Para driblar a crise financeira e a
baixa capacidade de investimentos do Estado, o governador Eduardo Leite prepara
uma lista de concessões, parcerias público-privadas (PPPs) e termos de
cooperação para os próximos anos. A carteira de negócios está sendo elaborada a
partir de um novo estudo da consultoria KPMG, contratada na administração passada,
que inclui desde hidrovias e presídios até aeroportos regionais e parques
estaduais (veja quadro abaixo).
O trabalho, segundo o secretário
extraordinário de Parcerias, Bruno Vanuzzi, foi concluído em junho. Agora, cabe
ao Conselho Gestor de Concessões e PPPs, composto por Leite e pelo
secretariado, decidir quais itens serão selecionados. Isso deve ocorrer até o
fim deste mês.
"A KPMG apresenta sugestões que vão ao encontro das potencialidades que o próprio governo já havia identificado. Agora estamos na fase da definição. A ideia é que essa carteira seja dinâmica e que o conselho se reúna pelo menos uma vez a cada dois meses para avaliar o andamento das propostas" - diz Vanuzzi.
O catálogo integrará o RS Parcerias,
lançado em março. Na ocasião, Leite divulgou os primeiros quatro projetos do
programa, remanescentes da gestão de José Ivo Sartori (MDB): as concessões da
RS-287 e da RS-324, da estação rodoviária de Porto Alegre e do Parque Zoológico
de Sapucaia do Sul, que também partiram de estudos técnicos da KPMG. No caso do
zoo, o edital acabou suspenso por necessitar de ajustes. Para o governo, isso
não desabona o trabalho da consultoria.
Benefício à sociedade e interesse do mercadoAlém de dar continuidade às ações que já estavam em andamento desde a administração passada, Leite pediu à KPMG que avaliasse e apontasse outras oportunidades de parcerias. Trata-se da última tarefa prevista no contrato.
Para isso, em maio, os técnicos da
empresa ouviram integrantes do governo, listaram propostas e pontuaram a
viabilidade de cada uma, levando em conta critérios como benefício à sociedade
e interesse do mercado. A economia decorrente das operações não foi estimada,
mas, conforme Vanuzzi, o objetivo é alocar de forma mais eficiente os recursos
do Estado, "com o maior impacto social e econômico possível".
Entre os projetos listados, há itens
que vão além daqueles que Leite já havia sinalizado, como as PPPs em
penitenciárias e a concessão de estradas hoje administradas pela Empresa Gaúcha
de Rodovias (EGR), que tende a ser extinta. As novidades incluem, por exemplo,
possíveis PPPs envolvendo o setor hidroviário e o Tudo Fácil, central de
atendimento que reúne serviços do Estado.
Também estão na pauta a potencial
concessão dos parques do Caracol, na Serra, e da Guarita, em Torres, além do
aeroporto de Passo Fundo, entre outros itens. Por enquanto, não há detalhamento
das propostas, o que ficará para uma segunda etapa. Na maioria dos casos, a
formatação das operações deverá ficar a cargo do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), com o qual Leite firmou acordo no fim de maio.
JULIANA
BUBLITZ/ZH
Nenhum comentário:
Postar um comentário