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quarta-feira, 8 de março de 2023

Novas revelações sobre joias complicam situação de Bolsonaro e de ex-ministro de Minas e Energia

Presentes milionários não são usuais nas relações diplomáticas

De Rosane de Oliveira

A cada nova revelação sobre o caso dos diamantes da Arábia Saudita mais se complica a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro e do seu ex-ministro das Minas e Energia Bento Albuquerque. Como efeito dominó, uma pedra vai derrubando a outra e a mentira, que tem pernas curtas, aparece antes mesmo da conclusão dos inquéritos abertos. A pergunta que se sobrepõe a todas as outras neste momento é: por que o governo da Arábia Saudita ofereceu presentes tão valiosos ao ex-presidente e à primeira-dama Michelle Bolsonaro?  

Os presentes que os chefes de Estado e de governo trocam nas visitas oficiais são, em geral, de valor simbólico. Livros, quadros, esculturas feitas em série, vasos, potes, facas, copos... Mesmo quando são oferecidas pedras (e as de Soledade e Ametista do Sul já foram bastante ofertadas por governantes brasileiros), não chegam a um dos pingentes de um colar da grife suíça Chopard, uma das mais valiosas do mundo.  

É Chopard o conjunto retido pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos que o então presidente Bolsonaro usou mundos e fundos para tentar liberar antes de deixar o governo. Na tentativa derradeira, mandou um avião da FAB a São Paulo para resgatar os diamantes avaliados em R$ 16,5 milhões. Repita-se: não se tratou de uma troca protocolar de presentes, mas de um mimo enviado pelos sauditas em uma visita do ministro de Minas e Energia. A troco de quê? Isso os inquéritos terão de responder.  

Na verdade foram dois mimos. A caixa masculina chegou ao seu destinatário, Jair Messias Bolsonaro, devidamente protocolada, mais de um ano depois de ter entrado no Brasil sem despertar a desconfiança dos agentes da Receita Federal. Veio na bagagem do ministro, não foi declarada e permaneceu num cofre até ser entregue ao presidente da República no apagar das luzes do governo.  

Bolsonaro, que na primeira reação disse que estava sendo crucificado pro um presente que não pediu nem recebeu, terá de reavivar a memória. Porque há um documento mostrando que recebeu a caixa com um relógio, um masbaha (espécie de rosário árabe) uma caneta e um par de abotoaduras da marca suíça Chopard. Quanto valem? Não se sabe. Onde estão? De acordo com seu ex-braço direito, o tenente-coronel Mauro Cid, foram incorporados ao acervo pessoal de Bolsonaro “para não deixar nada para Lula” e levados para um depósito junto com outras caixas da mudança. 

Os adereços femininos, que a olhos desacostumados com joias verdadeiras passariam por bijuterias de Carnaval, valem uma Mega Sena acumulada por três sorteios. Dariam um belo apartamento na Vieira Souto ou na Delfim Moreira (onde estão os metros quadrados mais caros do Rio de Janeiro). Pagariam centenas de casas populares. Ou milhares de cestas básicas.

domingo, 5 de março de 2023

"Sirvam nossas façanhas"

De Mario Marcos: Sirvam nossas façanhas | (wordpress.com)



Governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente joias de R$ 16,5 milhões para Michelle, diz jornal

Conforme O Estado de S. Paulo, os itens feitos em diamante estariam na mochila de um ex-assessor do então presidente e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo

O governo Jair Bolsonaro tentou trazer para o Brasil de forma ilegal, em outubro de 2021, um conjunto com colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em R$ 16,5 milhões. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, as joias da marca Chopard seriam um presente do governo da Arábia Saudita para o ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A reportagem relata que estavam na mochila de um ex-assessor de Bolsonaro e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no retorno de uma missão oficial do então presidente.

Ainda conforme a apuração do jornal, o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, que integrava a comitiva, teria retornado para a alfândega ao saber da apreensão das joias. Albuquerque teria tentado usar o cargo para liberar os diamantes, dizendo aos fiscais que o conjunto de diamantes eram um presente do governo saudita para Michelle. A informação foi confirmada pelo ex-ministro ao Estadão.

Apesar do esforço, a Receita Federal manteve a apreensão. Qualquer item que ultrapasse o valor de US$ 1 mil precisa ser declarado ao ingressar no Brasil. Para retirar o bem, seria preciso pagar o imposto de importação equivale a 50% do valor do produto, além de multa de 25% pela tentativa frustrada de entrar no país sem declarar as joias. No caso, a retirada formal dos itens custaria cerca de R$ 12,3 milhões.

De acordo com o Estadão, o governo Bolsonaro fez quatro tentativas para recuparar as joias apreendidas — todas fracassadas. A mais recente teria ocorrido em 29 de dezembro, nos últimos dias da gestão passada, quando um funcionário do governo, identificado como "Jairo", teria ido até Guarulhos com avião da Força Aérea Brasileira (FAB). No aeroporto, ele teria informado que estava lá para retirar o presente, mas não conseguiu a liberação.

Um dia antes, em 28 de dezembro, o próprio Bolsonaro enviou um ofício à Receita Federal solicitando que os bens fossem destinados à Presidência da República.

O governo poderia receber as joias caso fossem reconhecidas como presente oficial para o presidente e a primeira-dama, mas, neste caso, ficariam para o Estado brasileiro após o término da gestão Bolsonaro.

Em postagem no stories do Instagram, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro negou que seja dona das joias.

"Quer dizer que eu tenho tudo isso e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo hein? Estoi rindo da falta e cabimento dessa imprensa vexatória", postou.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

O Barão das drogas

De Signei José Bruzska

Quando Rodrigo foi preso, na fronteira do Brasil com o Paraguai, os jornais deram amplo destaque à notícia. Afinal, depois muitos anos de investigação e procura policial, finalmente havia sido preso o “Barão da Maconha”, traficante internacional, dono de um “império do crime”, apontado como um dos principais fornecedores de drogas para o sul do Brasil.

Um duro golpe no crime organizado”, sintetizavam as notícias.

Um forte esquema policial e de segurança foi montado para que fosse efetivada a transferência do mega traficante para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas, incluindo o uso de aeronave.

Algum tempo depois, em uma tarde de outono, do lado externo dos muros da mesma penitenciária de alta segurança de Charqueadas, sem qualquer vigilância, absolutamente sozinho, observei que um senhor, já de idade avançada, lidava com afinco em um tratorzinho cortador de grama. Andava para lá e para cá, aparando a grama com esmero, cuidando para que nenhuma ponta dos arbustos ficasse sem a devida poda. Cumprimentei-o de longe, pelo belo serviço que estava realizando e imediatamente perguntei para os policiais militares que me acompanhavam na prisão quem era aquele trabalhador:

É o Rodrigo, doutor, o famoso Barão da Maconha.

Posteriormente também pude constatar e provar que o “Barão das Drogas” foi o melhor fazedor de bolinhos fritos da PASC, aqueles que chamamos de “bolinhos de chuva”. Os bolinhos que ele fazia eram leves como plumas, em formato perfeitamente arredondado, polvilhados com açúcar e canela.

O Barão jamais trouxe problemas ao sistema penitenciário gaúcho. Não cometeu nenhuma falta disciplinar. E tempos depois, quando o Tribunal de Justiça revogou um benefício no regime semiaberto, ele se apresentou espontaneamente no balcão da VEC para terminar de cumprir sua pena.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Quadrilha que sequestrava pessoas após encontros marcados por apps de relacionamento é alvo de operação policial

Polícia prendeu dois suspeitos em dezembro e agora age contra pessoas que atuariam na lavagem do dinheiro obtido por meio de extorsão

Foram cumpridos na manhã desta quinta-feira (16) seis mandados de busca e apreensão, além de ordens para quebra de sigilo bancário, de suspeitos de integrarem uma quadrilha que sequestrava pessoas após encontros marcados por meio de aplicativos de relacionamento. A investigação da Polícia Civil iniciou em dezembro de 2022, quando dois suspeitos de integrar a quadrilha foram presos em flagrante em Porto Alegre. Eles estavam com uma vítima sequestrada.

O objetivo da operação desta quinta é buscar mais provas contra três pessoas que emprestavam suas contas bancárias para depósito dos valores obtidos com os pedidos de resgates. Os mandados são cumpridos em Porto Alegre, Alvorada e Gravataí. Estas pessoas são investigadas por lavagem de dinheiro, mas os agentes  também tentam confirmar se elas participaram das extorsões com restrição de liberdade, os chamados sequestros relâmpago.

Uma destas investigadas é a esposa de um dos suspeitos presos em flagrante. A casa dela, no bairro Jardim Carvalho, na Capital, foi alvo de mandado nesta quinta.

As demais ordens judiciais são cumpridas nos bairros Aparício Borges e Lomba do Pinheiro, também em Porto Alegre, no bairro Parque Ipiranga, em Gravataí, e no bairro Aparecida, em Alvorada.

Em um dos locais foi recapturado um foragido por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo. A participação dele nas extorsões será verificada.

O titular da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado João Paulo de Abreu, diz que foram três casos de sequestros relâmpago após encontros marcados por apps de relacionamento registrados no Estado até agora, mas há outros casos que foram evitados pela ação policial. A delegacia trabalha para evitar que estes crimes, já recorrentes na capital paulista, se intensificassem no Rio Grande do Sul.

Sequestros

Abreu diz que o grupo criava perfis falsos em sites de relacionamento e marcava encontros com vítimas, geralmente pessoas com posses e residentes em bairros nobres de Porto Alegre.

Segundo o delegado, em geral, os criminosos combinam de encontrar os alvos, de carro, em via pública, em locais de pouco movimento. O sequestrador começa a rodar com a vítima e, em seguida, um comparsa embarca no veículo. Nos três casos registrados, as extorsões ocorreram dentro de um carro em movimento.

Os criminosos sacam dinheiro das contas bancárias e, em pelo menos um dos casos, também exigiram pagamentos via Pix para familiares dos sequestrados. Uma das vítimas perdeu o celular e R$ 2 mil e outra R$ 8 mil em dinheiro.

No terceiro caso, em que a polícia conseguiu interromper a ação, os suspeitos já haviam retirado em poucos minutos R$ 1 mil de uma vítima. Todo o sequestro relâmpago durava em torno de duas horas.

Prisões

Este caso que foi interceptado pela polícia é o que deu a origem à operação desta quinta, com a prisão em flagrante de suspeitos, que mantinham uma vítima dentro de um veículo. A investigação conseguiu, a partir da quebra de sigilo telefônico, acompanhar o movimento do carro pela Avenida Bento Gonçalves, no dia 12 de dezembro de 2022. Dois homens, de 23 e 27 anos de idade, sem antecedentes criminais, foram presos com um simulacro de arma de fogo.

"A vítima, um homem, estava não só apavorada, mas constrangida por toda a situação em que se envolveu. Destaco que conseguimos estancar estes casos que estavam chegando ao Estado. Os presos foram indiciados e denunciados, mas se restringiram a falar somente em juízo" — diz Abreu.

Os nomes dos dois presos não foram divulgados. A investigação continua e o Deic acredita que o grupo seja composto de pelo menos cinco pessoas, mas não descarta que haja mais integrantes. Nos três sequestros relâmpago investigados, registrados em um período de 10 dias em dezembro de 2022, foi usado um veículo Gol de cor preta.

Como prevenir

O delegado João Paulo de Abreu destaca alguns cuidados que as pessoas podem tomar para evitar riscos ao marcar encontros por apps de relacionamento:

·        Peça o maior número de dados possível das pessoas com quem estiver interagindo.

·        Se possível, verifique o local do encontro antecipadamente.

·        Marque sempre em locais com grande movimentação.

·        Jamais entre no carro de alguém com quem apenas manteve contato online.

·        Informe sobre o encontro a pessoas de sua confiança.

·        Oriente sua família a sempre procurar a polícia em casos de extorsão. 

O delegado Abreu ressalta que, além do dano patrimonial, com a perda de dinheiro ou bens, há o risco de dano psicológico e até físico. Ele destaca que, em São Paulo, por exemplo, houve casos de assassinato durante sequestros envolvendo encontros marcados online.

Um empresário gaúcho foi vítima desse golpe, em 2022, na capital paulista. Segundo o Deic, ele e uma outra pessoa, que também estava sendo extorquida, passaram pelo menos um dia em um cativeiro. Eles só foram soltos depois de fazer transferências via Pix.

No Rio Grande do Sul, casos semelhantes devem ser denunciados ao Deic pelo telefone 0800 510 2828 ou pelo WhatsApp e Telegram: (51) 98444-0606, além do site da Polícia Civil.

Gados golpistas

 


O perigo das apostas

Publicado em  por  https://mariomarcos.wordpress.com/

Fiz um pequeno texto nessa terça-feira, nas redes sociais, de alerta sobre os perigos representados pela invasão de empresas de apostas no Brasil, especialmente no futebol.

Elas começam a dominar programas esportivos, clubes de futebol, espaços comerciais – que, perigosamente, se misturam aos jornalísticos. Estão por tudo, distribuindo muito dinheiro.

E onde circula dinheiro fácil, vocês sabem, é um campo fértil para corrupção – como o futebol italiano e outros descobriram há bem pouco tempo.

Pois bem, no final do mesmo dia em que fiz a nota, casualmente, estourou um escândalo no futebol de Goiás envolvendo apostas suspeitas em três jogos da Série B.

O Ministério Público investigou e já tem nomes envolvidos. Jogadores recebiam 150 mil reais para provocar pênaltis, por exemplo (tudo pode ser apostado, do número de faltas ao de escanteios). Os nomes não foram divulgados ainda, mas os promotores já chegaram aos corruptos e corruptores.

Os vigaristas das apostas agem assim – e, muitas vezes, as próprias empresas são vítimas. Não tentam a corrupção nos grandes jogos, nos clássicos, mas naqueles menos badalados, sem uma grande atenção da imprensa.

Só são flagrados quando alguém desconfia dos valores envolvidos ou de um lance incomum. Neste caso de Goiás foi um pênalti, que despertou a desconfiança de um dirigente.

O perigo não está apenas nas empresas, mas no mundo que se forma em volta delas.

Preparem-se: vem mais por aí.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

OMS confirma surto do vírus de Marburg, um dos mais letais do mundo

Nove mortes e 16 casos suspeitos foram reportados na Guiné Equatorial. Vírus é da mesma família do ebola, e taxa de mortalidade média é de 50%.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou nesta terça-feira (14/02) uma reunião de urgência para tratar do surto do vírus de Marburg na Guiné Equatorial, que já provocou a morte de nove pessoas e obrigou o país africano a declarar estado de alerta sanitário.

Da mesma família do ebola, o vírus é um dos mais perigosos do mundo. A taxa de mortalidade dos infectados é de, em média, 50%, mas pode chegar a 88% dependendo da variante do vírus e dos cuidados de saúde prestados ao doente.

Em um comunicado enviado à agência de notícias Lusa, o Ministério da Saúde da Guiné Equatorial diz ter detectado uma "situação epidemiológica atípica" em distritos de Nsok Nsomo, depois da morte de pessoas com sintomas de febre, fraqueza, vômitos e diarreia com sangue. O vírus foi confirmado por meio de amostras enviadas para análise no Senegal.

Até ao momento, as autoridades já relataram nove mortos e 16 casos suspeitos, dos quais 14 são assintomáticos e dois têm sintomas leves. Além disso, 21 pessoas estão em isolamento e sob vigilância por terem tido contato com os mortos, e outras 4.325 estão em quarentena em suas casas.

As mortes ocorreram entre 7 de janeiro e 7 de fevereiro, segundo o ministro da Saúde da Guiné Equatorial, Ondo'o Ayekaba. Uma morte suspeita em 10 de fevereiro está sendo investigada.

A Guiné Equatorial fica na África Central e é um dos nove Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da qual o Brasil também faz parte.

A área afetada pelo surto localizava-se numa região rural de floresta densa, perto das fronteiras com Gabão e Camarões.

Ajuda da OMS

A OMS disse que enviará profissionais para a Guiné Equatorial para ajudar no combate à doença. Também serão fornecidos equipamentos de proteção para a equipe médica.

"O vírus de Marburg é altamente contagioso. Graças à ação rápida e decisiva das autoridades da Guiné Equatorial na confirmação da doença, a resposta de emergência pode chegar rapidamente para salvar vidas e parar o vírus o mais rapidamente possível", disse Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para África.

O vírus de Marburg

O vírus de Marburg causa febre hemorrágica e é transmitido por morcegos a primatas e seres humanos. Entre humanos, o contágio ocorre por meio de fluidos corporais de pessoas infectadas ou por superfícies e materiais, como roupas de cama.

O vírus leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez, em 1967. Na época, ele causou surtos simultâneos da doença em laboratórios em Marburg, na Alemanha, e em Belgrado, na então Iuguslávia (hoje Sérvia). Sete pessoas morreram expostas ao vírus enquanto realizavam pesquisas com macacos.

Desde então já houve surtos e casos esporádicos em países como Angola, Gana, Guiné-Conacri, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda.

Em um surto de 2004 em Angola, 90% das 252 pessoas infectadas morreram. Em 2022, duas mortes pelo vírus de Marburg foram relatadas em Gana.

Até hoje não há vacinas ou medicamentos autorizados para a doença, mas o tratamento de reidratação para aliviar os sintomas pode aumentar as chances de sobrevivência.

le/bl (Lusa, AFP, AP)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Gol contra no Gauchão, de Mario Marcos

Que tal a imagem do futebol gaúcho?

No domingo, em rede nacional, aquele espetáculo deplorável do gramado artificial do Passo d’Areia.

Na noite de segunda-feira, o gramado horroroso, cheio de remendos, do Estádio do Vale, também mostrado pela TV.

Imagens como aquelas desestimulam o público, que busca alternativas, e desvaloriza o Campeonato Gaúcho ainda mais.

O maior gol de Tévez, de Mario Marcos

De mariomarcos.wordpress.com 

Meu primeiro grande salário foi quando fui do Boca ao Corinthians. A primeira coisa que fiz foi dizer ao meu representante: não quero esse dinheiro, só quero que você tire minha família inteira de Fuerte Apache (bairro pobre de Buenos Aires, na Cidadela). Compre 15 casas fora do bairro e tire toda a minha família de lá. Foi muito emocionante porque ainda por cima mandei meu pai, que é mestre de obra, comprar e pintar tudo para que ficasse bem arranjado. Aí fizemos um churrasco surpresa em casa e dei a chave a cada um, sem que soubessem de nada."

(Carlos Tévez, ex-atacante, hoje técnico do Rosário Central, um dos muitos jogadores que nunca esqueceram de suas origens)


sábado, 28 de janeiro de 2023

Furto, agressões e ato obsceno: veja crimes cometidos em acampamento de golpistas em Brasília

O acampamento montado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, na frente do Quartel-General do Exército, em Brasília, para contestar o resultado eleitoral e pedir um golpe militar registrou ao menos 73 crimes. A informação consta do relatório divulgado pelo gabinete do interventor federal na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli.

Em dois meses, desde a instalação, em 1.º de novembro, até o desmonte, em 9 de janeiro, o acampamento registrou em média mais de uma ocorrência por dia. Na lista, há 20 crimes contra a honra, 19 furtos, 13 lesões corporais, seis crimes de dano, três acidentes de trânsito com vítima e um ato obsceno. Outras 11 notificações não foram especificadas no documento divulgado nesta sexta-feira, 27.

O interventor federal atribuiu “centralidade” aos manifestantes do QG nos atos golpistas do dia 8, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, com rastro de destruição pelo Palácio do PlanaltoCongresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Cappelli, o acampamento era um ambiente “onde circularam criminosos”, e eventos como a tentativa de explosão de bomba e bloqueio de aeroporto passaram “de uma forma ou de outra” pelo local.

Crimes no acampamento

A incidência mais comum, de crimes contra a honra, refere-se a atos de calúnia, difamação ou injúria. O crime de calúnia pode render de seis meses a dois anos de prisão e multa, segundo o Código Penal, enquanto a difamação tem pena de detenção de três meses a um ano e multa. A injúria pode render de um a seis meses de prisão ou multa e pode ter a pena aumentada caso haja emprego de violência ou discriminação.

O crime de lesão corporal é punido com três meses a um ano de prisão. A pena é aumentada quando a violência resulta em um quadro grave ou é cometida contra a mulher. Já o dano é considerado crime contra qualquer “coisa alheia”, não especificada no documento, e pode render detenção de um a seis meses ou multa – o dano é qualificado quando é cometido contra o patrimônio público.

Também não foram fornecidos mais detalhes sobre os furtos, os acidentes de trânsito com vítima e o ato obsceno descritos na peça.

Falhas de segurança

Ao longo de 62 páginas, o relatório da intervenção federal detalha a ação dos radicais e aponta falhas no trabalho da Secretaria de Segurança Pública do DF para desmobilizar os manifestantes. A avaliação é de que o acampamento dos bolsonaristas na frente do QG do Exército teve uma “complexa e engenhosa organização”, com cozinhas coletivas, banheiros com chuveiro quente, geradores de energia e uso de rádios-comunicadores.

Essa estrutura teria servido de “apoio logístico e local de concentração” para os radicais que atacaram as sedes dos Poderes, em 8 de janeiro. “O acampamento, desde a sua instalação, foi elemento crucial para o desenvolvimento das ações de perturbação da ordem pública que culminaram nos atos”, aponta o material.

O governo do DF chegou a organizar um plano de ação para retirar os manifestantes do acampamento, mas a operação foi cancelada por determinação do Exército.

O interventor afirma ainda que, apesar de informações sobre o risco de protestos terem sido encaminhadas por órgãos de inteligência e pela Polícia Militar do DF, o efetivo de agentes mobilizado pelo comando estadual foi “insuficiente” para conter os manifestantes.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Eles são brasileiros

De Mario Marcos - http://mariomarcos.wordpress.com 

Ao longo dos tempos nos habituamos a ver e sofrer com o drama de populações devastadas pela fome, em várias regiões do mundo. Sempre pareceu um drama distante de nós.

Pois bem, o que se viu no fim de semana mudou tudo.

Levados a Roraima por um pedido desesperado de socorro, equipes do governo constataram parte dos Yanomamis devastada pela fome, a subnutrição, as doenças e o abandono. Houve mais de 500 mortes de crianças como a da foto. Dezenas de outras precisaram de socorro imediato, de emergência, em busca de sobrevivência. Adultos que não conseguiam nem se equilibrar de pé lembravam cenas das zonas de guerra ou devastadas pela fome.

É uma população abandonada nos últimos anos e cercada por garimpeiros ilegais, protegidos pelo governo anterior – aquele do presidente que dizia que o país deveria ter feito como a 7ª Cavalaria americana que devastou populações indígenas -, que destruíram o ambiente, contaminaram a água com mercúrio e espalharam doenças pela região.

Pelo menos agora há uma situação de emergência e equipes de ministérios alojadas na região para salvar os Yanomamis.

Foi um genocídio.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Presos por ataques golpistas receberam verba pública e de bolsonaristas nas eleições

Bolsonaristas que foram presos em Brasília por suposta participação nos ataques golpistas de 8 de janeiro tiveram campanhas eleitorais em 2022 irrigadas por verba pública.

Pelo menos 10 desses bolsonaristas se candidataram para a disputa do ano passado, sendo que 7 receberam a soma de R$ 180,8 mil dos fundos eleitoral e partidário. Uma parte desse recurso foi distribuída aos presos por candidaturas de outros políticos, como do novo governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).

O grupo bolsonarista alcançou 5.800 votos e ninguém se elegeu. Cinco deles garantiram vagas de suplente e uma candidata renunciou durante a campanha.

O PL, legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, abrigou cinco dos bolsonaristas presos que se candidataram em 2022. Patriota, PMN, PRTB, Solidariedade e Democracia Cristã são as legendas dos demais.

Atual vereadora de Bom Jesus (SC), derrotada na disputa a deputada estadual em SC, Odete Correa (PL-SC) arrecadou a maior cifra entre os candidatos presos, R$ 58,9 mil. Ela conseguiu 564 votos e uma vaga de suplente.

A maior parte da verba levantada por Odete, R$ 35 mil, tem como origem repasses feitos pela candidatura da ex-governadora e deputada federal eleita Daniela Reinehr (PL-SC).

A bolsonarista presa ainda recebeu R$ 13,9 mil da campanha do governador Jorginho Mello (PL-SC), além de R$ 10 mil de Valdir Colatto (PL-SC), novo secretário estadual de Agricultura.

Daniela Reinehr disse que "repassou valores, durante a campanha eleitoral, para quase todas as mulheres candidatas a deputada estadual pelo partido".

O levantamento foi realizado pela reportagem a partir do cruzamento dos dados divulgados pela Seape (Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ao todo, 65 bolsonaristas presos se candidataram em eleições gerais ou municipais desde 2000, 26 deles em mais de uma ocasião.

A bolsonarista Maria Elena Passos (PL-ES), que se tornou suplente de deputada estadual, também teve parte da campanha bancada por outros candidatos. Ela recebeu R$ 6,5 mil da candidatura do senador eleito Magno Malta (PL-ES), além de R$ 30 mil da direção nacional do PL.

O jornalista Adrian Paz (PRTB-MG), candidato derrotado a deputado estadual e preso no DF, publicava fotos nas redes sociais no acampamento golpista em frente ao quartel-general do Exército. Em dezembro de 2022 ele exibiu cartazes, em diversos idiomas, afirmando que o Brasil havia sido "roubado".

Outra política presa após os atos golpistas, Stela Maria Atanazio (Democracia Cristã-SP) está no grupo de 60 bolsonaristas que deixar a cadeia com uso de tornozeleira eletrônica, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Atanazio recebeu cerca de R$ 13,8 mil do partido, mas conseguiu somente 247 votos e foi derrotada na disputa a deputada federal.

Rogério Souza Lima (PL-BA) teve o melhor resultado entre os bolsonaristas que foram presos. Com 2.005 votos, ele se tornou suplente de deputado estadual.

Ao menos dois bolsonaristas do grupo que se candidatou em 2022 divulgaram vídeos do momento da invasão das sedes dos três Poderes.

Oziel Lara dos Santos (Patriota-SC), que usou o nome "Fuzileiro Oziel Santos" ao perder a disputa a deputado estadual, transmitiu nas redes sociais a depredação do Palácio do Planalto.

No vídeo, ele afirmou que o povo estava "revoltado". "É uma cena de guerra aqui. Nós, militares da reserva, avançamos na frente. O STF já foi tomado", disse ainda.

Apesar de cobrar golpe e ação militar contra Lula, Oziel disse que a "maioria dos patriotas não faz isso", ao se referir ao vandalismo no Planalto. Ele recebeu R$ 10 mil da legenda durante a campanha eleitoral.

Já o advogado Thiago Queiroz (PL-MG) comemorou, em vídeos, a destruição dentro do Congresso Nacional. Em 2022 ele recebeu R$ 35 mil do partido, mas perdeu a disputa a deputado estadual.

"Tudo quebrado, sobrou nada. Vou ter de levar alguma coisa de lembrança", afirmou o advogado em vídeo gravado no Congresso Nacional, divulgado pelo site Patos Notícias.

Ainda foi preso o candidato a deputado federal Gennaro Vela Neto (PL-PR). Ele recebeu R$ 24 mil do partido, teve 640 votos e ficou no posto de suplente.

Bolsonarista que renunciou na disputa para segunda suplente de senador, Regina Aparecida Silva (PMN-RR) também foi presa no DF.

A candidata derrotada a deputada distrital Edna Borges Correa (Solidariedade-DF) teve apenas 106 votos. Ela foi detida sob suspeita de participar dos atos golpistas.

O partido disse que expulsou Edna de seus quadros.

Já o PL disse que abriu processos internos e vai expulsar filiados que "comprovadamente" praticaram atos violentos. Os outros partidos de bolsonaristas presos não se manifestaram. 

‘Bolsonaro esperava voltar para o Brasil na glória de um golpe’, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Jair Bolsonaro estava contando com um golpe para voltar dos Estados Unidos e reassumir o poder. Em entrevista à Globonews, Lula prometeu se reaproximar dos militares, mas quer as Forças Armadas despolitizadas. O presidente também acusou a Polícia Militar do Distrito Federal de negligência e afirmou que os serviços de inteligência das Forças Armadas e da Presidência não funcionaram para evitar os atos do dia 8 de janeiro, quando os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal foram invadidos e depredados.

Fiquei com a impressão que era o começo de um golpe de estado. Me dava a impressão de que Bolsonaro sabia de tudo o que estava acontecendo e estava esperando voltar para o Brasil na glória de um golpe”, disse o petista.

Depois de ter declarado publicamente que tinha perdido a confiança de parte dos militares e avisar que as Forças Armadas, Lula terá encontro com os comandantes das três Forças ainda esta semana. Numa tentativa de se reaproximar da caserna, o presidente disse que já encomendou ao Exército, Marinha e Aeronáutica uma lista do que precisam em recursos e estrutura para se modernizar, um discurso que costuma agradar os oficiais da cúpula. Lula reiterou, no entanto, que não quer ver os militares envolvidos com a política.

O importante é despolitizar as Forças Armadas. O soldado, o sargento e o coronel é do Estado. Não é Exército do Lula, do Bolsonaro, eles têm que defender o Estado brasileiro, a Constituição. Eu quero conversar com eles (os comandantes) abertamente. Quero manter uma relação civilizada. Convivi dignamente com as três Forças. Não quero ter problemas com as Forças, nem que elas tenham problema comigo. Quero que a gente volte à normalidade” disse Lula, acrescentando: “As pessoas estão aí para cumprir as suas funções e não para fazer política. Quem quiser fazer política tira a farda, renuncia ao seu cargo, cria um partido político e vai fazer política. Mas enquanto estiver a serviço nas Forças Armadas, enquanto estiver na Advocacia Geral da União, no Ministério Público, essa gente não pode fazer política”.

Lula contou que, no dia 8 de janeiro, ao acompanhar pelo computador de Araraquara, as imagens de invasão dos prédios públicos, ligou para o general Gonçalves Dias, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e cobrou: “Onde estão os soldados?”.

O petista admitiu que ficou irritado com a falta de ação do setor de segurança. Acusou a PM do DF de ter sido negligente, deixando os extremistas invadir os prédios, mas também apontou sua raiva para o setor de inteligência do governo. Para ele, falharam as inteligências do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e também do GSI. “Houve um erro elementar: minha inteligência (de governo) não existiu”, declarou.

O petista relatou que na sexta-feira que antecedeu à tentativa de golpe recebeu informações de que havia apenas 150 acampadas na frente do QG do Exército e estava tudo tranquilo. No fim de semana, no entanto, como revelou o Estadão, caravanas de ônibus se dirigiram a Brasília aumentando para 4 mil o número de extremistas na frente do quartel militar. Lula afirmou que no dia da ocupação havia 8 mil pessoas participando dos atos golpistas.

Apesar da insatisfação com a atuação dos militares, Lula saiu em defesa do ministro da Defesa, José Múcio. “Zé Múcio é meu amigo, eu confio, tem muita habilidade política. Tem gente que quer sair logo na porrada. Não é assim”. Também indicou que não pretende trocar os comandantes das Forças. “Você não pode substituir o jogador porque ele perdeu um gol. Tem que ver onde houve um erro nosso, negligência. Foi pego todo mundo de surpresa. O alerta é que a gente não pode mais ficar desprevenido”.

Lula defendeu apuração de todos os responsáveis pela invasão e a efetiva punição dos culpados. “Se Bolsonaro tiver participação direta no que aconteceu ele tem que ser punido”, afirmou. O petista disse, no entanto, que se opõe a ideia de se criar uma CPI para investigar a tentativa de golpe.

Segundo ele, participaram dos atos bolsonaristas, mas também profissionais que estavam preparados para invadir e ocupar prédios públicos com intenção de derrubar o governo eleito. O presidente afirmou que a sociedade brasileira precisa de paz e que o discurso de ódio não fez bem ao País. “Nos últimos quatro anos, o que nós vimos foi ódio disseminado todos os dias. A quantidade de fake news, as coisas mais absurdas que eu jamais acreditei que as pessoas pudessem acreditar”.

Na entrevista, Lula voltou a reclamar que não pode ocupar o Palácio da Alvorada. Seu antecessor teria deixado a residência sem condição de habitabilidade. “Deve ser o único caso da história em que o presidente não tem casa para morar”, disse, contando que ao visitar o prédio não havia nem cama no quarto e que as instalações estavam “semidestruídas”.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Terrorismo em Brasília é pior do que a invasão no Capitólio

De Rosane de Oliveira/ZH

O que ocorreu em Brasília ontem não tem precedentes na história da democracia brasileira. É muitíssimo mais grave do que o que aconteceu nos Estados Unidos na invasão do Capitólio por simpatizantes do ex-presidente Donald Trump, que se recusava a aceitar o resultado da eleição.

No Capitólio, mais de 900 pessoas foram presas e estão enfrentando processo. As forças de segurança agiram rápido e abortaram a tentativa de Trump de tomar o poder à força, impedindo a sessão que confirmou a vitória de Joe Biden. Os atos terroristas no Brasil atingiram os três Poderes. São chocantes as imagens do vandalismo no plenário do Supremo Tribunal Federal, no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto. Vidros quebrados, salas alagadas, cadeiras quebradas. Não foi uma manifestação espontânea. Teve articulação, teve planejamento, teve financiadores, teve executores. Quem são e a serviço de quem estavam é o que os inquéritos deverão apurar agora.

A Polícia do Distrito Federal não foi apenas omissa. Foi conivente. Não por acaso, o secretário da Segurança Pública, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, estava fora de Brasília. Onde? Em viagem aos Estados Unidos, mais especificamente na Flórida, local escolhido por Bolsonaro para se refugiar com a esposa e a filha. O governador Ibaneis Rocha, que nomeou Anderson Torres, sabendo de quem se tratava, tem sua parcela de culpa pelo que aconteceu. Como pode o secretário da Segurança que assumiu há menos de 10 dias tirar férias, sabendo-se que o clima em Brasília era tenso?

Ninguém pode dizer que foi surpreendido pela invasão dos prédios públicos. Foi anunciada nas redes sociais, com ônibus saindo de diferentes pontos do país. O governo do DF não viu, e a "inteligência" do governo federal não detectou o perigo. Porteira aberta aos golpistas.

O que se viu foi mais do que uma tentativa fracassada de golpe de Estado. Terroristas ultrajaram a bandeira do Brasil, usando-a como adereço no ataque às instituições. Vilipendiaram o brasão da República, arrancado do prédio do Supremo Tribunal Federal para colocá-lo sobre uma cadeira de ministro do lado de fora. Afrontaram as instituições que sustentam a democracia. Blasfemaram contra o Hino Nacional ao cantá-lo em celebração aos destroços do Congresso.

Conseguiriam o efeito contrário ao pretendido golpe: a união dos governadores, que ofereceram ajuda ao governo federal para restabelecer a paz em Brasília e o repúdio de instituições internacionais e de governos dos Estados Unidos, Europa e América Latina.