Segundo delegado, presos
protestaram quando souberam de transferência.
Secretário de Segurança cogita pedir Força Nacional para a penitenciária.
Do
G1 RS
Oito apenados que cumpriam pena na
Penitenciária Estadual do Jacuí, em Charqueadas,
foram transferidos para outras casas prisionais do Rio Grande do Sul nesta
quarta-feira (2). Antes da medida ser tomada, entretanto, presos de uma galeria
realizaram um motim, em protesto contra a decisão da PEJ. A confusão durou três
horas durante a madrugada, e foi controlada pela Brigada Militar.
Conforme o delegado Rodrigo Reis, a
galeria tem 190 presos, e todos eles teriam algum tipo de envolvimento no
motim. Porém, somente os oito apenados foram identificados como os que
incitaram a confusão, além de participar dela.
"[Os apenados transferidos] seriam líderes dentro da galeria. Chamamos de 'prefeitura'. Eles fazem intermediação entre a guarda da casa prisional e demais apenados", destacou o delegado ao G1. " Em função do afastamento deles, houve esse motim. Quebraram paredes, grades, danificaram bastante a galeria", completou.
Depois que a BM controlou o motim,
os oito apenados foram encaminhados para a delegacia de Charqueadas, onde foram
autuados por dano qualificado ao patrimônio. Em seguida, foram transferidos.
A PEJ ficou de enviar vídeos e
fotos para a Polícia Civil dar sequência à investigação.
"Pode acontecer de outros presos serem identificados com precisão e serem chamados. Mas os oito líderes, que incitaram, temos certeza", pontuou o delegado.
Motim não tem relação com
ônibus queimados
Conforme o subcomandante da Brigada Militar, coronel Paulo Stocker, não há "absolutamente nenhuma" relação entre a confusão na PEJ e os ônibus incendiados em Porto Alegre. Conforme Stocker, os presos da galeria em que houve o motim são identificados como "os trabalhadores" na penitenciária.
Conforme o subcomandante da Brigada Militar, coronel Paulo Stocker, não há "absolutamente nenhuma" relação entre a confusão na PEJ e os ônibus incendiados em Porto Alegre. Conforme Stocker, os presos da galeria em que houve o motim são identificados como "os trabalhadores" na penitenciária.
Na noite de terça-feira (1), cinco
ônibus e uma lotação foram queimados na Zona Sul da capital. De acordo com a
Brigada Militar, a motivação do primeiro caso seria retaliação após um homem
ter morrido baleado em confronto com a polícia, mais cedo.
O prefeito
José Fortunati disse em entrevista à Rádio Gaúcha que, a partir das
informações que passou a receber depois dos incêndios, acredita que a ordem
para as ações tenham partido de presídios.
"Pelas informações que tenho, como foram fatos em várias localidades, é que ordens sejam emanadas de dentro dos presídios. Algo muito organizado. Não é ocasional que grupos, de forma espontânea, pratiquem esses atos. Me parecem situações planejadas em represália à ação da BM", pontuou Fortunati.
Já o secretário da Segurança
Pública do estado, Wantuir Jacini, não vê essa relação. Entretanto, ele entende
que a PEJ precise de mais segurança. A penitenciária, segundo dados de novembro
da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), tem 2.063 detentos atualização,
mas a capacidade é para 1.372.
Em função dos problemas
identificados na penitenciária, o secretário admite que pode pedir auxílio à
Força Nacional de Segurança para atuar especificamente na PEJ.
"Vamos avaliar hoje se é o caso de solicitar a Força Nacional para a PEJ (...) Mas primeiro tenho que saber das informações. Quando eu tiver um completo conhecimento, a partir daí vou ver se precisamos de apoio. Se for necessário, vou propor ao governador", disse à Rádio Gaúcha.