Marcus Meneghetti
Presidente da Amapergs, Basso aponta restrições à privatização/ANDRESSA PUFAL/JC |
Marcus Meneghetti
Presidente da Amapergs, Basso aponta restrições à privatização/ANDRESSA PUFAL/JC |
STF, por decisão unânime, considera constitucional
o congelamento contagem de tempo de serviço para LP no período 28/05/2020 a
31/12/2021, conforme lei 173/2020, por Amapergs Sindicato
O julgamento das ADIs 6447, 6450 e
6525 foi finalizado às 23h59min de ontem (12/03), no Plenário Virtual do STF.
Por onze votos a zero, foi declarada a constitucionalidade do congelamento da
contagem do tempo de serviço e de outras restrições impostas pela Lei Complementar
173/2020, com vigência no período de 28/05/2020 a 31/12/2021.
Infelizmente todos os ministros do
STF foram unânimes no entendimento de que as regras que determinaram a retirada
de nossos direitos “não versam sobre o regime jurídico dos servidores
públicos, mas sim sobre a organização financeira dos entes federativos e seus
órgãos, cuja finalidade é apresentar medidas de prudência fiscal para o
enfrentamento dos efeitos econômicos negativos causados pela pandemia aos
cofres públicos”.
Clique AQUI para saber mais sobre o congelamento da contagem do tempo de serviço previsto na Lei Complementar 173/2020.
Camilla Veras Mota e Mariana Schreiber / BBC
Em quase três anos à frente do Ministério da Economia,
Paulo Guedes deu uma coleção de declarações polêmicas — muitas delas envolvendo
o dólar, que ficou quase 40% mais caro desde o início do governo de Jair
Bolsonaro.
Paulo Guedes, Ministro da Economia |
Algumas dessas frases foram relembradas nas redes
sociais pelos brasileiros neste domingo (3/10), quando veículos de imprensa
mostraram que Guedes mantém US$ 9,55 milhões nas Ilhas Virgens Britânicas, um
paraíso fiscal no Caribe.
Os documentos que revelam que o ministro da Economia é
dono de uma offshore milionária são parte de um megavazamento de informações
que expôs figuras públicas de diversos países, batizado de Pandora Papers.
As reportagens foram feitas no âmbito do Consórcio
Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), do qual fazem parte, no
Brasil, a revista Piauí, os portais Metrópoles e Poder 360 e a Agência Pública.
Entre as manchetes compartilhadas nas redes sociais,
os brasileiros relembraram um episódio de fevereiro de 2020, quando o ministro
afirmou que o dólar alto seria positivo porque "empregada doméstica estava
indo para a Disney, uma festa danada".
Antes disso, em novembro de 2019, Guedes afirmou, em visita a
Washington, que os brasileiros deveriam "se acostumar" com o câmbio
mais alto, que seria um reflexo da nova política econômica, com juro de
equilíbrio mais baixo. "O dólar está alto? Problema nenhum, zero",
disse, na ocasião.
Mais recentemente, em junho, já com o dólar consistentemente acima de R$
5, o ministro repetiu, em fala na Fiesp, que ele e sua equipe queriam o
"juros mais baixos e câmbio de equilíbrio um pouco mais alto".
O dólar hoje representa, indiretamente, uma das principais pressões
sobre a inflação, com impacto que vai dos preços de combustíveis aos dos
alimentos, passando inclusive pelos produtos fabricados pela indústria
nacional, já que muitos usam componentes importados.
A valorização da Dreadnoughts
International
Para quem tem investimentos no exterior, contudo, o dólar mais caro tem
um efeito positivo, já que faz crescer o equivalente em reais das aplicações.
Foi isso o que aconteceu com os recursos mantidos na Dreadnoughts
International, a empresa offshore fundada por Guedes em setembro de 2014 nas
Ilhas Virgens Britânicas.
A alta do dólar desde 2019 fez com que o patrimônio valorizasse pelo menos
R$ 14 milhões. Hoje, o equivalente em reais dos US$ 9,55 milhões aportados na
empresa é de R$ 51 milhões.
Como as decisões e declarações do ministro têm impacto direto sobre o
mercado de câmbio, muitos especialistas enxergam um conflito de interesses direto
entre o cargo público exercido por Paulo Guedes e seu papel como investidor.
As offshores não são ilegais no Brasil, desde que os recursos sejam
declarados à Receita. A diferença, neste caso, é o fato de que Guedes é
servidor público. O Código de Conduta da Alta Administração Federal proíbe, em
seu Artigo 5º, que funcionários do alto escalão mantenham aplicações
financeiras passíveis de serem afetadas por políticas governamentais, no Brasil
e lá fora.
Em suas manifestações à imprensa, o ministro tem reiterado que cumpriu o
que ordena o código de conduta e que, como manda a norma, informou à Comissão
de Ética Pública sobre seus negócios no prazo estipulado, até dez dias após
assumir o cargo.
Nesse aspecto, uma outra questão emergiu por meio do
Pandora Papers: o caso só foi julgado no último mês de julho, mais de dois anos
e meio depois. A Comissão decidiu arquivar sem divulgar suas razões, sob a
justificativa de que o caso seria sigiloso por envolver dados sensíveis.
O advogado Wilton Gomes, mestre e doutor pela
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), considera
"absurdo" o período de dois anos que a comissão levou para avaliar o
caso do ministro. Para ele, ainda que exista a questão de sigilo, os motivos
que embasaram a decisão são uma questão de interesse público e, por isso,
deveriam ser discutidos de forma mais transparente.
Sobre o parecer, ele afirma que a redação do Artigo 5º do Código de Conduta é clara para o caso de Guedes.
"O conflito de interesse está instaurado, por mais que não tenha havido ação deliberada para aquela finalidade. Não é preciso comprovar que ele teve alguma atitude que o favorecesse, mas evitar o conflito de interesse."
Assim, para ele, a conduta correta seria que ou o
ministro repatriasse os recursos ou, caso decidisse mantê-los no exterior, que
se afastasse do cargo.
Depois da repercussão do caso, por meio de nota, a
Comissão de Ética Pública da Presidência afirmou que, diferentemente do que
dizem as reportagens, a declaração de Guedes foi analisada em maio de 2019 —
essas informações, contudo, não constam nas atas e notas disponíveis no site da comissão e às
quais a própria nota faz referência.
Além da questão do câmbio
O potencial conflito de interesses entre o "Paulo
Guedes ministro" e o "Paulo Guedes investidor" vai além do
câmbio. Uma questão que pode afetar diretamente seus recursos no exterior é a
tributação desses valores. Hoje, os rendimentos que pessoas físicas têm com
empresas offshore só são taxados quando há saques desses investimentos.
Em uma proposta enviada pelo Ministério da Economia ao
Congresso para alterar a tabela do Imposto de Renda e outros tributos estava
previsto que essa cobrança sobre ganhos em offshore fosse feita anualmente, em
caso de empresas estabelecidas em paraísos fiscais. Depois, porém, isso foi
retirado, em comum acordo entre Guedes e o relator da matéria na Câmara, o
deputado Celso Sabino (PSDB-PA).
O parlamentar disse no final de julho que pretendia
reincluir a mudança, mas projeto de lei foi aprovado no início de setembro na
Câmara sem esse ponto e agora está em análise no Senado. A BBC News Brasil
tentou ouvir o deputado por telefone em seu gabinete e no celular, mas ninguém
atendeu às ligações.
A proposta de taxar anualmente os ganhos em offshore gerou resistência de setores econômicos que mantêm recursos no exterior. Em evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Guedes disse em julho que a ideia foi retirada no Congresso para não complicar a tramitação do projeto de lei.
"O que estiver certo, acertamos aqui com a indústria… 'Ah, não, tem que pegar as offshores e não sei quê'. Começou a complicar? Ou tira ou simplifica. Tira. Estamos seguindo essa regra", afirmou.
"Não vamos botar em risco a retomada do crescimento econômico sustentável, que é o que está acontecendo. Então, quero deixar essa mensagem tranquilizadora. Quero agradecer o apoio de todo mundo que está nos ajudando, levando sugestões, dizendo 'ó, cuidado que isso aqui está errado'", continuou o ministro na ocasião.
A advogada Bianca Xavier, professora de direito
tributário da Fundação Getúlio Vargas (FGV), reforça que não há ilegalidade em
possuir recursos em uma offshore, desde que os valores sejam declarados à
Receita Federal e ao Banco Central (no caso de superarem US$ 1 milhão) e que os
tributos sejam pagos corretamente em caso de saques.
Segundo a professora, gerir recursos a partir de uma
offshore no exterior, em geral, permite ao investidor pagar menos impostos
quando se trata das cobranças sobre a empresa.
Já quando a pessoa saca esses recursos, explica
Xavier, ela terá que necessariamente pagar imposto sobre todos os ganhos de
rendimento do período.
A vantagem da offshore, ressalta, é que o investidor
não precisa pagar esse tributo regularmente, como ocorre no Brasil, mas apenas
ao final da aplicação, quando saca. É o chamado diferimento de impostos.
Na sua visão, o ministro não parece estar agindo de modo antiético com relação a seus investimentos em offshore, já que partiu do próprio governo a proposta original de incluir na reforma tributária a taxação anual desses rendimentos. Para ela, é inevitável que o ministro lide com políticas que o afetem diretamente.
"Se for considerar um conflito ético, nenhum ministro da Fazenda poderia falar de Imposto de Renda. Todos nós somos contribuintes. Teria, então, que ser um ministro muito pobre para não ter nenhum tipo de renda. Acho que ele tem que seguir pela impossibilidade", afirma a professora.
No entanto, o ministro pode ser beneficiado por outro
ponto desse projeto de lei aprovado na Câmara e que ainda está em análise no
Senado. O texto que recebeu o aval dos deputados prevê alíquota reduzida de 6%
para quem decidir pagar antecipadamente o imposto sobre bens no exterior
incluídos na declaração de Imposto de Renda deste ano (ano base 2020).
A alíquota normal no caso de investimentos em offshore
varia de 15% a 27,5%. Ou seja, se isso for aprovado também no Senado e Guedes
aderir ao pagamento antecipado, poderia economizar parte do tributo devido.
A justificativa apresentada para essa medida é a
necessidade do governo aumentar a arrecadação com a antecipação desse e de
outros tributos — o projeto de lei também dá desconto para pagamento antecipado
sobre ganho de capital com valorização de imóveis.
Bianca Xavier lembra que a gestão Bolsonaro prometeu
atualizar a tabela do Imposto de Renda, o que significa aumentar o número de
brasileiros isentos da cobrança e reduzir um pouco os impostos pagos pelos
demais.
A antecipação de tributos ajudaria a compensar num
primeiro momento essa perda de arrecadação — solução considerada controversa
por especialistas, já que a receita menor com a atualização da tabela do
Imposto de Renda será permanente.
Presidente do BC também enfrenta questionamentos
À questão tributária, Pedro Rossi, professor do
Instituto de Economia da Unicamp, acrescenta o âmbito regulatório. Paulo Guedes
é, junto do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, membro do
Conselho Monetário Nacional (CMN), que tem autonomia para aprovar uma série de
medidas infralegais que também têm impacto sobre investimentos no exterior.
Campos Neto também foi citado no Pandora Papers. Sua offshore, a Cor Assets S.A, ficava situada no Panamá. À diferente de Guedes, contudo, ele encerrou as operações da empresa em julho do ano passado — mais de um ano depois de assumir a liderança do BC, contudo.
"São dois personagens da alta elite financeira, pessoas com milhões de dólares lá fora, beneficiados pela liberalização que eles mesmo promovem dentro dessa institucionalidade frouxa que alimenta conflito de interesses", diz o economista.
"Ambos têm influência sobre instrumentos de política cambial, fiscal e monetária, e estão conduzindo hoje o maior processo de liberalização financeira desde 1990", completa Rossi, referindo-se à iniciativa de mercados de capitais, conhecida pela sigla IMK, um conjunto de iniciativas que visa desenvolver o mercado de capitais no Brasil.
Entre as medidas aprovadas pelo CMN no âmbito do IMK ele destaca a ampliação das operações com derivativos no exterior, algo que, na sua avaliação, vai na contramão das discussões sobre redefinição do papel do Estado e controles sobre o mercado financeiro após a grande crise de 2008.
"A política fiscal, por exemplo, é mais democrática, passa pelo processo orçamentário, pelo legislativo. Já a política monetária e cambial depende de um conselho [CMN] que lhe dá diretrizes e que não tem representatividade, que toma decisões pouco democráticas e que é pouco transparente."
Em nota enviada à BBC News Brasil, a assessoria de Paulo Guedes afirma que as atividades privadas dele anteriores à sua posse como ministro foram informadas aos órgãos competentes.
"Toda a atuação privada do ministro Paulo Guedes, anterior à investidura no cargo de ministro, foi devidamente declarada à Receita Federal, Comissão de Ética Pública e aos demais órgãos competentes, o que inclui a sua participação societária na empresa mencionada", diz trecho da nota enviada.
A nota disse ainda que a atuação de Guedes
"sempre respeitou a legislação aplicável e se pautou pela ética e pela
responsabilidade".
Já assessoria de imprensa de Campos Neto enviou nota à
BBC News Brasil afirmando que todo o seu patrimônio, no país e no exterior, foi
declarado à Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Receita
Federal e ao Banco Central.
A nota diz ainda que Campos Neto não fez nenhuma
remessa de recursos ao exterior depois de assumir o Banco Central e que, desde
então, não faz parte da gestão das suas empresas.
Pandora Papers no exterior
Não foi apenas no Brasil que o Pandora Papers
identificou políticos como proprietários ou beneficiários de empresas offshore. De acordo com o
consórcio, ao todo, 35 líderes o ex-líderes de países em todo o mundo e outros
300 agentes públicos aparecem nos documentos vazados.
Entre as outras revelações feitas pelo consórcio estão informações sobre o uso de empresas offshore pelo ex-primeiro ministro britânico Tony Blair para a compra de um escritório em Londres e a fortuna avaliada em US$ 94 milhões do rei Abdullah Il bin Al-Hussein, da Jordânia, em propriedades nos Estados Unidos e no Reino Unido.
Por mariomarcos: https://mariomarcos.wordpress.com
Poucas imagens são tão deprimentes, trágica, humilhante, vergonhosa, do que a foto que ocupou toda a capa do jornal carioca Extra da última quarta-feira.
É um registro que
mostra a falência moral de um país e de sua sociedade.
Vocês devem ter
visto.
Moradores de
bairros pobres do Rio se deslocam às vezes de grandes distâncias até um
depósito imundo onde caminhões descarregam ossos descartados por açougues, que
são depois transformados em ração animal.
No local,
brasileiros do subsolo da pirâmide social, aqueles sem trabalho, sem presente e
sem futuro recolhem ossos que contêm algum fiapo de carne na esperança de que
eles garantam ao menos um ilusório gostinho para a parca comida que conseguem
fazer.
"Antes, as
pessoas buscavam os ossos para dar aos animais, hoje as sobras vão para consumo
próprio", disse um dos motoristas ouvidos pela Folha. Outro, no Extra, se
emocionou ao falar sobre as cenas que assiste a cada dia.
Recém chegou como vereador de Porto Alegre
e agora já tem denúncias da Susepe, da Câmara e do MP... Já está mal o agente penitenciário Alexandre Bobadra
O Ministério Público (MP) instalou inquérito para
apurar suposta prática de atos de improbidade administrativa pelo vereador de
Porto Alegre Alexandre Bobadra (PSL), apontou a existência de “robusta prova
indiciária” e, ao concluir que a fase probatória está finalizada, agendou
depoimento do investigado para o dia 7 de outubro.
As informações constam nos despachos da Promotoria
de Defesa do Patrimônio Público, cuja consulta é pública. Bobadra é investigado
por ter acumulado os salários de vereador e de agente
penitenciário estadual, a partir de 1º de janeiro de 2021, mesmo
sem trabalhar na segunda função. Somente entre janeiro e março, em valores
brutos, ele recebeu R$ 40,3 mil. O caso foi revelado em reportagem do Grupo de
Investigação da RBS (GDI). Em manifestação de defesa, Bobadra nega qualquer
ilicitude e afirma ter “vasta documentação” para comprovar a legalidade dos seus
atos perante o MP (veja contraponto na íntegra ao final).
Desde janeiro, o parlamentar emendou licenças
paternidade, saúde e prêmio, além de um período de férias, para manter-se
vinculado à função, recebendo o soldo sem a necessidade de cumprir escala na Superintendência
dos Serviços Penitenciários (Susepe).
Os artigos 38 da Constituição e o 156 da lei
complementar 10.098 dizem que o vereador somente poderá acumular funções do
setor público caso haja compatibilidade de horários. Ou seja, se não há como
exercer o mandato de vereador e cumprir carga horária da outra função pública,
o parlamentar deve se licenciar do cargo efetivo.
“A análise dos fatos e documentos aqui reunidos permite concluir pela presença de indícios probatórios de conduta ímproba praticada por Alexandre Bobadra, consistente na vulneração de princípios regentes da administração pública, notadamente o da legalidade, o da moralidade e da lealdade com as instituições, bem como prejuízo ao erário”, despachou o promotor Cláudio Ari Mello, no ato de instauração do inquérito civil, em 7 de julho.
No trâmite processual, consta comunicado da Susepe
informando que Bobadra “não solicitou afastamento de suas funções após ter sido
eleito e empossado vereador”. É registrado que ele requereu, em 1º de março de
2021, a troca da sua lotação na Susepe para que pudesse fazer uma escala de
trabalho diferenciada e “sem previsão legal”. Ele tentou deixar a Escola dos
Serviços Penitenciários, de horário comercial diário, para concorrer a plantões
apenas às sextas, sábados e domingos na Divisão de Segurança e Escolta, o que
foi considerado ilegal, diz o MP.
“Está inequivocamente demonstrado que Alexandre tinha conhecimento e compreensão da impossibilidade de conciliar os horários para se manter em atividade nos dois cargos públicos”, anotou o promotor.
Enquanto recebia os salários sem trabalhar, Bobadra
acumulava licenças na Susepe. Uma delas foi a licença-prêmio entre 1ª de março
e 29 de maio, na qual foram detectadas possíveis irregularidades pela própria
Susepe após a publicação da reportagem do GDI.
“O formulário de requerimento continha falha ou rasura no número de dias de licença solicitados, não estava corretamente datado (o que impossibilitava saber a data do protocolo do requerimento), bem como não foi assinado pela chefia imediata do servidor”, registra o MP.
A própria Susepe, após o caso tornar-se público,
declarou em processo administrativo “a total incompatibilidade de horários”
entre as atribuições de vereador e de agente penitenciário. A licença-prêmio
concedida ao parlamentar acabou anulada. A Susepe modificou a situação
funcional de Bobadra para “em licença para exercer mandato público efetivo” a
partir de 1º de janeiro de 2021. Em ato administrativo, o órgão penitenciário
ainda requisitou a restituição aos cofres públicos dos
salários recebidos sem trabalhar. O MP, nos autos, busca junto ao governo
estadual alguma comprovação sobre a realização ou não do ressarcimento ao
erário.
Em agosto, o inquérito foi redistribuído para a
promotora Roberta Brenner de Morares. Em setembro, ela considerou que “as
provas necessárias aos encaminhamentos finais já foram produzidas” e designou
audiência para ouvir Bobadra no dia 7 de outubro.
CONTRAPONTO
Por telefone, o vereador Alexandre Bobadra se
manifestou em três tópicos, assegurando a legitimidade e a legalidade dos seus
atos. Diz o parlamentar:
1 - Foi juntada perícia comprovando que não houve rasura
nenhuma no pedido e concessão de licença-prêmio.
2 - O pedido de remoção interna na Susepe foi feito
em dezembro de 2020. Temos vasta documentação a respeito.
3 - Não pretendo me manifestar mais para não prejudicar a minha audiência do dia 7 de outubro.
Por https://mariomarcos.wordpress.com
O brasileiro mais citado em livros e trabalhos científicos, autor de alguns dos livros mais consultados em algumas das melhores bibliotecas do mundo, fez 100 anos no domingo. Paulo Freire, o educador que desenvolveu métodos revolucionários de alfabetização, recebeu homenagens até do Gooble, que ilustrou sua página de abertura (foto) com a caricatura do educador.
No Brasil oficial dos bolsominions, nada, Paulo Freire segue como um incômodo para mentes desprovidas de inteligência.
Por Juremir Machado da Silva, escritor, jornalista, tradutor e professor universitário
"Eu acho que os gaúchos estão enganados. Nós deveríamos comemorar menos a revolução de 20 de setembro de 1835 e mais a revolução de 3 de outubro de 1930. Muita gente sabe o que foi a primeira e poucos sabem o que foi a segunda. A Revolução de 30 foi comandada pelos gaúchos, foi vitoriosa, mudou o Brasil e suas consequências se fazem sentir até hoje. A Guerra dos Farrapos foi regional, de proprietários e fazendeiros, não mudou nada em nossas vidas e não teve maiores consequências para os dias de hoje, a não ser no imaginário das pessoas em certos festejos e folclore. Ela não foi o que se apregoa nos CTGs, na Semana Farroupilha e tudo o mais. Não foi abolicionista, libertadora, nem emancipacionista. Fazendeiros se sentiam prejudicados em alguns aspectos, como impostos altos e com o desprezo do Império pela província. Eles, no início, não eram republicanos, não pensavam em libertar os escravos, não tinham grandes ideais. Tinham, sim, alguns interesses econômicos e não mais. O processo da revolução os arrastou e eles foram precisando tomar outras posições, como proclamar uma república, que inicialmente nem mesmo Neto e Bento Gonçalves queriam. Eles foram se transformando com o passar dos anos, mas essa transformação nunca fez deles heróis emancipadores. Tentar dizer hoje que eles eram progressistas é falso e isso dá para provar, a começar pelo fato de que o movimento foi financiado, em determinado momento, pela venda de escravos no Uruguai, e isso é uma novidade do meu livro e sobre a qual não adianta eles (os tradicionalistas) espernearem e dizerem que não."
No dia da Independência
do Brasil Bolsonaro queria um golpe, contra o STF (Superior Tribunal Federal) e
queria só ele tomar as decisões, sem a Justiça e a oposição. Ele foi patético e
também trágico para todo o povo, sem mencionar “o gado” que apoia o Bolsonaro.
Em um relatório de 226
páginas, um grupo de juristas, coordenado pelo ex-ministro da Justiça
Miguel Reale Júnior, aponta uma série de crimes cometidos pelo presidente Jair
Bolsonaro durante a pandemia.
O documento foi entregue
na terça-feira 14 à CP, O estudo aponta que Bolsonaro cometeu crimes de
responsabilidade, de saúde, contra a administração pública, contra a paz
pública e contra a humanidade. Dentre eles, a infração de medidas sanitárias
preventivas, charlatanismo, incitação ao crime e prevaricação.
Enquanto isso, a ruína
econômica deve-se as decisões mal tomadas, como as da saúde, estamos numa
pandemia já há um e meio, com inflação principalmente na alimentação, nos
combustíveis, no gás e aumento do número de pobres e miseráveis.
O Bolsonaro
é um fascista, quer voltar a ditadura, apoiam torturas, interferem na Polícia
Federal e quer lutar contra o STF. Esse péssimo presidente regrediu o Brasil,
não gosta dos direitos humanos, é contra a eleição com urna eletrônica,
estimula o uso de arma para todas pessoas, que, logicamente, vai aumentar os
homicídios.
A
valentia do Bolsonaro, nos discursos e violência no 7 de setembro, não durou
três dias. O capitão no Exército teme avanços das investigações que envolvem e
disseminação suas mentiras de fake News e as rachadinhas.
Com a imagem derretendo até entre os bolsonaristas mais radicais, resta-nos saber até quando o presidente usará a máscara do 'Jairzinho Paz e Amor'.
Fuga ocorreu em janeiro de 2019 e teria sido facilitada por servidores. Secretaria de Justiça e Sistema Penal do RS pediu acesso às investigações para apurar participação de agentes. Cinco dos nove seguem trabalhando na unidade, diz delegado.
Nove
agentes penitenciários foram indiciados pela Polícia Civil por corrupção ao
supostamente facilitarem
a fuga de presos na Penitenciária Regional de Passo Fundo, no Norte do Rio Grande do Sul. O caso
ocorreu em janeiro de 2019, quando 17 apenados
deixaram a unidade após uma caminhonete derrubar o
portão da cadeia.
O
secretário de Justiça e Sistema Penal do RS, Mauro Hauschild, afirmou que soube
do resultado dos fatos pela reportagem da RBS TV. O titular
da pasta disse que vai solicitar cópia do inquérito à polícia para a possível
tomada de providências.
Ao
todo, 55 presos
foram indiciados por participação no esquema. A Polícia
Civil pediu autorização judicial para cumprir 12 mandados de busca e 21 de prisão. O Ministério Público deu parecer
favorável, mas o Poder Judiciário negou a solicitação.
Por
meio da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do RS, a juíza Mônica
Marques Giordani afirmou que a decisão foi fundamentada e que não pode se
manifestar devido ao sigilo do processo.
Segundo
a Polícia Civil, cinco dos
nove agentes indiciados seguem trabalhando no
presídio.
Nove
agentes penitenciários foram indiciados pela Polícia Civil por corrupção ao
supostamente facilitarem
a fuga de presos na Penitenciária Regional de Passo Fundo, no Norte do Rio Grande do Sul. O caso
ocorreu em janeiro de 2019, quando 17 apenados
deixaram a unidade após uma caminhonete derrubar o
portão da cadeia.
O
secretário de Justiça e Sistema Penal do RS, Mauro Hauschild, afirmou que soube
do resultado dos fatos pela reportagem da RBS
TV. O titular da pasta disse que vai solicitar cópia do
inquérito à polícia para a possível tomada de providências.
Ao
todo, 55 presos
foram indiciados por participação no esquema. A Polícia
Civil pediu autorização judicial para cumprir 12
mandados de busca e 21
de prisão. O Ministério Público deu parecer favorável, mas o
Poder Judiciário negou a solicitação.
Por
meio da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do RS, a juíza Mônica
Marques Giordani afirmou que a decisão foi fundamentada e que não pode se
manifestar devido ao sigilo do processo.
Segundo
a Polícia Civil, cinco dos
nove agentes indiciados seguem trabalhando no
presídio.
Investigação
O RBS Notícias, da RBS TV, obteve
acesso exclusivo aos detalhes da investigação policial. Segundo o inquérito,
até senhas para acessar a internet no presídio eram negociadas com os apenados.
Foram dois anos e meio de apuração. A Polícia Civil
concluiu que houve facilitação na fuga dos 17 presos.
"Nós verificamos através das câmeras de segurança da Susepe que não havia ninguém no local olhando as câmeras. Porque os presos colocaram um pano em uma das câmeras que tinha no telhado e aquele pano ficou mais de 30 minutos", diz o delegado Diogo Ferreira, titular da Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas.
O
delegado afirma que houve facilitação também em outra fuga, ocorrida em 2018.
De acordo com a polícia, havia venda de privilégios
dentro da cadeia, como a RBS
TV mostrou na época.
Áudios
gravados por presos relatavam o pagamento de até R$ 10 mil para transferências
da triagem para o alojamento, considerado mais confortável.
"Uma vaga para chegar até o alojamento lá custava em torno de R$ 2 mil, R$ 5 mil", diz um dos presos em gravação.
Para a
investigação, os presos detinham o controle sobre as decisões internas da
rotina do presídio. A cantina da cadeia era a porta de entrada de drogas e
armas.
O local
ainda vendia produtos com valo bem acima do mercado, como um litro de
refrigerante custando R$ 40. Segundo a delegacia, o espaço movimentava milhares
de reais por mês. A venda de privilégios incluía também a comercialização de
camas e até senhas para acessar a rede de internet da penitenciária.
"Era uma organização criminosa ali dentro. Tanto composta de agentes prisionais como de presos e visando lucro", afirma o delegado Diogo Ferreira.