O governo Bolsonaro não pode ignorar a ciência ou subverter a história
Em uma mesma
semana, o governo exonerou o presidente do Inpe e mudou o comando da Comissão
de Mortos e Desaparecidos porque não gostou das informações apresentadas.
Em uma mesma semana, o
governo Bolsonaro decidiu exonerar o presidente do Instituto de Pesquisas
Espaciais (Inpe) e mudar o comando da Comissão de Mortos e Desaparecidos porque
não gostou dos números e das informações apresentadas.
O caso do
Inpe é grave: o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, questiona os dados
de desmatamento da Amazônia apresentados pelo instituto, como se os estudos não
estivessem sob a responsabilidade de especialistas. E mais: não é preciso ser
um expert no assunto para saber que madeireiros ilegais e grileiros se
multiplicam pela região e que a estrutura do Ibama é pequena para a
fiscalização necessária.
Espancar os gráficos não vai
resolver o desmatamento ou melhorar a imagem do Brasil no Exterior. Encarar o
problema com maturidade e objetividade, sim, é a melhor maneira de o país
enfrentar uma chaga que não é exclusividade da atual administração.
No caso
da Comissão de Mortos e Desaparecidos, o impasse aumentou depois da frase
polêmica de Jair Bolsonaro sobre o pai do presidente da OAB. Afastada da
presidência, a procuradora Eugênia Gonzaga Fávero alega retaliação. Filiado ao
PSL e ex-assessor da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares
Alves, o novo presidente, Marco Vinicius Pereira de Carvalho, garante que
não haverá retrocessos, mas revisões.
O que não se pode é ignorar a História ou
desprezar a Ciência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário