Agendes cumprem 47 mandados judiciais. No RS, policiais federais executam 13 ordens de busca e apreensão.
A Polícia Federal deflagrou, nesta segunda-feira (8), a 23ª
fase da Operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar pessoas que financiaram e
fomentaram os atos golpistas ocorridos há um ano. Para esta fase, foram
expedidos, pelo Supremo Tribunal Federal, 47 mandados judiciais (46 mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva),
nos Estados do Rio Grande do Sul, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais,
Maranhão, Paraná, Rondônia, São Paulo, Tocantins, Santa Catarina e Distrito
Federal. No Estado, policiais federais cumprem 13 mandados de busca e apreensão.
Há um ano,
manifestantes invadiram a Praça dos Três Poderes e ingressaram no Palácio do
Planalto, no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal destruindo os prédios.
Foi determinada a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos
investigados. Apura-se que os valores dos danos causados
ao patrimônio público possam chegar à cifra de R$ 40 milhões.
Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado
Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação
criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem
especialmente protegido.
Outras fases da operação
A primeira fase da Operação
Lesa Pátria, no dia 20 de janeiro, prendeu cinco suspeitos
de participação, incitação e financiamento nos atos golpistas. Entre eles
"Ramiro dos Caminhoneiros", Randolfo Antonio Dias, Renan Silva Sena e
Soraia Baccio.
Na segunda etapa da força-tarefa,
policiais prenderam, em Uberlândia (MG), o extremista Antônio Cláudio Alves
Ferreira, filmado destruindo um relógio histórico no Palácio do Planalto.
A terceira fase da operação prendeu
cinco pessoas, incluindo a idosa Maria de Fátima Mendonça, 67 anos, que
viralizou ao dizer em um vídeo que ia "pegar o Xandão". O sobrinho do
ex-presidente Jair Bolsonaro, conhecido como Léo Índio, foi alvo de buscas na
mesma etapa.
No dia 3 de
fevereiro, a PF abriu a quarta fase ostensiva da
investigação e prendeu o empresário conhecido como
Márcio Furacão, que se filmou ao participar da invasão ao Palácio do Planalto,
e o sargento da Polícia Militar William Ferreira da Silva, conhecido como
"Homem do Tempo", que fez vídeos subindo a rampa do Congresso
Nacional e dentro do STF.
Na quinta fase da operação,
em sete de fevereiro, a Polícia Federal cumpriu três mandados de prisão
temporária, um de prisão preventiva e seis de busca e apreensão, no Distrito
Federal (DF). Os quatro alvos de ordens de prisão eram ligados à polícia do DF.
Sendo eles: o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, então chefe do Departamento
Operacional da Polícia Militar (PM) do DF; o capitão Josiel Pereira César,
ajudante de ordens do comando-geral da PM; o major Flávio Silvestre de Alencar;
e o policial Rafael Pereira Martins.
Em 14 de
fevereiro, a sexta fase da operação cumpriu
oito mandados de prisão em Goiás, Minas Gerais, Paraná, Sergipe e São Paulo.
Além das prisões, foi cumprido em Sergipe, um mandado de busca e apreensão
contra o bolsonarista Luciano Oliveira dos Santos.
Na sétima fase da Lesa Pátria,
a PF conduziu ações em Minas Gerais e no Paraná. Foram expedidos oito mandados
de busca e apreensão e três mandados de prisão.
A oitava etapa da ofensiva teve
o maior número de mandados — ao todo, 32 investigados tiveram prisão decretada.
A oitava fase capturou golpistas como a mulher apontada como responsável por
pichar a estátua da Justiça localizada em frente ao Supremo Tribunal com a
frase "perdeu, Mané" e o homem que teria levado, da Câmara dos Deputados,
a bola assinada pelo jogador Neymar.
Na nona fase da operação,
a Polícia Federal prendeu o major da reserva da Polícia Militar do Distrito
Federal, Claudio Mendes dos Santos, por participação nos atos golpistas. Mendes
dos Santos foi capturado em Riacho Fundo, no Distrito Federal. De acordo com a
PF, o PM da reserva teria ensinado táticas de guerrilha para os participantes
do acampamento montado em frente ao QG do Exército, em Brasília, além de ser um
dos administradores dos recursos que financiavam as ações.
Em 18 de
abril, os agentes da PF cumpriram 16
mandados de prisão preventiva e 22 mandados de busca e apreensão, na décima fase da operação.
Expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, os mandatos foram conduzidos nos
Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, São
Paulo e no Distrito Federal.
Na 11ª fase da operação,
realizada em 11 de maio, foram cumpridos 22 mandados de
busca e apreensão relacionados a suspeitos de financiar os atos golpistas. As
buscas ocorreram em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, e
envolveram empresários, produtores rurais e CACs (colecionadores de armas,
atiradores ou caçadores esportivos). A Justiça determinou o bloqueio de bens,
ativos e valores dos investigados até o limite de R$ 40 milhões.