sexta-feira, 26 de abril de 2024
quinta-feira, 7 de março de 2024
Militares se sentem traídos após a fuga de Bolsonaro, diz Paulo Pimenta
Em seu depoimento, na condição de testemunha, Freire Gomes confirmou a presença de Bolsonaro e do ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, nas reuniões em que a trama golpista foi discutida.
Por Redação – de Brasília
Ministro
da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, o deputado licenciado
Paulo Pimenta (PT) afirmou que os militares “se sentem traídos” por Jair
Bolsonaro (PL) devido à sua fuga para os EUA, após o fracasso da tentativa de
golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT). Segundo Pimenta, o ex-mandatário “botou pilha” e “na hora H sumiu”.
"Chegou na hora,
preparou tudo, vamos fazer o golpe? Pegou o avião e foi para os Estados Unidos.
Aí o (Mauro) Cid vai acabar com a carreira dele, Bolsonaro milionário, filho
milionário e eles (militares) presos? Tudo destruído e porque na hora H sumiu,
covarde" — avaliou o ministro nesta quarta-feira em conversa com jornalistas.
Inquérito
A declaração de Pimenta acontece logo
após o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército no governo
Bolsonaro, prestar um depoimento de quase oito horas à Polícia Federal (PF), no
âmbito do inquérito que apura o planejamento do golpe de Estado fracassado no 8
de Janeiro.
Em seu depoimento, na condição de
testemunha, Freire Gomes confirmou a presença de Bolsonaro e do ex-ministro da
Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, nas reuniões em que a trama golpista foi
discutida, incluindo as duas versões de uma minuta que anularia as eleições e
manteria o então ocupante do Palácio do Planalto no poder.
Bolsonaro é investigado, ainda, em uma
série de outros inquéritos. Entre eles, a evasão de divisas e furto qualificado
de jóias avaliadas em mais de R$ 16 milhões, doadas sabe-se lá por qual motivo
pela realiza da Arábia Saudita, no ano passado.
quarta-feira, 6 de março de 2024
Depoimento de general enterra de vez Bolsonaro, diz analista
Os ex-comandantes
confirmaram ter participado da reunião na qual foi discutida uma minuta
golpista. O encontro foi revelado pelo ex-ajudante de ordens da Presidência, o
tenente-coronel Mauro Cid, em seu acordo de delação premiada.
Por Redação - de Brasília
Os ex-comandantes do
Exército Freire Gomes e da Aeronáutica Carlos Baptista Júnior situaram,
frontalmente, o ex-presidente Jair Bolsonaro na trama golpista do 8 de Janeiro,
investigada pela Polícia Federal (PF). Em longos depoimentos, ambos concederam
longos e detalhados pormenores da tentativa frustrada de um golpe de Estado, no
país, e preencheram “lacunas importantes do caso”, segundo envolvidos nas
apurações, que falaram em condição de sigilo à colunista Bela Megale, do diário
conservador carioca ‘O Globo’, nesta segunda-feira.
Os ex-comandantes confirmaram ter participado
da reunião na qual foi discutida uma minuta golpista. O encontro foi revelado
pelo ex-ajudante de ordens da Presidência, o tenente-coronel Mauro Cid, em seu
acordo de delação premiada. A informação de que Freire Gomes confirmou reuniões
sobre um documento com teor golpista foi revelada pelo canal norte-americano de
TV ‘CNN Brasil’.
Em seu depoimento, na sexta-feira, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, o general respondeu todas as perguntas dos investigadores. Os agentes da PF ainda tinham dúvidas se o ex-comandante seria tratado como investigado ou testemunha. Essa decisão seria tomada de acordo com o grau de colaboração do depoimento. A avaliação foi a de que Freire Gomes decidiu ajudar as investigações e permanece no processo como testemunha.
‘Misericórdia’
Da mesma forma o brigadeiro
Baptista Júnior, que também concedeu um longo depoimento à PF, há poucas
semanas, na qual trouxe informações importantes aos policiais. Já o
ex-comandante de Marinha Almir Garnier, apontado como o único dos três que
teria aceitado aderir ao golpe, permaneceu em silêncio na PF e hoje é um dos
investigados.
Para o colunista Marcelo
Godoy, do diário conservador paulistano ‘O Estado de S. Paulo’ (OESP),
no entanto, o depoimento de Marco Antonio Freire Gomes à PF é visto como o
“tiro de misericórdia” contra Bolsonaro. “Não só pelas informações que revela,
esclarece ou confirma, mas também pelo significado que tem a palavra do
ex-comandante do Exército. Ela traz parte do peso institucional da voz do
Grande Mudo da República. E a expectativa de ser o fim da agonia para a Força
Terrestre”, escreveu Godoy em sua coluna.
Pressionado
“Freire Gomes confirmou não
só a discussão sobre a ‘minuta do golpe’ com Bolsonaro e a participação em
reuniões no Palácio do Planalto, onde a tentativa de subverter a ordem
democrática era planejada. Ele corroborou o depoimento do tenente-coronel Mauro
Cid, chefe da Ajudância de Ordens da Presidência da República, que assinou um
acordo de delação com a Polícia Federal”, acrescentou.
O tenente-coronel Cid sempre
levava as novidades do Planalto até o general, sobre as discussões em curso
sobre a pauta golpista, segundo sua delação à PF. “Às 15h30 do dia 9 de
dezembro de 2022, ele contou que Bolsonaro fora pressionado ‘por vários atores
a tomar uma medida mais radical’: as prisões dos ministros Alexandre de Moraes
e Gilmar Mendes, do STF; além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG)”, detalha Godoy.
Cid garantiu, porém, “que
Bolsonaro permanecia ‘na linha do que fora discutido com os comandantes das
Forças e com o ministro da Defesa (Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira)”,
adicionou o colunista.
Aventura
“Hoje, ele mexeu muito
naquele decreto, né. Ele reduziu bastante. Fez algo mais direto, objetivo e
curto e limitado”, escreveu Cid em uma mensagem a Freire Gomes.
Ouvido como testemunha, o
general não se manteve calado durante as mais de oito horas do depoimento.
Revelou, segundo Godoy, “que não desmontou os acampamentos em frente ao
Exército por causa de Jair Bolsonaro”.
“O general vivia um drama pessoal. Sua mãe, Maria Freire Gomes, estava enferma ao mesmo tempo em que o filho enfrentava outra situação que o deixava atormentado: as pressões do governo para que embarcasse uma aventura. Gomes sabia que a maioria ordeira e silenciosa no Exército era contrária à bagunça institucional, que levaria à divisão da instituição, tão necessária ao golpe”, resumiu.
terça-feira, 30 de janeiro de 2024
Escolhido por Bolsonaro para disputar o Rio. Ramagem teria monitorado adversários do ex-capitão
O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual deputado federal, Alexandre Ramagem (PL) foi alvo quinta-feira 25, de mandados de busca e apreensão em uma operação que investiga suposta espionagem praticada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Alexandre Ramagem |
O monitoramento ilegal de inimigos políticos do ex-capitão, assim como advogados, jornalistas e até de juízes, teria acontecido entre dezembro de 2018 e 2021, Durante esse período, o órgão de inteligência era conduzido por Alexandre Ramagem, amigo da família do ex-presidente.
Sob o comando de Ramagem, a agência de inteligência teria espionado, ao menos, 30 mil proprietários, sem nenhuma autorização judicial.
O que se sabe sobre ação da PF que apura uso indevido da Abin e que teve Carlos Bolsonaro como um dos alvos
Agência de inteligência teria sido "instrumentalizada" para espionar ilegalmente autoridades e adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo a Polícia Federal
Com autorização do ministro do
Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, a Polícia Federal (PF) realizou nesta segunda-feira (29)
uma nova etapa da Operação
Vigilância Aproximada, que investiga as atividades da Agência
Brasileira de Inteligência (Abin) durante o mandato de Jair Bolsonaro. Entre os alvos desta ação está
Carlos Bolsonaro, vereador do Rio e filho do ex-presidente Jair
Bolsonaro.
As investigações da PF indicam que a Abin
teria sido "instrumentalizada" para monitorar ilegalmente diversas autoridades e
pessoas envolvidas em investigações, bem como adversários políticos do ex-presidente.
Qual o foco da investigação?
A Operação Vigilância Aproximada, que é uma continuidade
da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano
passado, investiga suposta organização criminosa na Agência Brasileira de
Inteligência (Abin) que teria realizado espionagens sem autorização judicial
durante o governo Bolsonaro.
A investigação foi aberta depois que a
PF descobriu que a Abin usou o software First Mile, que dá acesso à
geolocalização em tempo real com base na localização
de aparelhos que usam as redes 2G, 3G e 4G.
Houve uma primeira etapa da operação,
na última quinta-feira (25), na qual um dos alvos foi o ex-diretor da Abin,
deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que comandou a
agência durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Nesta segunda-feira, na nova
fase, Carlos Bolsonaro é um dos investigados.
O que a PF já
investigou?
A investigação apontou até o momento
que há indícios de que a Abin tenha atuado ilegalmente nos seguintes casos:
·
apuração sobre o caso das "rachadinhas" no gabinete do senador Flávio Bolsonaro,
filho do ex-presidente
·
investigação a respeito do tráfico de influência contra Jair Renan Bolsonaro,
também filho do ex-presidente
·
suspeita de que Carlos Bolsonaro recebia informações por meio de seus
assessores da "Abin paralela"
·
apuração se a estrutura paralela da Abin promoveu "ações de
inteligência" para atacar as urnas eletrônicas
·
monitoramento indevido de promotora do caso Marielle
Franco;
·
vigilância indevida dos ex-deputados Rodrigo Maia e Joice
Hasselmann;
·
espionagem, sem justificativas, do ministro da Educação, Camilo
Santana, na época governador do Ceará
·
suposta ação para associar autoridades, como os ministros do STF
Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, ao Primeiro Comando da Capital (PCC)
Quem teria
sido espionado?
Ao todo, cerca
de 30 mil pessoas teriam sido monitoradas clandestinamente. A
PF apontou ainda que servidores da Abin produziram informações que teriam
ajudado na defesa dos filhos de Bolsonaro em investigações criminais.
Os indícios encontrados apontam que a
"Abin paralela" tentou produzir provas que relacionassem os ministros
Moraes e Mendes, do STF, ao PCC. Também teriam sido monitorados nomes como o
então governador do Ceará, Camilo Santana, o ex-presidente da Câmara Rodrigo
Maia e a promotora do Rio de Janeiro Simone Sibilio, que investigou milícias e
o assassinato da vereadora Marielle Franco, entre outros.
Quem é e qual
a suspeita sobre Alexandre Ramagem?
Atualmente deputado federal pelo PL do
Rio de Janeiro, Alexandre Ramagem foi diretor-geral da Abin entre julho de 2019
e abril de 2022, durante o governo Bolsonaro. Ele é pré-candidato à prefeitura
do Rio, com apoio do ex- presidente. Segundo a PF, ele teria "incentivado e acobertado" as
espionagens irregulares.
Ramagem foi alvo da primeira fase da operação,
na última quinta-feira (25). Foram feitas buscas nas quais foram encontrados um
celular e um computador que pertencem à Abin em endereços dele.
Qual a
suspeita sobre Carlos Bolsonaro?
Vereador no Rio de Janeiro e filho do ex-presidente Jair
Bolsonaro, Carlos foi alvo da etapa da operação que
investiga os destinatário das informações supostamente obtidas de forma
ilegal.
A PF obteve, por exemplo, um diálogo no qual uma assessora de Carlos pede a uma
assessora de Ramagem informações sobre inquéritos que envolviam o ex-presidente
e seus filhos.
O que diz o despacho do Moraes?
A nova etapa da operação, que foca agora no clã Bolsonaro,
foi autorizada por Alexandre de Moraes. O despacho
autorizando a investida foi assinado pelo ministro no último sábado (leia
a íntegra abaixo). O ministro retirou o sigilo da decisão nesta
tarde.
"Os elementos de prova colhidos
até o momento indicam, de maneira significativa, que a organização
criminosa infiltrada na Abin também se valeu de métodos ilegais para a
realização de ações clandestinas direcionadas contra
pessoas ideologicamente qualificadas como opositoras", diz Moraes no
despacho.
O objetivo da espionagem ilegal seria
obter ganhos políticos ao "criar narrativas" para envolver
autoridades da oposição, jornalistas e políticos, além de fiscalizar o
andamento de investigações de aliados, de acordo com a PF.
O que dizem os investigados?
Em entrevista à GloboNews, Alexandre
Ramagem negou que tenha cometido irregularidades.
"Nós, da direção da Polícia Federal,
policiais federais que estavam comigo, nunca tivemos a utilização, execução,
gestão ou senha desses sistemas" — afirmou.
Carlos
Bolsonaro não havia se pronunciado até a última atualização desta
reportagem. Em entrevista à CNN Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro defendeu
o filho, afirmando que não recebeu qualquer informação ou relatório da agência
e falou em "perseguição claríssima" contra ele e os filhos.
"Jamais meu filho pediria algo que
não é legal para o Ramagem" — afirmou o ex-presidente.
quarta-feira, 27 de dezembro de 2023
Investigações da PF sobre denúncias a Bolsonaro entram na reta final
A especificação dos tipos penais de cada crime cometido, no entanto, será conhecida apenas depois que todas as linhas de investigação relacionadas ao ex-presidente forem esgotadas. O indiciamento é o ato em que a autoridade policial atribui a prática de um crime a um investigado.
As investigações que assombram o futuro do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), entre eles as mentiras disseminadas ao longo
do mandato pelas milícias digitais e o furto de joias de alto valor, estão em
fase final. A Polícia Federal (PF) está na fase final dos inquéritos e, na
avaliação dos investigadores, está comprovada a existência de elementos
suficientes para indiciá-lo.
A especificação dos tipos penais de cada crime
cometido, no entanto, será conhecida apenas depois que todas as linhas de
investigação relacionadas ao ex-presidente forem esgotadas. O indiciamento é o
ato em que a autoridade policial atribui a prática de um crime a um investigado.
Posteriormente, o caso
seguirá para o procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, para avaliação
e possível apresentação de denúncia contra Bolsonaro e seus aliados. A
expectativa dos investigadores é que, com a mudança na liderança da PGR, o novo
titular dê andamento às investigações e apresente denúncias ao Judiciário, após
receber o material produzido pela PF.
Prisão
Uma vez declarado réu
perante o Supremo Tribunal Federal (STF) e com os processos devidamente
distribuídos, Bolsonaro terá tempo suficiente para construir sua defesa. Apesar
de ter sido condenado à inelegibilidade, na Justiça Eleitoral, as investigações
da PF ocorrem dessa vez no âmbito criminal. Uma eventual condenação criminal
poderia resultar na prisão de Bolsonaro, conforme a gravidade da pena.
A PF considera que os fatos
sob investigação relacionados a Bolsonaro estão interligados e, por isso, devem
ser concluídos em conjunto. Os investigadores finalizam a análise de materiais
apreendidos, como celulares, e as investigações relacionadas à delação premiada
do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, que revelou
a participação de Bolsonaro em um plano golpista após as eleições do ano
passado.
Essa tentativa de golpe de Estado, conforme os inquéritos em andamento, está ligada à atuação das milícias digitais que atacaram as instituições democráticas nos últimos quatro anos; entre outros fatos.
Milícias
Os inquéritos sobre a
disseminação de notícias falsas e a manutenção de milícias digitais abordam
diferentes áreas de investigação, incluindo desvio de joias para venda no
exterior e fraudes nos certificados de vacinação. Os investigadores identificam
uma conexão entre esses delitos e a organização criminosa montada para atacar
as instituições democráticas.
As milícias digitais também
teriam visado obter vantagens indevidas do Estado brasileiro, segundo a PF. A
definição dos crimes imputados ao ex-chefe do Executivo será realizada ao
término dessas investigações. Embora houvesse a expectativa de encerramento até
o fim deste ano, o extenso volume de provas atrasou o processo.
Bolsonaro instruiu sua
defesa para negar qualquer envolvimento em tentativas de golpe ou quaisquer
outros delitos.
sábado, 25 de novembro de 2023
Diretor da PF diz que documentos do FBI corroboram delação de Mauro Cid
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, afirmou que documentações enviadas pelo Federal Bureau of Investigation (FBI) corroboram a delação premiada feita pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As declarações foram feitas em entrevista à CNN.
Os documentos enviados pela FBI à polícia
brasileira são sobre o
caso do esquema ilegal de venda de joias da Presidência da República. Segundo o diretor-geral da PF, apenas parte
das informações cedidas pelo FBI chegaram até o Brasil e outras devem chegar em
breve. “É um processo lento que depende da autoridade central do outro país e
da nossa autoridade central”, afirmou.
“Já
começamos a receber as primeiras documentações e as primeiras informações que
vão na esteira do que falávamos antes e vão corroborando aos depoimentos e a
própria colaboração premiada que foram feitas, e isso robustece as nossas
provas”, disse o diretor-geral da PF.
A PF acionou o FBI para avançar as investigações
sobre o esquema em agosto deste ano. Em outubro, o governo dos EUA permitiu que o
órgão atuasse para investigar as transações feitas por aliados de Bolsonaro no
país.
O diretor-geral da PF também disse que a PF já identificou que
foram feitas manifestações financeiras ilegais e os participantes serão punidos
ao final das investigações. “Houve, de fato, essas transações que estão sendo apuradas
e aqueles que, em alguma medida, tem participação, serão responsabilizados”,
afirmou Passos.
Documentos
do FBI provariam que Wassef recomprou Rolex dado a Bolsonaro
Documentos enviados pelo FBI para a PF provariam que o advogado Frederick
Wassef recomprou um relógio da marca Rolex dado a Bolsonaro
para atender a um pedido de Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de
ordens.
Essas
novas provas contradizem a versão do advogado. Ele afirmou que recomprou o
artigo de luxo por livre e espontânea vontade. A existência dos documentos do
FBI foi revelada pela GloboNews.
Ao Estadão, Wassef disse que não conhece o general
Lourena Cid. Ele também disse que os documentos do FBI não revelam nada que ele
já não tenha admitido. “Alguém vem vazando informações de forma reiterada e
criminosa, adicionando informações falsas para atingir a minha imagem e
reputação”, disse o advogado.
Cid disse em
delação que entregou dinheiro de esquema ilegal para Bolsonaro
Na delação premiada feita para a PF, Mauro Cid disse que
entregou para o ex-chefe do Executivo uma parte do dinheiro da venda de
joias recebidas pela Presidência da República no exterior. O
ex-ajudante de ordens disse acreditar que a venda de joias dadas ao
ex-presidente poderia ser considerada imoral, mas não ilegal.
De acordo com Mauro Cid, a ideia de vender as peças surgiu
como uma forma de “bancar as despesas” processuais de Bolsonaro. “O
presidente estava preocupado com a vida financeira. Ele já havia sido condenado
a pagar várias multas”, disse o tenente-coronel à PF.
As tentativas de vender as peças só cessaram após o Estadão revelar,
em março, que auxiliares de Bolsonaro tentaram entrar ilegalmente no
Brasil com um kit composto por colar, anel, relógio e um par de
brincos de diamantes entregues pelo governo saudita para o então presidente e Michelle Bolsonaro.
Ao Estadão, em agosto, o ex-chefe do Executivo alegou que Mauro Cid tinha
“autonomia” para agir. A declaração foi em resposta ao questionamento
se o ex-presidente havia pedido para seu subordinado vender joias no exterior e
trazer de volta o dinheiro para o País.
‘Há consistência’
em delação de Cid, diz diretor-geral da PF
Na entrevista cedida à CNN, Andrei Passos disse que a delação
premiada de Cid auxiliou os investigadores a descobrir provas sobre o esquema
ilegal de joias. “Há muitos elementos já apontados que nos permitem,
confrontando com os demais elementos já colhidos nos autos, identificar que, de
fato, há consistência e há bons caminhos para que as provas venham aos autos”,
afirmou.
Cid foi preso no dia 3 de maio, em uma operação da PF
que investiga a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19 no sistema da Ministério da
Saúde. Após ter a delação premiada homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, foi liberado do quartel onde estava detido no dia 9 de
setembro.
Enquanto Bolsonaro comandava o País, Mauro Cid teve acesso livre ao Palácio do Planalto e esteve ao
lado do ex-presidente em entrevistas, lives, reuniões e até em
salas de cirurgia em hospitais, sendo o braço-direito e secretário particular
de Bolsonaro nos quatro anos do governo passado. As memórias e os acessos que teve nos
últimos quatro anos tornam a delação um problema para o ex-chefe do Executivo.
Outra informação de Cid à PF na delação premiada foi a de que
Bolsonaro se reuniu com a cúpula das Forças Armadas, após o
segundo turno das eleições presidenciais, para discutir a possibilidade de uma
intervenção militar para reverter o resultado que elegeu o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
para a Presidência.
terça-feira, 7 de novembro de 2023
Mauro Cid detalha funcionamento de ‘gabinete do ódio’ de Bolsonaro em delação, diz jornal
Foto: Wilton Junior/Estadão |
A citação aos integrantes do gabinete do ódio teria sido uma das exigências para que o acordo fosse homologado em setembro. De acordo com o jornal, Cid relatou ainda a relação dos membros do grupo com os integrantes do clã Bolsonaro. A existência do “gabinete do ódio” foi revelada pelo Estadão em 2019.
A delação de Cid já revelou informações sobre a venda ilegal das joias sauditas, a fraude nos cartões de vacina no sistema do Ministério da Saúde e a tentativa de golpe de Estado após a divulgação dos resultados das eleições do ano passado.
Como ajudante de ordens, Mauro Cid teve acesso livre ao Palácio do Planalto, estando ao lado do Bolsonaro em entrevistas, lives, reuniões e até mesmo em salas de cirurgias, sendo o braço-direito e secretário particular de Bolsonaro nos quatro anos do governo passado. As memórias dele e os acessos que teve aos locais tornam a delação um problema para o ex-chefe do Executivo.
Mauro Cid foi preso no dia 3 de maio, em uma operação da PF que investiga a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19 no sistema de saúde. Após ter o pedido de delação premiada homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Cid foi liberado de um quartel onde estava detido no dia 9 de setembro.
terça-feira, 24 de outubro de 2023
Cid diz em delação à Polícia Federal que Bolsonaro ordenou fraudes em cartões de vacina
O
tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), disse em seu acordo de delação premiada à Polícia Federal (PF) que o ex-presidente da República ordenou, no final
do seu mandato no Palácio do Planalto, que ele fraudasse os cartões de vacina de
covid-19 no sistema do Ministério da Saúde.
Segundo informações do portal
UOL, Cid admitiu a sua participação no esquema e apontou Bolsonaro como o
mandante. O portal diz que o ex-chefe do Executivo pediu que os cartões dele e
da sua filha, Laura, de 13 anos, fossem fraudados. Segundo o tenente-coronel,
os documentos fraudados foram impressos e entregue em mãos ao ex-presidente
para que ele usasse quando “achasse conveniente”.
O ex-ajudante de ordens confirmou
que os dados falsos de Bolsonaro e de Laura foram inseridos no sistema do
Ministério da Saúde por servidores da Prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no dia 21 de dezembro de 2022, nove
dias antes do ex-presidente viajar para os Estados Unidos antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Naquela época, as leis americanas exigiam
que os viajantes comprovassem a imunização contra a covid-19.
Investigação aponta que Bolsonaro tinha
conhecimento das falsificações
No dia 3 de maio, seis aliados de Bolsonaro
- entre eles Mauro Cid - foram presos pela Polícia Federal na Operação Venire,
que coletou provas de um esquema de fraudes de cartões de vacinação durante o
governo do ex-presidente.
A investigação aponta que Bolsonaro e os seus aliados tinham “plena
ciência” das falsificações. O objetivo, segundo a PF, era obter “vantagem
indevida” em situações que necessitassem comprovação de vacina contra a covid
no Brasil e nos Estados Unidos.
Bolsonaro nega
ter sido vacinado contra a covid-19
A PF identificou dois registros de vacinação de Bolsonaro no
Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias. O ex-presidente teria tomado o
imunizante Pfizer em 13 de agosto e em 14 de outubro do ano passado. Nas mesmas
datas, seus assessores Max Guilherme Machado de Moura e Sergio Rocha Cordeiro
também teriam sido imunizados. Porém, a Controladoria-Geral da União
(CGU) checou as agendas do ex-chefe do Executivo e atestou que
seria impossível que ele tivesse comparecido na unidade de saúde.
Além de Bolsonaro e Laura, Mauro Cid também teria falsificado o
próprio cartão de vacinação e também o da sua mulher, Gabriela Cid, e das suas
três filhas.
Em um depoimento para a PF no dia 16 de maio, Bolsonaro negou que ele e a filha teriam sido
vacinados contra a covid-19. O ex-presidente também afirmou que não
determinou e não tinha conhecimento das fraudes, o que agora é confrontado pela
delação premiada de Cid.