Powered By Blogger

terça-feira, 5 de junho de 2018

Segurança Pública

Consultor em segurança responde principais dúvidas sobre o assunto

Vídeo:

Traficante disse que metade do que faturava ia para policiais

O preso traficante, que comandava uma vila, após ser preso há alguns dias, disse que faturava em torno de milhões mensais, no entanto, metade desse dinheiro sujo era destinado a policiais corruptos.

Diante de um quadro como esse, chega a ser apavorante perceber que de nada adianta investir vultosas quantias de recursos públicos para estruturar a segurança pública, se boa parte das polícias estão aliadas a bandidos e assim, ao invés de defender a população, tornam mais fortes aqueles cujo objetivo é o de atacá-la.
Luiz Eduardo Soares foi secretário da Segurança Pública no Rio de Janeiro e quando afirmou que eram necessárias ações no sentido de promover profundas reformas nas polícias e combater o que chamou de banda podre, acabou sendo defenestrado do governo do senhor Garotinho e assim, os bandidos policiais puderam continuar aliados ao crime sem que ninguém os incomodasse.
No ano governo Olívio Dutra (1999/2002), o secretário da Justiça e da Segurança, José Paulo Bisol, afirmou em uma entrevista na TV, ainda no primeiro ano de sua gestão, que o crime organizado no Rio Grande do Sul teria proporções mínimas se não houvesse a participação da Polícia. Essa declaração provocou uma forte reação das corporações policiais, mas o que ele disse provavelmente era verdadeiro, ao menos na época.
Há tempo talvez o Doutor Bisol tenha se precipitado ao declarar publicamente uma verdade que acabou ferindo tanto o brio de alguns caciques da Polícia naquela ocasião. O mais adequado talvez fosse a realização de um trabalho de inteligência meticuloso e em sigilo, no sentido de separar o joio do trigo, ou seja, saber quem são os maus e os bons policiais, valorizar os bons e fazer de tudo para excluir ou, no mínimo, tirar o espaço dos maus.
Entendo que para mudar esse quadro tão preocupante, é necessária a implementação de uma ampla reforma nas polícias dos estados no Brasil, a começar pela unificação das estruturas militar e civil, passando pela profissionalização com remuneração condizente, além de impor uma disciplina e organização exemplares dentro das corporações.

A greve dos caminhoneiros

Depois da greve dos caminhoneiros temos várias situações que nos preocupam – o preço dos combustíveis, os candidatos a cargos políticos na próxima eleição, o oportunismo, etc., mas o principal é a postura fraca do presidente do Brasil e dos ministros. O Temer chegou depois do impeachment da presidente Dilma pois era vice-presidente dela, na coligação do PT/PMDB. Todos são fracos, com várias denúncias de corrupção e o governo deixou a situação se agravar até resultar nessa greve.

A Constituição Federal, na minha opinião, é errada. Como está a CF o impeachment da “presidenta” Dilma que foi tirada do cargo, mas entrou o seu vice-presidente. Isso foi muito ruim, tanto o vice Temer como os ministros e assistentes são também corruptos.
O “governo” do Brasil disse que vai tirar o dinheiro para compensar a baixa dos combustíveis do Tesouro da Fazenda. Agora vai tirar as verbas da educação, saúde e segurança que já estavam sem verbas.
Eu queria uma revolução na política do Brasil. Tem que tirar todos os CCs dos Senadores e dos Deputados de todos os estados. Eles têm funcionários efetivos no Congresso e nas Assembleias Legislativas. Os deputados e senadores aprovam os projetos para eles e/ou contra o povo.
A greve teria que ser por, no máximo, três dias. Essa greve parou os caminhões por mais de dez dias foi muito ruim para todos, sem comida, hospital, medicamentos, parando a educação, a economia – quase 3 bilhões de prejuízo a indústria - segurança e todos os serviços públicos e o reflexo na inflação, prejudicou também até as famílias e amigos dos caminhoneiros. “Foi um tiro no pé”.
O Brasil tem que ser sério e agora fazer uma revolução na política, principalmente!!!

sábado, 2 de junho de 2018

"O Le Monde Diplomatique esmiúça a crise no Brasil".

De fato, trata-se de uma sofisticada análise das forças que governam a política do país e que bem poderia ter por título "O poder invisível e seu exercício". 
Eis, em 13 itens, essa precisa anatomia:
1 – O foco do poder não está na política, mas na economia. Quem comanda a sociedade é o complexo econômico-financeiro com dimensões globais e conformações específicas locais.
2 – Os donos do poder não são os políticos. Estes são apenas instrumentos dos verdadeiros donos do poder.
3 – O verdadeiro exercício do poder é invisível. O que vemos, na verdade, é a construção planejada de uma narrativa fantasiosa com aparência de realidade para criar a sensação de participação consciente e cidadã dos que se informam pelos meios de comunicação tradicionais.
4 – Os grandes meios de comunicação não se constituem mais em órgãos de “imprensa”, ou seja, instituições autônomas, cujo objeto é a notícia, e que podem ser independentes ou, eventualmente, compradas ou cooptadas por interesses. Eles são, atualmente, grandes conglomerados econômicos que também compõem o complexo econômico-financeiro que comanda o poder invisível. Portanto, participam do exercício invisível do poder utilizando seus recursos de formação de consciência e opinião;
5 – Os donos do poder não apoiam partidos ou políticos específicos. Sua tática é apoiar quem lhes convém e destruir quem lhes estorva. Isso muda de acordo com a conjuntura. O exercício real do poder não tem partido e sua única ideologia é a supremacia do mercado e do lucro.
6 – O complexo econômico-financeiro global pode apostar ora em Lula, ora em um político do PSDB, ora em Temer, ora em um aventureiro qualquer da política. E pode destruir qualquer um desses de acordo com sua conveniência.
7 – Por isso, o exercício do poder no campo subjetivo, responsabilidade da mídia corporativa, em um momento demoniza Lula, em outro Dilma, e logo depois Cunha, Temer, Aécio, etc. Tudo faz parte de um grande jogo estratégico com cuidadosas análises das condições objetivas e subjetivas da conjuntura.
8 – O complexo econômico-financeiro não tem opção partidária, não veste nenhuma camisa na política, nem defende pessoas. Sua intenção é tornar as leis e a administração do país totalmente favoráveis para suas metas de maximização dos lucros.
9 – Assim, os donos do poder não querem um governo ou outro à toa: eles querem, na conjuntura atual, a reforma na previdência, o fim das leis trabalhistas, a manutenção do congelamento do orçamento primário, os cortes de gastos sociais para o serviço da dívida, as privatizações e o alívio dos tributos para os mais ricos.
10 – Se a conjuntura indicar que Temer não é o melhor para isso, não hesitarão em rifá-lo. A única coisa que não querem é que o povo brasileiro decida sobre o destino de seu país.
11 – Portanto, cada notícia é um lance no jogo. Cada escândalo é um movimento tático. Analisar a conjuntura não é ler notícia. É especular sobre a estratégia que justifica cada movimento tático do complexo econômico-financeiro (do qual a mídia faz parte), para poder reagir também de maneira estratégica.
12 – A queda de Temer pode ser uma coisa boa. Mas é um movimento tático em uma estratégia mais ampla de quem comanda o poder. O que realmente importa é o que virá depois.
13 – Lembremo-nos: eles são mais espertos. Por isso estão no poder."
(Le Monde - Diplomatique)