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quarta-feira, 25 de março de 2020

Profeta?! Raul Seixas - O Dia Em Que A Terra Parou AO VIVO

Fica em casa presidente! Jair Bolsonaro, de novo,é um asno, "um grave erro"

Autoridades devem "abandonar o conceito de terra arrasada", diz Bolsonaro
Bozo
Presidente criticou o fechamento de escolas, restrições no transporte público e o confinamento em massa por conta da pandemia
O presidente da República Jair Bolsonaro, em pronunciamento em cadeia de rádio e televisão na noite desta terça-feira (24), afirmou que as autoridades estaduais e municipais devem "abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa". 
Em consonância com autoridades de diversos países do mundo e de acordo com orientações de infectologistas, parte dos prefeitos e governadores do Brasil adotou medidas mais restritivas do que as recomendadas pelo Ministério da Saúde. A intenção dos governantes locais é diminuir a disseminação do vírus para evitar colapso no sistema público de saúde, evitando indisponibilidade de leitos de UTI. As ações adotadas pelos Estados e pelos municípios estão de acordo com avisos da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na opinião do presidente, quem deve ficar em quarentena é o grupo de risco, pessoas acima de 60 anos, e os sintomáticos, que estão com febre ou outros sintomas respiratórias. Bolsonaro também criticou o fechamento de estabelecimentos de ensino.
"O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Então, por que fechar escolas?" — afirmou.
Mais cedo, o ministro da Saúde, Luís Henrique Mandetta, afirmou que "o travamento absoluto do país era um problema".
O número de casos aumentou no Brasil nesta terça-feira. São 46 mortes em decorrência do coronavírus e pelo menos 2.201 casos confirmados. Durante o pronunciamento, não foram anunciadas medidas de combate à doença.
O presidente também comentou sobre o contato com diversas pessoas que diagnosticaram positivo para a covid-19. Ele afirmou que, pelo seu "histórico de atleta", caso fosse contaminado, não precisaria se preocupar, porque seria uma "gripezinha" ou um "resfriadinho".
"A vida deve voltar à normalidade em todo o Brasil" — afirmou o presidente.
Mais cedo, o ministro da Saúde, Luís Henrique Mandetta, afirmou que "o travamento absoluto do país era um problema".
O número de casos aumentou no Brasil nesta terça-feira. São 46 mortes em decorrência do coronavírus e pelo menos 2.201 casos confirmados. Durante o pronunciamento, não foram anunciadas medidas de combate à doença.
Reação do presidente do Senado
O pronunciamento do presidente causou perplexidade em integrantes do Congresso. O presidente do Senado, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), divulgou nota criticando a fala de Bolsonaro:
"Neste momento grave, o País precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população. Consideramos grave a posição externada pelo presidente da República hoje, em cadeia nacional, de ataque às medidas de contenção ao Covid-19. Posição que está na contramão das ações adotadas em outros países e sugeridas pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS)."
"Reafirmamos e insistimos: não é momento de ataque à imprensa e a outros gestores públicos. É momento de união, de serenidade e equilíbrio, de ouvir os técnicos e profissionais da área para que sejam adotadas as precauções e cautelas necessárias para o controle da situação, antes que seja tarde demais.
"A Nação espera do líder do Executivo, mais do que nunca, transparência, seriedade e responsabilidade. O Congresso continuará atuante e atento para colaborar no que for necessário para a superação desta crise". 
Mais cedo, o ministro da Saúde, Luís Henrique Mandetta, afirmou que "o travamento absoluto do país era um problema".
O número de casos aumentou no Brasil nesta terça-feira. São 46 mortes em decorrência do coronavírus e pelo menos 2.201 casos confirmados. Durante o pronunciamento, não foram anunciadas medidas de combate à doença.
Reação do presidente do Senado
O pronunciamento do presidente causou perplexidade em integrantes do Congresso. O presidente do Senado, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), divulgou nota criticando a fala de Bolsonaro:
"Neste momento grave, o País precisa de uma liderança séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população. Consideramos grave a posição externada pelo presidente da República hoje, em cadeia nacional, de ataque às medidas de contenção ao Covid-19. Posição que está na contramão das ações adotadas em outros países e sugeridas pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS)."
"Reafirmamos e insistimos: não é momento de ataque à imprensa e a outros gestores públicos. É momento de união, de serenidade e equilíbrio, de ouvir os técnicos e profissionais da área para que sejam adotadas as precauções e cautelas necessárias para o controle da situação, antes que seja tarde demais. A Nação espera do líder do Executivo, mais do que nunca, transparência, seriedade e responsabilidade. O Congresso continuará atuante e atento para colaborar no que for necessário para a superação desta crise".
Especialistas criticam declarações de Bolsonaro em pronunciamento sobre pandemia de coronavírus
Para médicos consultados por GaúchaZH, presidente erra em se opor ao confinamento e à suspensão de serviços
Pavor e histeria
Bolsonaro: "Grande parte dos meios de comunicação foi na contramão, espalhou exatamente a sensação de pavor, tendo como carro-chefe o anúncio do grande número de vítimas na Itália, um país com grande número de idosos e com o clima totalmente diferente do nosso. O cenário perfeito, potencializado pela mídia, para que uma verdadeira histeria se espalhasse pelo nosso país".
Para o diretor de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Luciano Goldani, o cenário atual, com medidas restritivas, não configura pânico ou histeria:
"As pessoas estão se comportando adequadamente, pelo menos em Porto Alegre. Não sei como está em outros lugares, mas não tenho visto nem em noticiários nacionais (situações de pânico ou histeria)."
Sobre a cobertura jornalística, Alexandre Zavascki, diretor de Infectologia do Hospital Moinhos de Vento, salienta que não espalha "sensação de pavor" como disse Bolsonaro.
"(Os veículos) estão retratando o que está acontecendo, analisando números certos, questionando o que tem de ser questionado e educando a população do jeito certo. O presidente parece não entender o problema e fica alheio a uma compreensão mais profunda" — diz o médico.
Epidemiologista e coordenador de residência em infectologia no Hospital Universitário de Santa Maria, Fábio Lopes Pedro analisa que o pronunciamento "parece que foi um voo solo sem equipe técnica e em discordância com seus próprios ministros":
"Henrique Mandetta está bem amparado, tem uma equipe técnica boa. Nós, profissionais, ficamos muito decepcionados porque esse tipo de declaração acaba fazendo mais histeria do que denunciando alguma."
Contaminação
Bolsonaro: "Noventa por cento de nós não terá qualquer manifestação caso se contamine"
Luciano Goldani afirma que não se tem dados sobre isso:
"Não sabemos qual o número de pessoas que realmente se infectaram e não tiveram sintomas. Sabemos bem a manifestação: 80% têm manifestação leve, e 20%, pesada. Quantas se infectaram e não desenvolveram (os sintomas) não tem como saber. Teria como fazer um levantamento com testes específicos para isso, mas o estudo não está sendo feito."
Alexandre Zavascki afirma que o número citado por Bolsonaro "não quer dizer nada". 
"Temos diversas doenças graves em que o paciente passa sem sintomas. Dengue, zika e chikungunya têm uma gama enorme de infectados que só se descobre em testes mais investigativos. Ainda não sabemos quantos pacientes são assintomáticos" — pontua. 
Fábio Lopes Pedro acrescenta: 
"Se 90% dos infectados não apresentassem sintomas, teríamos que considerar quase todo mundo como infectado. Tecnicamente, não tem como apontar."
Isolamento
Bolsonaro: "Algumas poucas autoridades, estaduais e municipais, devem abandonar o conceito de terra arrasada: a proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa".
Zavascki, do Hospital Moinhos de Vento, considera que o presidente não tem razão em questionar as medidas de contenção.
"Tudo é uma cadeia de transmissão. Crianças são infectadas, mesmo que não fiquem doentes. Elas transmitem a doença sem nem sentir sintomas. Se jovens estão expostos, podem pegar e passar (para outras pessoas) porque, em algum momento, terão contato com mais velhos. Fechar comércio é absolutamente necessário. Fechar cidades foi única medida capaz de frear a epidemia em países que conseguiram isso. Porto Alegre está adiantada, porque fechou precocemente" — afirma.
O argumento é o mesmo de Goldani, do Hospital de Clínicas:
"É momento de fazer a contenção. Tirar as pessoas de circulação. Não faz sentido o ministério tomar medida de contenção e o presidente querer que as crianças voltem para a escola."
Lopes, do Hospital Universitário de Santa Maria, acrescenta:
"Temos de ter senso coletivo para entender o que acontece e quais medidas precisamos seguir. Se tivéssemos testes, separávamos as pessoas que tem e não tem a doença e voltaríamos mais rápido à normalidade. Mas não há, então temos que fazer a contenção de todo mundo."
Caso pessoal
Bolsonaro: "No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar. Nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho". 

Luciano Goldani lembra que o presidente, que tem 65 anos, faz parte do grupo de risco e, mesmo não tendo predisposição, pode desenvolver a doença de forma grave.
"Ele diz que é atleta, militar, tudo bem. Mas vimos na Itália que pessoas mesmo sem doenças antes desenvolvem sintomas graves e morrem. E outra: ele fez uma cirurgia recente. Não é tão agravante, mas ele tem uma saúde que inspira cuidados" — salienta. 
Fábio Lopes Pedro acrescenta:
"Sintomas podem ser leves, mas não se pode dizer isso para uma população que vai depender de leito."
Já Alexandre Zavascki pondera que as declarações de Bolsonaro são contraditórias: 
"Primeiro, diz que tem que separar o grupo de risco, depois diz que, se o grupo de risco for infectado, não teria sintomas graves."
Cloroquina
Bolsonaro: "O FDA americano e o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, buscam a comprovação da eficácia da cloroquina no tratamento da covid-19. Nosso governo tem recebido notícias positivas sobre esse remédio fabricado no Brasil"  
"A cloroquina tem resultados em laboratório matando o vírus, mas testando em humanos não alcança os mesmos efeitos. Até agora, os estudos são fracos e ainda não podemos tirar conclusões. O tempo de ter as conclusões definitivas depende do tamanho do estudo. Em 60 ou 90 dias, se pode ter algumas considerações" — diz Zavascki.
Lopes segue na mesma linha:  
"A cloroquina foi testada apenas em seis pacientes nos estudos. Todos deram negativo e morreram. Além da análise do estudo, o protocolo é insuficiente. Aqui em Santa Maria, estamos usando em pacientes que mostram piora nos exames pelo quarto ou quinto dia, e nesses parece que funciona alguma coisa. Mas isso não é suficiente, depende de muitas variáveis e precisaria ser testado em um número maior de pacientes."
Para Goldani, a declaração foi dada "porque o Trump falou" e Bolsonaro "foi na carona".
"É uma medicação que ainda está em estudo no mundo inteiro. Foi aprovada no uso de determinadas doenças como malária e outras não infecciosas, como lúpulo. Ela está bem estudada nessas situações, mas no combate à covid-19 é fase de estudo" — ressalta.
Conselho dos secretários estaduais de saúde diz que fala de Bolsonaro é "grave erro"

Em nota publicada na madrugada desta quarta-feira (25), o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), afirmou que é um "grave erro" o pronunciamento em que o presidente Jair Bolsonaro critica as medidas de confinamento em massa e de restrições de mobilidade. Essas medidas foram adotadas por Estados e municípios para enfrentar a pandemia de coronavírus e diminuir o contágio em massa.
"Já temos dificuldades demais para enfrentar. Não podemos permitir o dissenso e a dubiedade de condução do enfrentamento à covid-19. Assim, é preciso que seja reparado o que nos parece ser um grave erro do Presidente da República", afirma a nota (leia na íntegra ao final do texto).
Em consonância com autoridades de diversos países do mundo e de acordo com orientações de infectologistas, parte dos prefeitos e governadores do Brasil adotou medidas mais restritivas do que as recomendadas pelo Ministério da Saúde. A intenção dos governantes locais é diminuir a disseminação do vírus para evitar colapso no sistema público de saúde, evitando indisponibilidade de leitos de UTI. As ações adotadas pelos Estados e pelos municípios estão de acordo com avisos da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Na opinião do presidente, quem deve ficar em quarentena é o grupo de risco, pessoas acima de 60 anos, e os sintomáticos, que estão com febre ou outros sintomas respiratórias. Bolsonaro também criticou o fechamento de estabelecimentos de ensino.
"O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Então, por que fechar escolas?" — questionou.
O Conselho afirma que dá "todo o apoio" à atuação do Ministério da Saúde e à sua equipe, e afirma que os secretários estão cientes dos problemas econômicos que vão acontecer.
"A economia, com trabalho, disciplina, organização e espírito público, se recuperará." 
"Seremos solidários e trabalharemos sem descanso para permitir uma rápida recuperação da nossa economia. Mas é preciso que se entenda, vidas perdidas, não serão recuperadas jamais", afirma a nota, assinada pelo presidente da instituição, Alberto Beltrame.

terça-feira, 24 de março de 2020

Por liminar, desembargador anula parte da reforma da previdência estadual. Ainda bem, o mentiroso Eduardo Leite queria tirar os salários dos serviços públicos

Decisão beneficia servidores inativos, que voltarão a contribuir sobre parcela superior ao teto do INSS
Em decisão liminar proferida nesta segunda-feira (23), o desembargador Eduardo Ulhein, do Tribunal de Justiça, suspendeu parte da reforma da previdência aprovada pela Assembleia Legislativa em dezembro de 2019. Ulhein atendeu parcialmente pedidos de entidades que representam os servidores do Estado. A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) vai recorrer da decisão.
No despacho, o desembargador suspendeu a vigência dos artigos que determinavam que a contribuição de inativos deveria iniciar a partir da faixa superior a um salário mínimo. Com a decisão, os servidores aposentados voltarão a contribuir para a previdência apenas sobre a faixa salarial que superar o teto do INSS, atualmente em R$ 6.032. A nova regra passaria a valer no início de abril.
Ulhein argumentou que a instituição do novo regime depende da “ampla e posterior apuração do estado de persistência do déficit atuarial dos regimes financeiros do RPPS (Regime Próprio de Previdência Social), nos termos explicitados na fundamentação (da ação)”.
A decisão também suspendeu trecho da emenda constitucional aprovada em janeiro de 2020, que determinou que a concessão de aposentadoria e de pensão por morte a dependentes estaria sujeita aos requisitos aprovados na reforma de 2019.
O procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa, informou que vai recorrer da decisão ao Supremo Tribunal Federal (STF).
 "Tomamos conhecimento da decisão do TJRS nesta tarde e, nos próximos dias, devemos interpor recurso ao Supremo Tribunal Federal, dado que o déficit presente no sistema previdenciário gaúcho é um dos maiores do país"  — afirmou o procurador.

sábado, 21 de março de 2020

Brasil tem começo de coronavírus pior do que Itália e Espanha, mas futuro ainda é incerto

Início alarmante pode ser explicado pelo fato de o Ministério da Saúde ter tido tempo para se preparar para receber e notificar os casos de coronavírus
As primeiras três semanas do coronavírus foram piores no Brasil do que em países que hoje inspiram atenção na comunidade médica, mostram dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 21 dias, foram 291 casos no Brasil contra três na Itália, dois na Espanha e 11 na França. Ainda assim, estamos melhores do que o Irã, que registrou mais de 8 mil casos nas primeiras três semanas. 
Ruas vazias Veneza, na Itália, um dos países com mais idosos da Europa
O crescimento é alto inclusive ao levar em conta a diferença populacional entre cada país: na sexta-feira (20), 21º dia da doença no país, o número de brasileiros contaminados era de 0,13/100 mil habitantes. No mesmo período de tempo, na Itália era de 0,005/100 mil habitantes e o Irã, de 9,6/100 mil habitantes. Ao mesmo tempo, o Japão, exemplo de sucesso no combate à epidemia, tinha número maior do que o Brasil nesse período, de 0,2/100 mil habitantes – atingimos esse valor na última quinta-feira (19). 
Ainda assim, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pede cautela ao comparar países porque cada região tem uma realidade própria. A Itália é um dos países com mais idosos da Europa, a China alterou a metodologia de contagem mais de uma vez, o Japão passou a adotar critérios clínicos (o que aumenta os números) e o governo brasileiro já estava a postos esperando a chegada do vírus ao país, privilégio que outros países não tiveram. 
Na Itália, o coronavírus explodiu a partir do 27º dia até o país transformar-se no epicentro da epidemia na Europa – a suspeita é de que um hospital de Milão tenha errado ao diagnosticar pacientes com gripe. Atualmente, com o país em quarentena total, o sistema de saúde está superlotado e médicos precisam, em um cenário distópico, escolher qual paciente irá viver ou morrer. Na Espanha, onde a situação caminha para um cenário italiano, o crescimento ocorreu a partir do 39º dia e, na França, a partir do 45º dia. 
O Brasil está no 23º dia e ainda não atingiu taxas dramáticas. Ainda assim, o número de novos casos em único dia no Brasil cresce com ritmo acelerado a partir de quarta-feira (18), quando 137 novas pessoas foram diagnosticadas com coronavírus. Na quinta, foram 193. O crescimento é puxado pelo Estado de São Paulo. Observe, no gráfico abaixo, como a linha que corresponde ao Brasil fica acima de outros países e abaixo apenas da linha do Irã.
As primeiras semanas ainda não são beneficiadas pelas medidas de restrição social – a experiência de outros países mostra que esse tipo de intervenção foi fundamental para conter o coronavírus. São necessárias de duas a três semanas para haver redução de infectados.
"A fase inicial da doença tem ascensão muito rápida, atinge um plateau (direção horizontalizada) e cai. Esse é o panorama de doenças respiratórias. Estamos ainda no início de nossa fase. Teremos bem mais casos do que temos agora, e a cada dia vai aumentar mais a velocidade" — afirma José Cassio de Moraes, professor de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo e membro da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).
O coronavírus no Brasil dia após dia
"O alto número no Brasil pode ser explicado porque o país já estava pronto para receber o coronavírus. Na Itália, os três casos diagnosticados eram os mais graves, mas provavelmente já havia centenas de subnotificados, sem que os médicos soubessem, porque não se esperava que a doença chegaria tão rápido. No Brasil, a epidemia entrou mais tarde e houve tempo para os laboratórios estarem prontos para receber os casos" — afirma Marta Giovanetti, virologista italiana que atua como pesquisadora-visitante na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.
Estudo liderado pela Universidade de Radboud, na Holanda, e publicado na última segunda-feira (16), alerta que os efeitos do coronavírus serão mais severos em países em desenvolvimento. A seu favor, o Brasil tem o Sistema Único de Saúde (SUS), o que coloca o país à frente de outras nações sem sistema universal de atendimento. Por enquanto, a pressão maior é sobre o sistema privado, já que a doença atinge, por enquanto, a classe média, influenciada pelos casos importados do Exterior. 
Na visão de Alexandre Zavascki, médico chefe da Infectologia do Hospital Moinhos de Vento, o ritmo italiano deve se repetir nas cidades brasileiras que não adotaram medidas de restrição. 
"Os números de São Paulo são muito parecidos com os números de países como a Itália, França e Espanha. O que é esperado é que essa situação se repita de forma semelhante em outras cidades, com a diferença de quem se antecipou nas medidas de cancelamento de atividades não essenciais. Com as medidas de restrição antecipadas de Porto Alegre em relação a São Paulo, talvez consigamos distribuir os casos em um tempo maior para evitar a sobrecarga de hospitais" — diz. 
Todos os Estados do Brasil já cancelaram as aulas da rede estadual e algumas regiões foram além: São Paulo e Rio Grande do Sul, por exemplo, fecharam bares, cinemas, museus e passaram a incentivar o trabalho a distância. Após decretar estado de calamidade pública na quinta-feira (19), o governador Eduardo Leite afirmou que “vamos superar este momento grave da história da humanidade”.
Epidemiologistas destacam que devemos ter mais casos também porque o Brasil é uma nação com 210 milhões de habitantes – ante 60,3 milhões na Itália, 45,7 milhões na Espanha e 67 milhões na França. Só o Estado de São Paulo, que concentra a maior parte dos infectados, tem cerca de 46 milhões de habitantes.
"Uma epidemia dependerá da capacidade do vírus de atingir pessoas suscetíveis, do número de pessoas suscetíveis (grandes cidades ou regiões implicam maior oportunidade de disseminação) e as medidas de restrição feitas. É cedo para apostar se estamos indo bem ou mal: a maioria dos casos ainda são importados e em São Paulo, sendo que o maior hub de viagens do Exterior é o Aeroporto de Guarulhos. Isso faz diferença. Agora que começou a transmissão comunitária teremos uma ideia melhor" — destaca Ricardo Kuchenbecker, médico e professor de Epidemiologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 
Outra questão que afetará nosso futuro é a capacidade de realizar diagnósticos – a OMS pediu que países testem o máximo de pessoas possíveis. A Coreia do Sul faz exames de forma massiva na população, o que garantiu um grande número de casos, mas uma baixa taxa de letalidade.
Após o Ministério da Saúde comprar 150 mil exames dos laboratórios Bio-Manguinhos e Fiocruz, cerca de 13 mil brasileiros foram testados pelo coronavírus via SUS, segundo o Ministério da Saúde. Cada exame custa R$ 98. No próximo mês, mais 40 mil kits devem ser entregues os Estados e a Fiocruz trabalha para entregar 1 milhão de testes até o final do ano. Para expandir a cobertura, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) obrigou, na semana passada, planos privados a oferecerem o serviço. 
"A doença está crescendo e, em uma epidemia, a tendência é ter um crescimento muito rápido. Ao mesmo tempo, somos um país de 210 milhões de habitantes com intercâmbio interno muito grande, então teremos diferentes ritmos em cada Estado" — reflete Jair Ferreira, professor de Epidemiologia na UFRGS.
Estudo publicado na revista Science nesta semana mostra que 86% das infecções na China não foram diagnosticadas e 79% das transmissões ocorreram de pessoas sem sintomas.  A pesquisa circulou celulares de cientistas do mundo todo como um alerta: as pessoas precisam ficar em casa e evitar contato social. 

Até o final da tarde desta sexta-feira (20), 904 pessoas haviam sido diagnosticadas com coronavírus no Brasil, e o país tinha 11 mortes pela doença. 

segunda-feira, 16 de março de 2020

Bolsonaro comete crime de responsabilidade sanitária

O que o presidente Jair Bolsonaro fez neste domingo, refestelando-se em meio aos apoiadores que foram às ruas em Brasília para apoiar seu governo e atacar seus adversários, foi um crime contra a saúde pública. Bolsonaro apertou mãos de seguidores e tirou selfies com os discípulos, contrariando as recomendações iniciais do próprio Ministério da Saúde, de evitar aglomerações e de permanecer isolado se tiver retornado de viagem ao Exterior.

Bolsonaro fez isso menos de sete dias depois de retornar dos Estados Unidos, de onde pelo menos sete pessoas com as quais convive voltaram infectadas. Ainda que o teste tenha dado negativo, o presidente deveria ter ficado em casa, como recomenda o seu ministro da Saúde, Henrique Mandetta. Ele será submetido a dois novos exames. Enquanto não passar todo o período de incubação do vírus (14 dias), deveria resguardar-se. Relembrando: o coronavírus pode ser transmitido mesmo por pessoas assintomáticas. Tanto pode o presidente passá-lo para outros, se estiver contaminado, quanto ser infectado por um dos seus admiradores.
Não chega a ser surpreendente a presença de Bolsonaro na manifestação, depois de ter reconhecido, em transmissão ao lado do ministro da Saúde, que os atos deste domingo deveriam ser repensados diante da pandemia de coronavírus. Entre as palavras sensatas e a ação populista, o presidente ficou com o segunda. Mais do que participar, estimulou outras pessoas que estavam indecisas a irem para a rua.
Disfarçado de "apoio ao governo", o foco do protesto era o ataque ao Congresso, embora também tenham sido exibidos cartazes e faixas contra ministros do Supremo Tribunal Federal. "Fora Maia", dizia um cartaz que aparece em boa parte das fotos do presidente em meio à multidão. Além de representar um ataque ao presidente de outro poder, o protesto é inútil e infantil: Rodrigo Maia seguirá no comando da Câmara até o fim de janeiro de 2021.
ROSANE DE OLIVEIRA

terça-feira, 3 de março de 2020

Almoço dos aposentados na praia de Xangri-Lá e aniversário de casamento

Esse evento aconteceu no dia 15 de fevereiro deste ano, um almoço na praia de Xangri-Lá, um “Galetasso” com uma liderança do Leonardo Leiria.



Neste dia eu e a Neida fizemos aniversário de 35 anos de casamento. Comemoramos as Bodas de Coral, com muito amor do casal.
Eu queria estar com os meus amigos do trabalho, mas agora eles estão aposentados. Para chegar na praia, primeiro fomos a Novo Hamburgo, pegar a grande amiga da Maria Médici e depois saímos   para a praia.
Eu gostei de voltar a me relacionar com muitos amigos que eu tinha me afastado, eles já sabiam que eu tinha voltado a ser amigo do advogado Homero, e foi um momento de muita emoção, porque eles são muitos amigos entre eles e agora estou junto. O Homero não foi ao almoço porque tinha um compromisso.
O almoço foi no “Galeto By Régis”, com galeto e muitas massas, além da polenta, maionese de batata e saladas e foi ótimo e eu comi muito. Sem dieta neste sábado.
Voltamos às 14h30min e chegamos em Porto Alegre exatamente quando o Grêmio fez um gol contra o Internacional, aos 46 min do segundo tempo, final do jogo. Foi muito bom nesse dia.
Logicamente eu e a Neida, fomos ao jantar, comemos pouco e tomamos um espumante. Foi ótimo neste sábado com o almoço com grandes colegas e amigos e depois com meu grande amor a Neida.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Governichos do Estado e do Brasil querem lascar os servidores públicos

De fim da estabilidade a salários menores: o que deve entrar na reforma administrativa federal
Estamos voltando a fase do patrimonialismo, período que só entravam no serviço público os amigos do rei". Eduardo Rodrigues
O que está em debate
Revisão da estabilidade: a garantia de permanência no emprego passa a ser exclusiva de algumas carreiras, como nas Forças Armadas, na Polícia Federal e na Receita Federal. A ideia é ampliar o prazo em algumas categorias e até mesmo extingui-lo em outras.
Redução de salários: a reforma propõe salários iniciais mais baixos para quem ingressa no serviço público. O governo quer reduzir gastos alongando o tempo que um funcionário leva para alcançar o topo da carreira e, em alguns casos, o teto salarial do funcionalismo.
Exames de desempenho: para garantir a estabilidade e conceder promoções, a equipe econômica trabalha com modelos de exames periódicos de desempenho. Avanços hierárquicos e salariais seriam conquistados a partir dos resultados em cada avaliação.
Diminuição de carreiras: a equipe econômica pretende enxugar o quadro extinguindo cerca de 90% das carreiras, algumas em extinção, como a de datilógrafo. Objetivo é reduzir das mais de cem categorias atuais para cerca de 30.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Ativista russa critica Bolsonaro: "Que liberdade é essa, se você mata opositores"?



Masha Alyokhina, da banda

Pussy Riot, veio ao Brasil para lançar livro que narra seus dias na prisão

José Eduardo Bernardes e Vanessa Nicolav / Brasil de Fato

Presa por quase dois anos,após realizar uma intervenção artística em uma igreja cristã ortodoxa em Moscou, capital da Rússia, Masha Alyokhina, da banda Pussy Riot, decidiu dividir as experiências que teve no cárcere e os motivos que a levaram a ser presa no livro Riot Days, lançado no Brasil na última sexta-feira (31). 

Por aqui, a publicação teve parceria com mulheres do sistema prisional. Egressas da Cooperativa Libertas, elas foram responsáveis por confeccionar uma balaclava amarela que envolve a capa do livro. Além disso, duas presas que estavam no mesmo presídio - Santana, Zona Norte de São Paulo -- da ativista Preta Ferreira adicionam duas histórias em cordel à publicação.
No Brasil, a russa Masha Alyokhina, encontrou não apenas parceiras para a confecção do livro, mas também semelhanças que aproximam as mulheres encarceradas nos dois países e espera incentivar o ativismo brasileiro com sua história.
"A distância entre os nossos países é grande. E ver as semelhanças entre os dois sistemas (prisionais), de certa maneira é muito triste, mas por outro lado, fico feliz de podermos fazer coisas juntas. E de alguma forma ajudar essas meninas também", explica.
Masha espera que sua história de ativismo, ao lado do coletivo Pussy Riot, seja útil para as brasileiras. "Para aquelas que queiram ser ativistas, aquelas que já são ativistas também. Porque são diversas situações em que fizemos nossas escolhas e eu espero que, de alguma maneira, as pessoas aqui possam tomar suas próprias decisões", completa.
Além do lançamento do livro, Masha também integrou a programação do festival Verão Sem Censura, da Prefeitura de São Paulo, que até o dia 31 de janeiro apresentou gratuitamente obras que, de alguma maneira, foram alvo de censura nos últimos anos, assim como a banda Pussy Riot. 
A iniciativa é comemorada pela ativista russa, que neste caso, não encontra similaridades com sua terra natal.
"No nosso país esse é um dos principais problemas e tem ficado cada vez pior. Aqui ainda está começando, com a presidência de Jair Bolsonaro. Mas na Rússia, Putin já está há 20 anos na presidência. Não temos nenhum canal de TV, nenhum grande jornal que seja independente. Não temos direito de sair às ruas para protestar porque as pessoas são detidas", afirma. 
Uma possível ligação entre pessoas do entorno do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com a morte da vereadora carioca, Marielle Franco (PSOL), ainda sem resolução, também foi lembrada pela ativista russa. Masha questionou o discurso de Bolsonaro sobre liberdade:  
"Já vi declarações de Bolsonaro sobre liberdade. Ele diz que é libertário. Que liberdade é essa se você mata seus opositores, em que agentes ligados ao seu filho matam uma mulher só por ela ser sua opositora? Isso não é liberdade, é hipocrisia", afirma.

Edição: Leandro Melito

Contágio das milícias

Beira o surrealismo a discussão sobre o grau de proximidade de membros do clã Bolsonaro com integrantes da chamada milícia no Rio de Janeiro. São notórias as evidências de que o ex-capitão do Bope e chefe miliciano Adriano Nóbrega, morto em operação policial no sítio de um vereador do PSL no interior da Bahia, comandava o chamado Escritório do Crime, com atividades ilegais que vão da exploração do jogo do bicho a homicídios. Também não é contestado o fato de o senador Flávio Bolsonaro ter empregado em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, até novembro de 2018, a mãe e a mulher do miliciano foragido. Potencialmente explosiva, a combinação é, na melhor das hipóteses, motivo robusto o suficiente para uma sucessão de embaraços familiares que respingam na vida política nacional.
A manifestação deste fim de semana do presidente da República sobre a morte do líder miliciano, homenageado com um discurso em 2005 pelo então deputado Jair Bolsonaro, não ajudou a afastar o travo de que há mais coisas entre o céu e a terra na política do Rio do que seria de se esperar. Ressalve-se que o discurso na Câmara 15 anos atrás não significou mais do que um ato na corriqueira sucessão de elogios do então deputado Bolsonaro a policiais que enfrentavam e matavam criminosos. Mas a nota deste domingo em que o presidente questiona a ação policial, registra que Adriano não tinha condenação em última instância e ataca a "provável execução sumária" do chefe miliciano é um surpreendente gesto de protesto contra uma suposta violência policial por parte de quem, como seus filhos, costuma defender o uso da força bruta contra bandidos.
O episódio da morte do miliciano encerra uma série de dúvidas que autoridades isentas precisam esclarecer, a fim de sanear as bandas podres das polícias e da política. O questionamento mais óbvio é sobre a adequação da conduta da força policial no cerco ao ex-capitão, para afastar ou confirmar a suspeita de queima de arquivo. Mas o país merece saber também a quem interessava a morte de um líder miliciano com conexões no submundo da sociedade fluminense.
Além disso, até o momento o senador Flávio Bolsonaro não explicou por que mantinha em seu gabinete, com salários de R$ 6.490,35 cada, a mãe do ex-PM, Raimunda Veras Magalhães, e a mulher dele, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega. As duas deixaram o gabinete no mesmo dia, logo depois da eleição de Bolsonaro à Presidência. Raimunda também é citada em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) por ter repassado pelo menos R$ 4,6 mil para a conta do ex-assessor Fabrício Queiroz, em outra conexão anda inexplicada.
Os segredos momentaneamente suprimidos com a morte do ex-capitão Adriano não podem desaparecer com ele. O país, a começar pela família do presidente, deve não só demonstrar repulsa absoluta à abjeta atividade das milícias, que mantêm comunidades inteiras reféns de suas extorsões. É preciso também que a surpreendente indignação do clã presidencial pela morte de um bandido se converta em apoio e cobrança das investigações sobre o grau de contágio da política por uma atividade criminosa e inaceitável como as milícias.
OPINIÃO RBS

Vinte gestores estaduais publicaram texto afirmando que manifestações recentes do presidente "não contribuem para a evolução da democracia"

Em carta pública, 20 governadores criticam declarações de Bolsonaro
Documento é reação a fala que atribuiu motivação política à morte do miliciano Adriano da Nóbrega. Imposto sobre a gasolina já havia gerado tensão entre Estados e Planalto.
Vinte governadores, entre eles o do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, elaboraram uma carta "em defesa do pacto federativo", na qual criticam declarações de Jair Bolsonaro, feitas no último final de semana, sobre a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, na Bahia. O Palácio do Planalto informou que não iria se manifestar.
Na nota, divulgada ontem, líderes estaduais citam recentes falas do presidente "confrontando os governadores" e "se antecipando a investigações policiais para atribuir graves fatos à conduta das polícias e seus governadores".
A iniciativa de se posicionar contra as falas de Bolsonaro partiu do governador Wilson Witzel (PSC-RJ), endossada em seguida por João Doria (PSDB-SP). Ambos são adversários políticos do presidente. Depois, outros governadores chancelaram a proposta.
A carta, divulgada pelo Fórum dos Governadores, começou a ser gestada no final de semana, após Bolsonaro ter acusado a "PM da Bahia do PT" de uma "provável execução" de Adriano, ex-capitão da PM morto em operação policial no último dia 9 e que já teve relações com a família Bolsonaro.
O presidente insinuou que pode ter havido queima de arquivo pela polícia da Bahia, o que foi rebatido pelo governador do Estado, Rui Costa (PT).
A carta também aborda declarações de Bolsonaro sobre a reforma tributária. Segundo eles, o presidente se referiu à reforma "sem expressamente abordar o tema, mas apenas desafiando governadores a reduzir impostos vitais para a sobrevivência dos Estados".
A conduta, avaliam, não contribui "para a evolução da democracia no Brasil". Ao final, eles convidam Bolsonaro a participar de um encontro do fórum que ocorrerá em 14 de abril.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

De "parasita" a "doméstica na Disney": 10 frases polêmicas de Paulo Guedes. Só fezes

Frases de Paulo Guedes 
"Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Vamos importar menos, fazer substituição de importações, turismo. (Era) todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para a Disneylândia, uma festa danada."
Paulo Guedes participou, nesta quarta-feira (12), do Seminário de Abertura do Ano Legislativo da Revista Voto, em Brasília. Ele dizia que a desvalorização do câmbio não era, na sua visão, um problema tão sério para o Brasil.
"O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, além de ter estabilidade na carreira e aposentadoria generosa. O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita."
No dia 7 de fevereiro, Guedes defendeu a proposta do governo de reforma administrativa em palestra na Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getulio Vargas, no encerramento de um seminário sobre o Pacto Federativo. 
No mesmo dia, em nota, Guedes afirmou que a sua frase foi "tirada de contexto". No dia seguinte, pediu desculpas.
"Eu me expressei muito mal e peço desculpas, não só a meus queridos familiares e amigos, mas a todos os exemplares funcionários públicos a quem descuidadamente eu possa ter ofendido", escreveu.
"As pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer. Você não tem um meio ambiente limpo porque as soluções não são simples. São complexas."
Em painel do Fórum Econômico Mundial, que tratava sobre o futuro da indústria e do trabalho, em Davos, na Suíça, Guedes afirmou que a produção de alimentos no Brasil depende de agrotóxicos e defendeu a política ambiental do governo. Como o tema era discussão sobre manufatura, não houve espaço para aprofundar a questão.
"Pedi simulações para agrupar o que os acadêmicos chamam de impostos sobre pecados: cigarro, bebida alcoólica e açucarados. (...) Não é nada de costumes, Deus me livre."
Ainda no Fórum de Davos, Guedes defendeu um tributo para desonerar o sistema de saúde.
"Se o cara que fuma muito vai ter câncer de pulmão, tuberculose, enfisema e, lá na frente, vai ter de gastar com o tratamento, entrar no sistema de saúde. Então coloca um imposto sobre o cigarro para ver se as pessoas fumam menos", completou. 
Posteriormente, o presidente Jair Bolsonaro negou a possibilidade de um novo imposto.
"Ô Paulo Guedes, eu te sigo 99%, mas aumento no preço da cerveja, não" — brincou.
"Sejam responsáveis, pratiquem a democracia. Ou democracia é só quando o seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com 10 meses você já chama todo mundo para quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5."
Em novembro, Paulo Guedes foi à capital dos Estados Unidos, Washington, para reuniões bilaterais. Em uma entrevista coletiva, criticou o que seriam, na sua opinião, protestos convocados pela oposição para "quebrar tudo". 
A fala provocou reações do presidente do STF, Dias Toffoli, do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, entre outras autoridades. Um dia depois, sem citar a declaração anterior, Guedes afirmou que as pessoas deveriam reivindicar seus direitos "de forma pacífica".
"Todos os sinais melhorando e greve na Petrobras. Só porque melhorou, querem greve? É empresa pública ou privada? É Estado e bolsa. Uma greve importante, demite as pessoas e contrata outras pessoas que queiram trabalhar."
A Federação Única dos Petroleiros convocou, em novembro, uma greve por considerar que a estatal descumpre acordo coletivo com os trabalhadores. Em Washington, Paulo Guedes criticou os grevistas, afirmou que a empresa antes estava quebrada e defendeu contratações temporárias de "pessoas que querem trabalhar".
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) autorizou, em fevereiro, contratações temporárias para suprir a greve, ordenou o bloqueio das contas dos sindicatos e determinou que 90% do efetivo seja cumprido. A greve, entretanto, continua.
"Funcionou por 13 anos. Se a alíquota for pequena, não machuca. Quando FHC lançou esse imposto, todo o mundo apoiou porque arrecada rápido. (...) Entre um imposto horroroso e a opção pela desoneração da folha, prefiro abraçar o feioso."
Em vários momentos, durante o ano de 2019, a equipe de Paulo Guedes defendeu a volta de um imposto sobre transações financeiras. No entanto, o time do ministério não encontrou apoio no Congresso, nem com o presidente Jair Bolsonaro. O mal-estar culminou com a demissão do então secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, no dia 11 de setembro.
"Evidentemente, quando as pessoas falam de CPMF, o presidente fala que não. Porque realmente não é CPMF que a gente quer, é um imposto sobre transações diferente desse. Mas, para que não haja mal entendido, morreu em combate o nosso valente Cintra"— afirmou Guedes no dia 17 de setembro.
"Desde quando o Brasil, para crescer, precisou da Argentina?"
Em um evento do banco Santander, em agosto, Guedes voltou a manifestar que não tinha preocupação com o câmbio. Na época, a incerteza sobre as eleições argentinas, que já apontavam favoritismo do candidato kirchnerista, Alberto Fernández, também não preocupava o ministro. "Não tenho receio de ser engolido pela dinâmica internacional. Não vamos afundar se estivermos fazendo a coisa certa", reiterou.
"Tchutchuca é a mãe, é a avó!"
Paulo Guedes foi à Câmara dos Deputados defender o então projeto da reforma da Previdência em abril de 2019, em uma audiência na Comissão de Constituição e Justiça. Após seis horas de discussões com parlamentares, a reunião foi encerrada de maneira abrupta com uma confusão provocada por uma fala do deputado Zeca Dirceu (PT-PR), que afirmou ser Guedes "tigrão" com os pobres e "tchutchuca" com os ricos, parafraseando uma famosa música do Bonde do Tigrão, de 2011. 
"As nossas concepções, como parte das democracias liberais ocidentais, jamais seriam de usar cartéis, fortalecer cartéis para encurralar democracias que giram em cima de óleo."
Em novembro, Paulo Guedes fez críticas à Organização dos Produtores de Petróleo (Opep), um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro dizer que seria bom o Brasil fazer parte da organização. Na ocasião, o governo afirmou que o Brasil poderia subir da 10ª para a quinta posição entre os produtores mundiais de petróleo com a exploração do pré-sal.