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domingo, 26 de abril de 2020

Rachadinha de Flávio Bolsonaro financiou prédios da milícia no Rio, aponta MPF em reportagem do ‘The Intercept’.

O senador Flávio Bolsonaro (PSL), filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro financiou com dinheiro público a construção de prédios da milícia no Rio de Janeiro e lucrou com esquema ilegal, aponta o Ministério Público Federal (MPF) do Rio. O site The Intercept publicou neste sábado documentos e dados sigilosos aos quais teve acesso que mostram que os empreendimentos de três construtoras (São Felipe Construção Civil Eireli, São Jorge Construção Civil Eireli e ConstruRioMZ) de Rio das Pedras foram feitos com dinheiro de “rachadinha”, coletado no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O MPF chegou a essa conclusão depois de cruzar informações bancárias de 86 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema ilegal.
© UESLEI MARCELINO (Reuters)
De acordo com os investigadores, que falaram com The Intercept em condição de anonimato, Flávio Bolsonaro estaria recebendo atualmente o lucro do investimento dos prédios por meio de repasses feitos pelo ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega —executado em fevereiro na Bahia— e pelo ex-assessor Fabrício Queiroz.
O andamento dessas investigações que fecham o cerco contra o filho do presidente teria sido um dos motivos que fizeram com que Bolsonaro pressionasse no ano passado o agora ex-ministro Sergio Moro pela troca do comando da Polícia Federal no Rio, que também investiga o caso, e em Brasília. Moro deixou, na sexta-feira, o cargo no Ministério da Justiça e Segurança Pública, acusando o presidente de interferir politicamente na PF. Bolsonaro negou a acusação, mas disse que pretende colocar alguém no cargo “com quem possa interagir.
De acordo com The Intercept, Flávio pagava os salários de seus funcionários com a verba do seu gabinete na Alerj, e Queiroz —apontado como articulador do esquema de “rachadinhas— confiscava cerca de 40% dos vencimentos dos servidores e repassava parte do dinheiro ao ex-capitão do Bope, Adriano da Nóbrega, apontado como chefe do Escritório do Crime, uma milícia especializada em assassinatos por encomenda.
A organização criminosa, que, além de Rios das Pedras, atua também em Muzema, cobra “taxas de segurança”, ágio na venda de botijões de gás, garrafões de água, exploração de sinal clandestino de TV, grilagem de terras e na construção civil nas duas favelas, que ficam em Jacarepaguá (zona oeste do Rio) e onde vivem mais de 80 mil pessoas. A região teve um boom de construções irregulares nos últimos anos e, em abril de 2019, duas delas desabaram, deixando 24 mortos e 10 feridos.
As investigações apontam que o lucro com a construção e vendas desses prédios seria dividido com Flávio Bolsonaro, já que ele era o financiador do esquema, usando dinheiro público.
De acordo com o MPF, os repasses da rachadinha para o capitão Adriano acontecia por meio das contas da sua mãe, Raimunda Vera Magalhães, e sua mulher, Danielle da Costa Nóbrega. Ambas tinham cargos comissionados no gabinete do deputado na Alerj entre 2016 e 2017 e foram nomeadas por Queiroz. A mãe e a mulher de Adriano movimentaram ao menos 1,1 milhão de reais durante esse período e teriam repassado dinheiro para algumas empresas, entre elas dois restaurantes, uma loja de material de construção e três pequenas construtoras, que teriam sido registrados em nomes de “laranjas” do Escritório do Crime.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Os 13 parentes de Jair Bolsonaro nomeados

Parentes do presidente ocuparam cargos no gabinete de Jair, de Flávio e de Carlos; nove tiveram sigilo bancário quebrado na investigação de "rachadinha"

A lista dos 95 nomes cujos sigilos fiscais e bancários foram quebrados por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), na esteira do caso que investiga o policial militar da reserva Fabrício Queiroz e o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), inclui uma frente de investigação ainda pouco explorada pelo Ministério Público do Rio. No documento, constam os nomes de nove parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro e mãe de seu filho mais novo, Jair Renan. Além dos nove, outros três parentes de Ana Cristina ocuparam cargos no gabinete de Jair. A própria, inclusive, foi nomeada por Carlos Bolsonaro em seu gabinete na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Ana Cristina viveu em união estável com Jair por cerca de dez anos, entre 1998 e 2008. Assim, as 13 contratações podem configurar nepotismo. 

Entre as nomeações, está a do pai de Ana Cristina, José Cândido Procópio da Silva Valle, a irmã Andrea Siqueira Valle, os primos Juliana Vargas, Francisco Diniz, Daniela Gomes e os tios Guilherme Hudson, Ana Maria Siqueira Hudson, Maria José de Siqueira e Silva e Marina Siqueira Diniz. A maioria da família vive em Resende, no sul do Rio de Janeiro, e os parentes foram nomeados para exercer cargos de confiança no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) entre 2007 e o ano passado. A exceção fica por conta de Andrea Siqueira Valle, que, em 2018, mudou para Guarapari, no Espírito Santo. 

A família Siqueira integra há mais tempo a extensa lista de funcionários do clã Bolsonaro. Ao menos cinco deles também trabalharam como assessores no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, entre 2000 e 2007. Nesse período, estavam lotadas no gabinete em Brasília a irmã de Ana Cristina, Andrea Siqueira Valle; a prima Juliana Vargas; a mãe, Henriqueta Guimarães Siqueira Valle; o irmão, André Luiz Procópio Siqueira Valle; e o primo André Luiz de Siqueira Hudson. 

Guilherme Hudson e Ana Maria Hudson, tios de Ana Cristina, recebiam salário bruto de R$ 9.800 cada enquanto trabalhavam para Flávio. A irmã Andrea e os primos Juliana e Francisco tinham salário bruto de R$ 7.300. Já as tias Maria e Marina e a prima Daniela recebiam R$ 4.400, R$ 5.900 e R$ 6.400, respectivamente.