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terça-feira, 9 de julho de 2024

PF reúne oito provas contra Bolsonaro no caso das joias sauditas; saiba quais são:

Ex-presidente da República foi indiciado por peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo investigação, itens oferecidos ao governo brasileiro como presente pela Arábia Saudita durante a gestão do ex-chefe do Executivo deveriam ter sido incorporadas ao patrimônio do Estado

INDICIATO

O relatório da Polícia Federal (PF) acerca do caso das joias sauditas reúne uma série de elementos que indicam a efetiva participação do ex-presidente Jair Bolsonaro no desvio e venda dos presentes de luxo recebidos durante seu mandato. O material é composto de mensagens, fotografias e documentos. De acordo com a PF, os itens sinalizam que Bolsonaro tinha conhecimento do esquema, que conforme a investigação, desviou R$ 6,8 milhões em joias da União.

A defesa do ex-presidente nega irregularidades, alegando que os presentes recebidos seguiram um protocolo rigoroso de tratamento e catalogação pelo Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), sem influência do então chefe do Executivo. No X (antigo Twitter), Bolsonaro disse aguardar que a PF faça as “correções” no inquérito.

O caso

Bolsonaro foi indiciado pelos crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. 

Veja as provas reunidas pela PF

"Selva"

Em 4 de fevereiro de 2023, o tenente-coronel Mauro Cid enviou o link do leilão do “kit rosé” para o contato do ex-presidente. O evento ocorreria quatro dias depois. Bolsonaro respondeu: “Selva”, um jargão militar. A PF confirmou, por meio da perícia no celular apreendido do ex-presidente, que Bolsonaro acessou o site da empresa responsável pelo leilão.

Subtração de bens

De acordo com o relatório, o ex-presidente “subtraiu diretamente” esculturas douradas de um barco e de uma árvore e um relógio Patek Philippe. Esses bens, segundo a Polícia Federal, foram desviados do acervo público brasileiro, sem registro no Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) da Presidência da República.

Metadados de fotografias armazenadas em um computador de Mauro Cid apontam que Bolsonaro tinha ciência de que um relógio Patek Philippe também foi desviado e vendido. A defesa de Bolsonaro havia informado inicialmente que o ex-presidente nem sequer sabia da existência do relógio da marca suíça.

Avião presidencial

A Polícia Federal revela que os bens foram levados do Brasil aos Estados Unidos por meio do avião presidencial. “Inicialmente, com a finalidade de distanciar e ocultar os atos ilícitos de venda dos bens das autoridades brasileiras e posterior reintegração ao seu patrimônio, por meio de recursos em espécie, o então presidente Jair Bolsonaro, com o auxílio de seu ajudante de ordens, Mauro Cid, utilizou o avião presidencial, sob a cortina de viagens oficiais do então chefe de Estado brasileiro para, de forma escamoteada, enviar as joias aos Estados Unidos.”

Gastos nos EUA

Bolsonaro usou dinheiro em espécie obtido da venda de joias desviadas para cobrir despesas durante sua estadia de três meses nos Estados Unidos no início de 2023.

Dinheiro vivo

Em um áudio obtido pela Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid afirma que seu pai, o general Mauro Lourena Cid, estaria em posse de US$ 25 mil, que deveriam ser entregues em espécie a Bolsonaro

Depoimento do general

Em depoimento, o general Mauro Cesar Lourena Cid afirmou ter recebido de seu filho, Mauro Cid, o pedido para receber em sua conta bancária nos Estados Unidos cerca de US$ 68 mil decorrentes de uma venda de relógios da Presidência da República.

Ligação pra Wassef

A PF afirmou ainda que Bolsonaro designou o advogado Frederick Wassef para recuperar um relógio Rolex, que fazia parte do "kit ouro branco". Em 2 de abril de 2023, Wassef fez uma chamada de vídeo com o ex-presidente. Essa foi a data em que a PF suspeita que o bem foi entregue por Wassef a Cid na Sociedade Hípica Paulista, em São Paulo.

Olha esse ex-presidente do Brasil

1. Vendeu joias do Patrimônio Público;

2. Fraudou cartão de vacinas;

3. Interferiu na PF para blindar os filhos;

4. Divulgou fakenews sobre a Pandemia;

5. Divulgou fakenews sobre a vacina;

6. Comprou 51 imóveis com dinheiro vivo;

7. Tentou dar golpe do Estado;

8. Criou o Orçamento Secreto.

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Cid diz em delação à Polícia Federal que Bolsonaro ordenou fraudes em cartões de vacina

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), disse em seu acordo de delação premiada à Polícia Federal (PF) que o ex-presidente da República ordenou, no final do seu mandato no Palácio do Planalto, que ele fraudasse os cartões de vacina de covid-19 no sistema do Ministério da Saúde.

Segundo informações do portal UOL, Cid admitiu a sua participação no esquema e apontou Bolsonaro como o mandante. O portal diz que o ex-chefe do Executivo pediu que os cartões dele e da sua filha, Laura, de 13 anos, fossem fraudados. Segundo o tenente-coronel, os documentos fraudados foram impressos e entregue em mãos ao ex-presidente para que ele usasse quando “achasse conveniente”.

O ex-ajudante de ordens confirmou que os dados falsos de Bolsonaro e de Laura foram inseridos no sistema do Ministério da Saúde por servidores da Prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no dia 21 de dezembro de 2022, nove dias antes do ex-presidente viajar para os Estados Unidos antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Naquela época, as leis americanas exigiam que os viajantes comprovassem a imunização contra a covid-19.

Investigação aponta que Bolsonaro tinha conhecimento das falsificações

No dia 3 de maio, seis aliados de Bolsonaro - entre eles Mauro Cid - foram presos pela Polícia Federal na Operação Venire, que coletou provas de um esquema de fraudes de cartões de vacinação durante o governo do ex-presidente.

A investigação aponta que Bolsonaro e os seus aliados tinham “plena ciência” das falsificações. O objetivo, segundo a PF, era obter “vantagem indevida” em situações que necessitassem comprovação de vacina contra a covid no Brasil e nos Estados Unidos.

Bolsonaro nega ter sido vacinado contra a covid-19

A PF identificou dois registros de vacinação de Bolsonaro no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias. O ex-presidente teria tomado o imunizante Pfizer em 13 de agosto e em 14 de outubro do ano passado. Nas mesmas datas, seus assessores Max Guilherme Machado de Moura e Sergio Rocha Cordeiro também teriam sido imunizados. Porém, a Controladoria-Geral da União (CGU) checou as agendas do ex-chefe do Executivo e atestou que seria impossível que ele tivesse comparecido na unidade de saúde.

Além de Bolsonaro e Laura, Mauro Cid também teria falsificado o próprio cartão de vacinação e também o da sua mulher, Gabriela Cid, e das suas três filhas.

Em um depoimento para a PF no dia 16 de maio, Bolsonaro negou que ele e a filha teriam sido vacinados contra a covid-19. O ex-presidente também afirmou que não determinou e não tinha conhecimento das fraudes, o que agora é confrontado pela delação premiada de Cid.

Em suas redes sociais, o advogado e assessor de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, rechaçou a hipótese de Bolsonaro ter ordenado a falsificação dos dados de vacinação, como Mauro Cid teria dito à PF. “Chance zero”, disse Wajngarten na rede social X (antigo Twitter), completando: “Mundo todo conhece a posição do Pr @jairbolsonaro sobre vacinação. Como chefe de Estado, o passaporte/visto que ele possui não exige nenhuma vacina. Filha menor de idade jamais necessitou de vacinação, até porque possui comorbidades.”