Em carta pública, 20
governadores criticam declarações de Bolsonaro
Documento é reação a
fala que atribuiu motivação política à morte do miliciano Adriano da Nóbrega.
Imposto sobre a gasolina já havia gerado tensão entre Estados e Planalto.
Vinte governadores, entre eles o do Rio
Grande do Sul, Eduardo Leite, elaboraram uma carta "em defesa do pacto
federativo", na qual criticam declarações de Jair Bolsonaro, feitas no
último final de semana, sobre a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, na
Bahia. O Palácio do Planalto informou que não iria se manifestar.
Na nota,
divulgada ontem, líderes estaduais citam recentes falas do presidente
"confrontando os governadores" e "se antecipando a investigações
policiais para atribuir graves fatos à conduta das polícias e seus
governadores".
A iniciativa de
se posicionar contra as falas de Bolsonaro partiu do governador Wilson Witzel
(PSC-RJ), endossada em seguida por João Doria (PSDB-SP). Ambos são adversários
políticos do presidente. Depois, outros governadores chancelaram a proposta.
A carta,
divulgada pelo Fórum dos Governadores, começou a ser gestada no final de
semana, após Bolsonaro ter acusado a "PM da Bahia do PT" de uma
"provável execução" de Adriano, ex-capitão da PM morto em operação
policial no último dia 9 e que já teve relações com a família Bolsonaro.
O presidente
insinuou que pode ter havido queima de arquivo pela polícia da Bahia, o que foi
rebatido pelo governador do Estado, Rui Costa (PT).
A carta também
aborda declarações de Bolsonaro sobre a reforma tributária. Segundo eles, o
presidente se referiu à reforma "sem expressamente abordar o tema, mas
apenas desafiando governadores a reduzir impostos vitais para a sobrevivência
dos Estados".
A conduta,
avaliam, não contribui "para a evolução da democracia no Brasil". Ao
final, eles convidam Bolsonaro a participar de um encontro do fórum que
ocorrerá em 14 de abril.
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