O diretor-geral do
Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Fabiano Bordignon e o diretor do
Sistema Penitenciário Federal, Marcelo Stona, encerram nesta sexta-feira visita
técnica na Itália para conhecer a experiência europeia na luta contra o crime organizado, especialmente nas ações
antimáfia a partir das unidades prisionais.
As reuniões são promovidas pelo Programa EL PAcCTO, mecanismo de cooperação entre a União Europeia e a América Latina para enfrentamento ao crime organizado internacional. Participaram do evento gestores dos sistemas prisionais de países do Mercosul, além da Itália, Espanha e Portugal.
As reuniões são promovidas pelo Programa EL PAcCTO, mecanismo de cooperação entre a União Europeia e a América Latina para enfrentamento ao crime organizado internacional. Participaram do evento gestores dos sistemas prisionais de países do Mercosul, além da Itália, Espanha e Portugal.
Durante a semana foram
visitadas unidades prisionais nas cidades de L´Aquila e Palermo. Em L´Aquila
foi possível conhecer o sistema do 41 BIS, chamado “cárcere duro”.
“O regime é semelhante ao aplicado nas Penitenciárias Federais do Brasil que, desde fevereiro deste ano, com a publicação da Portaria nº 157 do ministro da Justiça e Segurança Pública, passaram a ter as visitas aos presos sem contato físico de forma a evitar que os líderes das organizações criminosas possam gerir suas organizações a partir dos cárceres”, explica o diretor-geral do Depen, Fabiano Bordignon.
No Brasil o banho de sol
diário de duas horas pode ser compartilhado por até 13 presos e, como no regime
do 41 BIS as comunicações são monitoradas.
No regime italiano os
presos são
incluídos no regime especial por quatro anos e podem ter renovações sucessivas
a cada dois anos. No Brasil atualmente a inclusão se dá inicialmente por 360
dias com prorrogações eventuais decididas judicialmente.
O Pacote Anticrime,
enviado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública ao Congresso Nacional,
prevê que a inclusão no Sistema Penitenciário Federal seja por três anos,
podendo ser prorrogada.
Aproximadamente 700 presos
na Itália são submetidos ao regime do “cárcere duro”. Basicamente líderes de
organizações mafiosas em 12 unidades prisionais. A Itália tem cerca de 60
mil presos em cerca de 200 unidades prisionais.
No dia 23 de maio a
delegação participou, na Sicilia, das cerimônias em memória ao Juiz Giovanni
Falcone, esposa e seguranças que foram assassinados em Palermo em 1992 pela
Máfia Italiana.