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sábado, 25 de novembro de 2023

Diretor da PF diz que documentos do FBI corroboram delação de Mauro Cid

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, afirmou que documentações enviadas pelo Federal Bureau of Investigation (FBI) corroboram a delação premiada feita pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As declarações foram feitas em entrevista à CNN.

Os documentos enviados pela FBI à polícia brasileira são sobre o caso do esquema ilegal de venda de joias da Presidência da República. Segundo o diretor-geral da PF, apenas parte das informações cedidas pelo FBI chegaram até o Brasil e outras devem chegar em breve. “É um processo lento que depende da autoridade central do outro país e da nossa autoridade central”, afirmou.

Já começamos a receber as primeiras documentações e as primeiras informações que vão na esteira do que falávamos antes e vão corroborando aos depoimentos e a própria colaboração premiada que foram feitas, e isso robustece as nossas provas”, disse o diretor-geral da PF.

A PF acionou o FBI para avançar as investigações sobre o esquema em agosto deste ano. Em outubro, o governo dos EUA permitiu que o órgão atuasse para investigar as transações feitas por aliados de Bolsonaro no país.

O diretor-geral da PF também disse que a PF já identificou que foram feitas manifestações financeiras ilegais e os participantes serão punidos ao final das investigações. “Houve, de fato, essas transações que estão sendo apuradas e aqueles que, em alguma medida, tem participação, serão responsabilizados”, afirmou Passos.

Documentos do FBI provariam que Wassef recomprou Rolex dado a Bolsonaro

Documentos enviados pelo FBI para a PF provariam que o advogado Frederick Wassef recomprou um relógio da marca Rolex dado a Bolsonaro para atender a um pedido de Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens.

Essas novas provas contradizem a versão do advogado. Ele afirmou que recomprou o artigo de luxo por livre e espontânea vontade. A existência dos documentos do FBI foi revelada pela GloboNews.

Ao Estadão, Wassef disse que não conhece o general Lourena Cid. Ele também disse que os documentos do FBI não revelam nada que ele já não tenha admitido. “Alguém vem vazando informações de forma reiterada e criminosa, adicionando informações falsas para atingir a minha imagem e reputação”, disse o advogado.

Cid disse em delação que entregou dinheiro de esquema ilegal para Bolsonaro

Na delação premiada feita para a PF, Mauro Cid disse que entregou para o ex-chefe do Executivo uma parte do dinheiro da venda de joias recebidas pela Presidência da República no exterior. O ex-ajudante de ordens disse acreditar que a venda de joias dadas ao ex-presidente poderia ser considerada imoral, mas não ilegal.

De acordo com Mauro Cid, a ideia de vender as peças surgiu como uma forma de “bancar as despesas” processuais de Bolsonaro. “O presidente estava preocupado com a vida financeira. Ele já havia sido condenado a pagar várias multas”, disse o tenente-coronel à PF.

Bolsonaro ganhou joias de autoridades estrangeiras em viagens oficiais e, por isso, os itens valiosos deveriam ser incorporados ao acervo da União. Porém, as peças foram omitidas dos órgãos públicos, incluídas ao estoque pessoal do ex-chefe do Executivo e negociadas para fins de enriquecimento ilícito, segundo as investigações.

As tentativas de vender as peças só cessaram após o Estadão revelar, em março, que auxiliares de Bolsonaro tentaram entrar ilegalmente no Brasil com um kit composto por colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes entregues pelo governo saudita para o então presidente e Michelle Bolsonaro.

Ao Estadão, em agosto, o ex-chefe do Executivo alegou que Mauro Cid tinha “autonomia” para agir. A declaração foi em resposta ao questionamento se o ex-presidente havia pedido para seu subordinado vender joias no exterior e trazer de volta o dinheiro para o País.

‘Há consistência’ em delação de Cid, diz diretor-geral da PF

Na entrevista cedida à CNN, Andrei Passos disse que a delação premiada de Cid auxiliou os investigadores a descobrir provas sobre o esquema ilegal de joias. “Há muitos elementos já apontados que nos permitem, confrontando com os demais elementos já colhidos nos autos, identificar que, de fato, há consistência e há bons caminhos para que as provas venham aos autos”, afirmou.

Cid foi preso no dia 3 de maio, em uma operação da PF que investiga a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19 no sistema da Ministério da Saúde. Após ter a delação premiada homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraesfoi liberado do quartel onde estava detido no dia 9 de setembro.

Enquanto Bolsonaro comandava o País, Mauro Cid teve acesso livre ao Palácio do Planalto e esteve ao lado do ex-presidente em entrevistas, lives, reuniões e até em salas de cirurgia em hospitais, sendo o braço-direito e secretário particular de Bolsonaro nos quatro anos do governo passado. As memórias e os acessos que teve nos últimos quatro anos tornam a delação um problema para o ex-chefe do Executivo.

Também na delação premiada, Cid admitiu a sua participação no esquema de fraudes dos cartões de vacina e implicou Bolsonaro como o mandante. O ex-ajudante de ordens também detalhou como funcionava o “gabinete do ódio”, uma sala no Palácio do Planalto onde o ex-presidente e assessores da Presidência difundiam mensagens contra instituições democráticas.

Outra informação de Cid à PF na delação premiada foi a de que Bolsonaro se reuniu com a cúpula das Forças Armadas, após o segundo turno das eleições presidenciais, para discutir a possibilidade de uma intervenção militar para reverter o resultado que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência.

terça-feira, 7 de novembro de 2023

Mauro Cid detalha funcionamento de ‘gabinete do ódio’ de Bolsonaro em delação, diz jornal

Foto: Wilton Junior/Estadão
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, detalhou, em seu acordo de delação premiada, como funcionava o “gabinete do ódio” do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o jornal O Globo, a Polícia Federal (PF) teria exigido que Cid detalhasse o papel de cada ex-assessor do ex-chefe do Executivo no esquema montado no Palácio do Planalto para atacar adversários políticos via redes sociais.

A citação aos integrantes do gabinete do ódio teria sido uma das exigências para que o acordo fosse homologado em setembro. De acordo com o jornal, Cid relatou ainda a relação dos membros do grupo com os integrantes do clã Bolsonaro. A existência do “gabinete do ódio” foi revelada pelo Estadão em 2019.

A delação de Cid já revelou informações sobre a venda ilegal das joias sauditas, a fraude nos cartões de vacina no sistema do Ministério da Saúde e a tentativa de golpe de Estado após a divulgação dos resultados das eleições do ano passado.

Como ajudante de ordens, Mauro Cid teve acesso livre ao Palácio do Planalto, estando ao lado do Bolsonaro em entrevistas, lives, reuniões e até mesmo em salas de cirurgias, sendo o braço-direito e secretário particular de Bolsonaro nos quatro anos do governo passado. As memórias dele e os acessos que teve aos locais tornam a delação um problema para o ex-chefe do Executivo.

Mauro Cid foi preso no dia 3 de maio, em uma operação da PF que investiga a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19 no sistema de saúde. Após ter o pedido de delação premiada homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Cid foi liberado de um quartel onde estava detido no dia 9 de setembro.

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Cid diz em delação à Polícia Federal que Bolsonaro ordenou fraudes em cartões de vacina

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), disse em seu acordo de delação premiada à Polícia Federal (PF) que o ex-presidente da República ordenou, no final do seu mandato no Palácio do Planalto, que ele fraudasse os cartões de vacina de covid-19 no sistema do Ministério da Saúde.

Segundo informações do portal UOL, Cid admitiu a sua participação no esquema e apontou Bolsonaro como o mandante. O portal diz que o ex-chefe do Executivo pediu que os cartões dele e da sua filha, Laura, de 13 anos, fossem fraudados. Segundo o tenente-coronel, os documentos fraudados foram impressos e entregue em mãos ao ex-presidente para que ele usasse quando “achasse conveniente”.

O ex-ajudante de ordens confirmou que os dados falsos de Bolsonaro e de Laura foram inseridos no sistema do Ministério da Saúde por servidores da Prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no dia 21 de dezembro de 2022, nove dias antes do ex-presidente viajar para os Estados Unidos antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Naquela época, as leis americanas exigiam que os viajantes comprovassem a imunização contra a covid-19.

Investigação aponta que Bolsonaro tinha conhecimento das falsificações

No dia 3 de maio, seis aliados de Bolsonaro - entre eles Mauro Cid - foram presos pela Polícia Federal na Operação Venire, que coletou provas de um esquema de fraudes de cartões de vacinação durante o governo do ex-presidente.

A investigação aponta que Bolsonaro e os seus aliados tinham “plena ciência” das falsificações. O objetivo, segundo a PF, era obter “vantagem indevida” em situações que necessitassem comprovação de vacina contra a covid no Brasil e nos Estados Unidos.

Bolsonaro nega ter sido vacinado contra a covid-19

A PF identificou dois registros de vacinação de Bolsonaro no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias. O ex-presidente teria tomado o imunizante Pfizer em 13 de agosto e em 14 de outubro do ano passado. Nas mesmas datas, seus assessores Max Guilherme Machado de Moura e Sergio Rocha Cordeiro também teriam sido imunizados. Porém, a Controladoria-Geral da União (CGU) checou as agendas do ex-chefe do Executivo e atestou que seria impossível que ele tivesse comparecido na unidade de saúde.

Além de Bolsonaro e Laura, Mauro Cid também teria falsificado o próprio cartão de vacinação e também o da sua mulher, Gabriela Cid, e das suas três filhas.

Em um depoimento para a PF no dia 16 de maio, Bolsonaro negou que ele e a filha teriam sido vacinados contra a covid-19. O ex-presidente também afirmou que não determinou e não tinha conhecimento das fraudes, o que agora é confrontado pela delação premiada de Cid.

Em suas redes sociais, o advogado e assessor de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, rechaçou a hipótese de Bolsonaro ter ordenado a falsificação dos dados de vacinação, como Mauro Cid teria dito à PF. “Chance zero”, disse Wajngarten na rede social X (antigo Twitter), completando: “Mundo todo conhece a posição do Pr @jairbolsonaro sobre vacinação. Como chefe de Estado, o passaporte/visto que ele possui não exige nenhuma vacina. Filha menor de idade jamais necessitou de vacinação, até porque possui comorbidades.”

domingo, 10 de setembro de 2023

Moraes homologa acordo de delação premiada e concede liberdade provisória a Mauro Cid

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro estava preso desde maio; ministro do STF determinou, entre outras medidas, uso de tornozeleira eletrônica e afastamento das funções no Exército

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou neste sábado (9) o acordo de delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. O magistrado também concedeu liberdade provisória ao militar — Cid deixou o Batalhão da Polícia do Exército no início da tarde.

Moraes determinou medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica, afastamento das funções de Cid no Exército e proibição de contato com outros investigados. 

Mauro Cid estava preso desde maio, quando foi alvo da Operação Venire, que investiga a inserção de dados falsos nos sistemas do SUS para emissão de carteiras de vacinação fraudadas em nome de Bolsonaro e de outras pessoas. Ele também é suspeito de participar da tentativa de trazer de maneira irregular para o Brasil joias — avaliadas em R$ 16,5 milhões — recebidas pelo governo como presente da Arábia Saudita, além de:

·   - tentar vender ilegalmente presentes dados ao governo Bolsonaro por delegações estrangeiras em viagens oficiais

·   - envolvimento nas tratativas sobre possível invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pelo hacker Walter Delgatti Neto, para desacreditar o sistema judiciário brasileiro

·   - envolvimento em tratativas sobre um possível golpe de Estado

De acordo com informações do portal g1, a delação homologada pelo STF refere-se ao inquérito das milícias digitais e a todas as investigações conexas, como a apuração sobre a venda de presentes oficiais.

Colaboração premiada

Cid foi até o Supremo na quarta-feira (6) informar que queria colaborar com as investigações e que a Polícia Federal aceitou sua proposta de delação, mas o avanço das negociações dependia de Moraes. Com a homologação, as informações prestadas pelo ex-ajudante de ordens poderão ser usadas nos diferentes inquéritos que o atingem.

O instituto da colaboração premiada está previsto na lei das organizações criminosas e estabelece que um colaborador deve narrar todos os fatos ilícitos para os quais concorreu e que tenham relação direta com os fatos investigados. A lei também estabelece hipóteses em que o juiz pode reduzir ou até perdoar a pena do colaborador.

As medidas podem ser aplicadas se ele identificar outros participantes da suposta empreitada criminosa ou descrever a estrutura hierárquica do grupo. De outro lado, a análise da concessão de qualquer benefício leva em consideração a personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração.