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segunda-feira, 19 de junho de 2017

O maior contragolpe contra o crime

Em abril deste ano, uma ação conjunta entre Polícia Civil, Ministério Público e Susepe transferiu 13 líderes do tráfico do presídio de Caxias do Sul para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). A ação, denominada Serrania, de acordo com o diretor do Departamento de Segurança e Execução Penal da Susepe, Ângelo Carneiro, é considerada o modelo ideal adotado atualmente para barrar o avanço das facções criminosas no Interior.

"Detectamos na Serra e em outras regiões uma facção que estava criando ramificações importantes a partir dos presídios. Agimos diretamente no foco do problema, tirando as lideranças do meio das massas. Hoje, na Pasc, eu asseguro que é possível isolar os presos e desarticular essas associações" – destaca.
A Serra concentra um dos braços mais independentes da facção Os Manos. A investigação constatou que as lideranças haviam se unido e tomavam o controle tanto da cadeia quanto das ruas. Essa facção seria um dos motivos para a explosão dos homicídios em Caxias do Sul no ano passado, quando 150 pessoas foram assassinadas na cidade.

Agora, porém, a polícia investiga a possibilidade de consequências nas ruas da ação de abril. No último final de semana, quatro pessoas foram vítimas de uma chacina em uma casa que era usada como ponto de tráfico de drogas no bairro Pioneiro. Uma das linhas de investigação apura a possibilidade de criminosos ligados aos Bala na Cara terem executado o crime para tentar tomar o ponto dos rivais.

"Comprovando o aporte de mais uma facção criminosa e em disputa pelo mercado, nós alcançamos o mesmo patamar da Região Metropolitana. Precisamos nos preparar para este tipo de investigação, não somente do tráfico de drogas isolado, mas também quanto ao modo de ação destas facções" – alerta o delegado Rodrigo Kegler Duarte, da Delegacia de Homicídios de Caxias do Sul.
Outra linha de investigação demonstraria que a ação de abril foi insuficiente para desarticular a facção. Seria uma represália do grupo contra traficantes locais que, na ausência dos líderes, teriam passado a traficar de maneira independente. Neste ano, Caxias do Sul já registrou 53 assassinatos.

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