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quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Eles vivem a nossa volta

 De Mario Marcos -https://mariomarcos.wordpress.com

O mais assustador é que estas pessoas estavam bem pertinho de nós.

Circulavam nas áreas comuns do edifício, nas sessões nas academias de ginástica, nas ruas do bairro, nos corredores dos supermercados, nas filas dos cinemas e nas paradas de ônibus.

Hoje, vivem em um mundo assustadoramente paralelo.

Rezam com as mãos encostadas nos muros dos quartéis, como se estivessem em um lugar sagrado de orações, imitam pateticamente a marcha dos soldados com um cabo fazendo as vezes do fuzil, viram memes ao viajar seguros precariamente nas grades de um caminhão, falam na chegada do comunismo sem nem explicar de onde ele vem, parecem não ter vergonha de se expor do ridículo.

Não é só. São intolerantes. Muitas vezes, agridem quem pensa diferente, bloqueiam ruas, apelam por intervenção militar sem se dar conta de que numa ditadura nem poderiam protestar. Não poupam idosos nem crianças.

Dias atrás, assisti a um vídeo inacreditável.

Um senhor de terno e gravata parou em frente a um monumento dedicado a Simon Bolívar, no Pará, citou os países que são nomeados perto do busto do Libertador (Venezuela, Colômbia, Peru, entre outros) e anunciou aquilo como prova de que o comunismo tinha chegado ao Brasil. Pediu, no fim, sem perceber o ridículo, que o vídeo fosse compartilhado, orgulhoso do feito.

É, Bolívar, o homem que liderou um gigantesco movimento para livrar países da América do Sul do domínio espanhol, tinha trazido o comunismo – com a eleição do Lula. Bota louco nisso.

Umberto Eco disse certa vez que as redes sociais deram voz aos idiotas. O bolsonarismo fez mais do que isso. Como se tivesse tirado a tampa de algum buraco, liberou uma parcela assustadoramente retrógrada e alienada, capaz de apoiar movimentos antidemocráticos, de dar vexames aqui e no Exterior, de se sentir confortável ao defender a terra plana.

O mais grave é que ninguém é poupado. Estão lá médicos, advogados, engenheiros, como se todos participassem de um delírio coletivo, incapazes de perceber o rumo.

É claro que boa parte dos eleitores da chapa derrotada, mas a parte que mostra as caras é um desconforto para o país.

Este pessoal vivia (e vive) ao nosso lado. Não é assustador?

Loucos ou Fascistoides?

Bolsonaro perdeu, é hora da faxina. Nesta edição, CartaCapital disseca os ecos do bolsonarismo ainda vivos, o legado de um governo desastroso e a disputa pelo simbolismo verde e amarelo.



terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Vinte gestores estaduais publicaram texto afirmando que manifestações recentes do presidente "não contribuem para a evolução da democracia"

Em carta pública, 20 governadores criticam declarações de Bolsonaro
Documento é reação a fala que atribuiu motivação política à morte do miliciano Adriano da Nóbrega. Imposto sobre a gasolina já havia gerado tensão entre Estados e Planalto.
Vinte governadores, entre eles o do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, elaboraram uma carta "em defesa do pacto federativo", na qual criticam declarações de Jair Bolsonaro, feitas no último final de semana, sobre a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, na Bahia. O Palácio do Planalto informou que não iria se manifestar.
Na nota, divulgada ontem, líderes estaduais citam recentes falas do presidente "confrontando os governadores" e "se antecipando a investigações policiais para atribuir graves fatos à conduta das polícias e seus governadores".
A iniciativa de se posicionar contra as falas de Bolsonaro partiu do governador Wilson Witzel (PSC-RJ), endossada em seguida por João Doria (PSDB-SP). Ambos são adversários políticos do presidente. Depois, outros governadores chancelaram a proposta.
A carta, divulgada pelo Fórum dos Governadores, começou a ser gestada no final de semana, após Bolsonaro ter acusado a "PM da Bahia do PT" de uma "provável execução" de Adriano, ex-capitão da PM morto em operação policial no último dia 9 e que já teve relações com a família Bolsonaro.
O presidente insinuou que pode ter havido queima de arquivo pela polícia da Bahia, o que foi rebatido pelo governador do Estado, Rui Costa (PT).
A carta também aborda declarações de Bolsonaro sobre a reforma tributária. Segundo eles, o presidente se referiu à reforma "sem expressamente abordar o tema, mas apenas desafiando governadores a reduzir impostos vitais para a sobrevivência dos Estados".
A conduta, avaliam, não contribui "para a evolução da democracia no Brasil". Ao final, eles convidam Bolsonaro a participar de um encontro do fórum que ocorrerá em 14 de abril.