco medidas do Piratini para enfrentar a violência

Diz o secretário da Segurança Pública Cezar Schirmer

Por Débora Ely

Desde que o ex-secretário da segurança do Rio Grande do Sul Wantuir Jacini foi dispensado do cargo, no último dia 25 de agosto, após um caso de latrocínio que vitimou uma mãe que esperava seu filho perto de uma escola na zona norte da Capital, o Palácio do Piratini anunciou, em menos de uma semana, uma série de medidas para melhorar a situação da segurança pública no Estado. Entre elas, estão a solicitação de tropas federais para auxílio no policiamento ostensivo, o pedido de recursos para melhorias na estrutura das polícias e para reformas no sistema prisional gaúcho e a mudança nas concessões de benefícios a PMs.
Nesta segunda-feira, o novo titular da pasta, o prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, disse, em coletiva de imprensa, que a prioridade da Segurança no Estado será a melhoria na estrutura das prisões. Na semana passada, o governador José Ivo Sartori solicitou ao governo federal recursos para investimentos na estrutura das forças de segurança estaduais e para ampliar as vagas no sistema penitenciário. 
Essa opção, escolhida por Schirmer como a solução para enfrentar a insegurança no Rio Grande do Sul, já havia sido divulgada por Sartori e pelo então secretário da Segurança Wantuir Jacini no anúncio da segunda fase do Plano Estadual de Segurança Pública, em 30 de junho. Confira abaixo em que pé estão algumas das medidas anunciadas pelo governo do Estado desde a demissão de Jacini:

Cinco medidas para enfrentar a insegurança no estado

Convocação da Força Nacional

Medida: Convocação da Força Nacional para auxiliar no policiamento em Porto Alegre
• Data
26/08/2016
• O que o governo pretende
Combater principalmente a incidência de roubos nas áreas mais conflagradas da cidade.
• Situação
Efetivada
• O que já foi feito
O governo federal autorizou o envio de 150 homens da Força Nacional depois de reunião entre o presidente Michel Temer e o governador José Ivo Sartori. Desde 30 de agosto, o efetivo tem auxiliado a Brigada Militar a policiar as ruas e avenidas da Capital.

Recursos para presídios

Medida: solicitação de recursos ao governo federal para compra de equipamentos e viaturas, reforma do Presídio Central e construção de uma penitenciária federal no Estado
• Data
26/08/2016
• O que o governo pretende
Auxílio orçamentário junto ao Palácio do Planalto para equipar as polícias e ampliar as vagas no sistema penitenciário frente às dificuldades financeiras do Estado.
• O que já foi feito
Pedido de Sartori diretamente a Temer do repasse de recursos para a área.
• Quais os próximos passos para implantá-la
De acordo com o secretário-geral de governo, Carlos Búrigo, o Piratini aguarda reunião com o Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para decidir como o governo federal poderá ajudar o sistema prisional do RS. Búrigo afirmou que o governador e o novo secretário da Segurança deverão se reunir com Moraes nos próximos dias. O secretário disse que o Planalto se mostrou disposto a debater o assunto. O Piratini elabora projeto com pontos que justificam a intervenção federal.

Emergência no sistema prisional

Medida: decreto de situação de emergência no sistema prisional
• Data
31/08/2016
• O que o governo pretende
Acelerar a reforma e construção de casas prisionais porque permite que o governo adote procedimentos sem a necessidade de licitação e mediante prazos reduzidos. Pretende-se, assim, criar novas 6 mil vagas em presídios.
• Situação
Não efetivada
• O que já foi feito
Envio de dois projetos de lei em regime de urgência para a Assembleia Legislativa. O primeiro cria o Programa de Aproveitamento e Gestão dos Imóveis para mapear os bens estaduais que estão em desuso e estimular parcerias privadas. O segundo prevê a permuta do terreno onde fica a Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH) para a instalação de novas unidades prisionais.
• Quais os próximos passos para implantá-la
O governo aguarda a aprovação das propostas pelos deputados estaduais para dar início aos processos para construção de casas prisionais.
- Projeto de lei que cria o Programa de Aproveitamento e Gestão dos Imóveis
O projeto de lei foi encaminhado à Assembleia Legislativa na última quinta-feira e deverá ir a plenário até o dia 30 deste mês, pois foi enviado em caráter de urgência.
- Projeto de lei que permite a permuta do terreno onde fica a Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH) para a instalação de novas unidades prisionais
Projeto foi enviado em regime de urgência à Assembleia em 1° de setembro e também deverá ser votado em no máximo 30 dias, até 30 de de setembro.

Evitar defasagem do efetivo da BM

Medida: abono permanência e gratificação para policiais aposentados
• O que o governo pretende
Evitar a perda de PMs que se aposentariam e incentivar que os aposentados retornem ao serviço para incrementar o policiamento ostensivo.
• Data
01/09/2016
• Situação
Efetivada em partes
• O que já foi feito
Governo autorizou, por meio de um ato administrativo, a retomada do pagamento de abono permanência para que os policiais que têm tempo de serviço suficiente para se aposentarem sigam na ativa. O Piratini também enviou para a Assembleia Legislativa, em regime de urgência, um projeto de lei que prevê o repasse de uma gratificação para que PMs aposentados retornem ao trabalho.
• Quais os próximos passos para implantá-la
- Abono permanência
Segundo a assessoria de comunicação da Casa Civil, o processo já está funcionando. No caso, as substituições de beneficiários que não recebem mais os direitos por novos solicitantes, que estavam represados após ordem do poder executivo até semana passada, já estão sendo analisadas pelo órgão para serem deferidas ou não. A assessoria explicou que o deferimento do abono para novos polícias militares não ocorre de maneira maciça, porque é um processo lento e que depende de outras instâncias.
- Gratificação Especial de Retorno à Atividade
Projeto de lei que solicita a mudança no valor da gratificação para que policiais militares aposentados retornem ao trabalho foi protocolado na última sexta-feira, em regime de urgência, na Assembleia Legislativa e deverá ir a plenário até 1° de outubro. O projeto prevê o aumento no valor do benefício, que passaria dos atuais R$ 1,1 mil para R$ 1,8 mil — inclusive para os PMs que já recebem o abono e trabalham para a Brigada.

Convocação de novos policiais

Medida: convocação de 770 PMs e 220 policiais civis
• Data
02/09/2016
• O que o governo pretende:
Aumentar o efetivo deficitário das polícias gaúchas para ampliar o policiamento nas ruas e o trabalho de investigação.
• Situação
Não efetivada
• O que já foi feito
Determinação da antecipação da convocação dos policiais civis, 220, e militares, 770, aprovados em concurso. Inicialmente, eles assumiriam somente em janeiro.
• Quais os próximos passos para implantá-la
A Brigada Militar e a Polícia Civil devem agilizar os processos administrativos e de treinamento dos novos servidores para que eles comecem a atuar.
- Novos policiais militares
De acordo com a assessoria de comunicação da Brigada Militar, o setor de recrutamento da BM ainda não recebeu a autorização do Piratini para recrutar os novos policias militares aprovados em concursos. No momento, o comando da BM está organizando um cronograma para definir com o ocorrerá o chamamento dos novos PMs.
- Agentes da Polícia Civil
Segundo o delegado Francisco Tubelo, diretor-geral da Academia da Polícia Civil (Acadepol), um projeto de custeio para a antecipação de uma nova turma está sendo elaborado pela academia e deverá ser encaminhado à chefia de polícia do Estado nesta terça-feira. Após a aprovação deste projeto, será possível antecipar o curso que pretende formar mais 220 policiais civis no RS.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

O PT é um câncer e corrupto

Vejam o câncer do PT ontem

Foto: Caetanno Freitas/Agencia RBS

Foto: Caetanno Freitas/Agencia RBS

Foto: Caetanno Freitas/Agencia RBS


quinta-feira, 1 de setembro de 2016

O presidente Temer: "É golpe para contra a Constituição Federal"; a Dilma não respeita a independência entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Entidades da segurança lançam manifesto contra “despreparo” do governo do RS

Documento preparado em reunião ataca a falta de planejamento e falta de priorize

As entidades de classe representativas dos servidores da Segurança Pública divulgaram um novo manifesto após reunião conjunta ocorrida no final da manhã desta quarta-feira na sede do Sindicato dos Policiais Federais do Rio Grande do Sul, na avenida Ipiranga, no bairro Azenha, em Porto Alegre.
O documento, que denuncia mais uma vez a crise e o sucateamento do setor, aponta queo despreparo governamental, a inexistência de planejamento e a falta de priorização” estão “custando muito caro para o povo gaúcho”.
A carta aberta, que faz também um diagnóstico da situação em cada instituição, qualificou de “irresponsável o desmonte promovido pelo atual governo”.
As categorias realizam uma paralisação de 15 horas nesta quinta-feira e na sexta-feira deflagram operação padrão até a integralidade do pagamento dos vencimentos.
Isaac Ortiz, presidente da Ugeirm Sindicato, que representa os policiais civis, avaliou que o governo assume sua "falência” na gestão ao pedir ajuda primeiro à Força Nacional de Segurança e depois ao Exército. Ele lembrou que dois pacotes para o setor já foram lançados sem que resolvam a questão ou “tenham saído do papel”.
Conforme o sindicalista, o contingenciamento é um dos problemas que afetam a área. Isaac Ortiz observou que 2.545 pessoas morreram em latrocínios e homicídios em 2015. “Agora já estamos em torno de 1.300”, alertou. “É muito triste”, desabafou.
O presidente da Abamf, representativa dos brigadianos, Leonel Lucas, considerou que a presença da Força Nacional de Segurança em Porto Alegre não vai resolver a crise na segurança pública.
A criminalidade pode até migrar para as cidades vizinhas”, previu. Ele constatou ainda que os policiais militares estão atuando desmotivados e sofrendo com o parcelamento dos salários e carência de efetivo. “O governo reeditou o contingenciamento, cortando horas extras, diárias e até combustível na segurança pública”, recordou Leonel Lucas.
Já Flávio Berneira, presidente da Amapergs Sindicato, que representa os agentes penitenciários, criticou o governo por não priorizar a segurança pública em favor da população. Para o dirigente, o setor deveria ficar de fora do contingenciamento. Em referência ao parcelamento dos vencimentos, ele também cobrou o fato do Poder Judiciário não “ter dado até agora efeito à sua própria decisão que determina o pagamento integral dos servidores da segurança pública”.

Sartori decreta situação de emergência no sistema prisional do RS

Governo pretende criar 6 mil novas vagas no Estado

Correio do Povo
O governador José Ivo Sartori decretou situação de emergência no sistema prisional no Rio Grande do Sul. O governador fez o anúncio através da sua conta no Twitter no final da tarde desta quarta-feira. Entre as medidas previstas está a construção e reforma de presídios e a compra de equipamentos para reforçar a Segurança Pública.
"Tenho acompanhado pessoalmente as ações do Gabinete de Segurança e repito: segurança é prioridade total do nosso governo", disse.
Após reunião com o Gabinete de Gestão da Segurança, Sartori garantiu que a intenção é criar mais de 6 mil novas vagas prisionais, das quais cerca de 3 mil já estão em construção pelo Estado.
"Estamos enviando à Assembleia Legislativa, em regime de urgência, projeto de lei que cria o programa de Aproveitamento e Gestão dos Imóveis do Estado", postou.
De acordo com o Sartori, o projeto irá permitir ao governo permutar, ceder e vender imóveis em desuso, sem a demora e a burocracia de aprovar cada caso individualmente.
"O primeiro ato deste programa será outro projeto de lei que altera a legislação existente. Permite a permuta do imóvel onde hoje funciona a Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH) por área construída. A transação poderá gerar mil novas vagas no sistema prisional", finalizou.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Impeachment a "presitenda" Dilma

Fora a Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e todos do PT condenados ou que ainda estão processados. Promete apontar a participação deles na sistemática de cartel e corrupção na estatal – com rombo reconhecido até aqui de 6,2 bilhões de reais.

O Procurador do TCU disse que a Dilma cometeu crime de responsabilidade.

É Impeachment!!!

Agora a hora de pegar "o chefe" Lula



terça-feira, 30 de agosto de 2016

Para baixar a violência

Eu acredito que a chegada da guarda da Força Nacional e a contratação de mais policiais, irá diminuir pouco a violência da sociedade. É preciso investir na educação e família das crianças, principalmente, de zero a 6 anos, evitando que estas sofram com falta de cuidados dos pais e abusos de estranhos. Formando melhor as pessoas, irá reduzir à longo a criminalidade.

Outro ponto são as penalidades atribuídos aos criminosos hediondos, que logo são soltos e voltam a praticar crimes.

A leis precisam ser mudados e a dinâmica dos prisões e penalidades devem ser mais rigorosas.

Governicho do RS. Sem salários o que é a solução para a Segurança Pública

Estado parcelará salários de agosto; primeira parcela deve ser de R$ 1 mil

Valor estimado deve ser depositado na conta dos servidores do Executivo na próxima quarta-feira. Não estão descartados outros depósitos na data.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Painel RBS debate segurança pública no Rio Grande do Sul

Encontro reúne autoridade para discutir surto de violência após Porto Alegre registrar o 25° latrocínio em oito meses

O vídeo: http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2016/08/painel-rbs-debate-seguranca-publica-no-rio-grande-do-sul-7334508.html#

Um dia após Porto Alegre registrar o 25° caso de latrocínio no ano, autoridades e especialistas se reúnem para discutir o surto de violência no Rio Grande do Sul. O Painel RBS "Segurança Já", que ocorre nesta sexta-feira, às 15h, no estúdio da RBSTV, traz o desembargador do Tribunal de Justiça, Túlio Martins, o advogado da ONG Brasil sem Grades, Alexandre Contêssa, o diretor do Colégio Dom Bosco, Padre Marcos Sandrini, o subprocurador para assuntos institucionais do Ministério Público, Fabiano Dallazen e o comandante-geral da Brigada Militar, Alfeu Freitas, para debater a crise na segurança pública.


quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Procurador do TCU diz que Dilma cometeu crime de responsabilidade. É Impeachment.

Primeira testemunha a ser ouvida no julgamento do impeachment, Júlio Marcelo de Oliveira reafirmou a conduta criminosa da presidente afastada.

O procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) Júlio Marcelo de Oliveira afirmou nesta quinta-feira, no Senado Federal, que a presidente afastada Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade ao autorizar abertura de créditos orçamentários suplementares sem autorização do Congresso Nacional. A abertura desses créditos é justamente a base do processo de impeachment da petista. A participação de Oliveira no processo foi alterada de testemunha de acusação para informante após pedido da defesa da presidente afastada. Ele é a primeira testemunha a ser ouvida pelos senadores no julgamento do impeachment.
Oliveira disse que Dilma violou a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece que os decretos só podem ser abertos mediante autorização do Congresso, órgão competente para autorizar os gastos da União. Além disso, acrescentou, o TCU determinou que os decretos precisam ser compatíveis com a meta fiscal em vigor, o que também não foi observado por Dilma. Logo após seu depoimento, o procurador responde a perguntas dos senadores.

domingo, 21 de agosto de 2016

Muito bem as Olimpíadas no Rio de Janeiro que vai encerrar hoje, mas notícia de política do mais corrupto do PT

Duque negocia delação e vai citar Lula, Dilma e o PT

Indicado pelo PT para Diretoria de Serviços da Petrobras, ele foi citado por delatores como recebedor das propinas operadas por Vaccari

Ex-diretor da Petrobras é condenado a 20 anos de prisão (VEJA.com/VEJA/VEJA)

O ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque, condenado na Operação Lava Jato a mais de 50 anos de prisão como braço do PT no esquema de propinas na Petrobras, retomou as negociações para um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal. Duque está preso há um ano e cinco meses, em Curitiba.

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, entre os temas que estão sendo negociados estão informações sobre o partido, a presidente afastada, Dilma Rousseff, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Duque promete apontar a participação deles na sistemática de cartel e corrupção na estatal – com rombo reconhecido até aqui de 6,2 bilhões de reais.
Lula é um dos pontos centrais das tratativas com a força-tarefa da Lava Jato. O ex-diretor da estatal se compromete a apresentar provas documentais de que o ex-presidente sabia do esquema. As negociações envolvem membros da Procuradoria-Geral da República – por citar políticos com foro privilegiado – e da Procuradoria Regional da República, na capital paranaense.

Esta é a terceira tentativa de delação de Duque, que foi diretor da Petrobrás entre 2003 e 2012, indicado na cota controlada pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. As tratativas estão em fase de discussão de anexos, na qual a defesa elabora um esboço dos crimes que ele vai confessar e os novos fatos ilegais que vai relatar, em troca de benefícios e redução de pena.

A colaboração premiada do ex-diretor, se for aceita pela Procuradoria e homologada pela Justiça, pode ser a primeira a ligar diretamente Dilma ao esquema na Petrobrás. Nesta semana, a presidente afastada virou alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal por tentativa de obstrução às investigações.

Duque mudou seu endereço prisional no mês passado. Deixou o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, onde está a maioria dos detidos do caso, e voltou para a carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba para facilitar as entrevistas com investigadores.

Apesar das duas outras tentativas frustradas, o contexto agora é considerado outro. As negociações avançam às vésperas do julgamento final da cassação do mandato presidencial de Dilma, no Senado, e da conclusão dos primeiros inquéritos que têm Lula como alvo da força-tarefa da Lava Jato.

O ex-presidente é investigado em pelo menos três inquéritos que tramitam em Curitiba. Um deles, que apura a compra, a propriedade e as reformas do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), está em fase final. A suspeita dos investigadores é de que o imóvel seria propriedade oculta da família do petista, reformada pelas empreiteiras OAS e Odebrecht, como contrapartida por negócios na estatal.

A defesa do ex-presidente nega e diz que não há relação das obras e da propriedade com os desvios na estatal.

‘Propaganda opressiva’ – Sobre as negociações envolvendo uma delação de Duque, a assessoria de imprensa do Instituto Lula afirmou, em nota, que o petista “não cometeu nenhum ato ilegal nem antes nem durante nem depois do exercício de dois mandatos como presidente da República, eleito pelo voto popular”. “Não comentaremos supostas negociações de delações para a obtenção de benefícios judiciais”, disse a nota.

Os operadores da Lava Jato persistem na prática ilegal e inconstitucional de antecipar juízos sobre investigações em curso e de fomentar propaganda opressiva contra o ex-presidente Lula. Mesmo depois de uma devassa, os investigadores não conseguiram produzir uma prova sequer para denunciar Lula”. Procuradas, as assessorias da presidente afastada e do PT não se pronunciaram.

Engenheiro e funcionário de carreira da Petrobras, Duque foi indicado em 2003, no primeiro ano do governo Lula, pelo PT para cuidar da estratégica Diretoria de Serviços da estatal, responsável por licitar os contratos e acompanhar as obras. Deixou a Petrobrás e 2012 e virou consultor em 2013.

Duque foi citado por delatores como recebedor de propina operada principalmente pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Braço direito de Duque, o ex-gerente Pedro Barusco disse que Vaccari arrecadou, de 2003 a 2013, 200 milhões de dólares de propina, cujo porcentual, por contrato, variava de 1% a 2%. Segundo Barusco, ele e Duque ficavam com metade da comissão.

Ele foi preso em 14 de novembro de 2014, na 7ª fase da Lava Jato (Juízo Final), que mirou em empreiteiras. Foi solto um mês depois, por ordem do Supremo. Em 15 de março de 2015 voltou a ser preso, na 10ª fase da operação (Que País é Esse?), após tentar movimentar propina oculta no exterior. Duque foi sentenciado em três ações penais. Em duas delas, Vaccari também foi condenado.

(Com Estadão Conteúdo)

Chegando ao final da Olimpíadas...uma pedrada com boa música

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Exposição conta 20 anos de história do Presídio Central e do olhar de um juiz

Exposição de Sidinei Brzuska

Marco Weissheimer / Sul21
"O Tribunal de Justiça criou um projeto, que durou até 2012, para o qual eu fui designado. Eu tinha que ir ua vez por mês nas 27 casas, ou seja, ia a uma por dia, praticamente". Foto: Guilherme Santos/Sul21
Até 2008, o sistema prisional gaúcho era fechado para a imprensa. Em função disso, havia poucas imagens sobre o que acontecia dentro dos presídios. No final daquele ano, o juiz Sidinei Brzuska, recém-chegado a Porto Alegre, decidiu abrir o sistema prisional à imprensa para que a sociedade pudesse ter conhecimento do que acontecia lá dentro. Brzuska chegou a Porto Alegre já com uma relação especial com o registro de imagens em presídios, desenvolvida em trabalhos anteriores em Santa Rosa e em Santa Maria. Tudo começou com fotos de presos e seus familiares durante visitas no presídio de Santa Rosa. “Eu percebi que a maioria dos presos não tinha fotos suas com seus familiares, uma realidade que não mudou até hoje”. A máquina fotográfica passou a ser um instrumento de trabalho constante do juiz que hoje é responsável pelo Juizado do Presídio Central, na 2ª Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre.
Parte desse trabalho está disponível ao público agora na exposição fotográfica 20 anos de Presídio Central, que ficará aberta ao público, com entrada franca, até o dia 15 de setembro no átrio do Foro Central II de Porto Alegre (Rua Manoelito de Ornelas, 50 – Bairro Praia de Belas), com visitação de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h. A exposição traz fotos feitas por Sidinei Brzuska e imagens do acervo do juiz Marco Antônio Bandeira Scapini, falecido em 2014, com fotos do fotógrafo Marco Aurélio Couto.
Em entrevista ao Sul21, Sidinei Brzuska conta como a fotografia entrou em sua vida e em seu trabalho como juiz e como suas fotos ajudaram a convencer autoridades em determinadas questões, como a construção de um novo presídio em Santa Maria, durante o governo Rigotto, e a ampliação da estrutura de execução penal em Porto Alegre. A mostra tem também a função de mostrar à sociedade uma realidade que muitas vezes ela não quer ver. “A ideia do quanto pior melhor é muito forte entre nós. As pessoas não se dão conta de quanto pior, melhor é para o crime”, assinala Brzuska.
Sul21: Como iniciou essa tua relação com a fotografia no trabalho como juiz?

Sidinei Brzuska: O momento exato disso nem eu sei, mas começou na cidade de Santa Rosa. Eu fui juiz lá de 1998 a 2002. Na época, nem existia a fotografia digital. Era o tempo do filme ainda. No interior, há uma relação bem estreita do juiz de execução penal com o presídio e com a comunidade. Possivelmente eu tenha ido num daqueles eventos de confraternização que ocorrem nos presídios no dia das mães, dia dos pais, uma data como estas. Provavelmente eu tenha levado uma máquina num dia destes. Eu percebi naquele momento que a maioria dos presos não tem fotos suas com seus familiares. Essa é uma realidade que não mudou até hoje. Como eu estava por ali, algumas pessoas pediram que eu fizesse algumas fotos delas com seus familiares. Lembro que conversei depois com o pessoal de uma loja que fazia a revelação dos filmes e pedi que não me cobrassem muito caro.

Bem, eu comecei a tirar essas fotos e dá-las como uma lembrança de família. Constatei naquele momento que os presos passaram a fixas essas fotos nas paredes das celas e que aquilo dava um ambiente bom. Eles passaram a cuidar mais da cela, com mais organização, mais limpeza, menos palavrão. Causaram uma transformação boa. Muitos deles não tinham fotos com seus familiares e a maioria, até hoje, não têm, sobretudo fotos com crianças, fotos de pai com filho pequeno. Foi assim que começou.

Depois eu fui juiz em Santa Maria. Em Santa Rosa eu trabalhava com cerca de 200, 250 presos. Em Santa Maria, esse número pulou para 700, 800 presos. Em Santa Rosa eu conhecia todos os presos pelo nome. Em Santa Maria eu já não conseguia mais ter essa memória. Eu continuei fazendo aquele trabalho que comecei em Santa Rosa e comecei também a tirar fotos dos presos, mais para uma lembrança minha. Quando eu pegava o processo de um determinado preso e não lembrava quem era, eu olhava a foto dele em meu computador e via quem era. Isso facilitava o meu trabalho. O presídio de Santa Maria era muito antigo, da década de 70, e havia a necessidade de se construir uma nova penitenciária. Então, eu comecei a fotografar o presídio de Santa Maria para mostrar que ele não tinha mais condições de funcionar. Na época, foi feito um abaixo assinado com 35 mil assinaturas. Foi o maior abaixo assinado para a construção de um presídio da história do Rio Grande do Sul. Aí o presídio saiu. Dentro desse processo pela construção de um novo presídio em Santa Maria, eu tirei muitas fotos.

Sul21: Que acabaram ajudando no processo de construção do novo presídio…

Sidinei: Brzuska: Sim. Na época, o governador era o Germano Rigotto e o secretário de Segurança era José Otávio Germano. Houve um momento em que percebi que essa campanha para a construção do novo presídio em Santa Maria não estava chegando de forma clara no Rigotto. Havia um certo filtro, e o tema não chegava nele como devia chegar. Então, dois empresários de Santa Maria marcaram uma reunião com o governador e eu fui para esta reunião com várias fotos do presídio, que eu já havia mostrado para os empresários locais. Aí eu apelei. Usei as fotos das crianças e mostrei para o governador o local onde as crianças estavam frequentando no presídio. Aí o Rigotto se impressionou, pois nunca tinha visto aquilo.


Em Santa Maria, eu comecei a registrar o presídio para este fim. Quando eu cheguei em Porto Alegre, foi criado um projeto para a fiscalização dos presídios. Um pouco antes disso, tinha ocorrido um problema no Pará, onde uma adolescente havia sido colocada junto com adultos numa cela. Em cima desse fato, o Conselho Nacional de Justiça determinou que, mensalmente, o juiz de execução remetesse um relatório dizendo o que ele viu no presídio. Aqui em Porto Alegre havia apenas dois juízes e 27 casas prisionais. Não havia como atender a demanda do Conselho. Os juízes ficariam só indo nas casas prisionais e não conseguiriam trabalhar. Aí o Tribunal de Justiça criou um projeto, que durou até 2012, para o qual eu fui designado. Eu tinha que ir uma vez por mês nas 27 casas, ou seja, ia a uma por dia, praticamente. Para cada uma dessas casas prisionais foi aberto um processo administrativo, onde descrevi a realidade de cada uma com muitas fotos. Eu fotografei todas essas casas. Uma delas, a maior de todas, é o Presídio Central. Eu comecei, então, a fazer um registro fotográfico do Presídio Central sem qualquer propósito de exposição ou divulgação. Eu tinha que fazer o relatório e aquilo que eu via eu fotografava.

Eu fui pegando gosto pela fotografia e melhorando os meus equipamentos. No final de 2008, logo que cheguei em Porto Alegre, dei uma decisão abrindo o sistema prisional para a imprensa. Os presídios estavam completamente fechados. A sociedade não sabia o que acontecia lá dentro. É um espaço público onde um serviço público está sendo prestado e é natural que a sociedade saiba o que ocorre nele. A Ordem dos Advogados fez um pedido para que a imprensa tivesse acesso aos presídios e eu dei uma decisão assegurando a presença da imprensa nos presídios.

Sul21: Até então não era permitida a entrada da imprensa nos presídios?

Sidinei Brzuska: Não. Ninguém entrava. A partir dessa decisão, o fotógrafo Daniel Marenco entrou no presídio e eu fui com ele. Nós tiramos fotos do mesmo lugar, com a mesma luz. Pedi para ver as fotos dele e elas eram muito melhores que as minhas. Ele fez fotos maravilhosas. Aí eu vi que, além do talento do fotógrafo, eu também estava mal de equipamento. Ele me indicou um equipamento e comprei uma máquina nova. Minhas fotos ganharam uma qualidade maior e segui fazendo os meus registros.
Sul21: Como nasceu a ideia de fazer a exposição?

Sidinei Brzuska: Em um domingo ensolarado eu estava andando pela avenida Beira Rio quando encontrei um colega que tem um olhar muito refinado e técnico. Ele comentou que eu estava entrando em lugares aos quais as pessoas não têm acesso normalmente e que talvez pudesse sair algo daí. Fiquei com aquilo na cabeça. Os anos foram se passando e a nossa situação aqui estava muito ruim e não me refiro apenas a nossa estrutura de presídios. A nossa estrutura judicial também estava muito ruim. O Judiciário estava devendo muito à sociedade. Continuava existindo apenas uma vara de execução aqui e as decisões dos juízes levavam até seis ou sete meses para serem cumpridas. Isso criava problemas de toda ordem. Eu fiz um pedido ao Tribunal de Justiça, observando que o Judiciário não teria nenhuma moral para cobrar algo do Executivo se não fizéssemos a nossa parte.

A partir daí, iniciou-se um trabalho de convencimento do Tribunal de Justiça sobre a necessidade de ampliar a estrutura judiciária da execução. E, de modo similar ao que aconteceu em Santa Maria, eu utilizei fotografias que tirei. As fotos tiveram esse poder transformador da realidade. Neste processo de convencimento do Tribunal, eu levei alguns desembargadores ao Presídio Central para conhecer in loco a situação. Nós entramos nas galerias sem nenhuma maquiagem, com o calor, o cheiro e tudo o que havia lá. Todo mundo saiu de lá com uma sensação de indignação. O desembargador Claudio Baldino Maciel, que sempre teve um olhar muito humano, ficou impressionado com o que viu e disse que eu precisava mostrar à sociedade as fotos que retratavam aquela realidade. Essa ideia foi amadurecendo na minha cabeça.

Muitas pessoas acabam me solicitando fotos, para trabalhos de conclusão de curso, de mestrado, teses de doutorado. Já há vários livros que estão ilustrados com fotografias minhas. A própria Assembleia Legislativa, quando faz alguma publicação envolvendo presídios, acaba me solicitando imagens. Mais recentemente, vários professores resolveram fazer um livro com vários artigos e esse livro acabou sendo escrito com base em imagens minhas. Os autores escreveram sobre essas fotos. Já que as coisas estavam neste nível, eu resolvi então fazer uma exposição.

Sul21: Quais foram os critérios de escolha para montar a exposição?

Sidinei Brzuska: Eu devo ter entre 10 e 15 mil fotos do Presídio Central. Acabei selecionando mil fotos, tiradas em muitos momentos diferentes. Deixei todas essas mil fotos num mesmo padrão de textura, luz e contraste, como se fossem todas tiradas no mesmo dia, na mesma hora. Dessas mil, foram selecionadas um pouco mais de 80 fotos que integram a exposição agora. Ela está dividida em cinco momentos onde é mostrada a inteireza do Presídio Central. Não é uma exposição sensacionalista. Há uma parte da exposição que trata do andar das visitas, retratando a sua passagem desde o momento em que está fora do presídio, como ela ingressa e as partes às quais ela tem acesso. Ela também mostra as partes administrativas do presídio, sala de aula, enfermaria, local de trabalho dos profissionais. Além disso, mostra o tipo de material que a Brigada Militar utiliza em seu trabalho e o dia-a-dia nos corredores do presídio.
O Presídio Central é administrado pela Brigada Militar e tem uma regra segundo a qual da boca da galeria para dentro o controle é dos presos. A exposição também traz fotos desses ambientes onde os presos vivem, mostrando como eles se arrumam nas galerias, como se arrumam nas celas e como se ajeitam nos pátios. É uma exposição bem ampla, portanto. Muitas das fotos estão legendadas, contando a história da foto e o conjunto dessas legendas conta toda a história do presídio, abordando questões como o tráfico de drogas e de armas, crimes cometidos do lado de dentro e do lado de fora. Tudo isso vai sendo contado pelas imagens e pelas legendas. A exposição conta, por exemplo, que em um período curto de tempo foram apreendidas 58 armas industriais dentro do presídio. Uma dessas armas, que está na exposição, é uma pistola 9 milímetros nova, fabricada pela Taurus. Indagada sobre o comprador daquela pistola, a empresa informou que ela foi comprada em Miami, nos Estados Unidos. Poucos meses depois, estava dentro do Central.

A exposição também traz uma crítica ao sistema de Justiça, em uma foto onde aparecem duas mãos estendidas. Um dia eu estava caminhando no Central e deparei-me com um preso que era, literalmente, um farrapo. Vestia roupas totalmente rasgadas, uma por cima da outra. Tinha dois ou três calções. Um calção por cima de um moletom. Meias furadas uma de cada cor. Além disso, estava com um olho vazado.
Perguntei para ele porque estava ali ele, instantaneamente, me mostrou as mãos totalmente calejadas. “Olha as minhas mãos, eu sou um traficante?” – me disse.
Esse sujeito era um carroceiro que andava pelas ruas e, num certo dia, deve ter exagerado na cachaça, talvez tenha atrapalhado o trânsito, foi detido pela polícia e deve ter mandado os policiais para aquele lugar. Acabou sendo preso por tráfico e ficou preso um ano e oito meses

Sul21: Como o acervo do magistrado Marco Antônio Bandeira Scapini, composto por imagens do fotógrafo Marco Aurélio Couto, entrou na exposição?

Sidinei Brzuska: Quando o Ministério Público pediu a interdição do Presídio Central, em 1995, Scapini contratou um fotógrafo para fotografar o presídio. Quando ele se aposentou, ele guardou essas fotos em casa. Ficou com medo que elas se perdessem aqui. Um belo dia, ele entrou na minha sala e disse que ia me entregar essas fotos, pois talvez eu pudesse fazer um uso delas. Eu até não o conhecia tanto assim. Nos conhecíamos mais lateralmente, pois temos uma briga em comum: ele era gremista doente e eu sou colorado doente. Infelizmente ele nos deixou muito cedo.

Sul21: Há uma tendência na sociedade de não querer ver realidades como esta do Presídio Central. Essa exposição também parece ter uma função de mostrar o que as pessoas não querem ver.

Sidinei Brzuska: Sim. Essa é uma questão cultural nossa. A ideia do quanto pior melhor é muito forte entre nós. As pessoas não se dão conta de quanto pior, melhor é para o crime. Na verdade, todo mundo colabora, de um jeito ou de outro, para que esse quadro esteja do jeito que está.


Exposição






domingo, 14 de agosto de 2016

Dia dos Pais

Hoje é o dia dos pais e eu sou um deles, com muito orgulho. E acho que sou um ótimo pai, pois sinto isso através do relacionamento extraordinário que tenho com minha filha, que hoje está com 28 anos de idade. Infelizmente, meu pai não está mais conosco há bastante tempo - desde 1982 - mas ele sempre está presente em nossos pensamentos.
Há pais que só fazem filhos, muitos com mais de uma mulher, mas não os acompanha no dia a dia, procurando dar exemplos, protegendo e ensinando através de atitudes e princípios. Esses tipos talvez até sejam homenageados por seus filhos neste dia, contudo, tenho certeza que isso acontecerá por pura formalidade.
Há outros pais que até se fazem presentes, mas são omissos, até negligentes, não acompanhando o dia a dia de seus filhos.
Há pais ainda piores, que maltratam e até matam seus próprios filhos, fatos que acabam chocando pessoas que, como eu, não entendem como pode alguém que tem por principal missão a de proteger, tirar a vida de um ser que ele mesmo gerou.
Há outros que falam muito o que o filho deve fazer, no entanto, adotam atitudes que contrariam seu próprio discurso, tornando-se maus exemplos ao agir no dia a dia sem respeitar princípios éticos, morais e até legais. Alguns desses canalhas até possuem uma ótima retórica, contudo, na prática eles acabam sendo exemplo daquilo que ninguém deve ser. O problema é que os filhos sempre fazem o que seus pais fazem e não o que falam.
Por isso, a minha preocupação desde que nasceu minha filha Laura sempre foi o de dar exemplos e passar princípios, principalmente através de atitudes.
Laura hoje está com 28 anos, formada em Direito, plenamente habilitada para atuar na sua área, com muita competência e pautando sua atuação pelos princípios éticos e morais que aprendeu a cultivar desde que nasceu. Além disso, é uma pessoa adorável, muito inteligente, talentosa e sociável.

Eu sempre procurei ser parceiro dela em todas as fases de sua vida, incluindo o período de gestação, sempre brincando na sua fase infantil, acompanhando todas as suas atividades na escola, a protegendo quando houve necessidade e ensinando também a se defender.
E eu me sinto orgulhoso por esse resultado, pois acho sou um vencedor quanto à missão de pai, não sendo apenas protetor, ou educador, mas, além de tudo, um companheiro amigo e fiel, deixando a certeza à minha filha que ela sempre terá em seu pai alguém com quem ela poderá contar por toda a vida, em qualquer situação.
Eu acho que o mundo seria bem melhor, com menos violência inclusive, se todos os pais fossem assim.
Um feliz dia dos pais.
De 12/08/2012