Powered By Blogger
Mostrando postagens com marcador Donald Trump. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Donald Trump. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Donald Trump e o nacionalismo cristão fundamentalista

Fenômeno da violência religiosa tendo por origem o fundamentalismo dos EUA sob o “sacerdócio” de Trump

Jesus era sábio. Conhecia os segredos do coração humano. Psicanalista insuperável. Disse: “O homem bom tira coisas boas do seu tesouro. O homem mau tira coisas más do seu tesouro”. Ou seja: a gente sempre encontra aquilo que está procurando. Isso se aplica à leitura que se faz das Escrituras Sagradas. Pessoas que estão cheias de medo, de sentimento de vingança, de autoritarismo encontrarão na Bíblia ameaças, castigos, infernos, um Deus cruel e vingativo: parecido com elas. [1] 

Na terça-feira (4), com a sua hostil transparência, Donald Trump defendeu a ideia de expulsar os palestinos da faixa de Gaza para transformar o território numa “Riviera do Oriente Médio”. Nos ambientes evangélicos fundamentalistas, gritaram glória, aleluia e amém!

O Café da Manhã Nacional de Oração no Capitólio, realizado em Washington na quinta-feira (6), que ocorre há mais de 70 anos, é frequentado por congressistas, tanto do Partido Republicano quanto do Partido Democrata. Em tom messiânico, o Presidente Trump afagou o público do nacionalismo cristão ao anunciar que determinará a criação de uma força-tarefa para erradicar o preconceito anticristão. Segundo ele, há atualmente nos Estados Unidos “violência e vandalismo anticristão” passível de criminalização.

Talvez, um modesto recuo histórico nos ajude a dimensionar o que viria a ser esse movimento cristão radical ensejado pelos fundamentalistas na atualidade.

Como conciliar a exegese do texto bíblico com os avanços técnicos-científicos e o desenvolvimento das ciências naturais e históricas em plena modernidade? Parece impossível, num primeiro olhar.

A exegese histórica-crítica surgiu entre os protestantes não sem resistências. Nesse turbilhão de fatos históricos, revoluções científicas e sociais em curso, no início do século XX nos Estados Unidos, as reações à modernidade, que se manifestaram de forma mais contundente com a exegese histórica-crítica, ganharam contornos que ficaram conhecidos como fundamentalismo.

Além da afirmação exaltada da inerrância da Bíblia, os fundamentalistas publicaram uma série de fascículos que versavam sobre pontos cruciais da fé. Segundo eles, não havia qualquer possibilidade de negociar certezas ou flexibilizar doutrinas.

Revisionismo dos grupos religiosos em suas práticas não era tolerado. Abertura para debates ensejados pela exegese histórica-crítica, para os fundamentalistas, não estava em questão. Portanto, entre 1910 e 1915, nos Estados Unidos, o fundamentalismo se estruturou nas igrejas protestantes enquanto reação à modernidade.

A Bíblia interpretada literalmente, jamais lida de forma simbólica. Para os fundamentalistas: o mundo foi criado em seis dias, Adão e Eva foram figuras históricas, o dilúvio de Noé aconteceu tal como foi narrado no livro de Gênesis, os milagres aconteceram conforme descritos no texto, Enoque viveu mesmo 365 anos… Enfim, levam ao pé da letra o texto bíblico.

Os níveis de articulação entre os fundamentalistas protestantes contemporâneos nos Estados Unidos. São tantos, e com tamanho poder de articulação que conceberam na vida pública americana o movimento que ficou conhecido como “maioria moral”. Tal movimento cumpriu papel importante nas recentes eleições norte-americanas para eleger presidentes conservadores: Ronald Reagan (1980); George Herbert Walker Bush — pai (1988); George Walker Bush — filho (2000).

As ações da “maioria moral” como ator político nas duas eleições do Donald Trump (2016 e 2024) são evidentes. É fato: a agenda da “maioria moral” foi assumida por Donald Trump com extremo ímpeto. Inclusive, enquanto fervor religioso que se manifesta com linguagem violenta.

As reações aqui no Brasil nos grupos evangélicos fundamentalistas foram de santa euforia como se estivéssemos diante de uma nova religião. Fervor violento e com ambições universalistas. Os ressentidos da modernidade vêm a Trump pela fé na nova ordem mundial comandada pelo nacionalismo cristão.

[1] Alves, Rubem. As cores do crepúsculo: A estética do envelhecer. Campinas, SP: Papirus, 2013. p. 111

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

O líder do atraso

No discurso de posse, ameaças e retrocesso

Donald Trump prestou juramento nesta segunda-feira (20) e assumiu como 47º presidente dos Estados Unidos. O evento ocorre na parte interna do Capitólio, em Washington, com a presença de cerca de 800 pessoas. Entre elas, o dono do X, Elon Musk, o CEO da Amazon, Jeff Bezos, e o CEO da Meta, Mark Zuckerberg.

Joe Biden e a primeira-dama Jill Biden também estão na cerimônia, além de George W. Bush, Barack Obama e Bill Clinton.

Líderes internacionais convidados também estão na cerimônia, como o presidente da Argentina, Javier Milei, o vice-presidente da China, Han Zheng, que representa Xi Jinping, presidente do país. O Brasil está sendo representado pela embaixadora do país em Washington, Maria Luiza Viotti. Além disso, uma comitiva de 21 parlamentares de partidos como o PL, Novo, Republicanos e Podemos estão nos Estados Unidos para a posse de Trump.

A partir deste momento, o declínio dos Estados Unidos terminou”, afirmou nesta segunda-feira o presidente Donald Trump em seu discurso de posse, em Washington.

O 47º presidente dos Estados Unidos também prometeu enfrentar o que chamou de “elite radical e corrupta”, que “monopolizou o poder e a riqueza por muitos anos”.

O novo presidente diz que EUA vão reconhecer ‘apenas dois gêneros

Minha vida foi salva por um motivo. Fui salvo por Deus para tornar a América grande novamente”, disse Trump, referindo-se à tentativa de assassinato que ocorreu em um comício político na Pensilvânia no verão passado.

O republicano também afirmou que “a era de ouro de dos EUA começa hoje”.

Desse dia em diante, o nosso país irá florescer e ser respeitado novamente em todo o mundo. Seremos a inveja de todas as nações e não vamos permitir que tirem vantagem de nós”, disse Trump.

No discurso, Trump fez críticas à gestão de Joe Biden. “O governo enfrenta agora uma crise de confiança por muitos anos de establishment errático e corrupto, que tiraram o poder e força da população e deixando a sociedade em completo desespero”, pontuou e disse:

Falha ao não proteger os americanos, mas protegendo criminosos perigosos que entraram legalmente vindos de todo mundo. Temos um país que dá fundos para fronteiras de todo mundo, mas se recusa a defender fronteiras americanas, ou melhor, o próprio povo”.

Donald Trump citou no discurso que irá reverter todo o governo Biden e irá restaurar a capacidade do governo norte-americano. Ele fez um aceno às comunidades latinas e negras, que votaram em peso no republicano em 2024.

Hoje é dia de Martin Luther King Jr. E em sua homenagem, vamos fazer seu sonho realidade. Não vamos esquecer nosso país, nossa constituição e o nosso país”, discursou.

Na fala, Trump afirmou que irá assinar nesta segunda-feira (20) uma série de ordens para restaurar a América. Dentre elas, declarar emergência nacional na fronteira com o México, deter toda e qualquer entrada ilegal e devolver “os criminosos para o lugar de onde vieram”.