Powered By Blogger

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Tráfico das drogas na novela "A Força do Querer" da Globo

Estou vendo a novela A Força do Querer da Globo e acho que está muito voltada para o crime do tráfico de drogas. A Bibi (Juliana Paes) que antes estava na faculdade para ser advogada, casada com o Rubinho (Emilio Dantas) o qual ganhou muito dinheiro com o tráfico de drogas. O marido foi preso e depois está foragido na favela com a esposa. Lá é um reduto do tráfico onde alguns traficantes tem muito dinheiro.

Agora Rubinho é considerado o “Rei do Pó” e a Bibi é “Baronesa do Pó”. Essa novela da Globo está incentivando os bandidos e também os que trabalham com carteira profissional, mas recebem um por cento com os salários contra os traficantes que ganham muito mais.

O bandido Rubinho, o chefe Sabiá e a esposa Bibi, transitam e compram armas e drogas livremente, e a polícia não pega eles. O Rei e a Baronesa do Pó estão ganhando muito dinheiro em pouco tempo, programam ter R$ 1 milhão com as drogas.

Eu acho que tem muitos bandidos e também com essa novela da Globo A Força do Querer incentivando o tráfico das drogas, mesmo que depois sejam presos, mas logo estarão em liberdade, pois logo fogem da cadeia.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Mais esse governicho: "com crise e homicídios, qualidade de vida no RS cai"

Estado teve segundo ano consecutivo de queda no Índice de Desenvolvimento Estadual

Atingido pela crise na economia e com homicídios crescendo, o Estado teve o segundo ano consecutivo de queda na qualidade de vida da população, destoando da média nacional, que segue avançando. As conclusões fazem parte da quarta edição do Índice de Desenvolvimento Estadual — Rio Grande do Sul (iRS).
O indicador, elaborado com dados de 2015, mostra que os gaúchos permaneceram em quarto lugar no ranking geral, mas aumentou a distância em relação a Santa Catarina, na terceira colocação, enquanto o Paraná, na quinta posição, se aproxima.Uma novidade deste ano é o aperfeiçoamento metodológico na dimensão da educação. Além de levar em conta o desempenho nas séries iniciais, avaliado pela Prova Brasil, e o grau de distorção entre a idade ideal e a efetiva no Ensino Médio, foi agregada a análise da taxa de matrícula, também no Ensino Médio. Com isso, toda a série histórica foi revisada.
A intenção foi robustecer o indicador com a inclusão de dado que retrata um problema central da educação atual, o atendimento aos jovens pelo Ensino Médio. O ajuste não alterou as colocações do Estado no índice geral do iRS nos anos anteriores. Outra inovação diz respeito ao formato de discussão das conclusões. Nos anos anteriores, eram promovidos debates separados sobre cada uma das dimensões, para estimular a troca de ideias e tentar encontrar soluções em cada área.
Agora, será realizado em 22 de agosto, na PUCRS, um fórum único para discutir os resultados do iRS e as perspectivas para o Estado. O evento será aberto ao público. À frente da equipe que elabora o iRS, o coordenador do curso de Economia da Escola de Negócios da PUCRS, Ely José de Mattos, avalia que a iniciativa está cumprindo o seu papel:
"O iRS completa quatro de anos de contribuição ao debate sobre desenvolvimento no Estado. Como ressaltamos desde a primeira edição, a ideia desse projeto é provocar o debate e não encerrá-lo, pois não existe consenso. O que buscamos é incentivar a sociedade para discutir, para que seja protagonista diante dos desafios que temos pela frente" — afirma Mattos.
Em 2015, último ano em que todos os dados analisados estão disponíveis, o Rio Grande do Sul permaneceu entre as cinco unidades da federação com melhores indicadores, mas o índice final, de 0,646, teve o segundo recuo consecutivo e, desta vez, mais significativo, de duas casas depois da vírgula – o que é significativo em um índice que varia entre zero e um. Enquanto isso, a média nacional, mesmo abaixo do índice gaúcho, seguiu avançando.
Mesmo assim, o Estado manteve as posições nas dimensões avaliadas: quinto em padrão de vida, terceiro em longevidade e segurança e, no quesito onde o Estado tem a pior posição relativa, educação permaneceu na oitava posição, fora do pelotão de elite.Na dimensão padrão de vida, o Rio Grande do Sul teve queda. Vale lembrar que foi o ano em que o Brasil entrou oficialmente em recessão e o recuo também foi observado nas demais unidades da federação. Em educação o avanço foi tímido, também em linha com o país. Com isso, uma das principais influências veio da dimensão que avalia longevidade e segurança. O Estado até melhorou, mas foi um avanço inferior na comparação com a média nacional e os principais pares. 
Pelo lado positivo, o Rio Grande do Sul teve melhora na expectativa de vida e redução nas mortes por acidentes de trânsito. Pesou contra, porém, a piora, também pelo segundo ano seguido, da variável de homicídios, na contramão da média nacional e da maior parte das unidades da federação. No ranking geral da qualidade de vida, uma novidade em 2015: o Distrito Federal assumiu a ponta no país. Tirou a liderança que São Paulo tinha desde o início da série.

Por que os dados são de 2015?
 
O iRS avança até o ano dos dados mais recentes disponíveis para todas as variáveis. O atraso das estatísticas é um problema comum em função do tempo de coleta, processamento e divulgação das informações. O iRS busca utilizar as alternativas mais rápidas para reduzir ao máximo este tempo.

Senadora do PT Gleisi Hoffman hostilizada em aeroporto

sábado, 12 de agosto de 2017

Saudade de você Pai

Susepe desorganizada. Um complexo prisional, uma cadeia de falhas

Penitenciária de Canoas, uma promessa de sete anos sem prazo para ser cumprida

Obra se arrasta por diferentes governos e retrata como a burocracia emperra construções. A primeira das quatro unidades deveria ter ficado pronta em nove meses, mas levou dois anos e sete meses. As outras três sequer têm prazo para serem concluídas

Por: José Luis Costa/ZH
Foto: Omar Freitas / Agencia RBS
Em janeiro de 2013, o então vice-presidente da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), Eugênio Couto Terra, saudou assim a construção da Penitenciária de Canoas:
"Tomara que este seja o ano da virada e que possamos chegar ao seu final dizendo que foi um novo e diferente capítulo para a história do sistema prisional."
Acreditava-se que o Rio Grande do Sul vivia a maior crise nas cadeias, necessitando com urgência de novas prisões. O déficit superava 10,7 mil vagas, com 4,3 mil apenados em casa por falta de espaços em albergues.
A frase do juiz Couto Terra foi citada no acórdão do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS) que autorizou a construção com dispensa de licitação da Penitenciária de Canoas 1 (Pecan 1) para 393 presos. 
A empresa escolhida foi a Verdi Sistemas Construtivos, que dispunha da tecnologia exclusiva para erguer com rapidez o empreendimento aos moldes de como desejava o Estado, com custo inferior ao de outras empreiteiras. A obra se justificava sem concorrência em razão da necessidade de ações imediatas para minimizar o quadro caótico das prisões, sobretudo do Presídio Central de Porto Alegre, alvo de denúncia à Organização dos Estados Americanos (OEA), por causa das péssimas condições.
A Pecan 1 foi a primeira penitenciária do complexo instalado em uma área de 50 hectares de mata de eucalipto doada pela prefeitura de Canoas ao governo do Estado em 2010. Outras três prisões — Pecan 2, 3 e 4 — para 2,4 mil presos seguiram a mesma decisão do TJ. O custo total superou R$ 117 milhões. A estimativa inicial era de nove meses de trabalho para erguer a Pecan 1, mas levou dois anos e sete meses para o ingresso de presos. As redes de água potável e de esgoto cloacal e pluvial que deveriam estar prontas em 2014, conforme o Estudo de Impacto de Vizinhança para o complexo, só foram conectadas à tubulação da Corsan em fevereiro de 2016. No mês seguinte, a Pecan 1 recebeu presos e logo lotou. As obras das outras três unidades começaram em abril de 2014, com seis meses de atraso. Eram para ficar prontas em 180 dias, mas levaram três anos e três meses.
A ocupação tímida começou em julho de 2017, com déficit no sistema prisional gaúcho 30% maior do que em 2013, ano em que o juiz Couto Terra acreditava que a crise nas cadeias seria superada.
"O sentimento de frustração é muito grande. O problema do sistema prisional é crônico no país. Historicamente, não é tratado como prioridade pelos governos" — lamenta o magistrado, atualmente na 10ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre.
Chuvas, falta de sistema elétrico, desnível e licitações desertas
Uma série de falhas e percalços atravancou as obras das Pecan 2, 3 e 4. A licença ambiental demorou 180 dias, sendo obtida no mês em que a obra deveria estar pronta. Faltava, ainda, uma casa de força para interligar a energia elétrica do complexo, o que atrasou em 10 meses as obras, e chuvas paralisaram os trabalhos por mais 60 dias. As três unidades estão em uma área de várzea, cerca de oito metros abaixo do nível da Pecan 1 — o que exigia uma estação elevatória de bombeamento do esgoto cloacal e pluvial até a tubulação da Pecan1, para, depois, lançar na rede da Corsan. Um sumidouro chegou a ser sugerido, mas foi rejeitado pela prefeitura de Canoas por ferir a lei ambiental.
Não se sabe exatamente quando o Estado se deu conta do problema, mas, em dezembro de 2015, o Piratini criou uma força-tarefa para acelerar projetos prisionais, e a estação elevatória de esgoto entrou na pauta. Um ano depois, duas licitações foram abertas e nenhuma empresa se candidatou. Em recente audiência pública na Assembleia para discutir o assunto, o deputado Ronaldo Santini (PTB), que presidiu a Comissão Especial da Segurança Pública, criticou a demora da obra e disse que o engenheiro responsável pelo projeto sem a estação elevatória deveria ser "preso e o primeiro morador da cadeia".
Em março de 2017, a Corsan assumiu o serviço e, conforme o governo do Estado, a conclusão está prevista para 25 de agosto. A pavimentação e a iluminação da estrada de acesso ao complexo prisional de Canoas, previstos no Estudo de Impacto de Vizinhança para serem concluídas em 2014, foram interrompidas em outubro daquele ano. O R$ 1,8 milhão, repassado pelo Estado a uma empreiteira por meio de convênio com a prefeitura de Canoas, foi suficiente apenas para um trecho de asfaltamento e, mesmo assim, a conta com a empresa só foi quitada pelo Estado em outubro de 2015. Uma das razões para isso foi que os recursos reservados em 2014 para o complexo prisional foram gastos com pagamento da folha salarial de servidores.
A continuidade da pavimentação da estrada até as penitenciárias 2, 3 e 4, indispensável para o funcionamento, deveria ser retomada em junho de 2016, mas o Estado destinou, novamente, R$ 1,8 milhão, valor aquém do preço de mercado. Duas licitações abertas pela prefeitura de Canoas restaram desertas porque o custo chega a R$ 2,5 milhões. Sem candidatas para a obra, a administração municipal abriu um desvio de chão batido coberto de brita e rachão até o portão das prisões, e pediu ao Estado os R$ 700 mil para inteirar o preço do serviço — o valor foi negado pelo Piratini, que entendeu que o convênio não podia ser aditado. A prefeitura, então, por conta e risco, decidiu assumir a obra sem o dinheiro, acreditando na promessa do Estado de pagar a diferença por meio de outros repasses.
"Estamos refazendo o edital que deve estar na rua neste mês (em agosto), e a previsão de conclusão da obra é de 90 dias, após a contratação da empresa" —afirma o prefeito Luiz Carlos Busato (PTB).
Há dois anos, três módulos estão 99% prontos e vazios
Os módulos 2, 3 e 4 estão 99% prontos desde julho de 2015. A demora em ocupar as prisões tem relação direta com presos amontoados em viaturas, tira PMs do patrulhamento de rua, lota e tumultua Delegacias da Polícia Civil Estado afora. Desde o segundo semestre de 2015, conforme a promessa do governo brasileiro à OEA, o complexo de Canoas estaria em operação, o que aliviaria a crise no Presídio Central de Porto Alegre, alvo de denúncia na também Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Por ordem da Justiça, o Central só pode receber presos provisórios (sem condenação). O presídio segue superlotado e produzindo situações insólitas como a que envolve o assaltante Maicon de Mello Rosa, 25 anos, denunciado pela morte do policial Rodrigo Wilsen da Silveira, 39 anos, em Gravataí, em junho. Em ação judicial, Maicon exige R$ 60 mil do Estado a título de indenização por já ter ficado preso no Central em condições degradantes.
O complexo de Canoas está 19% ocupado. A Pecan 2 tem 144 presos. As prisões 3 e 4 seguem fechadas sem previsão de abertura. Contrário à realização da obra sem licitação, o procurador-geral do MP de Contas, Geraldo da Camino, lamenta a situação.
"Questionamos contratações sem licitações para construção de presídios desde 2010. Dizíamos que não se tratava de situação de emergencialidade, nos termos da Lei 8.666/93, mas de graves deficiências de planejamento, devendo ser realizadas licitações. Os problemas hoje constatados confirmam o acerto daquele posicionamento. Se as licitações tivessem sido realizadas, com projetos básicos e executivos efetuados adequadamente, provavelmente o sistema carcerário já dispusesse dessas vagas, hoje ainda mais criticamente necessárias."
O juiz-corregedor Alexandre Pacheco, coordenador do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do TJ, é enfático:
"O que está acontecendo em Canoas é reflexo da incompetência do Estado em gerir o sistema prisional."
O presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do RS (Amapergs-Sindicato), Flávio Berneira, concorda:
"A verdade é que não tem gente. Se fizer esforço, é uma questão de dias para terminar essa obra. Se inaugura hoje, não tem funcionário. Para não ficar tão feio, é melhor atribuir a outros problemas."
CONTRAPONTOS

O que diz Yeda Crusius, governadora entre 2007 e 2010:
"A questão da segurança, como evoluiu, mostra que estávamos nos antecipando aos problemas. Nosso projeto foi sepultado. A gente paga pelas escolhas. O governo atual está com o cofre vazio e furado. Tudo que entra, sai. Herdou uma situação fiscal que o impede de fazer as coisas. Tenho muita pena do que está acontecendo. Quem paga é a população. A situação na segurança pública é grave.

O que diz Gelson Treisleben, superintendente da Susepe entre 2011 e 2014:
Sobre o projeto
"Infelizmente, não conseguimos concluir o complexo na nossa gestão. Não reconheço erro no projeto. Foi analisado por técnicos habilitados e considero bom projeto. É lógico que se, no decorrer da existência do estabelecimento prisional, for constatado algum erro, que se faça adequação. No primeiro momento, o sistema de bombeamento de esgoto não estava no projeto, mas durante a obra foi constatado e consultada a PGE para o bombeamento, a eletrificação e o arruamento. Fiz obra para 2,8 mil vagas. Está lá, pronta. O que é o mais difícil. Quanto tempo leva para fazer o bombeamento do esgoto? É só por falta de esgoto? Por que a Pecan 2 só tem 144 presos? Se eu estivesse lá, o esgoto seria o menor dos problemas."


Sobre muros e guaritas
"Existe normativa do Departamento Penitenciário Nacional que sugere não ter muros. Acredito nos técnicos da Susepe, não só da engenharia, mas também do departamento de segurança. Se entenderam que não era necessário guaritas naquele local (área administrativa), tem de respeitar a posição deles. Daqui a pouco, vão querer fazer um buraco e colocar jacaré como na idade média."


O que diz Cezar Schirmer, titular da SSP:
- Sobre obras do complexo
"Na verdade, essa é uma história cheia de capítulos, uma novela antiga, que peguei andando. Quando assumi (em setembro de 2016), percebi que era um problema. Identifiquei 14 itens não resolvidos e perguntei quais são indispensáveis para abrir. Era pessoal, esgoto e a abertura do acesso, e isso está sendo resolvido."


Sobre contratação de agentes
"O concurso está em andamento com 720 candidatos. Uma das razões para não abrir todo o complexo é a falta de pessoal. Antes era o esgoto, mas está em vias de resolver. A Corsan prometeu entregar a obra para todo o complexo em 25 de agosto. Aí vamos começar a ocupar a segunda galeria da Pecan 2. Vamos abrir progressivamente, pagando diárias e horas-extras para servidores."


- Sobre ocupação 100% do complexo
"O custo de operação é de R$ 9 milhões por mês. Tem processo que envolve finanças, pessoal. Não posso dar uma data. As provas do concurso já se encerraram. Agora está sendo feita análise da vida pregressa dos candidatos. Depois, tem o curso. Só posso dar o cronograma depois de homologado o concurso. A ideia que se tem é ocupação progressiva, com a seleção de presos. Mobiliário e computadores estão comprados. Estamos comprando uniforme, tênis, jaqueta, chinelo, moletom, camiseta, calça. Já tem licitação na rua, com prazo de 30 dias. Estamos adquirindo cozinha, lavanderia e material de atendimento médico, veículos, scanner corporal, equipamento de videomonitoramento, com prazo para 60 dias. Coletes balísticos, algemas e equipamentos de segurança, em 45 dias."


Sobre bloqueador de celulares
"Nosso desejo é instalar, não só em Canoas, mas em outras penitenciárias. Tivemos reunião recente entre secretários de segurança e de administração penitenciária com o ministro da Justiça e surgiram questões envolvendo operadoras. É um problema geral em todo o país. Voltaremos a tratar do assunto, em Brasília, dia 16."


O que diz a Susepe:
A Susepe informou que se pronunciará na segunda-feira (14).

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Susepe desorganizada

‘Cenário de guerra’: Vídeo mostra presos algemados a janela, volante e camburões lotados

Um vídeo gravado na Delegacia de Pronto Atendimento de Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, registra um minuto da rotina com a qual agentes da Polícia Civil e policiais militares têm de lidar todos os dias. A gravação começou a circular em redes sociais nesta quarta-feira (26), mas não revela quando teria sido feita. O autor também não se identificou.
Com um sistema penitenciário que há anos opera com superlotação, desde 2015, se tornou comum que delegacias de polícia no Rio Grande do Sul sejam obrigadas a manter em suas carceragens, sem estrutura ou recursos humanos, presos provisórios.
O vídeo começa mostrando cinco presos sentados em um mesmo camburão de uma caminhonete da Brigada Militar, enquanto outros três estão algemados em uma viatura ao lado e diz: “Olha aí, o banho de sol direto da turma aí”. Em seguida, as imagens mostram três homens em pé, algemados às grades de uma janela e outra caminhonete da BM que, além de um camburão lotado, tem dois homens algemados junto ao volante.
Uma pessoa que não aparece no vídeo se dirige a quem filma e diz: “Vem mais lá, olha, delegado”. “Onde? Mais presos?”, pergunta quem faz a filmagem. Quando a resposta é afirmativa, ele comenta irônico: “Aí sim, né?”.
A delegacia de Gravataí onde a filmagem foi realizada fica na região do Parque dos Anjos, uma zona central da cidade. “Está um cenário de guerra, tem preso para todo lado. Montaram um presídio de campanha na frente da delegacia de Polícia. As vítimas tem que passar por meio dos presos para fazer seus registros. Tem a Brigada Militar custodiando os presos na rua, enquanto a Polícia Civil faz custódia dentro da delegacia”, conta Isaac Ortiz, presidente da Ugeirm – Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil, que esteve no local nesta quarta.
Desde 2015, a situação das carceragens de delegacias de polícia superlotadas vem sendo denunciada pela Ugeirm pelo desvio de função de agentes e situação de risco a que expõe policiais, civis que frequentam os espaços em busca de serviços e os próprios presos. No último sábado (22), um policial civil foi ferido com um tiro na perna, durante a fuga de seis presos da carceragem lotada do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na zona leste de Porto Alegre.
É o caos e abandono total do Estado. A impressão que temos é de que vivemos num Estado sem governo, legalmente constituído”, diz Ortiz. Ele diz que a mesma situação tem se repetido em delegacias de São Leopoldo, Novo Hamburgo e Porto Alegre. A de Gravataí, onde o vídeo foi gravado, estava mantendo 40 presos até a noite desta quarta.
No ano passado, denúncias de presos sendo mantidos em viaturas e até mesmo nos porta-malas de carros, além da imagem de dois homens algemados à uma lixeira em frente ao Palácio da Polícia, obrigaram a Secretaria de Segurança Pública a dar uma resposta. O secretário Cezar Schirmer (PMDB) chegou a cogitar a possibilidade de adotar contêineres que funcionaram como celas para presos provisórios, mas acabou executando o projeto de um Centro de Triagem. O local porém, além de ter sido inaugurado sem ter todas as vagas disponíveis, foi insuficiente e registrou fuga de presos logo no início. A SSP ressuscitou ainda o ônibus Azul Trovão para funcionar como cela. Mas a ideia também não funcionou. Sem local para estacionar, o veículo o governo chegou a colocá-lo com presos dentro, nas ruínas do Estádio Olímpico.
Em abril, durante uma audiência pública realizada pela Comissão Especial de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, a superintendente da Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários ), Marli Anne Stock, disse ao público composto majoritariamente por policiais civis: “Hoje, não tenho o que dizer para o senhores. Estaria mentindo se dissesse que vamos esvaziar as delegacias. Não temos condições de colocar todos esses presos dentro do sistema. A solução são novos estabelecimentos e eles levam tempo. Parar de prender não dá, então a gente vai ter que ir se virando do jeito que dá”.

Tricolor na Copa Libertadores!!!


terça-feira, 8 de agosto de 2017

Esse governicho do Federal é desorganizado nos serviços prisionais

Programa do Governo Federal que deveria criar 45 mil vagas penitenciárias não atingiu nem 2 mil

Entre os anos de 2012 e 2015, foram repassados ao Departamento Penitenciário do Ministério da Justiça R$ 1,2 bilhão

Programa deveria reduzir o número de presos em delegacias de polícia com a construção e ampliação de cadeias públicas
Alexandre Gondim/ JC Imagem 

Iniciado em 2011 com a promessa de criar 45.730 mil vagas nos presídios brasileiros, o Programa Nacional de Apoio ao Sistema Prisional (PNASP) atingiu apenas 2,6% do objetivo e só gerou 1.190 vagas.
A constatação é do Ministério da Transparência (CGU), que fez um relatório sobre a gestão do programa, coordenado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão do Ministério da Justiça.
O estudo da CGU também aponta para a precariedade dos dados acerca do sistema carcerário no país. Segundo a CGU, a situação é “grave”, pois os números que se tem hoje não são totalmente confiáveis, o que “dificulta a implementação de políticas públicas” por parte do Executivo federal.
O principal problema seria a divisão entre os módulos de gestão e de estatística do Sistema Nacional de Informações Penitenciárias (InfoPen), o que resulta em números sem lastro no próprio sistema, indica o relatório.
Lançado em 2011, o PNASP foi criado para auxiliar os estados na construção e ampliação de cadeias públicas, que somariam 99 obras. O estudo afirma que o controle dos recursos repassados pelo governo federal são adequados, mas não suficientes em relação à fiscalização in loco
Na maioria dos casos, os problemas que levaram ao fracasso do PNASP dizem respeito aos governos estaduais.  
Por isso, a CGU recomenda ao Depen que estabeleça com as unidades da federação o compromisso de encaminhamento periódico das informações sobre a evolução das obras, incluindo registros fotográficos e o resultado de ensaios. O ideal, aponta o estudo, seria criar um módulo de monitoramento de obras como o usado no Ministério da Educação com o Sistema Simec.
Dentre as dificuldades para tirar o programa do papel, a CGU destaca a inadequação do local de construção; mudanças nas estruturas administrativas dos governos; incompletude dos projetos complementares de engenharia, falhas nos editais de licitação; e resistência das população à construção de unidades prisionais.
Clique aqui para ler o relatório.
Este conteúdo foi produzido pelo Sistema Jornal do Commercio de Comunicação. Para compartilhar, use o link http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/mundo/brasil/noticia/2017/07/24/programa-do-governo-federal-que-deveria-criar-45-mil-vagas-penitenciarias-nao-atingiu-nem-2-mil-297175.php
Este conteúdo foi produzido pelo Sistema Jornal do Commercio de Comunicação. Para compartilhar, use o link http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/mundo/brasil/noticia/2017/07/24/programa-do-governo-federal-que-deveria-criar-45-mil-vagas-penitenciarias-nao-atingiu-nem-2-mil-297175.php
Este conteúdo foi produzido pelo Sistema Jornal do Commercio de Comunicação. Para compartilhar, use o link http://jconline.ne10.uol.com.br/canal/mundo/brasil/noticia/2017/07/24/programa-do-governo-federal-que-deveria-criar-45-mil-vagas-penitenciarias-nao-atingiu-nem-2-mil-297175.php

sábado, 5 de agosto de 2017

Grêmio aparece entre os 10 melhores times do mundo em ranking de site

A boa fase do Grêmio nas três competições que está disputando - Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores - colocou o clube como o melhor time brasileiro em um ranking divulgado nesta quinta-feira pelo site Club World Ranking. Segundo a lista, o Tricolor está em 8º lugar, atrás de outros grandes times como Real Madrid, Barcelona, Juventus e Bayern de Munich.

No ranking, o Grêmio soma 10.099 pontos. A pontuação é calculada com base nos resultados dos jogos realizados pelas equipes nas últimas 52 semanas e atualizada semanalmente. 

O Inter está na posição de número 188.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

O Estado não paga os salários e depois, os funcionários entram na Justiça

Os Estados do Brasil não pagam os funcionários públicos. Os mesmo tem direito legalmente, mas os governadores não cumprem seus compromissos com os servidores.

Logicamente, os servidores entram na Justiça para que os estados tenham que pagar, mas depois da sentença dos juízes, os governadores entram com precatórios, para pagar quando tem dinheiro. Muitas das decisões dos juízes são para que o Estado pague os funcionários, porém isso só acontece depois de cinco, dez, ou vinte anos. 
Há alguns anos tem de origem na Justiça uma lei no Brasil, que os estados teriam até 2020 para pagar os precatórios. Apesar desta lei, os governadores falaram para os deputados federais que propuseram outro projeto no qual os estados teriam mais 10 anos para pagar todos os precatórios.
Isso é assim: os estados não pagam, não cumprem as leis e depois os processos que tem sentença contra o Estado ficam nos precatórios que levam anos para serem pagos.

sábado, 29 de julho de 2017

Maria Lúcia Medici fez uma carta para o governador, para mim é um governicho

Por Maria Lúcia Medici,

"Sr. Governador,
Se eu faltar ao serviço, meu dia é descontado...
Se eu não cumprir com minhas obrigações, serei punido...
Se eu parar de trabalhar porque não recebi meu salário, os dias serão descontados...
Se eu não pagar minhas contas em dia, pagarei juros...
Estaria eu vivendo e trabalhando sob pressão e coação????
Os servidores públicos da segurança, da saúde, da educação, de todas as instituições já ajudaram, e muito, a pagar as dívidas decorrentes da má administração e dos desvios de dinheiro da máquina pública.
Quem sabe agora o legislativo e o judiciário colaboram.
Se tiver coragem parcela o salário dos deputados, dos magistrados...
Aí, pode ser que eu acredite que o Estado está falido, e que o parcelamento do salário dos funcionários públicos não é só um terrorismo para pressionar o governo federal a liberar verbas e para a Assembleia Legislativa aprovar seus projetos que tiram os direitos dos trabalhadores".

Salários do funcionalismo gaúcho serão parcelados pelo 18º mês consecutivo. Será de R$ 650

Sartori é um terrorista contra os funcionários públicos, só no Executivo, já no 3º ano no 6º semestre. 

Esse é um governicho, sem segurança pública, saúde, educação, estradas, etc.

Líderes do crime isolados em prisões federais

Três mil agentes de 19 instituições atuaram na transferência de 27 condenados por delitos graves no Rio Grande do Sul

Foi durante uma reunião de trabalho, em março, que a cúpula da segurança pública gaúcha reconheceu: medidas preventivas e captura de bandidos tinham efeito quase nulo na escalada da violência no Estado. Não era mais possível conviver com decapitações e esquartejamentos, tampouco dar explicações sobre crimes bárbaros como um pai executado por engano em estacionamento de supermercado e uma mãe assassinada por ladrão em frente à escola do filho.
"Solução tradicional para problemas que não se resolvem, exige mudanças. Não pode ser mais do mesmo" – sentenciou Cezar Schirmer, titular da Segurança Pública (SSP).
A frase foi a senha para desencadear a Operação Pulso Firme, maior ofensiva realizada no Estado, com a participação de 3 mil agentes de 19 instituições estaduais, federais e da prefeitura de Porto Alegre. A ação foi tornada pública na madrugada de sexta-feira, com a transferências de 27 condenados gaúchos para penitenciárias federais em Mato Grosso do Sul, Rondônia e Rio Grande do Norte. A maioria deles é considerada líder de facções que comandavam crimes de dentro das cadeias gaúchas.

A ação foi estudada por cinco meses. Ainda em março, foi reforçado o patrulhamento na Grande Porto Alegre com 350 PMs vindos do Interior, acrescido de duas centenas de agentes da Força Nacional. Em meio a análises de planos por técnicos da SSP em parceria com policiais civis, militares e agentes penitenciários, brotou a ideia de transferir para fora do Estado os responsáveis pelas mortes nas ruas que, sabidamente, estavam dentro das cadeias.

Um fator contribuiu para a decisão: o isolamento na penitenciária federal no Paraná de Jackson Peixoto Rodrigues, o Nego Jackson, em fevereiro, e de José Dalvani Nunes Rodrigues, o Minhoca, na prisão federal de Mato Grosso, em março, coincidiram com a redução de homicídios em Porto Alegre. Líderes de facções criminosas – refugiados no Paraguai, onde foram presos –, os dois são acusados de comandar dezenas de assassinatos na Capital.

O passo seguinte foi buscar apoio de outras instituições ao plano de transferir líderes de facções para penitenciárias federais e “cortar a cabeça pensante” dos crimes nas ruas. Em Porto Alegre, Schirmer se reuniu com a direção do Ministério Público, com a presidência do Tribunal de Justiça e teve três encontros com generais do Comando Militar do Sul.

Em Brasília, o secretário foi ao gabinete do então ministro da Justiça, Osmar Serraglio. Responsável pelo Departamento Penitenciário Nacional, Serraglio era figura importante para que o projeto se concretizasse com aval da Justiça Federal, que decide sobre transferências para prisões da União.
 

Em junho, o sinal verde do ministério da justiça

A queda de Serraglio no final de maio, e a chegada do novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, fizeram Schirmer retomar o assunto em junho, quando recebeu o sinal verde para as transferências. O objetivo da SSP era remover 46 apenados, mas 19 nomes foram vetados, uma parte por juízes gaúchos e outra por magistrados federais.

"O ideal seria transferir 200 criminosos, mas esses 27 dão mostra das nossas intenções" – afirmou Schirmer em entrevista coletiva, na qual o governo do Estado e autoridades comemoraram a ofensiva como “marco do enfrentamento ao crime”. O governador José Ivo Sartori saudou a integração com 19 instituições e disse que ela representa uma conquista nacional.
"Esse trabalho deve ser contínuo e permanente. Este será um final de semana diferente para os gaúchos" – enfatizou Sartori.
A ação teve início na madrugada de quinta-feira (veja no quadro ao lado), quando a Superintendência dos Serviços Penitenciários concentrou os 27 presos na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). A maioria dos transferidos estava detida no Presídio Central de Porto Alegre e na própria Pasc. Na madrugada de sexta, antes de serem levados em camburões para a Base Aérea de Canoas, todos baixaram a cabeça e, em fila indiana, dirigiram-se às viaturas. No meio da manhã, o grupo embarcou em dois aviões da Aeronáutica com destino às penitenciárias federais de Porto Velho (RO)Mossoró (RN), e Campo Grande (MS), sendo nove presos para cada. A remoção de Charqueadas até Canoas mobilizou PMs do patrulhamento ostensivo, bombeiros e policiais rodoviários federais. Foram bloqueados trechos da BR-290 e da RS-401 para permitir a passagem do comboio, gerando congestionamentos nas rodovias.

Os presos escolhidos para deixar o Estado comandavam de dentro do sistema prisional o tráfico de drogas, ordenavam execuções, assaltos a banco e roubos de carros. Por serem líderes das maiores facções gaúchas e manterem contato com seus subordinados nas ruas, há receio de que essas transferências causem uma onda de violência no Estado. Questionado sobre essa possibilidade, Schirmer ressaltou:

"Estamos atentos, preparados para tudo, para o que der e vier".
O secretário ainda destacou que a chegada às ruas do Estado de 1.018 novos PMs neste mês foi para prevenir essa possível reação.

Participaram desta cobertura Cid Martins, Eduardo Matos, Eduardo Torres, José Luís Costa, Marcelo Kervalt/ZH

Impacto incerto para a redução da violência

A transferência de mais de duas dezenas de líderes de facções gaúchas para presídios federais foi vista como demonstração de força das autoridades de segurança pública contra as organizações criminosas. Porém, o impacto do plano na redução da violência ainda é incerto. Especialistas ouvidos por ZH analisam que, isolada, a ação surte efeito tímido na queda dos indicadores de violência em razão da capacidade de reorganização da estrutura das quadrilhas. Por isso, o isolamento dos líderes precisa estar associado a outras estratégias de combate e prevenção da violência.
"Essa operação vai ao encontro de uma necessidade, porque, no Rio Grande do Sul, havia descontrole na segurança. Mas, por si só, não resolve o colapso no sistema prisional nem rebate a criminalidade. Em um primeiro momento, enfraquece as facções, mas, se não houver continuidade de políticas públicas, ocorrerá rearticulação que pode recrudescer esses grupos com poder de violência ainda mais aprofundado" – avalia o coordenador do Núcleo de Segurança Cidadã da Faculdade de Direito de Santa Maria, Eduardo Pazinato.
Na sua análise, a desestruturação imediata das facções confere aos órgãos de segurança oportunidade de combate efetivo dos grupos. Para desarticulá-los, Pazinato sugere o incremento de operações integradas entre as instituições e a ampliação de políticas públicas direcionadas a moradores de regiões conflagradas na tentativa de afastá-los do crime.

Experiência em Santa Catarina e São Paulo como referência

Não se trata de um diagnóstico unânime. O professor de Tecnologia em Segurança Pública e Gestão Pública da Feevale Charles Kieling observa que os grupos comandados pelos líderes transferidos seguirão em atividade, inclusive ditando ordens de dentro dos presídios. Isso porque, com o isolamento do “chefe”, o segundo na hierarquia da organização deve assumir a liderança e dar continuidade às ações.

"É uma retaliação do Estado contra os grupos, para diminuir o seu poder de comando. Para a sociedade, a operação parece resolver a situação, quando, na realidade, nada muda. Já existe uma dinâmica de funcionamento que confere vida ao crime. As autoridades precisam trabalhar para desmantelar essa dinâmica, e aí está toda a dificuldade" – considera Kieling.
Os especialistas ainda alertam para o risco de reações violentas das facções, a exemplo do ocorrido em outras regiões. Em Santa Catarina, há quatro anos, 40 criminosos foram levados para presídios federais em meio a uma onda de ataques contra delegacias, batalhões e ônibus a mando do Primeiro Grupo Catarinense (PGC). As transferências acirraram ainda mais os ânimos, e a situação só arrefeceu com o reforço da Força Nacional e a integração de ações entre as autoridades de segurança.

Situação ainda mais grave ocorreu em São Paulo. Em 2001, o Primeiro Comando da Capital (PCC) promoveu rebeliões em 29 penitenciárias em protesto à transferência de líderes da facção que estavam no Carandiru, na capital paulista. Cinco anos depois, as forças de segurança decidiram transferir mais de 700 presos ligados à organização. Em resposta, o PCC realizou motins e deu início a uma onda de mais de 200 ataques, matando mais de cem pessoas. À época, a capital paulista viveu momentos de pânico e as ruas ficaram desertas.

É justamente com o poder do PCC que o analista criminal e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Guaracy Mingardi relaciona o isolamento dos líderes de facções gaúchas. No Rio Grande do Sul, o crime segue sob controle de grupos locais que, a partir de agora, entrarão em contato com comandantes de quadrilhas nacionais.

"Nos presídios federais, esses líderes encontrarão pessoas ligadas ao PCC e ao CV (Comando Vermelho, do Rio de Janeiro), a nata da criminalidade nacional, ganhando know-how de grupos muito mais organizados e com muito mais dinheiro. No futuro, esses criminosos retornarão sabendo mais do que antes, com mais capacidade organizativa e ideologia. Inicialmente, a transferência é boa, mas, a médio prazo, pode se tornar ruim se não houver controle na volta" – alerta Mingardi.

Fim da guerra?

A Lei de Execuções Penais recomenda que o preso cumpra pena próximo ao seu lar. Isso até poderá ser alegado pelos defensores dos apenados transferidos para longe do RS. Tenho certeza que a lei tinha intenção de recuperar prisioneiros. Mas será que os exportados podem ser chamados de recuperáveis?

A maioria está envolvida nessa orgia de cabeças arrancadas que caracteriza a moderna guerra de facções. Feito Césares romanos, decidem desde suas celas (sempre as melhores da cadeia) quem vai morrer. Isso é recuperação? Se perante a lei a transferência é polêmica, entre a população tenho certeza que será saudada. Até pela esperança de que a matança diminua.

São poucos os estudos a respeito. Em 2013, análise baseada no Sistema Integrado de Informações Penitenciárias mostrou que, após a ida de líderes de facções para penitenciárias federais, o número de presos envolvidos em motins nos presídios estaduais caiu 61%. A constatação: as regras rígidas do sistema federal inibem os demais presos a praticarem atos que os levariam a essas prisões.

Lógico que as transferências geram efeitos colaterais. A primeira, a longo prazo, é que esses líderes não serão ressocializados. Mas será que são ressocializáveis? O outro é que as facções podem ordenar represálias, a mando dos seus chefes. Talvez venha um período de turbulência. Mas os fatos mostram que, em Estados como São Paulo, as estatísticas criminais recuaram após a remoção dos líderes do submundo.

Nas cadeias, operação deve levar a reorganização

Qual o impacto que a transferência de líderes de facções criminosas para penitenciárias federais pode produzir no sistema penitenciário gaúcho? Na opinião de autoridades, não devem ocorrer reflexos negativos. Na sexta-feira o clima estava calmo tanto na Cadeia Pública, o antigo Presídio Central, quanto na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).

De acordo com o diretor da Cadeia Pública, tenente-coronel Marcelo Gayer, houve uma reunião entre ele, a juíza da Vara de Execuções Criminais Patrícia Fraga Martins e presos das três galerias que perderam seus plantões (líderes) com a Operação Pulso Firme. O oficial afirma que a própria Brigada Militar (BM) se encarregará de escolher os novos representantes. Se confirmada essa informação, já será dado um passo à frente no sentido de retomada, pelo Estado, do poder das galerias da maior prisão gaúcha.

Ainda há muito por ser feito, principalmente em relação à superlotação, que impede a realização de um efetivo controle de detidos e apenados. Curiosamente, a Operação Pulso Firme foi realizada em um 28 de julho, exatos 30 anos do motim que marcou a criação da Falange Gaúcha, primeira facção do Estado. Na sequência, outras rebeliões, fugas constantes e mortes decorrentes de disputas internas no grupo criminoso transformaram o sistema penitenciário gaúcho em um barril de pólvora.

Por conta do constante clima de tensão, em 1995 o governo estadual decidiu entregar o controle do Presídio Central à BM. A medida, batizada de Operação Canarinho, era para ser provisória, com duração de apenas seis meses. No entanto, já passa de 22 anos. Ao longo do tempo, adaptando-se a uma função não prevista entre suas atribuições, a BM foi conduzindo uma série de rearranjos, visando harmonizar o sistema. O processo envolveu, em alguns aspectos, outras instituições, como o Ministério Público e até o Poder Judiciário, com acordos tácitos e explícitos para reduzir a violência e a tensão no interior da prisão.
 

Superlotação ainda é problema no Estado

Uma das medidas foi a separação de presos conforme a facção à qual pertencem. Outra, a criação da figura do plantão (ou “prefeito”, na linguagem dos presos), a quem cabe encaminhar as demandas de sua respectiva galeria. As solicitações individuais incluem os atendimentos técnicos (médico, psicológico e jurídico) e as transferências. No caso das coletivas, geralmente são relacionadas a problemas estruturais, como falta d’água ou de energia elétrica.

Com esse sistema, que se vale de reuniões com a participação pacífica de todos os líderes, houve uma expressiva redução das mortes internas e dos atritos entre a guarda e a massa carcerária. Porém, no caminho da pacificação havia a superlotação, a entrada de celulares e o interesse econômico das facções.

Abrigando 300 homens, em média, as maiores galerias tornaram-se território impenetrável para a própria guarda, quando os presos estão presentes. A dinâmica interna, então, ficou completamente nas mãos dos grupos organizados. E os líderes, com as facilidades oferecidas pela telefonia móvel e seus aplicativos, seguiram ordenando e comandando crimes praticados do lado de fora dos muros da prisão.

Em consequência, o sistema passou a dar uma aparência de tranquilidade, sem mortes e motins. Salvo a descoberta, em fevereiro passado, de um túnel que estava sendo aberto da rua para o presídio, e que possibilitaria a fuga de cerca de 400 presos. Os financiadores da obra, de acordo com investigações policiais, estão entre os transferidos na sexta-feira.

Na contrapartida da calmaria, os índices de criminalidade dispararam do lado de fora. Por conta dessa realidade, o Estado aposta suas fichas nas transferências dos líderes. Porém, essa medida pode se tornar paliativa se a superlotação não for combatida. Novas lideranças se formam, os celulares continuam funcionando bem, e as facções seguem com o controle do crime nas ruas.

Traficante transferido movimentou R$ 60 milhões

Enquanto era transferido nesta sexta-feira para uma penitenciária federal pela Operação Pulso Firme, o traficante Juliano Biron da Silva tinha suas finanças como alvo de outra ação, batizada de Harpia. Mais de 300 policiais, sob coordenação da Divisão de Inteligência do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), apreenderam quase R$ 5 milhões em bens, mas a estimativa é de que o criminoso tenha movimentado R$ 60 milhões.

Foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária, 33 de condução coercitiva e 45 de busca e apreensão nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Novo Hamburgo, Tramandaí, Imbé, Cidreira e Palmares do Sul. Os presos seriam responsáveis por coordenar os negócios adquiridos por Biron a partir da venda de entorpecentes. Entre os conduzidos para depor está Dirlei Silveira, que administra sete lancherias Skillus na Região Metropolitana e no Litoral, pertencentes ao traficante.

"Comprovamos tudo por meio de técnicas de investigação, movimentação bancária, análises contábeis e fiscais, bem como monitoramento policial. Biron dava as ordens de dentro da cadeia" – explicou o delegado Marcio Zachello.
O Denarc obteve o sequestro dos bens identificados, a maioria de propriedade de Biron de forma indireta. São 88 contas bancárias no nome de 38 pessoas, 20 veículos avaliados em R$ 1,3 milhão e 16 imóveis calculados em R$ 2,7 milhões.

Biron tem terrenos, um apartamento de R$ 800 mil em Balneário Camboriú (SC), um prédio em Canoas, casas na praia, sítio no Vale do Sinos, pub em Cachoeirinha, revenda de veículos em Canoas, duas transportadoras, uma delas em Santa Catarina, e investimentos em produtoras de eventos.

Matérias de ZH

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Morreu na noite de ontem Paulo Sant'Ana, um gremistão

"Quando eu morrer, quero à beira da sepultura todos os meus amigos e alguns dos meus inimigos arrependidos. Depois dos risos e lágrimas, voltem para casa e nunca mais se esqueçam de mim"

Velório do colunista ocorre na Arena do Grêmio, em Porto Alegre

Vítima de uma parada cardíaca, Paulo Sant'Ana morreu, aos 78 anos, na noite de quarta-feira (19). O corpo do jornalista é velado por familiares e amigos na Capela da Esplanada da Arena do Grêmio, na manhã desta quinta (20). A abertura do local para homenagens do público em geral está prevista para as 11h. O sepultamento será às 17h, no Cemitério João XXIII.

A morte de Sant'Ana repercutiu entre autoridades, esportistas e jornalistas. Durante 45 anos, o jornalista escreveu colunas marcantes para Zero Hora, e "fez gerações abrirem o jornal de trás para frente".

-----------------------------------------------------------------------

Edição do Blog Cavalcanti

Com uma parada cardíaca Paulo Sant’Ana morreu aos 78 anos, na noite de quarta-feira, dia de 19 de julho. A coluna dele no Jornal Zero Hora abrangia todas as áreas, sendo que muito dos textos eram marcantes. A maioria dos leitores abriam o jornal de trás para frente.

Os textos da coluna foram bons, ótimos e algumas vezes péssimos, na minha opinião. Em sua coluna Paulo Santana fazia denúncias contra os políticos, os dirigentes esportivos, os jogadores futebol, os governadores e várias outras autoridades. Quando falavam contra ele, logo depois dava a resposta em sua própria coluna.

O Paulo as vezes não escrevia as colunas, a tempo de chegarem na Zero-Hora no horário necessário para edição, por isso muitos textos dele eram repetições de edições anteriores.

A ZH agora só tem uns colunistas que não criticaram nada. A grande maioria não têm textos polêmicos e com denúncia contra as autoridades. Quase todos botam os textos com matéria que beneficiam e agradam, principalmente os políticos.

A ZH eram quase todos as colunas e os edições são uns bundas-moles.

Por exemplo, as colunas de Rosane Oliveira, Túlio Milman, Carolina Bahia, e outros são um porre, só têm os textos copiados sobre governadores.