terça-feira, 30 de abril de 2024
sexta-feira, 26 de abril de 2024
terça-feira, 16 de abril de 2024
CNJ julga afastamento de magistrados e caso envolvendo Sergio Moro; processos têm relação com a Lava-Jato
Conselheiros irão decidir se ratificam, ou não, a decisão do corregedor Luis Felipe Salomão
Hardt e Moro |
O
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) colocou em pauta nesta terça-feira (16) quatro
processos que poderão influenciar os rumos da Operação Lava-Jato.
Estas análises acontecem um dia após o corregedor nacional de Justiça, Luis
Felipe Salomão, determinar o afastamento cautelar de dois juízes e dois desembargadores que estiveram
em casos ligados à operação.
Os casos estão no final da
lista para julgamento, o que levanta a possibilidade de não
serem chamados ou concluídos. De acordo com o portal O Globo,
há uma movimentação intensa nos bastidores para que pelo menos um dos processos
seja levado a julgamento.
Entre os casos em questão está a correição
ordinária aberta contra a Lava-Jato, que poderá acarretar consequências
penais para o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Moro nega ter
cometido irregularidades durante sua gestão na operação.
Os
membros do CNJ também irão revisar as decisões que
resultaram no afastamento dos magistrados, incluindo Gabriela Hardt,
que substituiu Moro na 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba.
A correição foi instaurada em maio
do ano anterior, por ordem do corregedor nacional de Justiça, para investigar a
atuação da vara de Curitiba e da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF-4),
responsáveis pelos casos da Lava-Jato.
Em setembro, um relatório parcial
da investigação revelou uma "gestão caótica no controle de valores
oriundos de acordos de colaboração e de leniência" homologados pela 13ª
Vara, sob o comando de Moro. O documento também apontou falhas no "dever
de cautela, transparência, imparcialidade e prudência dos magistrados".
Um dos pontos em análise trata do repasse
de recursos à Petrobras.
Ainda segundo o O Globo, fontes ligadas ao
Supremo Tribunal Federal (STF) que
acompanham de perto as investigações afirmam que a correição realizada pelo CNJ
traz à tona novas informações sobre o envio de R$ 2,1 bilhões pela 13ª Vara à
estatal entre 2015 e 2018, sem um controle efetivo sobre a
destinação dos valores.
Caberá aos conselheiros do CNJ
decidir se ratificam, ou não, a decisão de Salomão que afastou Gabriela Hardt,
o juiz Danilo Pereira Júnior, o atual titular 13ª Vara; e os desembargadores
Thompson Flores e Loraci Flores de Lima, do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região (TRF-4).
'Cashback' na Lava Jato
O corregedor-nacional, Luís Felipe Salomão decidiu, nesta segunda-feira 15, afastar a ex-titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, por burla à ordem processual, violação do código da magistratura, prevaricação e desobediência e decisões do Supremo Tribunal Federal.
Juíza Gabriela Hardt |
Outros alvos da apuração, os desembargadores federais Loraci Flores de Lima, João Pedro Gebran Neto e Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que julgava os processos da Lava Jato em segunda instância, também foram afastados.
Hardt a juíza responsável pela homologação do acordo que criaria uma fundação privada, financiada com recursos recuperados da Lava Jato, e que teria integrantes da força-tarefa entre os gestores da instituição.
"Este concerto, ao que tudo indica, fazia parte da estratégia montada para que os recursos bilionários obtidos a partir do combate à corrupção (acordos de colaboração, leniência, apreensão de bens e cooperações internacionais) fossem desviados para proveito da fundação privada que estava sendo criada", cita Salomão, em sua decisão.
Segundo o corregedor, a fundação Lava Jato se assemelha a um esquema de "cashback", que envolveria ceco de 700 milhões de reais.
segunda-feira, 15 de abril de 2024
Presidente do STF diz que ataques de Musk são reflexo de negócio que sustenta engajamento pelo ódio
O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou neste domingo, 14, o que chamou de “modelo de negócio” que se vale do engajamento motivado “por ódio, desinformação deliberada e teorias conspiratórias”. O ministro condenou o funcionamento das redes sociais ao ser questionado sobre o embate entre o empresário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), e o ministro Alexandre de Moraes. Para Barroso, este é um “não assunto” e a questão está “encerrada”.
Luís Roberto Barroso, presidente do (STF)
“Esses ataques muitas vezes se
escondem na liberdade de expressão, quando na verdade estamos falando de um
modelo de negócio que vive do engajamento mais motivado por ódio, mentiras,
ataques às instituições do que pelo uso racional e moderado”, disse Barroso em
agenda pública em Belo Horizonte (MG), onde está acompanhando a primeira edição
do Exame Nacional da Magistratura, prova apelidada de “Enem dos Juízes”.
‘Não
assunto’, diz Barroso sobre embate entre Musk e STF
“Acabam estimulando o ódio e
ataques às instituições, em nome da liberdade de expressão, quando o que estão
fazendo é ganhar dinheiro”, criticou o presidente do STF, aludindo ao embate
entre Musk e Moraes. Segundo Barroso, a discussão entre o empresário e o
ministro é um assunto “encerrado”.
“Esse assunto envolvendo o
empresário de uma plataforma digital e a justiça brasileira eu considero
encerrado. O Brasil tem Constituição, leis e ordens judiciais”, disse o
presidente do Supremo. Durante o embate com Moraes, Musk ameaçou não cumprir
medidas judiciais para a remoção de conteúdo na rede, ato ao qual o empresário
se referiu como “censura”. Na segunda-feira, 8, Barroso disse
que “faria prevalecer” no País o cumprimento de determinações da Justiça.
quinta-feira, 11 de abril de 2024
Publicado em abril 9, 2024 por mariomarcos
Joelhos esfolados
Em momentos
como o atual, de divergências entre autoridades do país e algum poderoso do
Exterior, mesmo sendo um hipócrita reconhecido, percebe-se claramente a imensa
parcela de brasileiros (reforçada nos últimos tempos pelos bolsominions) com a
cabeça colonizada.
Se o sujeito
é estrangeiro, estes brasileiros curvam a coluna.
Se é
estrangeiro e bilionário, dobram as pernas.
Se é
estrangeiro, bilionário e vive nos EUA, ficam de joelhos.
segunda-feira, 8 de abril de 2024
Poder moderador das Forças é tese golpista, vota Moraes; placar é de 10 a 0
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), votou contra a tese de que as Forças Armadas podem intervir sobre os Três Poderes. Agora, o placar está 10 a zero.
Moraes afirmou que o
entendimento é uma "pífia, absurda e antidemocrática interpretação
golpista". O ministro é relator no STF de um inquérito que investiga se o
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) planejou golpe de Estado com oficiais de alta
patente.
Segundo ele, o presidente que
convocar o suposto poder moderador das Forças Armadas estará cometendo crime de
responsabilidade, e a cassação do mandato deve ser julgada pelo Congresso.
"A gravidade maior do estado de sítio exige, em regra, prévio controle
político a ser realizado pelo Congresso Nacional, ou seja, prévio controle do
Poder Legislativo civil".
Moraes repetiu por sete vezes
em seu voto que o poder civil exerce soberania sobre as autoridades militares.
O ministro do STF relembrou que, em casos de estado de sítio e GLO (Garantia da
Lei e da Ordem), as Forças Armadas estarão sempre submetidas "à vigilância
das autoridades constitucionais", representadas pelo Legislativo e pelo
Judiciário.
Nunca houve a previsão das
Forças Armadas como um dos Poderes de Estado, ou mais grave ainda -como se pretendeu
em pífia, absurda e antidemocrática 'interpretação golpista'- nunca houve a
previsão das Forças Armadas como poder moderador, acima dos demais poderes de
Estado.
Votação
O julgamento será concluído
com o voto do ministro Dias Toffoli, indicado por Lula em 2009. Ele tem até
esta segunda-feira (8) para registrar seu voto em sessão virtual.
Já votaram contra a tese do
poder moderador: Luiz Fux, Luiz Roberto Barroso, Flávio Dino, Edson Fachin,
André Mendonça, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Nunes Marques e
Alexandre de Moraes.
Relator da ação, Fux votou na
sexta-feira (29) e disse que a Constituição não permite que o presidente
recorra às Forças Armadas para se opor ao Congresso e o Supremo. O ministro
argumentou ainda não ser atribuição dos militares mediar possíveis conflitos
entre os poderes.
Terceiro a votar contra o
poder moderador dos militares, Flávio Dino afirmou que "a função militar é
subalterna". Ele disse ainda ser uma oportunidade do STF frisar os
conceitos "que consagram a democracia como um valor indeclinável". O
ministro também defendeu que a íntegra da decisão seja enviada ao Ministério da
Defesa.
Gilmar Mendes escreveu que é necessário ressaltar o
óbvio. "Diante de tudo o que temos observado nesses últimos anos, todavia,
faz-se necessária a intervenção do Supremo Tribunal Federal para reafirmar o
que deveria ser óbvio: o silogismo de que a nossa Constituição não admite
soluções de força".
O magistrado concordou com
Dino sobre o envio da decisão ao ministro da Defesa, José Múcio. "A fim de
que -pelos meios cabíveis- haja a difusão para todas as organizações militares,
inclusive escolas de formação, aperfeiçoamento e similares."
Entenda a ação
O julgamento acontece no
âmbito de uma ação apresentada pelo PDT para que o uso das Forças Armadas seja
limitado a três situações específicas: intervenção federal, estado de defesa e
estado de sítio. Com isso, as Forças Armadas ficariam limitadas a defesa da
pátria, garantia dos poderes constitucionais e GLO -com subordinação a qualquer
um dos três poderes.
A ação também questiona a Lei Complementar 97/1999,
que regulamenta o uso das Forças Armadas. O partido defende que o presidente da
República não tem poder absoluto para decidir como usá-las.
A sigla argumenta que a
Constituição Federal não permite que as Forças Armadas sejam usadas para
moderar conflitos entre os poderes. A partir disso, não seria correto que as
Forças Armadas fossem responsáveis por conter um poder que esteja extrapolando
suas funções.