sexta-feira, 17 de março de 2023
quarta-feira, 8 de março de 2023
Novas revelações sobre joias complicam situação de Bolsonaro e de ex-ministro de Minas e Energia
Presentes milionários não são usuais nas relações diplomáticas
De Rosane de Oliveira
A cada nova revelação sobre o caso dos diamantes da Arábia Saudita mais
se complica a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro e
do seu ex-ministro das Minas e Energia Bento Albuquerque. Como efeito dominó,
uma pedra vai derrubando a outra e a mentira, que tem pernas curtas, aparece
antes mesmo da conclusão dos inquéritos abertos. A pergunta que se sobrepõe a
todas as outras neste momento é: por que o governo da Arábia Saudita ofereceu
presentes tão valiosos ao ex-presidente e à primeira-dama Michelle Bolsonaro?
Os presentes
que os chefes de Estado e de governo trocam nas visitas oficiais são, em geral,
de valor simbólico. Livros, quadros, esculturas feitas em série, vasos, potes,
facas, copos... Mesmo quando são oferecidas pedras (e as de Soledade e Ametista
do Sul já foram bastante ofertadas por governantes brasileiros), não chegam a
um dos pingentes de um colar da grife suíça Chopard, uma das mais valiosas do
mundo.
É Chopard o conjunto retido pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos que
o então presidente Bolsonaro usou mundos e fundos para tentar liberar antes de
deixar o governo. Na tentativa derradeira, mandou um avião da FAB a São Paulo
para resgatar os diamantes avaliados em R$ 16,5 milhões. Repita-se: não se
tratou de uma troca protocolar de presentes, mas de um mimo enviado pelos
sauditas em uma visita do ministro de Minas e Energia. A troco de quê? Isso os
inquéritos terão de responder.
Na verdade foram dois mimos. A caixa masculina chegou ao seu
destinatário, Jair Messias Bolsonaro, devidamente protocolada, mais de um ano
depois de ter entrado no Brasil sem despertar a desconfiança dos agentes da
Receita Federal. Veio na bagagem do ministro, não foi declarada e permaneceu
num cofre até ser entregue ao presidente da República no apagar das luzes do
governo.
Bolsonaro, que
na primeira reação disse que estava sendo crucificado pro um presente que não
pediu nem recebeu, terá de reavivar a memória. Porque há um documento mostrando que
recebeu a caixa com um relógio, um masbaha (espécie de rosário árabe) uma
caneta e um par de abotoaduras da marca suíça Chopard. Quanto valem? Não se
sabe. Onde estão? De acordo com seu ex-braço direito, o tenente-coronel Mauro
Cid, foram incorporados ao acervo pessoal de Bolsonaro “para não deixar nada
para Lula” e levados para um depósito junto com outras caixas da mudança.
Os adereços
femininos, que a olhos desacostumados com joias verdadeiras passariam por
bijuterias de Carnaval, valem uma Mega Sena acumulada por três sorteios. Dariam
um belo apartamento na Vieira Souto ou na Delfim Moreira (onde estão os metros
quadrados mais caros do Rio de Janeiro). Pagariam centenas de casas populares.
Ou milhares de cestas básicas.
domingo, 5 de março de 2023
Governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente joias de R$ 16,5 milhões para Michelle, diz jornal
Conforme O Estado de S. Paulo, os itens feitos em diamante estariam na mochila de um ex-assessor do então presidente e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo
O governo Jair Bolsonaro tentou
trazer para o Brasil de forma ilegal, em outubro de 2021, um conjunto com
colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em R$ 16,5
milhões. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo,
as joias da marca Chopard seriam um presente do governo da Arábia Saudita para
o ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
A reportagem relata que estavam na mochila de um ex-assessor de Bolsonaro e
foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no retorno de uma
missão oficial do então presidente.
Ainda conforme
a apuração do jornal, o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, que
integrava a comitiva, teria retornado para a alfândega ao saber da apreensão
das joias. Albuquerque teria tentado usar o cargo para liberar os diamantes,
dizendo aos fiscais que o conjunto de diamantes eram um presente do governo saudita
para Michelle. A informação foi confirmada pelo ex-ministro ao Estadão.
Apesar do
esforço, a Receita Federal manteve
a apreensão. Qualquer item que ultrapasse o valor de US$ 1 mil precisa ser
declarado ao ingressar no Brasil. Para retirar o bem, seria preciso pagar o
imposto de importação equivale a 50% do valor do produto, além de multa de 25%
pela tentativa frustrada de entrar no país sem declarar as joias. No caso, a
retirada formal dos itens custaria cerca de R$ 12,3 milhões.
De acordo com o Estadão, o governo Bolsonaro fez quatro tentativas
para recuparar as joias apreendidas — todas fracassadas. A mais recente teria
ocorrido em 29 de dezembro, nos últimos dias da gestão passada, quando um
funcionário do governo, identificado como "Jairo", teria ido até
Guarulhos com avião da Força Aérea Brasileira (FAB). No aeroporto, ele teria
informado que estava lá para retirar o presente, mas não conseguiu a liberação.
Um dia antes,
em 28 de dezembro, o próprio Bolsonaro enviou um ofício à Receita Federal
solicitando que os bens fossem destinados à Presidência da República.
O governo poderia receber as joias caso fossem reconhecidas como
presente oficial para o presidente e a primeira-dama, mas, neste caso, ficariam
para o Estado brasileiro após o término da gestão Bolsonaro.
Em postagem no
stories do Instagram, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro negou que seja dona
das joias.
"Quer
dizer que eu tenho tudo isso e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe
mesmo hein? Estoi rindo da falta e cabimento dessa imprensa vexatória",
postou.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2023
O Barão das drogas
De Signei José Bruzska
Quando Rodrigo foi preso, na fronteira do Brasil com o Paraguai, os
jornais deram amplo destaque à notícia. Afinal, depois muitos anos de
investigação e procura policial, finalmente havia sido preso o “Barão da
Maconha”, traficante internacional, dono de um “império do crime”, apontado
como um dos principais fornecedores de drogas para o sul do Brasil.
“Um duro golpe no crime organizado”, sintetizavam as notícias.
Um forte esquema policial e de segurança foi montado para que fosse
efetivada a transferência do mega traficante para a Penitenciária de Alta
Segurança de Charqueadas, incluindo o uso de aeronave.
Algum tempo depois, em uma tarde de outono, do lado externo dos muros da
mesma penitenciária de alta segurança de Charqueadas, sem qualquer vigilância,
absolutamente sozinho, observei que um senhor, já de idade avançada, lidava com
afinco em um tratorzinho cortador de grama. Andava para lá e para cá, aparando
a grama com esmero, cuidando para que nenhuma ponta dos arbustos ficasse sem a
devida poda. Cumprimentei-o de longe, pelo belo serviço que estava realizando e
imediatamente perguntei para os policiais militares que me acompanhavam na
prisão quem era aquele trabalhador:
É o Rodrigo, doutor, o famoso Barão da Maconha.
Posteriormente também pude constatar e provar que o “Barão das Drogas”
foi o melhor fazedor de bolinhos fritos da PASC, aqueles que chamamos de
“bolinhos de chuva”. Os bolinhos que ele fazia eram leves como plumas, em
formato perfeitamente arredondado, polvilhados com açúcar e canela.
O Barão jamais trouxe problemas ao sistema penitenciário gaúcho. Não cometeu nenhuma falta disciplinar. E tempos depois, quando o Tribunal de Justiça revogou um benefício no regime semiaberto, ele se apresentou espontaneamente no balcão da VEC para terminar de cumprir sua pena.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023
Quadrilha que sequestrava pessoas após encontros marcados por apps de relacionamento é alvo de operação policial
Polícia prendeu dois suspeitos em dezembro e agora age contra pessoas que atuariam na lavagem do dinheiro obtido por meio de extorsão
Foram
cumpridos na manhã desta quinta-feira (16) seis mandados de busca e apreensão,
além de ordens para quebra de sigilo bancário, de suspeitos de integrarem uma quadrilha que sequestrava pessoas após encontros
marcados por meio de aplicativos de relacionamento. A investigação da Polícia
Civil iniciou em dezembro de 2022, quando dois suspeitos de integrar a quadrilha foram presos em
flagrante em Porto Alegre. Eles estavam com uma vítima sequestrada.
O objetivo da operação desta quinta é buscar mais provas contra três pessoas
que emprestavam suas contas bancárias para depósito dos valores obtidos com os
pedidos de resgates. Os mandados são cumpridos em Porto Alegre, Alvorada e
Gravataí. Estas pessoas são investigadas por lavagem de dinheiro, mas os
agentes também tentam confirmar se elas participaram das extorsões com
restrição de liberdade, os chamados sequestros relâmpago.
Uma destas investigadas é a esposa
de um dos suspeitos presos em flagrante. A casa dela, no bairro Jardim
Carvalho, na Capital, foi alvo de mandado nesta quinta.
As demais ordens judiciais são
cumpridas nos bairros Aparício Borges e Lomba do Pinheiro, também em Porto
Alegre, no bairro Parque Ipiranga, em Gravataí, e no bairro Aparecida, em
Alvorada.
Em um dos locais foi recapturado
um foragido por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. A
participação dele nas extorsões será verificada.
O
titular da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações
Criminais (Deic), delegado João Paulo de Abreu, diz que foram três casos de
sequestros relâmpago após encontros marcados por apps de relacionamento registrados
no Estado até agora, mas há outros casos que foram evitados pela ação policial.
A delegacia trabalha para evitar que estes crimes, já recorrentes na capital paulista, se
intensificassem no Rio Grande do Sul.
Sequestros
Abreu
diz que o grupo criava perfis falsos em sites de relacionamento e marcava
encontros com vítimas, geralmente pessoas com posses e residentes em bairros
nobres de Porto Alegre.
Segundo
o delegado, em geral, os criminosos combinam de encontrar os alvos, de carro,
em via pública, em locais de pouco movimento. O sequestrador começa a rodar com
a vítima e, em seguida, um comparsa embarca no veículo. Nos três casos
registrados, as extorsões ocorreram dentro de um carro em movimento.
Os
criminosos sacam dinheiro das contas bancárias e, em pelo menos um dos casos,
também exigiram pagamentos via Pix para familiares dos sequestrados. Uma das
vítimas perdeu o celular e R$ 2 mil e outra R$ 8 mil em dinheiro.
No
terceiro caso, em que a polícia conseguiu interromper a ação, os suspeitos já
haviam retirado em poucos minutos R$ 1 mil de uma vítima. Todo o sequestro
relâmpago durava em torno de duas horas.
Prisões
Este
caso que foi interceptado pela polícia é o que deu a origem à operação desta
quinta, com a prisão em flagrante de suspeitos, que mantinham uma vítima dentro
de um veículo. A investigação conseguiu, a partir da quebra de sigilo
telefônico, acompanhar o movimento do carro pela Avenida Bento Gonçalves, no
dia 12 de dezembro de 2022. Dois homens, de 23 e 27 anos de idade, sem
antecedentes criminais, foram presos com um simulacro de arma de fogo.
"A vítima, um homem, estava não só apavorada, mas constrangida por toda a
situação em que se envolveu. Destaco que conseguimos estancar estes casos que
estavam chegando ao Estado. Os presos foram indiciados e denunciados, mas se
restringiram a falar somente em juízo" — diz Abreu.
Os
nomes dos dois presos não foram divulgados. A investigação continua e o Deic
acredita que o grupo seja composto de pelo menos cinco pessoas, mas não
descarta que haja mais integrantes. Nos três sequestros relâmpago investigados,
registrados em um período de 10 dias em dezembro de 2022, foi usado um veículo
Gol de cor preta.
Como prevenir
O delegado João Paulo de Abreu
destaca alguns cuidados que as pessoas podem tomar para evitar riscos ao marcar
encontros por apps de relacionamento:
·
Peça o maior número de dados possível das pessoas com quem estiver
interagindo.
·
Se possível, verifique o local do encontro antecipadamente.
·
Marque sempre em locais com grande movimentação.
·
Jamais entre no carro de alguém com quem apenas manteve contato
online.
·
Informe sobre o encontro a pessoas de sua confiança.
·
Oriente sua família a sempre procurar a polícia em casos de
extorsão.
O delegado Abreu ressalta que,
além do dano patrimonial, com a perda de dinheiro ou bens, há o risco de dano
psicológico e até físico. Ele destaca que, em São Paulo, por exemplo, houve
casos de assassinato durante sequestros envolvendo encontros marcados online.
Um empresário gaúcho foi vítima
desse golpe, em 2022, na capital paulista. Segundo o Deic, ele e uma outra
pessoa, que também estava sendo extorquida, passaram pelo menos um dia em um
cativeiro. Eles só foram soltos depois de fazer transferências via Pix.
No Rio Grande do Sul, casos
semelhantes devem ser denunciados ao Deic pelo telefone 0800 510
2828 ou pelo WhatsApp e Telegram: (51)
98444-0606, além do site da Polícia Civil.
O perigo das apostas
Publicado em fevereiro 15, 2023 por https://mariomarcos.wordpress.com/
Fiz um pequeno texto nessa terça-feira, nas redes sociais, de alerta sobre os perigos representados pela invasão de empresas de apostas no Brasil, especialmente no futebol.
Elas começam a dominar programas
esportivos, clubes de futebol, espaços comerciais – que, perigosamente, se
misturam aos jornalísticos. Estão por tudo, distribuindo muito dinheiro.
E onde circula dinheiro fácil, vocês
sabem, é um campo fértil para corrupção – como o futebol italiano e outros
descobriram há bem pouco tempo.
Pois bem, no final do mesmo dia em
que fiz a nota, casualmente, estourou um escândalo no futebol de Goiás
envolvendo apostas suspeitas em três jogos da Série B.
O Ministério Público investigou e já
tem nomes envolvidos. Jogadores recebiam 150 mil reais para provocar pênaltis,
por exemplo (tudo pode ser apostado, do número de faltas ao de escanteios). Os
nomes não foram divulgados ainda, mas os promotores já chegaram aos corruptos e
corruptores.
Os vigaristas das apostas agem assim
– e, muitas vezes, as próprias empresas são vítimas. Não tentam a corrupção nos
grandes jogos, nos clássicos, mas naqueles menos badalados, sem uma grande
atenção da imprensa.
Só são flagrados quando alguém
desconfia dos valores envolvidos ou de um lance incomum. Neste caso de Goiás
foi um pênalti, que despertou a desconfiança de um dirigente.
O perigo não está apenas nas
empresas, mas no mundo que se forma em volta delas.
Preparem-se: vem mais por aí.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2023
OMS confirma surto do vírus de Marburg, um dos mais letais do mundo
Nove mortes e 16 casos suspeitos foram reportados na Guiné Equatorial. Vírus é da mesma família do ebola, e taxa de mortalidade média é de 50%.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou nesta terça-feira (14/02)
uma reunião de urgência para tratar do surto do vírus de Marburg na Guiné
Equatorial, que já provocou a morte de nove pessoas e obrigou o país africano a
declarar estado de alerta sanitário.
Da mesma família do ebola, o vírus é um dos
mais perigosos do mundo. A taxa de mortalidade dos infectados é de, em média,
50%, mas pode chegar a 88% dependendo da variante do vírus e dos cuidados de
saúde prestados ao doente.
Em um comunicado enviado à agência de notícias
Lusa, o Ministério da Saúde da Guiné Equatorial diz ter detectado uma
"situação epidemiológica atípica" em distritos de Nsok Nsomo, depois
da morte de pessoas com sintomas de febre, fraqueza, vômitos e diarreia com
sangue. O vírus foi confirmado por meio de amostras enviadas para análise no
Senegal.
Até ao momento, as autoridades já relataram nove mortos
e 16 casos suspeitos, dos quais 14 são assintomáticos e dois têm sintomas
leves. Além disso, 21 pessoas estão em isolamento e sob vigilância por terem
tido contato com os mortos, e outras 4.325 estão em quarentena em suas casas.
As mortes ocorreram entre 7 de janeiro e 7 de
fevereiro, segundo o ministro da Saúde da Guiné Equatorial, Ondo'o Ayekaba. Uma
morte suspeita em 10 de fevereiro está sendo investigada.
A Guiné Equatorial fica na África Central e é um
dos nove Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
da qual o Brasil também faz parte.
A área afetada pelo surto localizava-se numa região
rural de floresta densa, perto das fronteiras com Gabão e Camarões.
Ajuda da OMS
A OMS disse que enviará profissionais para a Guiné
Equatorial para ajudar no combate à doença. Também serão fornecidos
equipamentos de proteção para a equipe médica.
"O vírus de Marburg é altamente contagioso.
Graças à ação rápida e decisiva das autoridades da Guiné Equatorial na
confirmação da doença, a resposta de emergência pode chegar rapidamente para
salvar vidas e parar o vírus o mais rapidamente possível", disse
Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para África.
O vírus de Marburg
O vírus de Marburg causa febre hemorrágica e é
transmitido por morcegos a primatas e seres humanos. Entre humanos, o contágio
ocorre por meio de fluidos corporais de pessoas infectadas ou por superfícies e
materiais, como roupas de cama.
O vírus leva o nome de uma pequena cidade alemã às
margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez, em 1967.
Na época, ele causou surtos simultâneos da doença em laboratórios em Marburg,
na Alemanha, e em Belgrado, na então Iuguslávia (hoje Sérvia). Sete pessoas
morreram expostas ao vírus enquanto realizavam pesquisas com macacos.
Desde então já houve surtos e casos esporádicos em
países como Angola, Gana, Guiné-Conacri, República Democrática do Congo,
Quênia, África do Sul e Uganda.
Em um surto de 2004 em Angola, 90% das 252 pessoas
infectadas morreram. Em 2022, duas mortes pelo vírus de Marburg foram relatadas
em Gana.
Até hoje não há vacinas ou medicamentos autorizados
para a doença, mas o tratamento de reidratação para aliviar os sintomas pode
aumentar as chances de sobrevivência.
le/bl (Lusa, AFP, AP)
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023
Gol contra no Gauchão, de Mario Marcos
Que tal a imagem do futebol gaúcho?
No domingo, em rede nacional,
aquele espetáculo deplorável do gramado artificial do Passo d’Areia.
Na noite de segunda-feira, o
gramado horroroso, cheio de remendos, do Estádio do Vale, também mostrado pela
TV.
O maior gol de Tévez, de Mario Marcos
De mariomarcos.wordpress.com
“Meu
primeiro grande salário foi quando fui do Boca ao Corinthians. A primeira coisa
que fiz foi dizer ao meu representante: não quero esse dinheiro, só quero que
você tire minha família inteira de Fuerte Apache (bairro pobre de
Buenos Aires, na Cidadela). Compre
15 casas fora do bairro e tire toda a minha família de lá. Foi muito
emocionante porque ainda por cima mandei meu pai, que é mestre de obra, comprar
e pintar tudo para que ficasse bem arranjado. Aí fizemos um churrasco surpresa
em casa e dei a chave a cada um, sem que soubessem de nada."
(Carlos Tévez, ex-atacante, hoje técnico do Rosário Central, um dos muitos jogadores que nunca esqueceram de suas origens) |
sábado, 28 de janeiro de 2023
Furto, agressões e ato obsceno: veja crimes cometidos em acampamento de golpistas em Brasília
O acampamento montado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, na frente do Quartel-General do Exército, em Brasília, para contestar o resultado eleitoral e pedir um golpe militar registrou ao menos 73 crimes. A informação consta do relatório divulgado pelo gabinete do interventor federal na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli.
Em dois meses, desde a
instalação, em 1.º de novembro, até o desmonte, em 9 de janeiro, o acampamento
registrou em média mais de uma ocorrência por dia. Na lista, há 20 crimes
contra a honra, 19 furtos, 13 lesões corporais, seis crimes de dano, três acidentes
de trânsito com vítima e um ato obsceno. Outras 11 notificações não foram
especificadas no documento divulgado nesta sexta-feira, 27.
O interventor
federal atribuiu “centralidade” aos manifestantes do QG nos atos golpistas do dia
8, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três
Poderes, com rastro de destruição pelo Palácio do Planalto, Congresso
Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Cappelli, o
acampamento era um ambiente “onde circularam criminosos”, e eventos como a
tentativa de explosão de bomba e bloqueio de aeroporto passaram “de uma forma
ou de outra” pelo local.
Crimes no acampamento
A incidência mais comum,
de crimes contra a honra, refere-se a atos de calúnia, difamação ou injúria. O
crime de calúnia pode render de seis meses a dois anos de prisão e multa,
segundo o Código Penal, enquanto a difamação tem pena de detenção de três meses
a um ano e multa. A injúria pode render de um a seis meses de prisão ou multa e
pode ter a pena aumentada caso haja emprego de violência ou discriminação.
O crime de lesão corporal
é punido com três meses a um ano de prisão. A pena é aumentada quando a
violência resulta em um quadro grave ou é cometida contra a mulher. Já o dano é
considerado crime contra qualquer “coisa alheia”, não especificada no
documento, e pode render detenção de um a seis meses ou multa – o dano é
qualificado quando é cometido contra o patrimônio público.
Também não foram
fornecidos mais detalhes sobre os furtos, os acidentes de trânsito com vítima e
o ato obsceno descritos na peça.
Falhas de segurança
Ao longo de 62 páginas, o
relatório da intervenção federal detalha a ação dos radicais e
aponta falhas no trabalho da Secretaria de Segurança Pública do DF para
desmobilizar os manifestantes. A avaliação é de que o
acampamento dos bolsonaristas na frente do QG do Exército teve uma “complexa e
engenhosa organização”, com cozinhas coletivas, banheiros com chuveiro quente,
geradores de energia e uso de rádios-comunicadores.
Essa estrutura teria
servido de “apoio logístico e local de concentração” para os radicais que
atacaram as sedes dos Poderes, em 8 de janeiro. “O acampamento, desde a sua
instalação, foi elemento crucial para o desenvolvimento das ações de
perturbação da ordem pública que culminaram nos atos”, aponta o material.
O governo do DF chegou a
organizar um plano de ação para retirar os manifestantes do acampamento, mas a
operação foi cancelada por determinação do Exército.
O interventor afirma
ainda que, apesar de informações sobre o risco de protestos terem sido
encaminhadas por órgãos de inteligência e pela Polícia Militar do DF, o efetivo
de agentes mobilizado pelo comando estadual foi “insuficiente” para conter os
manifestantes.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2023
Eles são brasileiros
De Mario Marcos - http://mariomarcos.wordpress.
Ao longo dos tempos nos habituamos a ver e sofrer com o drama de populações devastadas pela fome, em várias regiões do mundo. Sempre pareceu um drama distante de nós.
Pois
bem, o que se viu no fim de semana mudou tudo.
Levados
a Roraima por um pedido desesperado de socorro, equipes do governo constataram
parte dos Yanomamis devastada pela fome, a subnutrição, as doenças e o
abandono. Houve mais de 500 mortes de crianças como a da foto. Dezenas de
outras precisaram de socorro imediato, de emergência, em busca de
sobrevivência. Adultos que não conseguiam nem se equilibrar de pé lembravam
cenas das zonas de guerra ou devastadas pela fome.
É uma
população abandonada nos últimos anos e cercada por garimpeiros ilegais,
protegidos pelo governo anterior – aquele do presidente que dizia que o país
deveria ter feito como a 7ª Cavalaria americana que devastou populações
indígenas -, que destruíram o ambiente, contaminaram a água com mercúrio e
espalharam doenças pela região.
Pelo
menos agora há uma situação de emergência e equipes de ministérios alojadas na
região para salvar os Yanomamis.
Foi um
genocídio.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2023
Presos por ataques golpistas receberam verba pública e de bolsonaristas nas eleições
Bolsonaristas que foram presos em Brasília por suposta
participação nos ataques golpistas de 8 de janeiro tiveram campanhas eleitorais
em 2022 irrigadas por verba pública.
Pelo menos 10 desses bolsonaristas se candidataram para a
disputa do ano passado, sendo que 7 receberam a soma de R$ 180,8 mil dos fundos
eleitoral e partidário. Uma parte desse recurso foi distribuída aos presos por
candidaturas de outros políticos, como do novo governador de Santa Catarina,
Jorginho Mello (PL).
O grupo bolsonarista
alcançou 5.800 votos e ninguém se elegeu. Cinco deles garantiram vagas de
suplente e uma candidata renunciou durante a campanha.
O PL, legenda do
ex-presidente Jair Bolsonaro, abrigou cinco dos bolsonaristas presos que se
candidataram em 2022. Patriota, PMN, PRTB, Solidariedade e Democracia Cristã
são as legendas dos demais.
Atual vereadora de Bom
Jesus (SC), derrotada na disputa a deputada estadual em SC, Odete Correa
(PL-SC) arrecadou a maior cifra entre os candidatos presos, R$ 58,9 mil. Ela
conseguiu 564 votos e uma vaga de suplente.
A maior parte da verba
levantada por Odete, R$ 35 mil, tem como origem repasses feitos pela
candidatura da ex-governadora e deputada federal eleita Daniela Reinehr
(PL-SC).
A bolsonarista presa
ainda recebeu R$ 13,9 mil da campanha do governador Jorginho Mello (PL-SC),
além de R$ 10 mil de Valdir Colatto (PL-SC), novo secretário estadual de
Agricultura.
Daniela Reinehr disse que "repassou valores, durante a campanha eleitoral, para quase todas as mulheres candidatas a deputada estadual pelo partido".
O levantamento foi realizado pela reportagem a partir do
cruzamento dos dados divulgados pela Seape (Secretaria de Administração
Penitenciária do Distrito Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ao
todo, 65 bolsonaristas presos se candidataram em eleições gerais ou municipais
desde 2000, 26 deles em mais de uma ocasião.
A bolsonarista Maria Elena Passos (PL-ES), que se tornou
suplente de deputada estadual, também teve parte da campanha bancada por outros
candidatos. Ela recebeu R$ 6,5 mil da candidatura do senador eleito Magno Malta
(PL-ES), além de R$ 30 mil da direção nacional do PL.
O jornalista Adrian Paz (PRTB-MG), candidato derrotado a
deputado estadual e preso no DF, publicava fotos nas redes sociais no
acampamento golpista em frente ao quartel-general do Exército. Em dezembro de
2022 ele exibiu cartazes, em diversos idiomas, afirmando que o Brasil havia
sido "roubado".
Outra política presa após os atos golpistas, Stela Maria Atanazio
(Democracia Cristã-SP) está no grupo de 60 bolsonaristas que deixar a cadeia
com uso de tornozeleira eletrônica, por decisão do ministro Alexandre de
Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Atanazio recebeu cerca de R$ 13,8 mil do partido, mas conseguiu
somente 247 votos e foi derrotada na disputa a deputada federal.
Rogério Souza Lima (PL-BA) teve o melhor resultado entre os
bolsonaristas que foram presos. Com 2.005 votos, ele se tornou suplente de
deputado estadual.
Ao menos dois bolsonaristas do grupo que se candidatou em 2022
divulgaram vídeos do momento da invasão das sedes dos três Poderes.
Oziel Lara dos Santos (Patriota-SC), que usou o nome
"Fuzileiro Oziel Santos" ao perder a disputa a deputado estadual,
transmitiu nas redes sociais a depredação do Palácio do Planalto.
No vídeo, ele afirmou que o povo estava "revoltado".
"É uma cena de guerra aqui. Nós, militares da reserva, avançamos na
frente. O STF já foi tomado", disse ainda.
Apesar de cobrar golpe e ação militar contra Lula, Oziel disse que
a "maioria dos patriotas não faz isso", ao se referir ao vandalismo
no Planalto. Ele recebeu R$ 10 mil da legenda durante a campanha eleitoral.
Já o advogado Thiago Queiroz (PL-MG) comemorou, em vídeos, a
destruição dentro do Congresso Nacional. Em 2022 ele recebeu R$ 35 mil do
partido, mas perdeu a disputa a deputado estadual.
"Tudo quebrado, sobrou nada. Vou ter de levar alguma coisa de lembrança", afirmou o advogado em vídeo gravado no Congresso Nacional, divulgado pelo site Patos Notícias.
Ainda foi preso o candidato a deputado federal Gennaro Vela Neto
(PL-PR). Ele recebeu R$ 24 mil do partido, teve 640 votos e ficou no posto de
suplente.
Bolsonarista que renunciou na disputa para segunda suplente de
senador, Regina Aparecida Silva (PMN-RR) também foi presa no DF.
A candidata derrotada a deputada distrital Edna Borges Correa
(Solidariedade-DF) teve apenas 106 votos. Ela foi detida sob suspeita de
participar dos atos golpistas.
O partido disse que expulsou Edna de seus quadros.
Já o PL disse que abriu processos internos e vai expulsar filiados que "comprovadamente" praticaram atos violentos. Os outros partidos de bolsonaristas presos não se manifestaram.
‘Bolsonaro esperava voltar para o Brasil na glória de um golpe’, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Jair Bolsonaro estava contando com um golpe para voltar dos Estados Unidos e reassumir o poder. Em entrevista à Globonews, Lula prometeu se reaproximar dos militares, mas quer as Forças Armadas despolitizadas. O presidente também acusou a Polícia Militar do Distrito Federal de negligência e afirmou que os serviços de inteligência das Forças Armadas e da Presidência não funcionaram para evitar os atos do dia 8 de janeiro, quando os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal foram invadidos e depredados.
“Fiquei com a impressão que era o começo de um golpe de estado. Me dava a impressão de que Bolsonaro sabia de tudo o que estava acontecendo e estava esperando voltar para o Brasil na glória de um golpe”, disse o petista.
Depois de ter declarado publicamente que tinha
perdido a confiança de parte dos militares e avisar que as Forças Armadas, Lula
terá encontro com os comandantes das três Forças ainda esta semana. Numa
tentativa de se reaproximar da caserna, o presidente disse que já encomendou ao
Exército, Marinha e Aeronáutica uma lista do que precisam em recursos e
estrutura para se modernizar, um discurso que costuma agradar os oficiais da
cúpula. Lula reiterou, no entanto, que não quer ver os militares envolvidos com
a política.
“O importante é despolitizar as Forças Armadas. O soldado, o sargento e o coronel é do Estado. Não é Exército do Lula, do Bolsonaro, eles têm que defender o Estado brasileiro, a Constituição. Eu quero conversar com eles (os comandantes) abertamente. Quero manter uma relação civilizada. Convivi dignamente com as três Forças. Não quero ter problemas com as Forças, nem que elas tenham problema comigo. Quero que a gente volte à normalidade” disse Lula, acrescentando: “As pessoas estão aí para cumprir as suas funções e não para fazer política. Quem quiser fazer política tira a farda, renuncia ao seu cargo, cria um partido político e vai fazer política. Mas enquanto estiver a serviço nas Forças Armadas, enquanto estiver na Advocacia Geral da União, no Ministério Público, essa gente não pode fazer política”.
Lula contou que, no dia 8 de janeiro, ao
acompanhar pelo computador de Araraquara, as imagens de invasão dos prédios
públicos, ligou para o general Gonçalves Dias, chefe do Gabinete de Segurança
Institucional (GSI) e cobrou: “Onde estão os soldados?”.
O petista admitiu que ficou irritado com a
falta de ação do setor de segurança. Acusou a PM do DF de ter sido negligente,
deixando os extremistas invadir os prédios, mas também apontou sua raiva para o
setor de inteligência do governo. Para ele, falharam as inteligências do
Exército, da Marinha, da Aeronáutica e também do GSI. “Houve um erro elementar:
minha inteligência (de governo) não existiu”, declarou.
O petista relatou que na sexta-feira que
antecedeu à tentativa de golpe recebeu informações de que havia apenas 150
acampadas na frente do QG do Exército e estava tudo tranquilo. No fim de
semana, no entanto, como revelou o Estadão, caravanas de ônibus se dirigiram a
Brasília aumentando para 4 mil o número de extremistas na frente do quartel
militar. Lula afirmou que no dia da ocupação havia 8 mil pessoas participando
dos atos golpistas.
Apesar da insatisfação com a atuação dos
militares, Lula saiu em defesa do ministro da Defesa, José Múcio. “Zé Múcio é
meu amigo, eu confio, tem muita habilidade política. Tem gente que quer sair
logo na porrada. Não é assim”. Também indicou que não pretende trocar os
comandantes das Forças. “Você não pode substituir o jogador porque ele perdeu
um gol. Tem que ver onde houve um erro nosso, negligência. Foi pego todo mundo
de surpresa. O alerta é que a gente não pode mais ficar desprevenido”.
Lula defendeu apuração de todos os
responsáveis pela invasão e a efetiva punição dos culpados. “Se Bolsonaro tiver
participação direta no que aconteceu ele tem que ser punido”, afirmou. O
petista disse, no entanto, que se opõe a ideia de se criar uma CPI para
investigar a tentativa de golpe.
Segundo ele, participaram dos atos
bolsonaristas, mas também profissionais que estavam preparados para invadir e
ocupar prédios públicos com intenção de derrubar o governo eleito. O presidente
afirmou que a sociedade brasileira precisa de paz e que o discurso de ódio não
fez bem ao País. “Nos últimos quatro anos, o que nós vimos foi ódio disseminado
todos os dias. A quantidade de fake news, as coisas mais absurdas que eu jamais
acreditei que as pessoas pudessem acreditar”.
Na entrevista, Lula voltou a reclamar que não
pode ocupar o Palácio da Alvorada. Seu antecessor teria deixado a residência
sem condição de habitabilidade. “Deve ser o único caso da história em que o
presidente não tem casa para morar”, disse, contando que ao visitar o prédio
não havia nem cama no quarto e que as instalações estavam “semidestruídas”.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2023
Terrorismo em Brasília é pior do que a invasão no Capitólio
De Rosane de Oliveira/ZH
O que ocorreu em Brasília ontem não
tem precedentes na história da democracia brasileira. É muitíssimo mais grave
do que o que aconteceu nos Estados Unidos na invasão do Capitólio por
simpatizantes do ex-presidente Donald Trump, que se recusava a aceitar o
resultado da eleição.
No Capitólio, mais de 900 pessoas foram presas e estão
enfrentando processo. As forças de segurança agiram rápido e abortaram a
tentativa de Trump de tomar o poder à força, impedindo a sessão que confirmou a
vitória de Joe Biden. Os atos terroristas no Brasil atingiram os três Poderes.
São chocantes as imagens do vandalismo no plenário do Supremo Tribunal Federal,
no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto. Vidros quebrados, salas
alagadas, cadeiras quebradas. Não foi uma manifestação espontânea. Teve
articulação, teve planejamento, teve financiadores, teve executores. Quem são e
a serviço de quem estavam é o que os inquéritos deverão apurar agora.
A Polícia do Distrito Federal não foi apenas omissa. Foi
conivente. Não por acaso, o secretário da Segurança Pública, Anderson Torres,
ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, estava fora de Brasília. Onde? Em
viagem aos Estados Unidos, mais especificamente na Flórida, local escolhido por
Bolsonaro para se refugiar com a esposa e a filha. O governador Ibaneis Rocha,
que nomeou Anderson Torres, sabendo de quem se tratava, tem sua parcela de
culpa pelo que aconteceu. Como pode o secretário da Segurança que assumiu há
menos de 10 dias tirar férias, sabendo-se que o clima em Brasília era tenso?
Ninguém pode dizer que foi surpreendido pela invasão dos prédios
públicos. Foi anunciada nas redes sociais, com ônibus saindo de diferentes
pontos do país. O governo do DF não viu, e a "inteligência" do
governo federal não detectou o perigo. Porteira aberta aos golpistas.
O que se viu foi mais do que uma tentativa fracassada de golpe
de Estado. Terroristas ultrajaram a bandeira do Brasil, usando-a como adereço
no ataque às instituições. Vilipendiaram o brasão da República, arrancado do
prédio do Supremo Tribunal Federal para colocá-lo sobre uma cadeira de ministro
do lado de fora. Afrontaram as instituições que sustentam a democracia.
Blasfemaram contra o Hino Nacional ao cantá-lo em celebração aos destroços do
Congresso.
Conseguiriam o efeito contrário ao pretendido golpe: a união dos
governadores, que ofereceram ajuda ao governo federal para restabelecer a paz
em Brasília e o repúdio de instituições internacionais e de governos dos
Estados Unidos, Europa e América Latina.